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    Combo 03/10

       “Ele é expulso do portão logo cedo pela manhã.”

       Choi Han seguiu na direção que se lembrava de ter ouvido dos aldeões depois de terminar de enterrar todos os seus amados aldeões. Ele seguia em direção à Cidade Ocidental.

       Choi Han fora transportado para este mundo quando era calouro no ensino médio, mas já vivia ali havia dezenas de anos. É claro que o fato de ter passado a maior parte daquela vida tentando sobreviver na Floresta das Trevas o fez amadurecer de uma forma um tanto distorcida e, como tal, ele se tornou mais racional do que qualquer um poderia esperar depois de tal incidente.

    — Preciso reportar isso ao senhor no castelo.

       Vila Harris pode ter sido uma vila remota, mas ainda estava sob a jurisdição do Conde Henituse. Foi por isso que Choi Han foi para a Cidade Ocidental, na esperança de pelo menos preparar um pequeno funeral para os moradores.

       Ele também planejava procurar informações sobre os assassinos que havia matado quando perdeu a calma, já que não conseguia fazer perguntas. No entanto, despedir-se dos mortos de forma adequada vinha antes da vingança.

    — Se você pensar bem, ele realmente é uma pessoa carinhosa.

       Mas perder de uma só vez todas as primeiras pessoas que lhe demonstraram amor depois de dezenas de anos na Floresta das Trevas tornou impossível que a mente de Choi Han não se distorcesse. Na novel, foi quando Cale se intrometeu com Choi Han e o tocou em um ponto sensível. Ele se lembrou do que Cale da  novel disse a Choi Han.

       [‘Por que meu pai deveria se importar se alguns aldeões inúteis estão mortos ou não? Este copo de álcool na minha mão vale mais do que todas as suas vidas inúteis juntas.’]

       Choi Han começa a rir das palavras de Cale enquanto ele pergunta de volta.

       [‘Que ideia interessante. Estou muito curioso para saber se você vai mudar de ideia ou não.’]

       [‘Vamos testar?’]

       O teste consistia em espancar Cale até quase matá-lo. O mais incrível é que Cale nunca mudou de ideia, mesmo depois de ser espancado até virar polpa.

    — Ah, estou ficando arrepiado.

       Cale começou a esfregar o braço ao ver os arrepios que se formavam. Rapidamente, tomou um gole do chá que Billos lhe trouxe. Então, olhou pela janela mais uma vez, apenas para sentir os calafrios de volta.

    — É aquele punk.1

       Assim que os portões se abriram para a manhã, um jovem vestindo roupas com manchas pretas por toda parte, a ponto de parecer que as roupas estavam queimadas em vários lugares, aproximou-se do portão. Era Choi Han.

       Cale não se levantou do assento enquanto observava Choi Han.

       Sua velocidade era admirável, pois ele corria como um louco por uma distância que normalmente levaria uma semana para ser percorrida em uma carruagem, mas, como resultado, ele parecia um desastre. É claro que os acontecimentos na vila também eram responsáveis ​​por um pouco de sua aparência desleixada.

       O guarda bloqueou o caminho de Choi Han enquanto ele entrava de cabeça baixa, parecendo completamente exausto. Cale não sabia o que estava dizendo, mas viu Choi Han balançar a cabeça negativamente diante da pergunta do guarda.

    — Tenho certeza de que estão perguntando se ele tem alguma identificação.

       Os guardas da Cidade Ocidental eram geralmente gentis, mas rigorosos em relação às regras. Eles reproduziam a personalidade de seu suserano, o Conde Deruth.

     — Eles o expulsaram.

       Como esperado, Choi Han saiu do portão. Ele nem sequer teve um ataque. Depois de correr sem parar por um dia inteiro, sua consciência um pouco recuperada lhe disse para não matar um homem inocente.

       “Choi Han agora vai esperar até a noite antes de pular furtivamente o muro da cidade para entrar.”

       Ele então encontra Cale, que estava ocupado bebendo.

    *Rangido*

       Como Cale estava sozinho, o som da cadeira sendo empurrada enquanto ele se levantava soou bem alto. Ele desceu e avisou Billos, que estava no balcão.

    — Volto logo. Não limpe meu lugar.

    — Sim, jovem mestre. Aguardo seu retorno.

       Cale ignorou o sorriso no rosto gordinho de Billos enquanto ele saía da casa de chá.

    — Ele não quebrou nada!

       Cale ouvia a voz de alguém vindo de dentro da loja, mas não se importava. Precisava estabelecer a base para ganhar aquele Escudo Indestrutível hoje.

       O Escudo Indestrutível.

       Não se trata de um item físico. A melhor comparação talvez fosse o escudo de mana de um mago. Algo que não tem forma física. No entanto, era muito diferente de um escudo de mana, pois estava mais próximo de um superpoder do que de magia.

       O engraçado é que o humano que criou o poder acabou morrendo, ele era alguém que servia a um deus, mas foi excomungado.

    — Há todo tipo de coisas estranhas nesta novel.

        Assim como a história de qualquer mundo de fantasia, este mundo também teve sua história antiga. Durante esse período, nem magia nem armas foram desenvolvidas.

        Em vez disso, era uma sociedade onde o talento inato ou os talentos adquiridos por meio de eventos sobrenaturais desempenhavam um papel fundamental. Os poderes mais fortes naquela sociedade eram superpoderes, poderes divinos e forças naturais. Era uma época muito primitiva.

       Alguns desses poderes perduraram até hoje, permanecendo ocultos em certos locais ou itens. Era possível tomar esses poderes para si mesmo se você cumprisse as condições certas.

       Poderes antigos.

        Os heróis encontrariam esses poderes, porém, todos eles eram poderes de apoio, não fortes o suficiente para serem usados ​​como o sustentáculo de um herói.

       Esses eram os poderes que Cale estava procurando.

    — Tudo, menos os poderes divinos.

       Sejam deuses, anjos ou demônios, Cale não queria se envolver com nenhum deles.

       Foi por isso que Cale estava procurando pelos poderes que as pessoas desenvolveram naturalmente ou que vieram da natureza.

       “Essa é a maneira de ter certeza de que não preciso fazer nenhum esforço.”

       Esses eram os tipos de poderes que ele procurava. Algo como arte da espada ou magia exigiria esforço para praticar. Ele não queria fazer algo assim.

       Ao contrário de outros livros, a civilização antiga na novel O Nascimento de um Herói não era tão forte.

       À medida que a civilização se desenvolvia, as habilidades mágicas e de invocação desenvolvidas ofuscaram os poderes naturais deixados pela civilização antiga. Os superpoderes também. A maioria dos superpoderes sutis era destruída por um único golpe da “Aura”, usada atualmente.

       Não era como se os heróis usassem esses poderes com moderação e sem motivo.

    — E meu objetivo é coletar esses superpoderes sutis para me tornar decentemente forte.

       Era um objetivo gratificante. Principalmente porque ele também conhecia o poder ancestral que poderia fortalecer esses superpoderes sutis.

       Para dar o primeiro passo em seu plano, Cale começou a procurar o poder ancestral escondido na Cidade Ocidental. Ele sabia dos requisitos para obtê-lo.

    — Oh, jovem mestre. Bem-vindo.

       Cale apenas acenou com a cabeça para o padeiro, que se curvou tão profundamente que parecia que sua cabeça tocaria o chão. 

    *Arfa.*

       Ele podia ouvir o padeiro ofegante, mas Cale fingiu não ouvir. Ele se sentia mal por sua reputação de lixo estar deixando o padeiro tão amedrontado.

    — Dê-me um pouco de pão.

    — Com licença?

       Cale apontou para todos os pães da padaria e respondeu severamente.

    — Tudo daqui até lá.

    *Clang.*

       A moeda de ouro que Cale tirou começou a girar no balcão.

    — Arrume tudo.

       O padeiro parecia estar congelado no lugar enquanto Cale continuava a falar.

    — Mais duas ou três moedas de ouro devem ser suficientes para uma semana de pão, certo?

       O olhar do padeiro, que estivera fixo na moeda de ouro, voltou-se para Cale. Era muito dinheiro para pagar o pão. Cale apenas respondeu estoicamente aos olhos trêmulos do padeiro.

    — Posso ir para outro lugar se você não quiser.

    — Não, não é nada disso! Jovem mestre! Vou arrumar tudo o mais rápido possível!

       O padeiro foi extremamente respeitoso por um motivo diferente do anterior, pois se movia rapidamente. Depois de alguns minutos, Cale saiu da padaria com uma sacola cheia de pão no ombro.

       Embora fosse apenas pão, pesava bastante. O peso fez Cale franzir a testa, ignorando o padeiro que o observava sair enquanto ele atravessava a rua.

       Cale caminhou calmamente pela rua, notando que qualquer um que fizesse contato visual com ele se virava rapidamente e ia embora. A maioria das pessoas até corria para evitar contato visual com ele.

    — É realmente diferente da Coreia. É realmente um mundo de fantasia.

       Cale olhou ao redor enquanto passeava pelo mercado que transmitia a típica sensação de fantasia.

    — Mm.

    — Humpf.

       Sempre que ele fazia contato visual com um comerciante, eles ficavam chocados e evitavam seu olhar. 

        “Tsc tsc. Cale realmente devia ter feito jus ao seu título de lixo no passado.”

       Cale falava mal de si mesmo enquanto passava pelo mercado em direção à parte oeste da Cidade Ocidental.

      A favela fica a oeste. Não importa quão rico seja um território, sempre haverá pessoas pobres. Em uma situação como essa, a maioria das pessoas provavelmente esperaria que algo assim acontecesse.

       “Ah, é um encontro fatídico que você pode ganhar ao compartilhar comida com os pobres.”

       Infelizmente, não foi esse o caso.

        Cale sentia as pessoas o espiando assim que entrava na favela. Era ali que viviam os mais preguiçosos e os mais cruéis.

        Embora os pobres possam não conhecer o rosto de seu senhor, o Conde, eles conheciam o rosto de Cale. Essas pessoas que não tinham nada precisavam prestar ainda mais atenção ao tipo de pessoa que causaria um rebuliço no mercado, no bar, na praça, enfim, onde quer que seja, e Cale provavelmente já causou um rebuliço por lá também.

    — Tsk.

       Mesmo sabendo de todas essas histórias sobre Cale, eles não conseguiam resistir ao cheiro doce do pão na sacola de Cale. Cale simplesmente ignorou todos esses olhares enquanto continuava a andar.

        A ponta do seu caro sapato de couro começou a ficar suja por causa da água suja. Um odor desconhecido também invadiu o nariz de Cale, fazendo-o naturalmente franzir a testa.

       Isso o fez andar ainda mais rápido. A favela ficava em um dos lados de uma pequena colina e era composta por casas antigas. Cale se dirigia para o topo daquela colina. À medida que se aproximava, os olhares e os passos das pessoas que o seguiam também começaram a diminuir. O olhar penetrante de Cale provavelmente também contribuiu para isso.

    — É melhor aqui.

       Depois de se livrar do fedor, Cale subiu ao topo da colina e se virou para olhar para a Cidade Ocidental. É claro que aquela colina não era tão alta quanto a propriedade do conde. Não havia como permitir que o senhor do território morasse em um lugar mais baixo do que aquela favela.

       Cale recobrou os sentidos enquanto se dirigia a uma árvore cercada em todas as direções. A cerca, feita de tábuas da largura do corpo de Cale, tinha uma entrada apodrecida. Ela foi facilmente quebrada quando Cale a empurrou.

       Esta árvore enorme parecia ter durado centenas de anos. As árvores nas favelas geralmente eram cortadas para servir de lenha ou tinham suas camadas arrancadas para torná-las inúteis, mas esta árvore não era assim.

       O motivo era simples. O motivo podia ser ouvido nos ouvidos de Cale. Aqueles dois eram os únicos que o haviam seguido até o fim, vindos das favelas.

    — Você não pode se aproximar daquela árvore!

       Cale ignorou o aviso. Ouviu outra voz preocupada também.

    — Você não pode ir lá! É uma árvore devoradora de homens!

       Uma árvore devoradora de homens. Qualquer um que se enforcasse nesta árvore se tornava múmia da noite para o dia. Além disso, qualquer sangue que caísse nesta árvore desapareceria instantaneamente.

       Por fim, só havia terra ao redor da árvore. Grama e até ervas daninhas não estavam em lugar nenhum.

       Esta era a árvore que Cale estava procurando.

       Há muito tempo, na antiguidade, havia um homem que amava tanto a comida que sua gula no local de culto o levou a ser expulso. Ele acabou morrendo de fome.

        Dizem que esta árvore cresceu sobre o seu corpo, e o rancor e a força daquela pessoa estavam nela. O Escudo Indestrutível que Cale procurava estava ali.

       Quão primitivo, misterioso e estranho era isso! A maioria dos poderes antigos eram misteriosos assim.

       Cale tirou um pão do saco e observou atentamente um buraco do tamanho da cabeça de um adulto. Ele precisava primeiro expulsar o dono daquela voz antes de começar seu trabalho.

       No entanto, antes que Cale pudesse dizer qualquer coisa, a voz soou ainda mais alta desta vez, pois eles não conseguiam mais ver Cale do lado de fora da cerca.

       A voz tremia bastante.

    — Você vai morrer! Não faça isso!

       Cale pressionou as têmporas com os dedos.

    *Suspiro.*

       O número de pessoas que o seguiam diminuía à medida que ele se aproximava da árvore devoradora de homens no topo da colina, no entanto, o dono daquela voz continuou a segui-lo.

    — Sempre há punks intrometidos, não importa onde você vá.

        Cale franziu a testa ao virar a cabeça. Ao fazê-lo, notou uma menina que parecia ter uns 10 anos, segurando a mão do irmão mais novo enquanto o observava. Seus olhos estavam cheios de preocupação.

       Ao ver que Cale estava franzindo a testa e olhando para ela, a jovem tropeçou nas palavras e começou a resmungar.

    — É uma árvore devoradora de homens. Você vai m-morrer.

    — Eu não vou morrer.

       Cale tirou dois pães do saco e jogou na direção da menina. Não importava se rolassem no chão, pois estavam todos embalados individualmente.

    — Pegue isso e suma daqui.

       O menino agarrou o pão imediatamente, mas a menina ainda hesitava. No fim, Cale precisou usar sua identidade. Ele se levantou e colocou a cabeça para fora da cerca.

    — Vocês dois não sabem sobre o Cale, o lixo?

       O rosto da jovem empalideceu. Seu irmão mais novo apenas olhou para Cale antes de pegar o outro pão para a irmã e começar a puxá-la pelo braço.

    — Noona.2

    — Aham.

       A jovem olhou para a árvore e para Cale enquanto era puxada.

    — Você não pode morrer.

       Cale estalou a língua para a jovem que continuou a dizer aquilo, antes de se certificar de que não havia mais ninguém por perto enquanto se sentava debaixo da árvore. Ninguém conseguiria ver o que ele estava fazendo a menos que chegasse bem perto da cerca.

    — Vamos começar.

       Ele começou tirando um pão do saco e colocando-o naquele buraco. Sua mão logo desapareceu na escuridão sob a árvore, e Cale sentiu uma sensação fria quando o pão em sua mão desapareceu.

       Ele sentiu como se toda a sua mão pudesse ser sugada e rapidamente a retirou.

       A escuridão no buraco embaixo da árvore ainda era a mesma.

    — Se você morrer com rancor, você tem que resolver esse rancor.

       Esta árvore devoradora de homens não era realmente uma árvore devoradora de homens. Era uma árvore que comia qualquer coisa. Era o efeito colateral do poder deixado pela pessoa que morreu de fome. Mas para tal coisa estar relacionada a uma força ancestral… era cômico, mas tornava a experiência mais realista.

    — Lembro que dizia que eu precisava alimentá-lo até que a escuridão desaparecesse.

       A escuridão no buraco sob a árvore não era resultado da sombra. Era a escuridão formada pelo rancor.

       Isso não poderia ser feito com outras pessoas. Uma pessoa tinha que continuar a fornecer uma grande quantidade de comida até que a escuridão desaparecesse. Quando a escuridão finalmente desaparecesse, a luz que estava escondida por baixo apareceria.

    Quando ele consumir essa luz, o Escudo Indestrutível se tornará de Cale.

    — Coma tudo o que quiser.

       Cale colocou a abertura do saco no buraco e despejou todo o pão nele. Em uma situação normal, aquele pequeno buraco deveria estar cheio de pão, mas a escuridão permaneceu até quando Cale removeu o saco.

    — Acho que vou precisar de mais umas dez sacolas grandes.

       A escuridão no buraco estava um pouco mais fraca do que antes.

       Dez sacos. Só alguém como Cale, com 3 milhões de galeões poderia dizer uma coisa dessas sem pensar duas vezes.

    *Estrondo*

        Um grito estranho pareceu ressoar da árvore. Parecia dizer que estava com fome e pedir mais comida. Cale sentiu como se a escuridão pudesse subitamente se aproximar e agarrá-lo.

    — …É um pouco assustador.

       Cale se levantou rapidamente. Sentia que não deveria ficar ali por muito tempo.

    — O que um rancor estúpido pode fazer?

       A gula era uma coisa assustadora.

    — Voltarei amanhã.

        Cale se despediu da árvore barulhenta como se fosse uma pessoa e saiu da área cercada. Cale notou os irmãos comendo o pão assim que entrou na favela.

       Para alguém que alegava não ir lá porque era uma árvore carnívora, eles pareciam estar gostando dos pães. Deviam estar gostando do sabor, pois ambos pareciam muito felizes.

        Cale bufou para os irmãos antes de ignorar seus olhares. No entanto, o olhar deles não estava nele, mas na sacola que estava cheia de pão antes, mas agora estava vazia. Provavelmente estavam curiosos.

        Mas o que eles podiam fazer? Não podiam fazer nada.

        Essas crianças provavelmente estavam com medo demais para sequer chegar perto da árvore carnívora. No entanto, é sempre bom prevenir. Seria ruim se elas subissem na árvore, enfiassem a cabeça no buraco e fossem comidas.

       [‘As crianças das favelas não têm medo. Isso porque valorizam mais um único grão de arroz do que uma lâmina que se aproxima. A morte está sempre ao seu redor, então elas não temem a morte. Elas temem a fome mais do que a morte.’]

    Foi algo que foi escrito em O Nascimento de um Herói.

    Foi por isso que Cale decidiu falar com os dois irmãos.

    — Se você quiser comer pão novamente amanhã, não diga nada.

       Os dois irmãos não disseram nada. Estavam seguindo imediatamente a ordem de Cale. A jovem, que antes parecia hesitante, colocou a mão na boca do irmão e fingiu não ver Cale. Cale sorriu e achou que ela era bem esperta, enquanto saía rapidamente da favela.

       As pessoas na favela que sabiam que Cale tinha ido até o topo da colina olhavam para ele, imaginando que loucura ele estava fazendo agora, mas Cale gostava desse tipo de olhar.

       As pessoas do lado de fora das favelas também olhavam para Cale de forma estranha, mas Cale não se importava com esses olhares.

    — Ah, jovem mestre. Você voltou.

       Quando Cale retornou à casa de chá, Billos o recebeu muito feliz.

    — Sim. Traga-me uma xícara de chá nova. Uma refrescante desta vez.

       Cale voltou para seu lugar no terceiro andar. O lugar deveria estar bem movimentado àquela hora, mas não havia mais ninguém no terceiro andar. Todos estavam evitando o lixo da família do Conde. Era por isso que Cale conseguia relaxar.

    — Aqui está o seu chá, jovem mestre. Também trouxe algumas sobremesas.

    — Ah, ótimo. Obrigado.

      Cale continuou olhando para o portão da cidade enquanto tomava um gole de chá. Billos observou o rosto de Cale com uma expressão estranha antes de sair silenciosamente do terceiro andar. Era estranho ouvir Cale agradecendo a alguém.

       Cale continuou a pedir chá e sobremesas enquanto olhava pela janela até o céu lentamente ficar alaranjado e o sol se pôr. Ele só se levantou quando a noite chegou e estava escuro lá fora.

       Agora era hora de interagir com o cara perigoso que viria de fora do muro.

    1. é bem icônico nessa obra se referir aos outros como “punk”, então deixarei esse termo mesmo[]
    2. noona em coreano tem o significado de “Irmã mais velha”[]

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