Capítulo 126: Pesadelo (2/4)
Ele não conseguia contar quantas vezes isso tinha acontecido.
Depois que ela disse “Eu voltarei” e saiu pela porta, ele olhou para a porta fechada por um longo tempo antes de abri-la.
Quanto mais perto ele chegava dela, mais seu corpo se despedaçava. Seu corpo estava à beira de se tornar um cadáver, assim como nos momentos finais de sua vida passada.
No entanto, ele não conseguiu parar. Ele rastejou em direção a poça onde Renee caiu morta.
Foi assim que ele a descobriu e, no momento em que ele estendeu a mão, o tempo começou a voltar.
Vera, que retornou ao barraco, mordiscou os lábios dele ao entrar pela porta.
‘É o Grimório.’
Não havia dúvidas sobre isso.
Foi uma alucinação feita por [Os Sussurros do Demônio dos Sonhos].
Ele não pôde deixar de pensar em como essa situação correspondia ao que Miller disse no caminho para a Academia.
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– Este grimório é incrivelmente maligno. Ele desencadeia o trauma das pessoas e repete constantemente a mesma cena. É assim que ele devora sua mente repetidamente, e você naturalmente se transformará em pele e ossos no final!
De fato, era um grimório verdadeiramente malicioso, exatamente como Miller havia descrito.
Mesmo sabendo que era uma alucinação, a cena repetida o aterrorizava.
Vera mordeu os lábios com mais força.
Mastigar–
Ele mordeu os lábios com tanta força que fez um som e então jorrou sangue.
Só então ele recuperou algum controle sobre seu corpo.
“Preciso encontrar a Santa.”
Ele deve sair daqui para salvar Renee. Ele não conseguia nem começar a pensar no que aconteceria com Renee, que ainda estava na adolescência, se ele, que havia suportado todos os tipos de dificuldades, pudesse estar em tal estado. Ela deve estar mais apavorada do que ele.
Vera refletiu sobre o que Miller lhe disse com raiva no rosto.
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– Isso ainda não é o pior! Você não vai acordar desse sonho mesmo se recuperar a consciência. E ele não acaba mesmo quando você consegue sair daquela cena! A premissa desse sonho é “repetição”. Se você passar por essa fase do seu sonho, você terá que passar por um loop infinito novamente na próxima fase, e depois que passar por outra fase, você será pego em um loop infinito. É quando sua cabeça dói até a morte.
– Existe alguma saída?
– Bem, suponho que sim. Você precisa limpar todas as fases. Já que sua memória serve como uma estrutura para seu sonho, o sonho vai quebrar quando o Grimório ficar sem alucinações para criar.
Se as palavras de Miller estivessem corretas, então esta seria a ‘primeira fase’.
A condição de limpeza era provavelmente…
‘… Impedir que Renee saia por aquela porta.’
Na primeira rodada, Renee cambaleou em direção à porta, estendeu a mão e disse.
“Eu voltarei.”
Ela disse, fazendo uma promessa que nunca cumpriria.
Vera sentiu sua mente ser abalada novamente ao testemunhar aquela cena. Ele mordeu com força, rasgando os lábios para recuperar a compostura.
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Ele fez isso e disse: “Espere… um pouco.”
Pausa.
Renee parou. Ela olhou para trás e perguntou, inclinando a cabeça.
“O que está errado?”
Suas marcas de queimadura se enrugaram seguindo sua voz clara.
Os olhos de Vera tremeram ao observá-la.
O sorriso que ele não via há algum tempo e a luz que não diminuía nem mesmo naquela toca terrível, tudo isso lhe despertava uma certa sensação de nostalgia.
Ele deveria ter dito algo, mas no instante em que reconheceu aquela voz e aquele sorriso, todos os pensamentos desapareceram.
Enquanto sua mente se desvanecia, as palavras de Miller, tão cheias de vida, soavam como uma zombaria.
– Bem, para simplificar, é praticamente impossível. O Grimório não desencadeia apenas traumas.
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– O que você quer dizer?
– É uma alucinação da qual você não consegue escapar mesmo quando recupera a consciência. Foi feita dessa forma. Sua fraqueza interior dentro da alucinação será acionada no instante em que você a reconhecer como uma alucinação e quiser fugir. Então, mesmo que você esteja ciente de que isso é um sonho, você não conseguirá acordar e desejará ficar lá para sempre.
Ele tinha certeza de que nada poderia descrever melhor sua situação do que isso.
– Pode mostrar o maior desejo de uma pessoa, bem como seus arrependimentos mais agonizantes. Como se dissesse ‘você pode realizar seu desejo neste sonho’.
“Vou embora agora se você não tem mais nada a dizer.”
As palavras de Renee ressoaram.
Com o rosto completamente contorcido, Vera se levantou, correndo em sua direção como uma criança procurando por sua mãe. Ele agarrou seu pulso.
“Espere, espere…”
Um olhar de surpresa cruzou o rosto de Renee quando ela parou no meio do caminho.
Quando Vera estava prestes a dizer algo…
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“Você consegue se levantar agora?”
Renee disse com uma voz que parecia conter o mundo inteiro, como se ela tivesse experimentado uma alegria insondável.
“Olha só isso. Eu te disse que você conseguiria se levantar, certo?”
Um sorriso brilhante surgiu sobre as marcas de queimadura irregulares. Renee, que lentamente estendeu a mão, tocou a mão de Vera.
A textura áspera da mão dela e sua risada, que lembrava pérolas rolando, deixaram Vera sem fôlego, fazendo com que ele fizesse uma careta e acenasse involuntariamente com a cabeça.
***
Em um barraco que poderia desabar a qualquer momento. Em um lugar onde havia apenas algumas pilhas de lixo podre, Vera olhou para Renee.
Ela continuou a rezar, encostada no mesmo lugar de sempre, segurando firmemente o rosário na mão.
Isso realmente fez Vera sentir como se estivesse de volta àquele momento.
Vera insistiu consigo mesmo.
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Não é hora de fazer isso. Tenho que passar para a próxima fase rapidamente.
Ele teve esses pensamentos.
“…Você não está com fome?”
Incapaz de encontrar uma maneira de se livrar da alucinação diante dele, Vera apenas franziu a expressão.
“…Estou bem.”
Ele falou informalmente. Ele fez isso porque havia um desejo de não reconhecê-la, e dizer que tudo era alucinação.
No entanto, dizer isso fez Vera se sentir nostálgico, como se ele tivesse retornado àquela época.
Renee se ajustou no assento antes de virar a cabeça para Vera.
“Você disse que consegue ficar de pé agora, mas não se esforce ainda. Você pode se recuperar completamente se comer e dormir bem. Então, por favor, me avise se estiver com fome.”
…Ela falou suavemente como se estivesse tentando acalmá-lo.
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Vera inadvertidamente sentiu sua raiva aumentando e explodiu.
“…Não a imite.”
“O que você quer dizer?”
“Você é a personificação maligna do Demônio dos Sonhos. O pior tipo de lixo. Estou dizendo que você deveria pelo menos ser capaz de discernir até que ponto pessoas como você podem tentar imitá-la.”
Ele olhou para Renee como se fosse matá-la.
Diante dessas palavras, Renee caiu na gargalhada e disse:
“Oh, você teve um sonho como esse? Nossa… que sonho assustador deve ser.”
Ela abriu bem os braços.
“Venha aqui. Deixe-me confortá-lo. O sonho assustador não está mais aqui.”
“Cale-se.”
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“Ser rude não é bom. Palavras são um reflexo do comportamento de alguém. Se você continuar dizendo coisas ruins assim, sua personalidade pode piorar.”
“Cale a boca. Fale mais e eu vou te despedaçar.”
“Você gostaria de tentar isso?”
Renee perguntou, inclinando a cabeça. As marcas de queimadura enrugadas formaram um sorriso que era inconfundivelmente o dela.
“Pensando bem, você disse que me daria um tapa na bochecha quando conseguisse se levantar. Acho que agora é sua chance.”
Renee se levantou e se aproximou lentamente de Vera. O corpo de Vera enrijeceu.
“Aqui, faça isso. A você, que é capaz de se levantar, eu alegremente oferecerei meu corpo.”
Vera parou de respirar. Seus olhos se arregalaram.
Ele cerrou o punho. Foi uma ação que ele tentou em resposta ao descarado Demônio dos Sonhos, mas…
“…Sua praga.”
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Ele não conseguiu fazer isso.
Tudo o que ele conseguia fazer era proferir maldições por medo.
A expressão de Vera se contraiu.
O sorriso de Renee aprofundou ao ver isso, então ela assentiu.
“Me avise se você mudar de ideia.”
Essas também eram palavras que a versão dela em sua memória diria.
Vera mordeu os lábios, tentando ignorar.
***
Ele perdeu a noção de quanto tempo havia passado.
Tudo o que Vera fez foi permanecer firme e ignorá-la.
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“Como você está se sentindo hoje?”
“Não é da sua conta.”
“Quem mais estaria preocupado com você se não eu?”
“Cale a boca, vagabunda.”
“Meu Deus, eu posso fazer isso mesmo com esse corpo?”
“Sua parasita.”
“Você não está enganado. Se você pensar bem, é uma vida que está sobrevivendo às custas dos outros.”
A alucinação era exatamente como ela em sua memória.
Seu tom suave, sem perder o ritmo nem uma vez em sua fala, e o sorriso que nunca desapareceu no meio de tudo isso. Era exatamente a mesma Renee que Vera lembrava.
Vera não podia admitir, então ele perguntou em um acesso de raiva.
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“Qual é a próxima fase?”
“Não tenho certeza do que você está perguntando.”
“Não se faça de inocente comigo. Você não vai me devorar de novo? Estou dizendo para você tentar de tudo. Vou pisotear todas elas, levantar e sair deste lugar.”
“Mhm, essa é uma boa determinação. A vida é sobre superar as tempestades que vêm em sua direção e se manter firme.”
Sua raiva explodiu.
Ele ficou furioso consigo mesmo, pois sentiu nostalgia por aquelas palavras.
Vera cerrou o punho antes de acrescentar.
“Você é uma coisa horrível.”
“Se você está falando sobre minha aparência, como eu disse outro dia, as pessoas costumavam me olhar com admiração antes do meu corpo chegar a esse estado…”
Bang–!
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Vera bateu o punho no chão antes de gritar com raiva.
“Eu disse para você ficar quieta!”
“Eu não quero.”
Vacilar—
Vera congelou.
Com isso, o sorriso de Renee se alargou.
“Como posso ficar quieta enquanto você fala com tanta paixão?”
A expressão de Vera tremeu. Imediatamente depois, ele mordeu os lábios e falou com voz contida.
“…Eu não estou fazendo isso por você, vadia.”
“Sim, eu posso ver isso. Você está fazendo isso para manter sua vontade de viver.”
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Renee falou, colocou a mão sobre a boca e acrescentou com uma risadinha.
“Já que você se esforçou tanto para recuperar suas forças e se melhorar, rezarei para que você use essa nova vida de forma significativa.”
“Eu farei isso mesmo sem você me dizer, vadia.”
Vera explodiu, olhando ameaçadoramente para Renee antes de resmungar.
“Sabe? Eu fiz um juramento à verdadeira Santa, não a você, de que eu me tornaria bom. Eu vivi enquanto suprimia todos os pensamentos malignos e mal cheguei até aqui. Estou me preparando para finalmente me aproximar daquela luz.”
Vera nem sabia por que ele estava lhe contando isso.
Ele provavelmente queria dizer à ilusão que não estava abalado.
Ele provavelmente queria dizer que as palavras dela não significavam nada porque ele já estava vivendo para a verdadeira Renee.
Porém, em meio a tudo isso, o certo era que Vera, que estava falando naquele momento, sentia uma sensação de sufocamento na garganta.
“Estou me preparando para abordá-la. Até mesmo alguém como eu pode se tornar uma pessoa justa porque a Santa está aqui, acreditando em mim e na minha capacidade de viver dessa forma. Então, eu voltarei. Voltarei a Santa e provarei que você não é nada além de uma ilusão.”
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Engraçado que Vera conseguiu contar a ela coisas que ele não conseguia contar a Renee.
Esse foi o erro de Vera.
Essas foram palavras que ele nunca deveria ter dito.
A reação que ela teve ao ouvir isso, e as palavras que ela proferiu com um sorriso que enrugou suas marcas de queimadura foram…
“Estou muito feliz por você.”
Suas palavras abalaram Vera ainda mais.
“Se for você, acho que é possível. Então, de hoje em diante, acho que vou rezar por isso?”
Vera foi levado a acreditar pelo que ela disse que ‘talvez’ não fosse uma ilusão, e que ele poderia estar realmente encontrando Renee de sua vida passada. Ele teve tais pensamentos por causa dessas observações.
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