Capítulo 129: Divergência (1/3)
Vera arrastou Renee para fora do barraco para pôr fim à comoção.
No beco em frente ao barraco, Vera tinha uma expressão preocupada enquanto observava Renee em frenesi.
“Você viu isso, Vera? Ela é uma fraude completa! O que ela disse mesmo? Eu trouxe uma refeição para você, então por que você não come e se acalma? Ha! Quem disse que eu comeria a comida que ela trouxe?”
Diga isso depois de se livrar da baba.
Observando Renee divagar incrédula enquanto babava, muitos pensamentos passaram pela mente de Vera.
‘O olfato dela também é estranho?’
Ela parecia ter outros problemas além da visão e do paladar.
Enquanto ele pensava, Renee insistiu com Vera novamente.
“Vera, você não me chamou para dizer que eu exagerei, não é? Se você está do lado dela, eu vou…!”
A maneira como suas palavras se arrastavam antes de fechar a boca mostrava uma pitada de ansiedade. Ela se aproximou lentamente com os braços cruzados como se dissesse: ‘É melhor você responder bem’.
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Observando-a, Vera sorriu inconscientemente, arregalando os olhos ao perceber repentinamente sua condição.
‘…Minha mente.’
Está ficando mais clara.
Parecia que a névoa que havia nublado sua mente o tempo todo havia se dissipado. Ele não sentia a ansiedade que o atormentava desde que entrou na alucinação.
Ao pensar em quando tudo começou, uma resposta clara lhe veio à mente.
‘…Santa.’
Após a chegada de Renee, ele ficou assim depois de ver Renee ficar tão agitada.
Vera olhou para Renee com uma expressão turva, e logo um pequeno sorriso apareceu em seus lábios.
Foi um momento em que ele se lembrou de que ela era sua única luz. Um momento em que ele percebeu que a luz que o guiou para não se desviar do caminho certo estava bem aqui.
Tais sentimentos levaram Vera a responder com ternura.
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“…Eu estou sempre do seu lado, Santa.”
“Mas por que uma mulher diferente aparece no seu sonho?”
Renee acertou em cheio.
Vacilar—
Vera tremeu.
“Hm? Que desculpas você vai dar, hein? Isso se chama traição! Traição! Você sabia?!”
Ela disse com um sorriso de escárnio.
Vera soltou uma tosse e deu um sorriso forçado.
A raiva de Renee fez com que Vera superasse sua hesitação, e ele falou com firme determinação.
“Estou inquestionavelmente do seu lado.”
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“…Tem certeza?”
Seu rosto estava tingido de dúvida. No entanto, por outro lado, suas bochechas estavam vermelhas.
Vendo isso, Vera sentiu que era hora de contar seu segredo.
“Santa.”
“O que?”
Um tom curto que expressava sua insatisfação.
Vera refletiu sobre o que diria antes de dar uma resposta.
“Você não me pediu para lhe contar sobre esse sonho?”
Renee fez uma pausa. A expressão de Vera suavizou devido à sua reação.
“Pode ser uma história um pouco longa.”
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Não poderia ser curto porque ele teve que contar a ela tudo sobre sua vida passada para explicar esse sonho.
“Tudo bem?”
Ela perguntou a ele seriamente. Renee teve um palpite de que esse seria o momento em que ela ouviria sobre a visão que Orgus lhe mostrou.
Para simplificar, era hora de Vera revelar o que ele estava escondendo com tanto empenho.
Renee decidiu confessar o que estava escondendo, para que Vera não tivesse medo de contar.
“…Vera.”
“Por favor, diga.”
“Vera viveu mais do que eu pensava, certo?”
Os olhos de Vera se arregalaram. A mão dele apertou a dela.
Renee engoliu em seco, pensando em suas especulações de que ‘Vera é muito mais velho que eu’ ou ‘Vera está escondendo sua idade porque ele se transformou em uma criança por algum motivo antes de vir para o Reino Sagrado’ e proferiu.
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“Nas favelas. Não aqui, mas nas favelas verdadeiras que visitamos antes.”
“…Sim.”
“Eu encontrei Orgus e tive uma visão de Vera no passado…”
Renee pensou que não contar a Vera, que escolheu ser honesto, seria desonesto, então ela acrescentou.
“Tenho certeza de que isso aconteceu no passado distante, mas naquela visão Vera tinha uma voz mais madura do que agora.”
Ela ainda não sabia o contexto, então Vera talvez pudesse esclarecê-lo para ela.
“Eu vou acreditar em tudo que Vera diz, então você pode ser honesto comigo?”
Renee levantou a cabeça. Com uma expressão determinada, ela olhou para a figura borrada que lembrava Vera.
Vera ficou muito emocionado com sua aparência, seu discurso e com a percepção de que ela nem sempre foi ignorante em relação a ele.
Presenciar a visão de Orgus durante seu último momento significava que ela viu seu estado horrível no passado, mas ele estava muito grato a ela por mostrar seu amor inabalável apesar de tudo isso.
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Vera assentiu. Seus lábios tremeram brevemente enquanto sua mente conjurava palavras.
Ele ainda não tinha certeza de ‘como abordar o assunto’, embora tivesse tomado a decisão de contar a ela.
Vera, que estava agonizando há algum tempo, acalmou seu coração e falou.
“…Voltei no tempo.”
Ele primeiro revelou que era um regressor.
“E aquela mulher era a Santa da minha vida anterior.”
Ele continuou, revelando esse fato.
Vamos fazer isso.
“…Perdão?”
Encolhendo-se, Renee respondeu com uma expressão idiota no rosto.
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***
Uma longa, longa história se seguiu.
Sobre as escolhas que ele fez e o caminho que ele percorreu depois de receber o Estigma pela primeira vez nas favelas, e também como isso terminou.
A expressão de Renee mudou para surpresa quando ela estabeleceu uma ligação mais clara entre a história de Vera e o que ela viu na visão de Orgus.
“Obtive o Estigma e saciei minha ganância.”
Houve descrença.
“Eu unifiquei as favelas e construí um castelo com minha ganância.”
Houve choque.
“…No final de uma vida assim, conheci a Santa da minha primeira vida.”
Conforme a história avançava, a parte sobre o encontro de Vera com ela em sua primeira vida o deixou envergonhado.
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Como ele poderia não ficar? Quão embaraçoso seria revelar que Renee estava se insultando?
“…Portanto, voltei no tempo. E foi assim que encontrei a Santa nesta vida.”
Então, Renee ouviu sua história com o rosto vermelho.
“…Eu não quero que a Santa sofra tal destino novamente. Eu quero proteger você e assemelhar-me à sua luz, mesmo que um pouco. É por isso que eu procurei por você.”
No final de sua história, apenas uma emoção emergiu.
Era dúvida.
Renee franziu o cenho. Sua voz soou grave enquanto ela falava.
“…Vera.”
Vera respondeu nervosamente.
“Sim, vá em frente.”
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Era a primeira vez que ele explicava seu passado com tanta franqueza, então ele estava nervoso.
Mas a próxima pergunta imediatamente dissipou todos esses sentimentos.
“Você não acha estranho?”
“O que?”
“Deixe-me perguntar primeiro. Você sabe como abrir mão do seu poder de Apóstolo?”
Renee estava com uma carranca tão grande que não conseguia contorcer mais o rosto enquanto falava.
…Ela não conseguiu evitar.
“Eu acho estranho. Assim que recebemos o Estigma, todas as instruções para usar o poder são impressas em nossas mentes, o que nos permite usá-lo com facilidade…”
O que Vera acabou de dizer não vai contra esse fato óbvio?
“…Eu não sei como desistir do meu poder. Se eu soubesse disso, eu teria desistido no dia em que recebi meu Estigma.”
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Ela, que conhecia o seu poder de Apóstolo e seu uso, não sabia como, mas Vera disse que desistiu de seu poder na primeira vida e foi para as favelas.
Até onde ela sabia, não havia como remover o Estigma que lhes foi concedido, mas Vera fez parecer possível.
Vacilar–
Vera fez uma pausa.
Ele respondeu com a voz trêmula e uma expressão perplexa.
“Buscando a ajuda dos Deuses…”
“Você sabe como? Não, é possível pedir ajuda aos Deuses? Mesmo no Reino Sagrado, Rohan, que é o mais próximo dos Deuses, só ouve suas vozes de maneira fragmentada, não é?”
As pupilas de Vera tremeram.
Seu coração afundou no momento em que ouviu Renee lhe fazer essas perguntas.
Refletindo, ela tinha razão.
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Ele nem sabia como abrir mão do Estigma, seu poder.
Mas por que ele pensou que isso era ‘certamente’ possível?
Como Renee, da primeira vida, conseguiu fazer isso?
Balança–
Vera cambaleou para trás.
Renee continuou dizendo.
“…Que estranho. É realmente estranho.”
Havia algo que se tornou mais certo a partir da reação de Vera. Ela sentiu uma estranha sensação de discrepância que estava se tornando convicção ao ouvir a história.
“Vera.”
“…Sim, sim.”
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“Tudo o que você lembra é verdade?”
Ela não sabia nada sobre a primeira vida dele. Afinal, ela nunca tinha experimentado nada parecido antes.
No entanto, ela podia apontar com segurança que algo estava estranho.
“…Sobre a eu da sua vida anterior. Como consegui sobreviver à favela sendo cega e impotente? Vera sabe melhor do que ninguém que não é um lugar onde eu possa simplesmente implorar pela minha vida. Não, mais do que isso, o que o Reino Sagrado fez enquanto eu estava fora?”
O que o Reino Sagrado fez?
O Reino Sagrado que ela conhecia nunca foi de simplesmente assistir tais eventos se desenrolarem.
“Mesmo que o Imperador Sagrado tenha falecido, os outros Apóstolos ainda estariam por aí, não? Vera não disse que todos os nove Apóstolos, incluindo o Apóstolo da Morte, o próximo Apóstolo do Julgamento e o próprio Vera vieram ao mundo?”
Eram sete pessoas, sem contar Vera e ela.
Era estranho que Vera acreditasse que haveria uma guerra no continente para lutar por ela, e essa foi a razão pela qual ela desistiu de seu poder na primeira vida.
“…Vera também sabe disso, certo? Exceto pelas Espécies Antigas, não há um único ser vivo no continente que os Apóstolos não possam derrotar. Afinal, somos meio-deuses.”
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O poder associado ao número de apóstolos não era aditivo.
“Com cada novo Apóstolo, a combinação de nossos poderes faz com que nossa força dobre. Já que todos neste continente estão cientes disso, ninguém está mirando no Reino Sagrado.”
Isso explicava por que aquela pequena terra, cujo território consistia apenas de uma fortaleza, conseguiu sobreviver por tanto tempo.
“…Por que Vera acreditou que uma guerra seria iniciada por minha causa?”
Por que Vera, que era mais inteligente do que ela e conseguia avaliar inúmeras variáveis ao mesmo tempo, não conseguiria saber disso?
Enquanto esperava por uma resposta, Vera cambaleou.
“Vera!”
Enquanto Renee tentava apoiá-lo, Vera conseguiu manter o equilíbrio antes de tentar suavizar seu rosto enrugado.
Era porque quanto mais ele ouvia, mais perguntas ele tinha e sua mente era consumida por uma dor latejante.
Ele não apenas não percebeu o óbvio, mas também o entendeu mal, deixando sua mente em frangalhos.
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Foi então que Vera percebeu.
‘Minha consciência…’
Está distorcida.
Havia buracos em suas memórias. Esta era uma memória falsa.
Era uma peça que nem encaixava direito, como se alguém a tivesse forçado.
Assim que percebeu, ele continuou sua dedução.
‘Desde quando começou?’
Não sei.
Não havia pistas suficientes para determinar quando sua memória começou a ser distorcida e o que causou isso.
Mas.
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‘Quem…’
Quem fez isso?
A resposta para isso foi ridiculamente fácil.
Cada memória distorcida que ele reconhecia estava relacionada a uma pessoa.
Vera virou a cabeça para o barraco.
Em direção à figura que estava sentada sozinha lá dentro.
Vera continuou olhando para ela com uma expressão atordoada, sua mente acelerada.
Se houvesse alguém com a capacidade de distorcer sua mente…
‘…Renee.’
Ela era a única pessoa capaz de fazer isso.
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