Capítulo 71: Medo (1/3)
A luz dourada desapareceu lentamente. Ao mesmo tempo, o corpo de Galatea estava se desintegrando em cinzas.
No meio da luz que se desvanecia lentamente, Vera caiu de joelhos e ofegou por ar.
Baque-
Depois disso, houve um som de estalo.
Crack—
Um estalo soou mais uma vez.
Vera virou lentamente a cabeça para ver a origem do estalo. Foi a Espada Demoníaca.
“Ah…”
Crack—
Uma rachadura estava se espalhando do punho da Espada Demoníaca até sua lâmina.
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De certa forma, era natural. Depois de resistir ao ataque da ofensiva de Galatea e ser usada com a divindade além de seus limites, não havia como uma Espada Demoníaca que não fosse uma obra-prima totalmente concluída pudesse resistir a isso.
Vera gemeu de arrependimento ao ver a Espada Demoníaca quebrada, e seu corpo de repente começou a se contorcer de náusea.
Hulk—!
Todo o seu corpo tremia. Algo dentro de seu estômago estava regurgitando.
E derramando-se no chão havia sangue enegrecido.
“Behulp…!”
Ele cerrou os dentes e tentou engoli-lo, mas não adiantou. Vera engasgou novamente e começou a vomitar o sangue restante.
Thump—
Thump—
Seu coração estava batendo forte. Ele estava perdendo tanto sangue que sua cabeça começou a girar.
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Ele esperava que isso fosse o fim da dor angustiante, mas, infelizmente, o recuo ainda não havia começado completamente.
Assobio—!
Sua alma queimou. Em resposta, todo o corpo de Vera começou a tremer.
“Ughh…!”
Vera caiu no chão e começou a se abraçar.
A dor percorreu todo o seu corpo. As repercussões de seus esforços inúteis para cumprir o Juramento estavam começando a cobrar seu preço.
O poder de um Juramento não era um poder que vinha sem consequência.
Era uma habilidade que deveria ser usada como premissa para recuperar o poder quantificado correto a um preço tangível e claro.
Mas as regras que Vera trouxe para esta batalha não eram nada claras.
Considerando que ele lutou com coisas não quantificáveis, como ‘acalmar a sua mente’ e ‘cumprir o seu dever’, e que no final foi capaz de o fazer, era natural que houvesse uma reação negativa, uma vez que ele conquistou o poder sem definir um preço na forma de um ‘voto’.
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“Kuluk…!”
O sangue jorrou de sua boca novamente.
Não era o sangue negro que ele estava derramando o tempo todo, mas sim sangue fresco e carmesim.
‘A espada que perfurou o coração de Galatea’.
O corpo e a alma de Vera estavam sendo tomados pelo preço de materializar aquela espada, pelo preço de manter algo além de seu alcance.
Sua carne foi esmagada e seus ossos triturados. Suas entranhas estavam se contorcendo e sangue estava sendo derramado.
A dor de ter sua alma usada como lenha era insuportável, mesmo para Vera, que havia dado um passo rumo ao reino do extraordinário.
Vera tentou à força parar seus pensamentos que pareciam poder explodir a qualquer momento, e tentou se levantar, mas tudo o que conseguiu foi cair de volta no chão.
‘Para a Santa…’
Ele teve que voltar para Renee.
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Ele teve que ficar ao lado dela o resto do dia, como se nada tivesse acontecido. Ele não deveria estar deitado aqui.
Ele tentou acalmar sua mente, mas seus pensamentos permaneceram reprimidos.
Só assim, Vera caiu no chão e perdeu a consciência, quase morrendo.
***
Saindo em uma manhã lenta, Renee, groguemente acordada, balançou a cabeça diante da atmosfera um tanto sombria ao seu redor e conseguiu fazer uma pergunta.
“O que está acontecendo?”
“…Hum.”
Hela estremeceu com as palavras de Renee, hesitando.
Ela se perguntou se agora era o momento certo para dizer alguma coisa.
Que Vera saiu na calada da noite com sua espada e não voltou.
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Até mesmo a desinformada Hela percebeu que o resultado não seria bom se ela dissesse essas palavras para Renee.
Hela não teve coragem de dizer isso, então sinalizou para Norn.
‘Me ajude.’
Foi o sinal.
Os olhos de Hela encontraram os de Norn e então se voltaram para Dovan ao lado dele.
A atmosfera foi engolida pelo silêncio.
“A propósito, onde está Vera? Ele foi treinar?
Renee falou novamente. Renee lembrou que Vera costumava sair da sala de manhã cedo para praticar, mas a atmosfera ficou mais sombria com essas palavras.
Pouco tempo se passou antes que Dovan, sentado em frente a Renee, agarrasse os braços da cadeira de rodas e falasse com uma voz rouca e distorcida.
“…Ele saiu no meio da noite e não voltou.”
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“O que?”
A cabeça de Dovan caiu. Foi devido ao arrependimento que tomou conta dele.
Ocorreu-lhe que tinha sido um erro mandar Vera embora sozinho na noite anterior com a espada desembainhada.
“…O Senhor Vera saiu da forja ontem à noite com a espada na mão e ainda não voltou. Parecia que ele iria para uma batalha. Ele disse que estaria de volta ao nascer do sol…”
De repente.
O sorriso no rosto de Renee estava distorcido.
“Do que você está falando?”
“…me desculpe, eu não deveria tê-lo mandado embora daquele jeito.”
“Mestre…”
A voz de Dovan estava cheia de arrependimento.
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Renee, que sentia esse arrependimento melhor do que qualquer outra pessoa na sala, começou a empalidecer com a imagem que de repente apareceu em sua mente.
Vera saiu para lutar em segredo. Sem contar a ela e enquanto ela dormia. E ele ainda não tinha voltado.
Esses fatos se entrelaçaram para formar um cenário.
‘Vera esta…’
Era perigoso.
“E-eu tenho que ir encontrar…”
Um murmúrio fluiu sem seu conhecimento. Sua bengala se estendeu. Renee esticou o pé, logo seguido por um ‘tak”, mas seu passo desajeitado foi apressado e vacilante e a fez cair no chão.
Flump—
Renee vacilou, seguida pela voz de Norn.
“Santa!”
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Norn rapidamente se adiantou para apoiá-la. Apoiando-se nele, Renee deu mais um passo à frente com seu cajado, apenas para hesitar novamente, como uma boneca com um fio quebrado.
Uma expressão de tristeza tomou conta do rosto de Norn e Hela.
Norn mordeu o lábio com força, depois olhou para Renee e falou.
“Hela e eu iremos procurar. Deveria estar bem. É o Senhor Vera, não é? E quem conseguiria colocá-lo em risco?”
“Sim… sim…”
Uma resposta atordoada escapou da boca de Renee.
A expressão de Norn ficou séria com a visão e ele se virou para Hela.
“Hela, vamos indo imediatamente.”
“Entendido.”
“Santa, por favor, espere só um momento.”
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Acenar.
A cabeça de Renee balançou fracamente para cima e para baixo.
Norn e Hela foram embora, e Aisha, que não sabia mais o que fazer, correu atrás deles, gritando.
“Vou procurá-lo também!”
Mesmo enquanto eles se afastavam, Renee permaneceu onde estava, com uma expressão atordoada no rosto.
***
Voltando para seu quarto com a ajuda de Dovan, Renee se enrolou como uma bola na cama e começou a tremer sem parar.
Eles haviam partido no final da manhã e não tinham retornado no final da tarde.
Deveria haver notícias sobre algo agora. No entanto, ela podia sentir a ansiedade crescer dentro dela, pois não havia nenhuma notícia.
‘Vai ficar tudo bem. Nada vai acontecer.’
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Apesar de se tranquilizar, ela não conseguiu suprimir sua ansiedade.
Quanto mais ela ficava agachada sozinha no escuro e quanto mais esperava, mais sua ansiedade assumia uma forma mais concreta, criando uma imagem assustadora.
Vera pode estar morto.
O pensamento nunca saiu de sua mente.
As pontas dos dedos tremeram e ela sentiu a ilusão de um calafrio pairando sobre as pontas dos dedos.
Renee estremeceu ao perceber que estava acariciando o cadáver de Vera, então se encolheu ainda mais.
Um mundo sem Vera.
Essa foi sua reação imediata ao pensamento.
Seu pensamento deu errado e sua respiração desacelerou. Seu peito apertava cada vez mais e ela se sentia entupida.
Depois de alguns momentos de falta de ar, Renee percebeu que se permanecesse assim por muito mais tempo, iria enlouquecer. Ela ficou de pé cambaleando, percebendo que precisava encontrar Vera.
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Ela pegou sua bengala, que estava encostada na lateral da cama. Lentamente, ela baixou o pé e deslizou para fora da cama.
Com um ‘tak’ alto, Renee agarrou sua bengala e parou no meio do caminho.
‘O-onde…’
Para onde ela deveria ir? Onde estaria Vera?
Não, mesmo antes disso…
‘A porta…’
Onde está?
As pontas dos dedos começaram a tremer e eventualmente os tremores se espalharam por todo o corpo. Sua mente em pânico não era mais capaz de pensamentos racionais.
Tudo era preto.
Seu mundo era tão escuro que ela não conseguia ver nada.
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Ela precisava encontrar Vera, mas ela nem tinha ideia de onde ficava a porta naquela pequena sala.
“…Vera.”
Vera deveria estar ali, batendo na porta, dando orientações, segurando sua mão e guiando-a.
Mas não havia Vera.
Ele havia desaparecido do mundo dela, e nada se sabia.
Renee caiu no chão, tateando atordoada.
‘Não…’
Não sem Vera. Sem Vera, sem aquela mão, ela não conseguiria seguir em frente. Ela não poderia fazer nada.
Ela voltaria àquela época novamente. De volta a não enxergar nada, agarrando-se a uma memória que mal se desvanecia, circulando pelo mesmo caminho repetidas vezes.
Ela foi tomada pelo medo.
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O aperto em seu estômago e as batidas de seu coração combinaram-se para liberar calor. Ela apertou os cantos dos olhos.
Uma única lágrima escorregou por sua bochecha e uma forte inspiração de ar escapou.
“Ah… ah….”
Ela gaguejou e rastejou grogue no chão.
Baque.
Ela bateu a cabeça na parede.
Ela se levantou e caminhou ao longo da parede, depois para o lado.
Baque—
Ela bateu o ombro em outra parede, desta vez no final dela.
Estrondo—
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O corpo de Renee deslizou pela parede.
‘Estou presa.’
Ela não conseguia sair desta sala. Ela não conseguiu encontrar a porta. Não, mesmo que encontrasse a porta…
‘Não conheço…’
Ela não conhecia o mundo além daquela porta.
Renee se agachou, passando os braços em volta dos ombros. Sua cabeça estava enterrada entre os joelhos, seus lábios trêmulos cuspindo o mesmo nome repetidas vezes.
“Vera….”
Sem Vera, ela sabia que não iria a lugar nenhum.
***
Norn engoliu em seco com a visão diante dele.
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Depois de procurar inicialmente apenas no pico onde estava localizada a forja e depois passar por dois picos até a borda da floresta que margeava a aldeia, ele chegou a uma clareira desolada.
Foi um cenário de devastação.
O chão foi escavado e revirado.
Não havia uma única árvore intocada ao redor, e a vista estava turva pela poeira que subia. Norn tinha certeza.
Foi aqui que a batalha aconteceu.
É aqui que o Senhor Vera estaria.
Seus passos aceleraram. Sua divindade se levantou, sacudindo a poeira.
“Senhor Vera!”
O grito ecoou pela clareira. No entanto, não houve resposta.
Mesmo assim, Norn continuou a caminhar pela clareira até sentir algo em seu pé e abaixar a cabeça.
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O que ele viu foi…
“Ah…”
Era Vera, que havia desmaiado e estava em um estado terrível.
Norn rapidamente se inclinou e tirou Vera da terra, depois colocou a orelha no nariz.
‘Ele ainda está respirando!’
Ele ainda estava vivo. Norn passou os braços em volta de Vera em um movimento apressado e começou a se fortalecer com a divindade.
Ele não sabia quando Vera iria parar de respirar. Ele teve que voltar rapidamente para confiar seu tratamento a Santa.
Com isso em mente, Norn correu para a forja com todas as suas forças.
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