Capítulo 74: Obra-prima
Foi apenas um desses momentos.
Quando as pessoas se acostumam tanto com fracassos repetidos que simplesmente aceitam, dizendo: “É assim que é”, mesmo depois de falharem novamente.
É o momento em que o chamado fracasso se torna um hábito, e eles começam a encará-lo como uma ocorrência natural.
A emoção resultante geralmente é uma sensação de futilidade.
Então, se você está se perguntando por que essas palavras estão sendo ditas… bem, naturalmente, é porque Renee estava se afogando em tal emoção.
Clang—!
O som de um martelo ecoou por toda a forja, sinalizando que Dovan havia começado a trabalhar.
Enquanto Renee estava sentada lado a lado com Vera no quintal da forja, ouvindo aquele som, ela sentiu um suspiro escapar de repente de seus lábios.
‘É assim mesmo…’
O relacionamento dela com Vera não havia progredido em nada.
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Renee passou a manhã inteira imaginando todo tipo de coisa enquanto esperava por progresso no relacionamento, mas sentiu uma profunda sensação de desesperança porque Vera continuou a tratá-la da mesma forma de sempre e porque ela se deixou levar por uma falsa sensação de segurança.
Ah, como posso expressar isso?
Enquanto Renee pensava em querer um relacionamento mais profundo com Vera, chegou um momento em que ela teve medo de que o relacionamento deles desmoronasse, e em vez disso encontrou consolo no pensamento de, ‘pelo menos ainda não nos afastamos’. Era difícil para ela expressar a futilidade que vinha do estado imutável do relacionamento deles.
Com esse pensamento, Renee de repente sentiu raiva.
‘…Não, é claro que Vera agiria dessa maneira.’
Era raiva de si mesma.
Não era como se ela não soubesse que tipo de pessoa Vera era, mas apesar de saber disso, era natural que ela tivesse que dar o primeiro passo por causa de seu amor unilateral ao longo de todos esses anos. Ela estava apenas com raiva de si mesma por sua falta de coragem por timidez.
Era uma situação em que, no máximo, ela só conseguia segurar a mão dele com mais força ou chegar mais perto do que o normal.
Mesmo essas eram coisas que ela não conseguia fazer por mais de 10 minutos antes que seu coração começasse a acelerar e ela voltasse ao seu senso original de distância. Era como se esse sentimento sufocante em seu peito estivesse prestes a se transformar em algum tipo de doença depressiva por raiva.
Clang—!
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No meio de todas essas emoções avassaladoras, as marteladas continuaram.
Renee ouviu o som por um tempo e mordeu suavemente os lábios, pensando no que dizer em seguida.
Minha própria coragem.
Ela temia que a qualquer momento sua decisão de apelar para Vera de qualquer forma desmoronasse, pois ela usaria a raiva crescente como combustível.
Suas sobrancelhas franziram levemente, seus lábios franziram e suas mãos, que estavam inquietas o tempo todo, cerraram-se em punhos.
Vera continuou olhando para Renee, que estava tomada pela preocupação.
Enquanto Vera observava cada movimento dela, ele se pegou pensando que, por algum motivo, não conseguia tirar os olhos dela hoje.
Sua expressão continuou mudando a cada segundo, como se ela estivesse preocupada com alguma coisa, até que ela finalmente começou a gemer.
Havia algo em todos aqueles pequenos gestos, junto com a sobreposição dela na noite anterior, quando ela pediu para ele ficar ao seu lado, que chamou sua atenção.
E, no entanto, Vera não tinha muita certeza do que ele estava sentindo.
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Era uma daquelas manhãs em que o olhar de Vera nunca deixava Renee, mas os gemidos de Renee só pioravam cada vez mais, sem se dar conta desse fato.
***
Clang—!
O martelo bateu, fazendo um barulho, e o impacto do martelo subiu pelo martelo e sacudiu todo o seu corpo. Enquanto sua pele queimava com o calor, ele respirava com dificuldade.
Deveria ter sido um trabalho difícil, mas Dovan não sentia nenhuma fadiga no estado atual de seu corpo.
Uma razão pode ter sido porque ele já estava acostumado com esse trabalho. Outra razão pode ter sido porque sua mente inteira estava focada em um único pensamento, e ele não tinha tempo para se importar com questões tão pequenas.
Clang—!
Faíscas voaram, e o formato do ferro branco puro mudou de acordo.
O que preencheu a mente de Dovan enquanto ele continuava a martelar, golpeando a espada, foi ‘intenção’, relembrando a imagem de um homem que havia partido sozinho com uma espada na mão.
Clang—!
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-Para proteger.
Era a crença correta e inabalável de um homem com a dignidade de um cavaleiro, que se deparou com a sinceridade.
Clang-!
Naquele momento, Dovan sentiu a sinceridade que o homem havia encontrado queimando profundamente nas profundezas do seu coração.
Desejo seria uma palavra mais adequada. Ao encarar essa determinação sem uma única dúvida restante, Dovan sentiu o desejo profundo de, de alguma forma, refinar essa crença inefável em algo tangível.
Clang—!
Só havia aquele desejo.
Seu orgulho como ferreiro, sua ganância de deixar uma grande obra-prima e todas as outras coisas menores foram apagadas de sua cabeça enquanto ele golpeava com o martelo, tendo apenas um único desejo em mente.
Clang—!
Como se tivesse entrado em transe…
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Ele simplesmente golpeou.
Dovan continuou a golpear a espada por um longo tempo, limpando sua mente de todos os pensamentos e se concentrando apenas naquele único desejo.
Clang—!
E assim, uma obra-prima que seria comentada por eras estava nascendo em uma forja decadente escondida em um canto remoto do continente.
***
A espada era inteiramente branca.
Era uma espada que trazia à mente um brilho branco; uma espada que brilharia sozinha, mesmo na noite mais escura.
Uma espada reta com um formato muito básico, sem nenhum enfeite.
A espada parecia áspera à primeira vista, mas Vera sentiu uma emoção que só poderia ser descrita como admiração enquanto ele a segurava.
“…Isso.”
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Suas palavras foram sumindo sem se prolongar por muito tempo.
A espada que Dovan completou e deu a ele foi…
“De alguma forma, acabou acontecendo assim.”
Foi uma obra-prima.
Não havia nada grandioso ou especial.
Em vez disso, no momento em que ele segurou a espada, uma crença infinitamente abstrata surgiu dentro dele de que esta era uma ‘espada completa’.
Não se exibiu nem se escondeu.
A obra-prima de Dovan estava simplesmente ali, irradiando um brilho branco.
Vera desviou o olhar para Dovan. Seu rosto estava coberto de fadiga, mas, ao mesmo tempo, ele parecia mais vivo do que nunca.
Vera fez uma expressão vazia enquanto olhava para o rosto que parecia ter transcendido.
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Dovan riu da expressão surpresa de Vera, o que ele percebeu num piscar de olhos, e então continuou.
“Graças a você, eu consegui completá-lo. Com isso, eu me livrei de todos os meus arrependimentos restantes.”
Foi uma cortesia natural porque a virtude desse homem foi a razão pela qual Dovan conseguiu superar essa ansiedade, o arrependimento persistente que poderia ser chamado de sua própria teimosia.
Ainda assim, Vera ficou com uma expressão vazia no rosto diante daquelas palavras de gratidão.
No estranho silêncio onde nenhuma palavra se seguiu, Aisha, que estava ouvindo toda a conversa, gritou com uma voz enérgica.
“Você deveria ser mais grato! Você recebeu a obra-prima do Mestre como um presente!”
Ela disse essas palavras orgulhosamente, como se ela mesma tivesse feito isso. Sua expressão era cheia de arrogância, e seus ombros estavam tensos com energia. Suas orelhas estavam em pé, e sua cauda esticada para cima.
Ela parecia uma garota alegre e jovem, perfeitamente adequada à sua idade.
E só depois que Vera viu a aparência de Aisha e a espada branca, ele percebeu…
Que ele havia mudado o futuro.
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Não haveria mais nenhuma Espada Demoníaca espalhando ressentimento pelo continente, nem o espadachim original que estava empunhando aquela espada abrigando esse ressentimento.
Em vez disso, haveria um velho ferreiro e uma jovem para preencher essa vaga.
Uma emoção indescritível brotou dentro de Vera. Foi um sentimento que surgiu no momento em que ele percebeu o que havia protegido.
Vera era alguém que sempre tinha sido roubado de tudo, alguém que só conhecia a crueldade. Mas agora, neste momento, ele sentiu seu coração disparar com a prova tangível de que havia dado um passo à frente.
Claro que nem tudo foram boas notícias.
Havia um herói a menos para confrontar o Rei Demônio. O conflito da Federação dos Reinos ainda não havia terminado. E com o assento que foi deixado vazio por Aisha, o futuro seguiria em uma direção desconhecida para ele.
Era um momento apropriado para se preocupar, mas Vera não se preocupou.
Foi porque ele aprendeu algo com essa experiência.
‘…O que eu posso fazer.’
Não importava que situações surgissem, ele só tinha que dar tudo de si com o que podia.
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Se a mestra da Espada Demoníaca, Aisha Dragnov, não estivesse lá, ele teria que preencher o vazio com algo ainda maior.
Se o futuro fosse desconhecido, ele traçaria seu próprio caminho quando chegasse a hora.
De certa forma, era natural.
Quem mais no mundo seguiria em frente com certeza sobre o futuro? Se alguém precisa ter certeza sobre o futuro para seguir em frente, então o que poderia ser mais tolo e covarde do que isso?
Com isso em mente, Vera se colocou diante dessa naturalidade e disse.
“…Como devo chamar esta espada?”
Ele voltou sua atenção para Dovan.
Parado diante dessa naturalidade, na mesma posição que os outros, Dovan respondeu.
“O Senhor Vera deve decidir. Você é quem empunhará essa espada.”
“Está tudo bem?”
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“É algo que você deve fazer.”
Dovan sorriu.
“Ela deve ser definida pelo motivo pelo qual aquele que empunha a espada luta. Então, Senhor Vera, por favor, dê um nome a ela.”
Dovan disse, e esperou pela resposta de Vera.
Parecia certo para ele que a espada que ele forjou para o homem à sua frente deveria ter um nome que correspondesse ao caminho que o homem trilharia e ao que ele queria fazer.
Como se Vera tivesse terminado de pensar em suas palavras, ele olhou para Dovan, que esperava sua resposta, e então para a espada.
Com que propósito usarei isso?
Uma dúvida lhe veio à mente, e então sua resposta surgiu.
‘Meu dever, a causa mais nobre.’
Era uma espada que ele empunharia para proteger aquela causa, para salvaguardar o que estava atrás dele.
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Uma espada que ele empunharia pelo desejo que guardava em seu coração durante toda a vida.
Seus pensamentos continuaram.
Memórias de sua vida passada passaram por sua mente.
Agora que a Espada Demoníaca empunhada por Aisha Dragnov não existiria mais, era necessário haver uma substituição.
“…A Espada Sagrada.”
Então, Vera decidiu por um nome arrogante e simples.
“Espada Sagrada, é isso?”
Já que a Espada Demoníaca que deixou ressentimento em seu rastro havia desaparecido, seria justo ter uma Espada Sagrada em seu lugar, uma que ele empunharia com fé no futuro que desejava.
Vera desviou o olhar para Dovan, e Dovan o encarou.
Dovan perguntou.
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“Com que propósito você empunhará a Espada Sagrada?”
Era uma questão de como sua obra-prima seria definida.
Então Vera respondeu.
“É uma espada que será empunhada em prol do dever que acredito ser justo.”
Não foi uma resposta simples e direta.
Vera sabia melhor do que ninguém no mundo o vazio de um mero juramento e acrescentou provas tangíveis às suas palavras.
Não era simplesmente uma promessa verbal. Era uma prova apoiada por exemplos e evidências.
Vera ajoelhou-se cuidadosamente, segurando a espada em um joelho, e disse.
“Eu juro.”
Ele liberou seu poder.
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“Eu empunharei esta espada pela causa mais nobre, e nunca pelo mal ou pela injustiça.”
E se acorrentou.
“Se eu empunhar esta espada por uma causa injusta, nunca mais a segurarei.”
O juramento estava completo.
Não houve nenhuma compensação definida.
Segundo os pensamentos de Vera, não havia tal dever que espera uma recompensa por fazer o que é certo.
Os olhos de Dovan se arregalaram e Aisha engasgou.
Vera olhou para a espada que ele havia chamado de Espada Sagrada.
A espada branca e pura foi permeada pelo juramento que ele fez com um coração firme.
Um brilho dourado surgiu, e na lâmina brilhou um padrão semelhante ao Estigma do Juramento antes de desaparecer.
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A Espada Sagrada gritou, muito suavemente.
Vera sorriu levemente ao ouvir o grito que havia penetrado nas profundezas de seu coração.
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