Capítulo 81: Suspeita (1/2)
Quando algo inacreditável acontece, depois de alcançar algo que você só sonhou por muito tempo, uma reação sempre ocorre.
era nada mais, nada menos que insônia.
Pensamentos como ‘Talvez tudo o que aconteceu hoje tenha sido apenas um sonho’ ou ‘Talvez tenha sido apenas uma alucinação, porque eu estava esperando desesperadamente por isso’. Pensamentos como esses tiram o sono das pessoas.
É claro que Renee não foi uma exceção a esse sentimento universal.
Relembrar os momentos em que eles andavam com as mãos entrelaçadas e as lembranças de quando ela descansava a cabeça no ombro de Vera a mantinham acordada à noite, pois ela andava com passos vacilantes.
Tak—
Tak—
A batida da bengala dela fazia um som irregular.
Aconteceu no primeiro dia de voluntária dela na clínica, quando ela deveria estar em boas condições, mas não sabia como controlar suas emoções.
Normalmente, Renee estaria cambaleando devido ao seu sentimento de culpa… mas hoje foi diferente.
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Um sorriso tímido permaneceu no rosto de Renee enquanto ela cambaleava.
‘Não foi um sonho.’
Percebendo que tudo o que aconteceu ontem era real, Renee se sentiu muito feliz.
Sua condição não era boa.
No entanto, o cronograma não era impossível.
Sua felicidade a sustentaria, e ela estaria nas ruas com Vera hoje novamente.
Ela conseguiu superar a sonolência que estava se instalando nela.
E com isso, Renee abriu a porta, sentindo-se especialmente feliz, então a voz de Vera de repente soou.
“Você estava tossindo?”
Vacilar—
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Renee tremeu.
Apesar de saber que ela veria Vera hoje, sua voz trouxe de volta memórias do dia anterior.
Ela sentiu suas bochechas esquentarem novamente.
Renee hesitou por um momento, sentindo uma mistura de constrangimento e excitação dentro dela, antes de responder a Vera.
“Bom dia, Vera.”
“…Sim.”
O comportamento de Vera também foi diferente do habitual, pois ele respondeu com a cabeça baixa.
Vera também não conseguiu dormir.
A única diferença entre ele e Renee era que sua condição não havia mudado. Era um dado adquirido. Teria sido mais estranho se o corpo de Vera, que era quase sobre-humano, quebrasse depois que ele passasse uma única noite acordado.
Vera tentou arduamente se livrar dos tremores e das batidas do seu coração.
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Mesmo escondendo sua identidade, Vera queria colocar a cabeça no lugar, já que esta seria a primeira aparição de Renee como uma Santa no Império.
Mas ainda assim, havia algo que ele não conseguia esconder: contato visual.
Desde que Renee entrou pela porta, Vera ficou olhando para o chão de madeira, mesmo enquanto ele a ajudava.
Só o pensamento de olhar Renee diretamente nos olhos foi o suficiente para quebrar sua compostura.
“Vamos?”
Renee falou, estendendo a mão.
Vera se encolheu e colocou a mão dele sob a dela.
O que se seguiu imediatamente foi um emaranhamento quando as pontas dos dedos de Renee começaram a se entrelaçar com as de Vera.
Como se fosse natural, como se sempre tivesse sido assim.
Vera sentiu seu coração contrair com um ‘thump’. Ele sentiu como se alguém o estivesse apertando por dentro.
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No entanto, ele não resistiu. Vera simplesmente enrolou os seus dedos em volta dos de Renee.
Era uma regra implícita e tácita.
Ao darem as mãos, eles tinham que entrelaçar os dedos.
Ninguém disse isso, mas a promessa já foi inscrita.
“Para onde iremos?”
Renee perguntou em um tom tão descarado quanto o movimento de sua mão. Vera também respondeu descaradamente.
“Vamos para a 11ª Rua. É um bairro para plebeus de baixa renda, então há muitos que ficam doentes com frequência, mas não podem pagar por um curandeiro.”
“Ah, um curandeiro…”
“Sim, eles são considerados um serviço de alta qualidade, então você teria que gastar muito dinheiro para ser tratado por eles.”
“…Ok, vamos lá então.”
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“Sim.”
A conversa não foi adiante.
Havia uma atmosfera sutil que era difícil de descrever em palavras e, mesmo que eles mantivessem a boca fechada, havia emoções fluindo de um lado para o outro.
Os dois caminharam sem dizer uma única palavra, assim como no dia anterior.
***
Um bairro residencial na 11ª Rua do Império.
Em uma praça ali, Renee começou seus serviços de cura.
Eles não fizeram nenhuma publicidade.
No entanto, já havia uma longa fila na frente de Renee.
Era algo que a túnica do sacerdote havia proporcionado. A cruz dourada bordada na parte do ombro da túnica do sacerdote mostrava vividamente o propósito deles em vir, e não havia razão para aqueles que buscavam cura não se alinharem na frente deles.
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Renee irradiava divindade branca pura. O garotinho, que ela segurava na frente dela, estava com os olhos arregalados. O olhar do garoto mudou para a visão do longo corte em seu braço sendo curado instantaneamente.
“Waah…”
“Não dói mais, dói?”
“Não…”
Renee sorriu diante do tom de espanto do garoto. Ela podia sentir a alegria dentro dele.
“Você quer ir até sua mãe agora? Eu provavelmente deveria olhar as outras pessoas atrás de você.”
“Sim, obrigado!”
“Adeus, não se machuque mais.”
Não houve resposta, mas o som de seus passos rápidos e distantes fez Renee rir.
Vera observou as costas de Renee enquanto ela ria, e ele começou a ficar com uma expressão atordoada.
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Ele deveria ficar aliviado? Por alguma razão, Vera se sentiu aliviado por ele estar atrás de Renee nessa posição.
Parado atrás dela, ele não conseguia ver o rosto de Renee, então ele finalmente conseguiu manter a compostura.
Claro, ele ainda sentia algum calor residual, então não havia se recuperado completamente, mas estava em um estado muito melhor em comparação ao dia anterior.
Foi graças à sensação de segurança que a larga túnica de sacerdote e o longo véu branco que cobria sua cabeça lhe davam.
Essa combinação, que fazia dela uma Santa e não uma mulher, acalmou a mente de Vera.
Por um momento, um suspiro escapou da boca de Vera.
‘…Foco.’
Vera se recompôs.
Embora fosse a capital do Império e tivesse boa segurança, ainda havia crimes acontecendo.
Além disso, a 11ª Rua não ficava tão longe da 13ª Rua, onde ficavam as favelas, então não era surpresa ver algum criminoso saindo de lá.
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Ele não deveria se distrair.
Vera sabia.
Os criminosos nas favelas não escondiam sua verdadeira natureza, mesmo quando eles saíam. Isso porque a vida nas favelas já estava arraigada neles, e sua bússola moral estava quebrada ao ponto de fazer com que cometessem crimes sem nem perceber.
Vera sabia disso por sua experiência com vários criminosos nas favelas há muito tempo.
Além disso, Vera também sabia que eles eram uma presa fácil naquele momento.
Como ele e Renee estavam vestidos como sacerdotes e estavam ali apenas para tratamentos médicos, os criminosos certamente mostrariam as presas.
Com esse pensamento em mente, Vera olhou ao redor.
Primeiro, a longa fila de pacientes na frente de Renee. Ele estimou que duraria aproximadamente algumas horas.
‘Não há nenhum entre eles.’
Era natural. Se houvesse um entre eles, seria espancado primeiro pelos cidadãos da 11ª Rua.
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A próxima coisa que ele olhou foram os becos perto deles. Vera olhou para os becos por um tempo, pensando que se alguém estivesse atrás de Renee, provavelmente estariam espreitando ali e vigiando.
‘…Não há nada imediatamente visível.’
Ele não conseguia ver nada.
Os olhos de Vera se estreitaram. Uma suspeita estava se formando em sua mente.
‘Não deveria estar tão quieto…’
Não havia como eles deixarem uma presa tão fácil sozinha.
Nunca lhe ocorreu que talvez não houvesse ninguém que saísse das favelas.
Isso, porque não fazia sentido.
As favelas não eram um lugar autossuficiente. Naturalmente, eles teriam que obter seus suprimentos em um distrito próximo para manter seu sustento.
Se eles não passarem por esse processo nem por um dia, não tem como os ratos da favela não saírem, porque eles sabem que o sistema entrará em colapso.
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De repente, a expressão de Vera ficou séria.
Ele começou a perceber algo.
Algo tão óbvio que ele se sentiu estúpido por não perceber.
‘…Não é a mesma coisa que minha vida passada.’
As favelas não eram as mesmas da sua vida anterior.
Em sua vida anterior, as favelas já estavam sob seu controle nessa época. Foi uma época em que ele havia mudado todas as regras e conduzido negócios com base nelas.
Então, naturalmente, as favelas eram diferentes agora comparadas àquelas daquela época.
‘…Como está indo agora?’
O equilíbrio de poder entre os Cinco Cartéis e as novas organizações externas teria mudado.
Ele continuou seus pensamentos.
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‘E se…’
Se essa mudança foi a razão pela qual os ratos não estavam em lugar nenhum, então que tipo de coisas estavam acontecendo lá dentro?
O olhar de Vera começou a vagar em direção ao lado esquerdo da praça.
Além do fim de sua linha de visão estava a 13ª Rua, o Câncer Imperial.
Eram as favelas.
***
No final, os ratos da favela não apareceram mesmo depois de todos os tratamentos terem sido feitos, e eles tiveram que voltar.
Vera finalmente teve que retornar à mansão com perguntas sem respostas e, de repente, já era tarde da noite.
Dentro do quarto de Vera.
Vera estava sentado à mesa, com o rosto sério e preocupado.
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‘Algo está estranho.’
Definitivamente havia algo errado nisso.
Não fazia sentido que os ratos da favela estivessem presos nas favelas.
‘Eles criaram sua própria linha de produção?’
Nas favelas?
Ele pensou nisso várias vezes, mas a resposta foi a mesma: era impossível.
Foi a resposta que Vera encontrou depois de pensar sobre o assunto mais seriamente do que qualquer outra pessoa.
Era impossível cultivar alimentos dentro da favela, onde a luz do sol não chega.
É claro que as péssimas condições sanitárias também os impediam de criar gado.
Eles também não podiam negociar com outros distritos porque as favelas não tinham nada a oferecer.
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Era um lixão de proporções épicas do qual até a Família Imperial havia desistido.
Isso foi resultado de um ciclo vicioso que durou centenas de anos, começando quando a Torre Mágica flutuante, Aurillac, bloqueou a passagem do sol para a 13ª Rua.
Não era uma terra produtiva, mas eles não conseguiram limpá-la e simplesmente a deixaram apodrecer.
‘Mas…’
Como os ratos da favela estavam sobrevivendo?
Todos os sistemas nas favelas entrariam em colapso em um dia sem um fornecedor, então por que ele não viu nenhum vestígio deles na 11ª Rua?
Tap.
Tap.
Vera, com os braços cruzados, tamborilava os dedos.
Seus olhos cinzentos espreitando através do cabelo acrescentavam um tom melancólico à sua expressão.
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‘…Se eu não conseguir descobrir.’
Vou ter que ir lá e conferir.
Por mais que quisesse ignorar, ele não conseguia.
Renee teve que fornecer tratamento de agora até o início do Dia da Fundação, e os distritos que ela teve que visitar foram da 8ª Rua até a 12ª Rua.
Todos esses lugares não ficam tão longe das favelas.
Mas isso não foi tudo.
Os ratos da favela eram bombas-relógio que não sabiam o que estavam fazendo.
Então, se as pessoas que os controlavam estivessem planejando um ataque terrorista, não seria diferente de detonar uma bomba no meio da Capital Imperial.
Por isso, Vera sabia que ignorar tais ameaças não era a coisa certa a se fazer.
Continuando seus pensamentos, Vera reduziu sua lista para aqueles que poderiam estar no controle das favelas.
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‘…Os Cinco Cartéis.’
Se eles controlavam os movimentos dentro das favelas de forma tão organizada, eles deveriam ter se unido.
Ele não sabia quem era o líder, mas como todos os cinco eram lunáticos entre lunáticos, uma investigação detalhada era necessária.
Vera não perdeu tempo e vestiu o manto preto que ele havia pendurado no canto do quarto.
Ele também não dormiria esta noite, mas isso não era um problema. Um corpo sobre-humano não cairia por isso.
“Whoo…”
Vera soltou um longo suspiro, fechando os olhos por um momento para se recompor.
Embora a situação de ter que ir para as favelas sozinho não fosse agradável, ele tentava se assegurar de que era algo que precisava fazer.
‘…É algo que tem que ser feito.’
Vera abriu silenciosamente a janela do seu quarto e olhou para fora.
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Era uma noite escura como breu, sem uma única estrela no céu. As únicas coisas que iluminavam a cidade escura eram as lâmpadas mágicas bem espaçadas.
Era uma visão nostálgica que ele estava cansado de ver em sua vida passada.
Vera rapidamente deixou esses pensamentos de lado e pulou pela janela.
Foi a primeira vez que Vera voltou para casa em cerca de sete anos e meio.
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