Capítulo 89: Cidade Imperial (1/2)
A esfera caiu no peito de um cadáver.
Ninguém na sala era estúpido o suficiente para não saber o que isso significava.
Crepúsculo era uma arte de rastreamento, criada para rastrear pessoas desaparecidas.
…Em outras palavras, aqueles cadáveres eram de pessoas desaparecidas.
Vera fez uma pergunta em resposta ao que Rohan disse há pouco.
“…Você a conhece?”
“Conheço. Não. Eu conheço? Devo dizer que a conheço?”
Rohan passou a mão trêmula pelo rosto e respirou fundo.
Era definitivamente um rosto que ele reconhecia. Como ele poderia esquecer? Ela era uma das mulheres mais bonitas que ele já conheceu na vida.
Cabelo rosa claro, olhos caídos com cílios longos, nariz pontudo e lábios carnudos.
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Tudo isso ainda estava fresco na mente de Rohan.
“…Por que?”
Por que o rosto dela apareceu nesses cadáveres? E por que Crepúsculo estava apontando para eles?
Era muito confuso. Nada podia ser inferido somente das evidências reveladas.
E assim, em meio ao olhar trêmulo de Rohan…
“Hum…”
Albrecht deu um passo à frente. Em sua mão estava Sangue Puro, que ele havia desembainhado.
“Dê-me licença por um momento.”
Depois de dizer isso, o Príncipe levantou sua espada bem alto no ar e cortou o peito do cadáver.
“O que é…!”
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“Olhe.”
Os olhos de Albrecht afundaram. Rohan estava prestes a gritar com suas ações precipitadas, mas quando olhou na direção que Albrecht havia apontado, prendeu a respiração.
O que ele viu foi um baú vazio. Todos os órgãos foram removidos, restando apenas osso e pele.
“O corte pareceu diferente. Definitivamente parecia cortar uma pessoa, mas… havia algo diferente. Agora eu sei o porquê. Estava vazio, assim…”
Renee estremeceu com as palavras que ouviu.
“…Vera?”
“Está tudo bem.”
Vera acalmou Renee colocando a mão sobre a dela, que tremia levemente.
Albrecht falou novamente.
“Outra coisa é estranha. Nenhum de nós percebeu que eles estavam aqui antes de entrarmos. É a mesma coisa depois que entramos. Só notei a existência deles porque aqueles bastardos jogaram suas facas.”
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Vera parou de se mover.
Certamente, como disse Albrecht, ele não sentiu nada até entrar.
Considerando que os corpos estavam sem vida, fazia sentido que eles não conseguissem senti-los.
“Como o Apóstolo da Orientação parece conhecer seus rostos, eu gostaria de sair e ouvir mais sobre isso em detalhes. O que você acha? Não teremos uma boa visão se ficarmos aqui por mais tempo.”
“…Parece bom.”
Vera olhou para os corpos mutilados e então se virou.
“Vamos, Santa.”
“Ah, sim…”
Enquanto ele conduzia Renee para fora, Vera teve um palpite.
Este não era apenas um simples caso de desaparecimento. Algo mais estava acontecendo, algo mais profundo e sinistro.
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***
Eles retornaram para a mansão do Conde.
O grupo se reuniu na sala de recepção e se concentrou nas palavras de Rohan, que ainda tinha uma expressão confusa no rosto.
“Então… foi há oito anos. Eu entreguei a carta de Marie ao Conde e, como era durante o festival, decidi dar uma olhada. Fiquei no Império por cerca de um ou dois meses.”
“Você se divertiu enquanto estava de serviço?”
“Ahh, Marie! Não é esse o ponto.”
Rohan estremeceu e Marie estalou a língua.
“Ok, falaremos sobre isso mais tarde. Continue sua história.”
“Whoo… De qualquer forma. Anna era uma garota que conheci no festival. Eu estava bebendo sozinho em um bar ao ar livre no mercado noturno, então ela veio até mim.”
Rohan continuou divagando, relembrando os eventos daquele dia.
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“Bem, era um festival. A atmosfera era muito boa. De qualquer forma, fiquei com ela pelo resto do festival, e foi isso. Não tive notícias dela desde então. Mas…”
O que diabos ele viu nas favelas?
A carranca de Rohan ficou ainda mais profunda, pois ele não conseguiu pensar em uma resposta.
Enquanto Albrecht ouvia, ele franziu as sobrancelhas, pensativo, e fez um palpite.
“E se aqueles corpos já estivessem no Império desde então? E se a mulher que o Apóstolo conheceu naquela época já fosse um cadáver…”
“Não, não era. Tenho certeza disso.”
“Huh?”
Rohan respondeu com uma expressão hesitante, então soltou um suspiro e continuou.
“…Naquela época, Anna definitivamente tinha seus órgãos.”
“Como você sabe disso?”
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O maxilar de Rohan se apertou, e uma expressão envergonhada lentamente surgiu em seu rosto severo.
Ao ver a expressão no rosto dele, Marie franziu a testa e estalou a língua.
“Ah, você não conseguiu segurar, não é?”
“…Sua escolha de palavras.”
“Eca, seu bastardo vulgar. É uma sorte você ainda não ter um filho enquanto brinca desse jeito!”
Rohan se encolheu diante dos insultos de Marie. Albrecht estava corando e parecia curioso. O Conde cobriu o rosto com a mão.
A atmosfera ficou silenciosa.
Renee, que estava ouvindo a conversa em silêncio, refletiu e ficou vermelha quando finalmente percebeu do que estavam falando.
“I-is-iss…”
“….Calma, Santa.”
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“Tá, sim, sim…!”
O clima sério foi revertido imediatamente. Por algum motivo, um ar estranho flutuou pelo espaço.
Marie cruzou os braços e olhou em volta, mas então abriu um sorriso malicioso.
“Eu só disse isso para levantar o astral. Em momentos como esse, precisamos nos recompor e discutir isso! Você captou alguma coisa, meu marido?”
“Hum…”
O Conde Baishur coçou a barba e refletiu.
“Bem, agora sabemos que o culpado não é um nobre. Até onde eu sei, nenhum dos nobres é capaz de tal magia.”
“Talvez eles tenham contratado um mago?”
“É impossível. Enquanto a Torre Mágica estiver guardando a Capital, qualquer magia realizada na Capital será investigada…”
Arrepio—
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O corpo do Conde tremeu. O mesmo aconteceu com os outros.
Albrecht soltou uma risada vazia e falou.
“…Falando nisso, a Torre Mágica fica logo acima das favelas, certo?”
Com essas palavras, o ar congelou.
Albrecht olhou para os outros, que estavam com rostos sérios, e então continuou falando.
“Terei que informar meu irmão sobre isso.”
“O príncipe herdeiro?”
“Sim, a Santa também visitará o Palácio Imperial em dois dias, certo?”
Albrecht sorriu brilhantemente.
“O momento é perfeito. Continuaremos essa conversa em dois dias.”
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Vera pediu a opinião de Renee sobre a sugestão de Albrecht.
“Você está bem com isso?”
“Sim, vamos fazer isso. Não tenho ideias melhores de qualquer maneira.”
Albrecht assentiu quando Renee lhe deu permissão.
“Ótimo, tenho uma carruagem enviada pela Família Imperial, pois já é tarde. Vou me despedir então. Todos tiveram um longo dia, então tenham um bom descanso.”
Albrecht saiu, seguido pelo Conde Baishur.
Os únicos que restaram foram os quatro apóstolos.
Ao mencionar a Torre Mágica, algo passou pela mente de Renee.
“…Pensando bem, Trevor era da Torre Mágica.”
“Sim, já se passaram vinte anos, mas ele era um mago promissor naquela época e até foi considerado um candidato para ser o próximo Mestre da Torre.”
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“Por que não pedimos o conselho dele? Se lhe enviarmos uma mensagem, ele deve responder em dez dias.”
“Aha! Sim, é aquele cara! Eu não o vejo há tanto tempo que esqueci completamente dele!.”
Marie respondeu animadamente. Rohan continuou falando.
“Vou mandar uma carta, então. Ah, tem algum Paladino vindo para dar suporte?”
“É impossível. Enviar tropas para dentro e para fora da capital de outra nação pode se tornar uma questão política se as coisas derem errado.”
“Huh? Mesmo quando aqueles caras pedem ajuda?”
“É a Família Imperial, não ‘aqueles caras’. Além disso, a Família Imperial está fraca agora.”
“Eh, o que isso significa? Então, está tudo bem se formos nós?”
“Somos uma minoria, e temos uma causa justa, então não podemos ser criticados. Sabendo disso, apenas envie uma carta a ele. Você vai ficar acordada, Santa? Já é muito tarde.”
“Ah, sim.”
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Renee pegou a mão de Vera e se levantou.
Enquanto ela saía da sala de recepção, o mesmo pensamento continuou passando pela mente de Renee.
‘Hum…’
Ela achou que a energia dos cadáveres nas favelas lhe parecia familiar.
***
Dois dias depois, em frente à Cidade Imperial. 1
Renee suspirou profundamente ao sair da carruagem, seu rosto já mostrando sinais de fadiga.
O motivo era o robe que ela estava usando. Ela já estava exausta de ter sido vestida por suas criadas tão cedo pela manhã.
Renee pegou a mão de Vera e saiu da carruagem, pensando.
‘Podemos voltar depois de conhecer o Príncipe sem nenhum incidente?’
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“Você foi ótima.”
“Não. Ah, a propósito, minhas roupas estão boas? Elas podem ter ficado amassadas porque eu estava sentada.”
“Sim, você realmente parece uma Santa, então não precisa se preocupar.”
“Então está bom.”
Renee começou a andar com sua bengala.
“Como é a Cidade Imperial?”
“Como a biblioteca outro dia, é tudo branco. Há quatro bulevares ramificando-se do centro da Cidade Imperial, e outros edifícios no meio. O paisagismo também é muito bem feito, como esperado da Cidade Imperial. Branco e verde, com flores no meio, então é colorido em todos os lugares.” 2
Ele continuou, mas até Vera se sentiu incomodado.
A Cidade Imperial era muito grande e havia muitos edifícios lá dentro.
Como ele deveria explicar tudo isso?
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Quando Vera começou a se sentir incomodado, Renee, que percebeu isso, riu.
“Você não precisa me contar tudo. Acho que entendi.”
“…Sim.”
Uma atmosfera calma os cercava enquanto caminhavam de mãos dadas.
Eles estavam começando a se sentir em paz quando uma voz alta gritou na frente deles.
“Bem-vindos!”
Era a voz de Albrecht. Havia uma dúzia de criados atrás dele.
Albrecht sorriu, franzindo os olhos que brilhavam à luz do sol e revelando seus dentes brancos antes de falar.
“Bem-vindos à Casa Imperial! Eu sou o Segundo Príncipe, Albrecht van Freich! Prazer em conhecê-los, Santa e Apóstolo!”
Renee fez uma reverência cerimoniosa, percebendo que aquele era seu primeiro encontro oficial com Albrecht.
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“Prazer em conhecê-lo, príncipe.”
Albrecht sentiu uma pontada no peito quando viu Renee sendo educada com ele.
Isso mesmo! É assim que deve ser! Ele foi maltratado, mesmo sendo o Segundo Príncipe!
Ele sentiu um pouco de frustração reprimida, e suas emoções ficaram mais fortes.
O corpo de Albrecht tremeu levemente, e Vera franziu a testa quando ele viu.
Clack—
O som de passos ecoou pela sala.
Os olhares de Albrecht e Vera se voltaram para a fonte do som ao mesmo tempo. Suas expressões endureceram quando viram quem era.
Uma jovem de aparência elegante, com seus cachos ruivos balançando ao redor da cabeça enquanto ela caminhava em direção a eles, vindo do interior.
“…Mestra da Torre.”
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Aproximando-se deles estava a Mestra da Torre Mágica, que eles acreditavam ser a suspeita dos desaparecimentos.
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