Capítulo 99: Annalise (3/4)

0% (0 votos)

No momento em que o espaço se quebrou, Annalise tardiamente teve uma ideia.

‘Ah.’

Ela nem teve tempo de ajustar seu feitiço novamente. Porque o Apóstolo já estava diante de seus olhos, balançando sua espada contra ela.

Annalise cerrou os dentes enquanto desconstruía seu feitiço, e então seu corpo se dispersou.

Feitiço de Movimento Espacial [Chama Moribunda].

A espada cortou Annalise, que se transformou em chamas. Depois que ela se espalhou, seu corpo se remontou novamente no lado oposto de onde ela estava.

Annalise sentiu seu coração bater forte.

‘Meu julgamento está nublado.’

A provocação do Apóstolo dispersou momentaneamente seus pensamentos. Não era nada que valesse a pena ficar nervosa, mas ela ficou de cabeça quente e perdeu a paciência.

‘É perigoso.’

Annalise rapidamente teceu outro feitiço. Não havia tempo para relaxar. Se ela quisesse suprimir os efeitos colaterais do soro, ela precisava sair rapidamente daquele lugar e regular seu corpo.

O quadrado de seis círculos mágicos reunidos em um cubo, e cada lado desse cubo era uma manifestação de um feitiço diferente.

Feitiço de Mandamento de Chamas de Alto Nível [Fogo Apocalíptico].

O cubo começou a brilhar, queimando tudo na linha de visão de Annalise.

Vera observou a chama que começou a subir aos céus e respirou fundo. Sua expressão piorou.

‘Eu consigo respirar.’

Agora que o feitiço espacial havia sido apagado, tudo o que ele tinha a fazer era atacar. No entanto, essa não era uma tarefa fácil.

O problema era que a Mestra da Torre era uma maga de fogo de longo alcance. Se ele chegasse muito perto, ela usaria magia de movimento espacial para aumentar a distância novamente, então era impossível atacar.

Além disso, o ataque também foi um problema.

‘Regeneração.’

Era um sentimento de certeza. Annalise tinha sido atingida pela divindade inúmeras vezes durante a batalha, causando ferimentos leves, mas não havia ferimentos em seu corpo.

Por que todos os inimigos que encontro têm uma regeneração tão boa? É irritante e sem nenhuma razão.

Vera disparou para frente. Seus movimentos eram tão rápidos que poderiam ser descritos como uma distorção pelo espaço. Divindade irrompeu da Espada Sagrada enquanto ele a balançava, desenhando uma linha reta pelo espaço.

Como esperado, Annalise estava ilesa. Ela olhou ameaçadoramente para Vera com seus olhos cor-de-rosa, evocando outro fogo apocalíptico.

Vera sentiu sua divindade envolvendo seu corpo queimando enquanto ele começou a absorver uma quantidade excessiva da divindade do Reino Celestial.

A velocidade de conjuração de Annalise era muito rápida. Só havia uma maneira de lidar com ela que ele conseguia pensar.

“Uau, você é bem rápida para uma velha bruxa. Bem, suponho que ser saudável é um dado adquirido quando você tem pulado pra cima e pra baixo todas as noites na cama.”

Uma provocação.

Era justo abusar de sua aparente falta de controle emocional, provocando-a a interromper seu lançamento de feitiços.

O comportamento de Annalise mudou mais uma vez.

“Cale-se!!!”

O fogo apocalíptico se condensou, se dispersou e então se organizou em uma sequência.

Lanças de fogo apocalípticas encheram o teto, então dispararam diretamente em Vera. Enquanto isso acontecia, uma nova chama apocalíptica irrompeu do nada.

“É você que precisa ficar quieta. Você não acha que seu trabalho deveria ser entrar em um caixão e ficar quieta para sempre, pelo bem dos ‘jovens’?”

Mesmo enquanto ele falava, seu corpo se movia diligentemente. Ele não estava se aproximando dela sem pensar. Em vez disso, ele estava vagando pelo jardim para afiar sua divindade e dispará-la.

“O soro das espécies antigas, é? Ah, entendi. Sua dentadura não deve servir mais, e você queria dentes novos. Como eles estão? Seus dentes novos são resistentes?”

“PORRAAA!!!”

Kwaaaaaag—!

O maxilar de Annalise tremeu enquanto ela dispersava seu feitiço. Seus pensamentos estavam ficando cada vez mais confusos, mas ela não percebeu isso.

Havia apenas um pensamento em sua mente.

‘Eu vou te matar!’

Ela o mataria, o despedaçaria, o queimaria e espalharia seus restos mortais em todas as direções.

Seu mana, aumentando infinitamente como uma fonte que nunca seca, começou a alimentar sua raiva como lenha.

Feitiço de Encantamento [Sobrecarga].

Feitiço de Suporte de Fogo [Onda de Calor]

Mais dois feitiços foram adicionados às lanças de fogo apocalípticas. As lanças brilharam intensamente e explodiram com tanto poder que o jardim inteiro foi varrido.

Vera correu, evitando o centro da explosão e dispersando as explosões com dano mínimo. Ao mesmo tempo, ele imbuiu sua divindade na Espada Sagrada.

Ele estava esperando por uma oportunidade, por um único golpe. Um ataque menor não seria efetivo. Ela se recuperaria rapidamente mesmo se estivesse gravemente ferida.

Portanto, ele precisava desferir um ataque devastador que a deixaria incapaz de se recuperar, fazendo-a cair com um único golpe.

Sua divindade transbordou com poder, envolvendo a Espada Sagrada. Ela se condensou, afiou e endureceu. Ele a envolveu novamente com divindade.

Apesar de suas palavras provocadoras e zombeteiras, a mente de Vera estava ficando cada vez mais fria.

Ele estava constantemente observando Annalise para encontrar sua fraqueza. No final, Vera descobriu um único ponto peculiar.

‘O canto do olho.’

Apesar de todos os outros ferimentos, o sangue que escorria pelo canto do olho ainda não havia parado.

‘A cabeça não pode se regenerar.’

Depois de fazer esse julgamento, Vera agiu rapidamente.

Vera balançou o braço e, com um movimento de apunhalar, ele empurrou a Espada Sagrada.

A distância entre eles era grande, mas isso não importava. Era porque o que ele estava empurrando não era a espada, mas a divindade imbuída na espada.

A divindade se transformou em um corte e avançou. Annalise sentiu isso e torceu o corpo para receber o ataque com o peito.

Um grande buraco apareceu no peito de Annalise.

‘Um fracasso.’

Vera franziu a testa.

‘Mulher tenaz.’

Um buraco grande o suficiente para caber uma cabeça humana foi aberto no centro do peito dela, mas Annalise não se abalou nem um pouco. Uma gavinha se estendeu do centro daquele buraco aberto, e acima dela estava sua carne envolvendo seus músculos e órgãos, enchendo seu estômago.

Enquanto Vera aguçava sua divindade mais uma vez, uma explosão ocorreu bem debaixo de seu nariz.

Kwangaaang—!

“Te peguei!”

Num piscar de olhos, em meio aos seus pensamentos confusos, Vera ouviu um grito em seu ouvido.

***

Vera acalmou sua mente abalada.

…Ou pelo menos ele tentou.

No entanto, ele falhou. Seus pensamentos foram desviados pela explosão que ocorreu bem na sua frente. Vera estava cambaleando, seu corpo ainda tremendo pelo impacto momentâneo enquanto uma lança de fogo descia sobre ele.

O som de algo caindo foi seguido por uma explosão ensurdecedora, quase rompendo os tímpanos de Vera.

‘Está tudo bem.’

Vera tentou recuperar os sentidos enquanto se estabilizava. A divindade ainda estava enrolada nele.

Sua tontura atual era devido a seus canais semicirculares estarem perturbados. Se ele conseguisse segurar um pouco mais, uma recuperação completa seria possível.

Ele estava com zumbido, e entre cada som de campainha havia uma risada aguda.

Parecia ser a voz de Annalise. Uma velha bruxa esperando pela morte, rindo sem nem saber seu próprio lugar.

Vera fechou a boca firmemente, unindo divindades mais poderosas para proteger seu corpo. Foi o suficiente para suportar o impacto do feitiço.

‘Próximo… Próximo…’

Depois de se recuperar do ataque anterior, ele teve que pensar em como lidar com o próximo movimento dela.

Como eu prevejo os pensamentos dela? Como eu chego nela? Como eu paro os movimentos espaciais dela? Como eu posso vencer?

Sua cabeça estava girando. Ele se sentia tonto. Seus pensamentos foram abruptamente interrompidos por um som de batida, mas ele logo os recompôs.

Ele ainda sentia um zumbido, e o som de campainha persistia.

O soro das espécies antigas. As espécies antigas. Posso ganhar?

O portal para o Reino Celestial. A divindade do Reino Celestial. Uma espada forjada pela divindade. Isso é o bastante?

O que estou perdendo? Tenho certeza de que evitei todos os feitiços anteriores dela, então o que é diferente?

Seus pensamentos continuaram. Perguntas vinham à mente uma após a outra em busca de uma resposta.

No meio disso, Vera sentiu sua irritação aumentar.

‘…Por muito pouco.’

Ele estava irritado porque estava perdendo por pouco para alguém como a Mestra da Torre, alguém com mais de um século de experiência em feitiços.

O soro da espécie antiga? Não importava. Afinal, ela ainda era apenas uma humana.

Aquela velha bruxa não disse nada. Era porque não importava o quão grande fosse o poder que ela estivesse usando, esse poder a destruiria.

Não era uma história limitada somente a ela. Não importa quão grandiosa a espécie antiga possa ser, quem usava esse poder ainda era Annalise. Ela era apenas uma humana.

Ele estava perdendo por pouco para uma mera humana.

Como se tivesse se afogado em um pântano pegajoso, como se tivesse sido enterrado sob uma pilha de cinzas escuras, seu estômago afundou. Ele tremeu, e desgosto e raiva surgiram dentro dele.

Ele não sabia a fonte de suas emoções. Era apenas um sentimento que o deixava bravo.

O zumbido em seus ouvidos piorou.

O zumbido deveria ter diminuído com o tempo, mas piorou ao ponto de sua visão escurecer.

Parecia que um pântano espesso e escuro o estava devorando por inteiro. O toque sinistro aumentou o batimento cardíaco de Vera e, naquele momento, ele perdeu o controle.

Ooooong—

A espada gemeu.

Ao mesmo tempo, um flash disparou na cabeça de Vera.

Vacilar—

Vera tremeu. Foi uma reação natural ao súbito despertar dos seus sentidos.

Seu olhar trêmulo estava direcionado para seu braço direito, onde a Espada Sagrada emitia uma luz fraca.

‘…Há um momento.’

O que ele estava pensando?

Seus pensamentos estavam retornando lentamente. Ele tentou se lembrar de seus pensamentos anteriores, mas não conseguiu.

À medida que o toque diminuía, o som das explosões ficava ainda mais forte.

O mundo sem cor estava novamente queimando com uma luz vermelha.

Vera estreitou os olhos, tentando encontrar a fonte de seus últimos pensamentos e a mudança que acabara de ocorrer.

Kwaaaaaang—!

No entanto, ele não teve o luxo de fazer isso.

À medida que as explosões se tornavam ainda mais intensas, ele viu Annalise à distância, tecendo um feitiço espacial mais uma vez.

Por alguma razão, Vera sentiu-se confiante de que havia uma mudança.

‘A Espada Sagrada reagiu.’

A Espada Sagrada, que não reagia a nada desde sua conclusão, reagiu pela primeira vez.

Algo havia desencadeado isso, algo que poderia transformar essa reação em um fenômeno.

Vera tentou se lembrar do que era aquela coisa e, eventualmente, pensou em algo que poderia servir como gatilho para a Espada Sagrada.

‘…O Estigma.’

Quando a Espada Sagrada foi concluída, seu estigma deve ter sido gravado dentro dela. E momentos antes, ele quase largou a espada. Ele quase quebrou seu voto.

Isso mesmo. O Estigma reagiu ao juramento que ele havia feito.

Vera agarrou sua espada com força.

‘Não há um preço para o juramento gravado na Espada Sagrada.’

Mas isso não significa que não houve recompensa.

O Estigma do Juramento foi completado pelo equilíbrio absoluto. Só funcionou quando havia algo a ser ganho.

“Wheww…”

Um longo suspiro escapou dos lábios de Vera.

O mecanismo exato teria que ser investigado mais profundamente, mas ele conseguia senti-lo.

‘A divindade está mais forte.’

A concentração de divindade e não o tamanho aumentou. Continha a mesma quantidade de divindade, mas a saída se tornou mais forte. A mudança foi causada pela luz fraca que emanava da Espada Sagrada e fluía para dentro de seu corpo.

‘Então.’

Vera sabia o que ele poderia fazer com isso.

Ele conseguiria fazer isso? Funcionaria? Todas essas dúvidas foram apagadas.

Vera avançou, com os olhos brilhando.

Seguiu-se uma explosão.

A expressão de Annalise ficou rígida.

De repente, Annalise sentiu uma sensação de perigo quando Vera avançou em sua direção, assumindo inesperadamente uma postura ofensiva.

Era a intuição dela, uma espécie de instinto animalesco.

Ela ativou seu feitiço.

Feitiço de Movimento Espacial [Chama Moribunda].

O corpo de Annalise reapareceu atrás de Vera, à distância.

Vera parou e olhou para Annalise.

Ele não se aproximou dela com a intenção de fazê-la se esconder. Em vez disso, ele se aproximou dela para criar distância entre eles.

Vera agarrou a espada com as duas mãos.

‘Uma espada que pode ferir as espécies antigas.’

Só havia uma coisa assim que Vera conhecia.

Era a habilidade que Vargo lhe mostrara três anos atrás, quando estava escoltando Renee para o Reino Sagrado. Era a mesma habilidade que ele usou para lutar contra o colosso que empurra montanhas, Terdan.

A habilidade ainda estava gravada em sua mente, mas com essa concentração de divindade, ele podia, pelo menos, criar uma mera ‘imitação’. Ele não tinha sido capaz de fazer isso antes devido à sua falta de produção, mas dessa vez, a Espada Sagrada estava o auxiliando.

‘Uma imitação é suficiente.’

Afinal, a oponente não era uma espécie antiga real. Ela era apenas uma falsa, usando um soro para imitá-la.

A divindade transbordou, envolvendo todo o seu corpo. Então, toda essa divindade convergiu em torno da Espada Sagrada.

A distância não era um problema. O poder regenerativo daquele híbrido também não era um problema.

Para cortar.

Com essa ‘intenção’, ele poderia abater Annalise.

Vargo lhe mostrou a espada de um reino que manifestava essa intenção.

Chi-ji-jik—

O pé direito de Vera deslizou para trás, bem para trás, seu joelho dobrando. A espada ficou atrás de sua cintura.

Foi uma postura falha com muitas aberturas, mas, apesar disso, todas essas aberturas se juntaram para formar um equilíbrio.

Annalise rapidamente lançou um feitiço, seu senso instintivo de perigo aumentando ao assistir a cena.

Sete círculos surgiram. Não houve tempo para formar um cubo. Era como se ela apenas os tivesse colado como um pedaço de argila e os tivesse atirado para fora em um estado incompleto.

Vera focou seu olhar na chama branca apocalíptica que avançava em sua direção e forjou sua intenção com uma forma singular.

A espada balançou diagonalmente.

A intenção forjada com essa forma criou um fenômeno singular com uma regra.

Um nome era necessário.

A regra que foi criada pela nomeação tinha que estar vinculada à realidade.

Vera varreu o espaço com sua espada, gravando o nome que naturalmente vinha com aquela forma.

Lembrando do momento em que o colosso enorme, parecido com uma montanha, caiu…

‘Divisor de Montanhas.’

Ele fez um único corte.

Rasgar—

A lâmina rasgou o espaço.

Capítulo 99: Annalise (3/4)

AVALIE ESTE CONTEÚDO

Regras dos Comentários: