À medida que a festa avançava, o salão de jantar foi aberto, revelando um banquete digno da ocasião. Mesas longas foram dispostas, com lugares especialmente designados para as principais famílias nobres do reino. Pratos refinados, preparados com os melhores ingredientes de todo o continente de Crystalia, eram servidos.  carnes assadas com ervas raras, javalis temperados e frutos exóticos estavam entre os destaques da refeição.

      Kaito, sentado ao lado de seus pais, observava tudo com certa admiração. 

      Hiroshi Ignivor, seu avô, inclinou-se para falar com ele em tom baixo, para que apenas eles ouvissem.

    – Kaito, lembre-se que esta não é apenas uma festa para você. – Seus olhos âmbar brilhavam com uma intensidade quieta. 
    – Esta é uma declaração ao reino de que você está preparado. Eles estão todos observando, esperando para ver o tipo de homem que você se tornará.

      Kaito balançou a cabeça concordando, sentindo o peso das palavras de seu avô. Sabia que aquela noite não era apenas uma celebração de seu aniversário. Era um prelúdio para o que estava por vir — a transição de um garoto para um homem, de um herdeiro para um líder.

      Do outro lado do salão, o rei Ryoma observava atentamente seu filho, o príncipe Ryota. Havia uma distância visível entre os dois, uma barreira não dita que se estendia além do sangue que compartilhavam. O príncipe, ao contrário de Kaito, mantinha-se em uma postura mais reservada, interagindo com os convidados de maneira calculada, mas distante.

      O duque Saito Tanaka, sempre atento, mantinha-se próximo ao príncipe, como uma sombra. Seus olhos percorriam o salão com uma cautela quase imperceptível, mas qualquer observador atento notaria que ele estava sempre avaliando, sempre planejando.

      A noite seguia em seu ápice, e o salão de festas da mansão Ignivor parecia vivo. As risadas ecoavam pelos corredores, e os músicos, posicionados em uma plataforma elevada, tocavam uma melodia suave, mas cativante. O brilho das tochas e dos candelabros criava uma atmosfera quente e acolhedora, banhando os convidados em luz dourada. Nobres de todos os cantos do reino de Imperion dançavam, brindavam e conversavam sobre alianças, promessas e a política sutil que sempre cercava eventos como aquele.

      Kaito estava impecavelmente vestido para a ocasião. Seu traje era feito de finos tecidos escuros, quase negros, com detalhes em dourado que adornavam as bordas da jaqueta. A roupa era elegante, mas sem ostentação excessiva, refletindo a posição nobre da família Ignivor. Sob a jaqueta, uma camisa de seda branca reluzia sob a luz das tochas, com um cinto de couro fino e polido segurando as calças de corte impecável. O emblema da casa Ignivor — uma fênix em chamas — estava bordado discretamente no peito, em tons de vermelho e dourado, como se fosse uma marca viva de seu legado.

      Seus cabelos vermelhos, tão marcantes quanto as chamas que simbolizavam sua linhagem, estavam arrumados, mas não de forma rígida. Algumas mechas caíam levemente sobre sua testa, dando-lhe um ar mais descontraído. Kaito era a imagem perfeita de um jovem nobre, à altura do nome que carregava, mas havia um toque de jovialidade e leveza em sua postura.

      Quando se aproximou de Lianna, o tecido de sua capa curta balançou levemente com o movimento. A capa, presa com um broche dourado em forma de fênix, descia até a metade de suas costas, complementando o conjunto com perfeição. Ele parecia ao mesmo tempo imponente e acessível, uma combinação que refletia sua personalidade.

      Kaito estendeu a mão para Lianna com um sorriso confiante.

    – Posso ter a honra desta dança? – perguntou ele, sua voz suave, mas firme.

      Lianna, que observava Kaito com admiração, aceitou a mão de Kaito com um sorriso igualmente encantador. Ela estava lindamente vestida para a ocasião, e os dois juntos formavam o par perfeito para aquela noite de gala.

      À medida que eles se aproximaram do centro do salão, os olhares dos presentes se voltaram para o jovem casal. O salão parecia brilhar ainda mais sob o brilho das tochas e candelabros, e a música crescia em intensidade, marcando o início da dança formal.

      Os músicos afinaram seus instrumentos, e logo o som dos violinos e flautas preencheu o ar com uma melodia vibrante e sofisticada. Nobres de todas as casas começaram a se alinhar para participar da dança. A tradição ditava que o primeiro casal a dançar era aquele que simbolizava o futuro das casas mais influentes, e Kaito e Lianna, com toda a certeza, ocupavam essa posição.

      Enquanto se moviam graciosamente, girando no salão ao som da música, o foco de todos se mantinha sobre eles. Para os outros nobres, a dança era um espetáculo de poder e prestígio; para Kaito, no entanto, era um momento de leveza, longe das responsabilidades que sempre pesavam sobre ele. Durante aqueles instantes, ao lado de Lianna, ele podia se permitir esquecer, mesmo que brevemente, o fardo que carregava.

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