Capítulo 234: Visitando uma pequena loja

Jack olhou para o valente jovem espadachim agora se curvando diante dele. Todos os olhos esbugalhados estavam fixos nos dois.

Aceitar Derek como aluno?

Prós:

• Um novo lacaio 

• Autoridade aumentada 

• Possivelmente um aumento da riqueza 

Contras:

• Tensões com o tal do Águia Branca 

• Seria necessário ensiná-lo 

• Rumores vão espalhar

Esse certamente era um problema complexo com ramificações quase infinitas. Ele já conseguia imaginar um mestre espadachim furioso vindo reclamar sobre o sequestro do discípulo. 

Benefício de curto prazo? Sim!

Possível catástrofe no futuro? Talvez 

Benefícios a longo prazo? Só se ele jogasse suas cartas direito… 

O homem no chão não contraiu um músculo. Jack nunca tinha visto alguém se ajoelhar com tanta intensidade: ele estava transbordando a determinação de se curvar até o fim de Infinite… 

“Tch— tanto faz, vou deixar você tentar”, Jack resmungou, o jovem levantando a cabeça com a mais pura alegria que havia. 

“S-sério?! Não vou decepcioná-lo, Mestre!” 

“Tudo bem, vamos terminar esse teste, ok?” Jack trovejou, tirando os espectadores de seu estupor. O que diabos tinha acabado de acontecer?! 

Assim que chegaram ao acampamento, quase deram um ataque cardíaco ao comandante da milícia. Ele conhecia seus homens e conhecia Derek.

“O quê?! Vocês estão seguindo ele?! O QUÊ?! Você é discípulo dele agora?!” Essa foi a reação dele. Só piorou quando Derek o corrigiu. 

“Não, não. Eu ainda não ganhei esse direito. Sou um discípulo em potencial por enquanto, mas com certeza ganharei o status de verdadeiro discípulo!!” Ele trovejou heroicamente. 

Nesse momento, o pobre comandante sentiu como se o mundo estivesse virando de cabeça para baixo. Ele havia rejeitado Mestre Águia Branca por aquele cara?!! Seu rosto mostrava todos os tipos de reações quanto mais ele ouvia. 

Ainda assim, por mais divertidas que fossem suas reações, Jack tinha negócios oficiais com ele. 

“Senhor, podemos falar em particular? É urgente.” Ele pediu, e o comandante em choque concordou instantaneamente. Ele também tinha tantas perguntas! 

Os dois se dirigiram para uma tenda militar. Jack não conseguiu evitar dar um aceno de aprovação ao avistar as runas bloqueadoras de ruído. Ninguém escutaria aqui… 

“Comandante, temo que os próximos dias serão extremamente duros para Sprigfield. Primeiro, há a renovação de mana, depois malditos macabros, e agora até os Corrente Sangrentas estão envolvidos…” 

Todos os problemas que ele causou foram perfeitos para “provar” seu ponto. Quanto mais ele falava, mais sombrio o rosto do comandante ficava. Ele até fez uma careta à menção dos traficantes de escravos. 

“Vivemos em tempos sombrios, mas o Império permanecerá para sempre! Precisaremos de homens fortes como você para nos ajudar a derrotar o mal!” Ele falou com paixão. 

“Exatamente, comandante! É por isso que tenho um favor a pedir. Por favor, deixe-me estabelecer uma brigada para patrulhar as terras selvagens ao redor e proteger Sprigfield!” 

“Isso é impossível. Existem regras estabelecidas. Não posso simplesmente alocar soldados para—”

“Usarei os Bravos, senhor! Vou convencê-los a ajudar a defender essa grande cidade! Foi assim que a milícia começou, não foi? Homens corajosos pegando em armas para defender seus entes queridos!” 

O comandante sem palavras olhou nos olhos de Jack. Nesse momento, ele viu um patriota pronto para derramar seu próprio sangue pelo bem comum. Ele tinha que ajudar uma alma tão pura e heróica! 

“Tudo bem, mesmo como comandante meu poder é limitado, mas farei tudo que puder. Recruta, não, soldado Jack, eu juro que defenderemos essa cidade!” 

“Obrigado, senhor!” 

Jack derramou algumas lágrimas másculas de gratidão enquanto falavam sobre cooperação. O homem não quebraria nenhuma regra por ele, mas as dobraria sempre que possível. Suas operações ganhariam legitimidade, e ele teria acesso a algumas informações privilegiadas. 

Jack saiu da tenda do comandante com um sorriso enorme. 

“Mestre, você voltou! Como foi a reunião? Você precisa que eu faça alguma coisa?” Derek perguntou respeitosamente. 

“Claro, vista isso, com o capuz. Vamos fazer uma tarefa.” Ele jogou para ele uma velha capa marrom esfarrapada. 

No começo, Derek ficou confuso. O que houve com aquela roupa? Eles iriam fazer algo secreto? Vendo sua perplexidade, seu mestre riu. 

“Adquira o hábito de desaparecer sempre que possível. Seus inimigos nunca saberão se você realmente se foi ou se está apenas brincando com eles.” Jack o esclareceu. 

Em pouco tempo, os dois chegaram a um prédio recém-construído, um que tinha uma aparência colorida, mas digna. O lugar todo parecia deserto, com os passantes ignorando-o. 

Eles entraram na loja, vendo roupas coloridas por todo lado. Havia casacos, camisas e, especialmente, muitas capas, tudo exalando o cheiro da riqueza. 

Um funcionário veio imediatamente para recebê-los. 

“Olá, clientes. Posso ajudar—”

Mas Jack ignorou completamente o homem e se virou para seu novo candidato a discípulo. “Diga, o que você acha deste lugar?” 

“Parece colorido? Um pouco caro demais, talvez?” Derek comentou enquanto olhava para um cachecol vermelho que custava 10 moedas de ouro. 

“Cliente, posso garantir que todos os nossos produtos são da mais alta quali—” 

Jack falou mais uma vez por cima do pobre homem, até mesmo gesticulando para que ele permanecesse em silêncio.

“Os produtos deles são caros demais para uma cidade. Então por que eles estariam aqui? O dono é burro? Pode ser um simples erro, certo?” Jack tinha um sorriso malicioso. 

“Senhor, bons produtos vendem naturalmente. Você está livre para ir embora.” O balconista disse indiferentemente. 

“Nenhuma propaganda, nenhuma alteração nos preços e o balconista não parece muito preocupado com a falta de clientes…” Jack comentou antes de olhar significativamente para seu aluno. 

Derek entendeu que isso era um teste: o olhar deixou isso óbvio. Ele começou a quebrar a cabeça, tentando pensar como um mercador. Isso era muito mais difícil do que esgrima! 

Ele não conseguia entender o que estava acontecendo! Por que eles não estavam preocupados? A falta de clientes era para um mercador o que a falta de uma arma era para um guerreiro! Mas eles não se importavam? 

O balconista estava até mesmo os mandando sair agora. Ele era simplesmente orgulhoso? Não, não era isso. Ele realmente não dava a mínima para eles! Foi quando finalmente caiu a ficha. 

Jack sorriu ao ver a expressão de descoberta no rosto de seu aluno. 

“Você descobriu?” 

“Eles não são comerciantes de verdade! Esse lugar todo é uma farsa!” Derek sentiu que essa era a única opção. O balconista até pareceu se contorcer ao ouvir isso. Ele tinha que estar certo! 

“Não, eles são 100% comerciantes.” Jack riu, gostando da expressão de horror no rosto de seu aluno, pois ele pensou que tinha falhado no teste. “Mas você está certo. Esse lugar é um disfarce.” 

Ele se virou para o funcionário: 

“Por favor, diga ao seu chefe que estou aqui para discutir negócios.” 

“O chefe é um homem muito ocupado. Receio que ele não tenha tempo para ninguém que—”

“Ah, mas eu tenho um convite, sabe.” Jack invocou uma sacola do seu inventário, jogando-a. Ela balançou no ar antes de cair pesadamente no balcão, bem ao lado do funcionário. 

Splash!

Um líquido vermelho pingou na madeira, manchando-a. Não havia muito, mas o cheiro era muito revelador. O cheiro de ferro do sangue! 

Quando o funcionário olhou para dentro, ele mal reagiu. Os escravagistas estavam acostumados a sangrar, já que o medo era um método de “domesticação” altamente eficaz. 

Tudo o que ele fez foi sutilmente alcançar um botão sob o balcão enquanto ganhava tempo. “Ah, entendi. Bem, se você tem um convite então—”

“Mestre, tenho um mau pressentimento sobre isso. Acho que deveríamos ir embora!” Derek insistiu. 

“Por que se preocupar tanto? Você não deveria ser enérgico e esperançoso na sua idade?” Jack deu de ombros. 

“Vai, vai, vai!!!” De repente, homens saíram correndo pela porta da frente e de trás, enchendo a loja em questão de segundos. Eles os cercaram, bloqueando todas as saídas possíveis. 

Estava claro que todos eles eram guerreiros poderosos, nenhum deles eram alfaiates, com certeza! Eles fediam a sangue, violência e raiva, sua inimizade era palpável. 

Conforme invocavam as Correntes de Sangue, sua verdadeira identidade se tornou clara. A atmosfera mudou, de opressiva para simplesmente insuportável. Intenção de matar, muita intenção de matar! 

Até o valente Derek empalideceu. Aqueles não eram inimigos que eles poderiam enfrentar. Eram muitos deles! 

Ele agarrou sua espada com mais força, pronto para abrir um caminho sangrento ou morrer tentando. Ele estava pronto para — de repente, ele congelou. O que diabos seu novo mestre estava fazendo?! 

Havia bandidos por todo lado, mas Jack não parecia se importar. Ele começou a caminhar preguiçosamente na pequena área em que ainda podiam se mover. 

“Tsk, tsk, tsk. Oito segundos, vocês levaram 8 segundos do momento em que ele apertou o botão para vocês aparecerem. Isso é realmente o melhor que vocês conseguem fazer?!” Ele balançou a cabeça. 

Eles não conseguiram deixar de olhar para ele estranhamente. Esse homem estava louco?! Na verdade, ele estava apenas começando… 

“Vocês cobriram as janelas e a porta dos fundos, mas ninguém está cobrindo aquela chaminé ali. Vocês sabem o quão fácil seria escapar por ela?”

Alguns traficantes de escravos se moveram inconscientemente para protegê-lo, com Jack dando-lhes um pequeno aceno de cabeça. 

“Assim que você chegou, você imediatamente usou sua habilidade de Corrente de Sangue. Qual é o ponto? Você está tentando nos intimidar? Por favor, vocês parecem um grupo de entusiastas de BDSM!” 

“Ainda assim, tudo isso pode ser perdoado. Afinal, vocês estão apenas fazendo o seu trabalho, certo? Aquele com quem estou realmente decepcionado é você!” Jack apontou para o balconista. 

“Eu literalmente disse que estou aqui para fazer negócios! O que há com esse grupo de stript?! Você está tentando dificultar as coisas para seu chefe? Você acha que eu estou brincando?!” Ele protestou. 

“O objetivo de um botão de pânico é ser usado em caso de emergência! Emergência! Você está tão cansado de trabalhar aqui? Você está tentando me antagonizar para que eu destrua a loja?” 

Quanto mais ele falava, mais confusos os traficantes de escravos ficavam. O escrivão não conseguiu evitar ficar lívido ao perceber as implicações: 

1. Esse homem sabia perfeitamente quem eles eram 

2. Ele sabia sobre o botão de pânico e reforços 

3. Mesmo assim, ele decidiu ficar e estava tão calmo! 

O funcionário de repente percebeu que toda essa situação parecia muito acima de seu nível salarial. Sério, quem era esse cara?! 

Enquanto ele se perguntava sobre tudo, um homem encapuzado entrou furtivamente. Assim que os traficantes de escravos o viram, todos se ajoelharam.

Jack sorriu. Parecia que o Chefe dos Escravagistas tinha vindo pessoalmente…