Capítulo 299: Professor Incompetente
Assim que o Príncipe do Tesouro se juntou à facção de Jack, ele parecia exausto. Lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto ele se perguntava se deveria fingir a própria morte.
“Como foi?! Conseguiu gente suficiente? E as vendas?”, perguntou Jack, esperançoso.
“Eu fiz….”
Mesmo reclamando internamente, ele ainda havia concluído suas tarefas com eficiência e rapidez. Enquanto isso, Jack trabalhava sozinho em um projeto secreto.
“Ótimo, chamem todos. Vai ser hora de começarmos oficialmente a aula. Emocionante, não é?”
Não demorou muito para que um exército de NPCs surgisse diante dele, cerca de 50. Isso era ótimo, considerando que a notícia sobre o recrutamento havia começado a se espalhar apenas um dia antes.
Alguns ficaram boquiabertos ao reconhecê-lo. “É-é você! Você é o cara que me embebedou no Pavilhão do Tesouro!!!”/”Esse é o cara misterioso do Covil Dourado da Sorte!”
Até seu irmão elemental da grama estava lá, agindo sorrateiramente sob a capa e a máscara. Ele parecia um palhaço de carnaval.
Jack pigarreou antes de gesticular teatralmente em direção à multidão.
“Bem-vindos, pessoal! Tenho certeza de que vocês já ouviram que o Sindicato do Comércio está recrutando. Esta é uma oportunidade única para todos vocês aprenderem um ofício incrível: ferraria!”
Alguns levantaram as mãos timidamente.
“Senhor, quanto tempo vai durar o treinamento?”
“Você vai sair daqui num piscar de olhos. Não haverá os dois anos tediosos de mentoria que só servem para fornecer mão de obra barata para os ferreiros.”
Jack fez o método de treinamento usual parecer ruim, mas na verdade ele estava deturpando-o.
Ferreiros no Infinite —> Orgulhosos artesãos inclusivos
Método de Jack —> Transforme-os em engrenagens da máquina, no estilo da industrialização. Eles aprenderiam muito menos com ele, mas isso não seria aparente à primeira vista, desde que se apegassem a uma coisa só.
“Senhor, quanto custará o treinamento?”
“O custo inicial é zero. Uma porcentagem do seu lucro será retida por um tempo após a formatura, só isso.” Jack se absteve de dar mais detalhes.
Não seria tarde demais para fazê-los assinar um contrato quase escravo quando todos estivessem bêbados em uma festa obrigatória no escritório.
Alguns franziram a testa, mas muitos outros até comemoraram. Estavam falidos, e isso lhes dava uma chance de ascender na escala social.
“Senhor, eu já conheço o ofício. Posso começar a trabalhar agora mesmo!”, proclamou um deles, orgulhoso.
“Entendo. Você pode simplesmente fazer a aula, e eu avaliarei seu domínio a partir daí. Isso fortalecerá seus fundamentos e permitirá que você pratique. Ninguém mata aula!”, trovejou Jack.
O homem ficou sem palavras. Era como um imigrante a quem seus estudos anteriores foram negados. Isso certamente deixou um gosto amargo em sua boca.
Mas Jack não cederia nesse ponto. Afinal, todo o processo servia apenas para camuflar a parte mais sinistra do seu plano.
“Certo, uma última pergunta e prosseguiremos!”
Ele observou a multidão, selecionando as mãos. Encontrou uma garota preocupada, mas de aparência alegre.
“Se-senhor, e aqueles que não aspiram a ser ferreiros? Devemos ir embora?”, questionou ela, já esperando a resposta.
Parecia haver muitas pessoas na mesma situação que ela. Não era como se ele pudesse recusar a todos, certo? Na verdade, essa era uma oportunidade…
“Garota, você ainda quer se tornar uma artesã?”
“Com certeza! Um dia farei roupas para a realeza! Quero me tornar uma alfaiate profissional”, declarou ela, cerrando o punho, com a determinação transparecendo em seus lindos olhos castanhos.
“Hehe, ferraria é tudo o que eu ensino. A maioria desistiria de te ensinar, MAS eu sou diferente! Você deveria se juntar a nós!”
“Eu deveria?!” Ela não era a única confusa.
“Você parece confusa, minha jovem. Já ouviu a frase ‘todos os caminhos levam ao topo’? Significa que há muitos caminhos que podemos trilhar na vida.” Ele suspirou profundamente.
“Se-senhor?…”
“Você não percebe? Aprender a ser ferreiro é apenas um passo para se tornar o melhor Alfaiate de todos os tempos. Pense nisso. Ambos podem fazer roupas: só que com materiais ligeiramente diferentes.”
“Ma-mas…”
Ele se aproximou, agarrou as mãos dela enquanto olhava profundamente em seus olhos.
“Dominar seu fogo interior fará milagres com você no futuro, acredite! Aliás, sinto que você demonstra um talento promissor!” Ele lhe lançou um sorriso encorajador, típico de um golpista.
“I-isso… Eu não tenho afinidade com fogo…” Ela corou enquanto falava em voz baixa.
Nesse momento, alguns dos candidatos foram embora imediatamente. Esse idiota estava falando besteira! Eles só seriam arruinados se aprendessem com ele.
Ferreiro = Alfaiate —> Não!
Sem afinidade com fogo e Grande Talento —> Tão ridículo!
Ainda assim, alguns permaneceram para ver como as coisas se desenrolariam, mesmo que fosse só para assistir ao espetáculo. Seria isso o suficiente para fazê-lo se encolher?
“E?”
“Eu não tenho fogo, Aff—”
“Eu ouvi. E então? Qual é o seu ponto?”, perguntou Jack inocentemente.
Muitos ficaram boquiabertos. Será que ele era tão desinformado assim ou só estava fingindo? Tiveram sorte de escapar de uma bala ali mesmo!
“Isso significa que não poderei—”
“Não, isso é um mito. Você pode forjar com qualquer poder. Você só precisa aprender a quebrar minérios. É desafiador, mas não impossível, e depois de superar esse obstáculo…”
Muitos exclamaram em “percepção”. Eram eles que realmente queriam participar. Para a maioria, ele ainda soava como um tolo… e, no entanto… Haveria genialidade escondida em suas palavras?
“Certo, pessoal, sigam-me!” Jack os guiou alegremente em direção à favela, por algum motivo. Então, exibiu com orgulho o que parecia ser uma fortaleza da Yakuza. “Aqui estamos!!”
“?!?”
O lugar era grande, decadente, suspeito, super antigo, e havia até um painel de regras na parede.
Academia de Ferraria OP!
- Esse lugar não existe.
- Use sempre o uniforme.
- Nunca desista da ferraria.
- Nunca decepcione seus colegas.
- Considere seu belo professor um deus literalmente.
“Entre na fila para participar. Não haverá mais volta!” Jack avisou solenemente.
Muitos engoliram em seco, mesmo assim se inscreveram. Outros saíram às pressas, pois a coisa toda parecia muito suspeita! Alguns quiseram fazer mais perguntas, mas ele os dispensou.
“Às vezes, na vida, você não terá todas as informações necessárias. Nesses casos, siga seu instinto e torça pelo melhor. É só isso.”
No total, 17 dos 50 iniciais decidiram ingressar na escola de ferraria.
“Bem-vindos, pessoal! Muito bem, aqui estão os uniformes!” Ele entregou a todos uma trouxa de roupas.
Ao abri-los, seus rostos não conseguiram conter um estremecimento — vendas nos olhos, protetores de ouvido e túnicas compridas que pegariam fogo facilmente. Aliás, não era tudo coisa de sexo?! Que besteira!
“Se-senhor…?!”
“O que foi?” Jack perguntou inocentemente.
“I-isso… nada!” Ele não conseguiu conter o riso ao ver a reação dela. A aspirante a alfaiate que ele havia enganado agora estava da cor de tomate.
Eles relutantemente vestiram as roupas bizarras.
Ele então os guiou para dentro do que antes fora uma fábrica abandonada. Ele havia varrido os excrementos de ratos e transformado o local inteiro em uma aspirante a forja com fornos portáteis.
Mesmo assim, a aparência e o cheiro ainda eram horríveis. Seus novos alunos não conseguiram evitar uma careta ao entrar. O que eles deveriam fazer agora?
“O primeiro passo para se tornar um ferreiro divino é se acostumar com a forja. Eis a razão para vocês estarem todos vendados e com as orelhas quase tapadas.”
“….”
“Quero que todos se concentrem na sensação de forjar, esquecendo os outros sentidos. Vou ensinar algumas técnicas básicas, mas isso é tudo. Estão prontos?”
“Sim, senhor!!”
Qualquer pessoa sã já teria fugido há muito tempo, mas todos ficaram. Os que restaram estavam muito desesperados ou se achando espertos naquele momento. Era um teste, certo?!
Estavam convencidos de que ele logo permitiria que tirassem as fantasias ridículas. Afinal, eles haviam se certificado de que o Sindicato do Comércio realmente o apoiava.
Infelizmente, Jack não tinha essa intenção. Ele assistiu à cena com aprovação.
Será que eles despertariam algum poder extraordinário com isso? Talvez, mas provavelmente não. Mas isso o ajudaria a garantir que obedecessem até às ordens mais tolas.
Eles não mereciam sua tutela se não pudessem aceitar ordens tão simples como trabalhar cegamente em uma forja em brasa.
Jack convocou duas dúzias de esqueletos, enviando-os para ensinar os alunos em seus caminhos. Eles vinham atrás deles e gentilmente guiavam seus membros.
Clang! Clang!
Nem preciso dizer que muitas queimaduras aconteceram.
Derreter os minérios e martelar sem perceber era uma tortura. Mesmo aquele cara que já era ferreiro profissional não conseguia fazer isso.
“Isso é impossível! Que diabos a gente deveria sentir?!”
“É mesmo? Diga-me, como os pássaros voam? Como os peixes nadam? Como você respira?”, perguntou Jack, curioso.
“É assim que as coisas são! É completamente diferente! Não tem como—”
“Significa apenas que você ainda não descobriu como. Talvez você não seja tão bom quanto pensa. Quer desistir? Você ainda será cobrado por—”
“Eu vou ficar!” Ele não queria ser o primeiro a fracassar. Seu orgulho não permitiria.
Em algum momento, Jack se deu por satisfeito. Ele já os havia feito treinar a mentira por tempo suficiente. Era hora da coisa real. Mas assim que ele abriu a boca para impedi-los…
“Consegui! Consigo sentir o fogo! Como ele anseia por mais ar, como precisa de mais combustível, como ele…”, exclamou de repente o ferreiro profissional.
Pera, o quê?! Jack encarou a cena, perplexo. Como?! Isso não fazia sentido! Em teoria, era possível atingir tal nível, mas não era um pouco rápido demais?
O homem já estava ajoelhado no chão, ainda com os olhos vendados.
“Professor, muito obrigado! Desculpe-me por duvidar da sua sabedoria sem limites!”
“…Claro…sem problemas…”
‘Que porra é essa?!’
Era hora do próximo passo então…
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