Índice de Capítulo

    Escuridão, escuridão total e um forte cheiro de ferro.

    Em uma pequena cela, uma elfa se desesperava. “Estou lhes dizendo, vocês não podem me manter aqui! Vocês todos vão se arrepender depois. Eles virão atrás de mim!” Ela continuava gritando, mas ninguém se importava. 

    Mas de repente ela ouviu o som de passos… 

    Clang! Tum! 

    “Me soltem! Me soltem…” Enquanto ela tentava implorar, um de seus captores jogou um corpo ali, um corpo ensanguentado que ela reconheceu. “É você?!” 

    Jack abriu os olhos lentamente, gemendo. Naquele momento, sua aparência não poderia ser mais lamentável. Cortes, hematomas, ele estava quase mutilado. 

    “Ah, você é aquela elfa… Tenho pena de você. Quem sabe o que farão com você…” Jack suspirou significativamente. 

    Foi então que todo o seu rosto ficou pálido e seu corpo tremeu. “Vo-você não pode me assustar! Eles não ousariam…” Sua voz se transformou em um gemido. 

    Ela se sentiu menos confiante ao vê-lo vomitar sangue. O que diabos ele havia passado, e seria esse o destino que a aguardava?! 

    “O-o que aconteceu?”

    “Eles me serviram iguarias dignas de um rei, prepararam um banho de espuma para mim, me vestiram com seda fina e até me ofereceram duas escravas para aquecer minha cama…” Jack disse lentamente. 

    “O quê?! Então como é que—”

    “Você não conhece o conceito de sarcasmo, né? O que você acha que eles fizeram?! Tortura, tortura e mais tortura!” Ele disparou. 

    Gulp! Eu realmente preciso falar com—”

    Pfft— Você ainda acha que consegue se safar dessa? Que ridículo. Essas pessoas são traficantes de escravos. Você sabe o que são escravos? Eles vão te destruir completamente, esmagar seu espírito até que você se torne obediente. Eles vão…” 

    Jack começou a descrever várias técnicas “divertidas” que eles usavam, uma após a outra. Iam de mordidas de rato a privação de sono/comida e até mesmo ingestão forçada de urina. 

    Quanto mais ele falava, mais fracas as pernas dela ficavam. Nããão! Não tinha como ela aguentar nem uma dessas! Mesmo agora, Jack ainda vomitava sangue. 

    Mas de repente algo aconteceu… 

    Cling!

    Ele tinha acabado de cuspir… uma chave de prata?! 

    “Lá vamos nós.” Ele sorriu enquanto ria. Ele já estava se espreguiçando, suas intenções eram óbvias. Uma fuga da prisão?! Foi quando ela viu esperança pela primeira vez.

    “Você, o que está planejando?!” 

    “Obviamente vou dar uma volta… Estou fugindo, duh!

    “Leve-me com você! Por favor, por favor, por favor!” Ela se agarrou à esperança enquanto se agarrava ao braço dele. 

    Naquele momento, ela havia se esquecido completamente do estado horrível dele e de que não deveria tocar em um membro do sexo oposto. 

    Não, Jack com sua aparência de mendigo parecia um Príncipe Encantado para ela naquele momento. Ele era o único que a separava de uma vida de escravidão. 

    Ele olhou para ela com um olhar de águia, obviamente hesitante. 

    “Juro que não vou te atrapalhar! Você também tem inimigos aqui, certo? Vamos fugir de volta para a Floresta. Juro que vou falar bem de você e—”

    “Falar bem? Não há nada mais inútil do que uma promessa vazia. É—”

    “Eu juro pela Floresta Élfica!” ela gritou acaloradamente. 

    Foi então que ele finalmente concordou. Os dois saíram enquanto ele os guiava pelo complexo subterrâneo. 

    No início, ela estava completamente assustada, cada passo lhe revirava o estômago, mas então o viu. Como ele era tão bom nisso?! Ele se esgueirou até uma sentinela e… — Slash! — Mortinho da Silva! 

    Nem ela conseguia identificar que técnica era aquela. Ele cortava, e os inimigos caíam! Seu poder parecia ignorar 100% das defesas deles. Que incrível! 

    “Aqui, vista isto.” Ele lhe deu uma capa. 

    Acontece que era do tamanho dela… mas apertada demais para ela usar por cima das roupas atuais. 

    Ele insistiu para que ela trocasse de roupa. Ela queria pedir a ele para se virar, para lhe dar as considerações que uma dama deveria ter, mas então viu seu olhar severo. 

    Ela mudou de roupa sob o olhar atento dele, que procurava inimigos. Ela estava se sentindo envergonhada, mas uma parte dela esperava que ele a encarasse diretamente. 

    Ela era tão feia assim?! Foi a primeira vez que alguém a ignorou tanto!

    “Vamos….” 

    O caminho à frente estava cheio de inimigos. 

    Cada segundo parecia uma Eternidade. Por que havia tantos inimigos patrulhando?! Aquele lugar era uma masmorra ou um maldito palácio? 

    Quando eles estavam prestes a sair… 

    “Hm, aonde você está indo! É você mesmo. Eu te reconheceria em qualquer lugar!” Um dos sentinelas gritou de repente para ela. 

    Ela congelou. Meu Deus! 

    E agora?! O que ela deveria dizer?! 

    O homem já estava vindo em sua direção. Nesse ritmo, eles seriam pegos, e… quando ela estava surtando, sentiu um toque reconfortante nas costas. 

    “Essa merda toda relacionado ao Rei Demônio. Você sabe como é. Não tive um momento de descanso desde que ele voltou, não é?” Jack não só manteve a calma como até estava brincando?! 

    “Ah? Entendo, faz sentido. Boa sorte para vocês dois. Fiquem longe das árvores da fazenda, hahaha!” O sentinela os dispensou com um gesto. 

    Eles conseguiram sair do local sem levantar suspeitas. 

    Ao saírem, ela finalmente viu o lugar como realmente era: uma loja de seda fina. Que coisa furtiva e sombria! Traficantes de escravos em um negócio aparentemente legítimo?! O mundo humano era realmente assustador! 

    No entanto, ela não se sentiu assustada, mas feliz. Ela teve muita sorte de tê-lo encontrado! No começo, ela achou que ele era um cara mau, mas na verdade ele era ótimo. 

    “Tome cuidado, tenha uma boa vida.” Jack foi embora. 

    O QUÊ?!?

    Ele estava abandonando-a assim, sem mais nem menos?! Ele tinha concordado em tirá-la da cela, mas agora estava deixando-a em paz?! Não era um pouco cruel demais? 

    “Ei, espere! Eu disse espera!” Pela primeira vez na vida, a orgulhosa princesa se viu correndo atrás de alguém.

    Ela correu atrás dele às pressas. “Por favor, deixe-me ir junto. Podemos voltar para a Floresta Élfica e fugir dos… isso mesmo, Correntes Sangrentas!”

    “Floresta Greenwood.” 

    “O quê? Ah, o nome, entendi! Por favor, vamos lá, e eu garanto que você será recompensado.” Ela implorou, apelando para a ganância dele. Humanos são gananciosos, certo? 

    Mas quanto mais ela implorava, menos parecia dar resultado. Ela tinha a sensação de estar falando com um monge! Naquele momento, ela não parava de xingar sua aparência miserável. 

    Tch— Vou deixar você ir junto por enquanto.” Ele cuspiu. 

    “EBA!!!” Ela gritou tão alto que todos os transeuntes se viraram para ela. 

    Mas logo, sua felicidade se transformou em timidez quando ele reservou um quarto para eles na pousada local, um quarto individual. 

    E-ele tinha planos para ela?! Será que ele tentaria se-segurar a mão dela ou beijá-la?! Como ela deveria reagir então? Todo o seu corpo estava vermelho. 

    Logo… 

    “Aqui tem água na banheira.” 

    Gulp. Vo-você quer que eu tire a roupa?!” Ela estava com dificuldade para respirar. 

    “….”

    “…Tu-tudo bem!” 

    Ele não ficou particularmente observando, mas isso não impediu a imaginação dela. Ela se limpou rapidamente, preparando o coração para o que estava por vir. 

    Ele voltou, olhando para ela. 

    “Você terminou?” Ele perguntou com uma voz profunda. 

    “Si-sim…” Ela se levantou e ficou parada diante dele timidamente. 

    Foi então que ele a agarrou pelos ombros e… a empurrou para o lado. Entrou na banheira, aparentemente imune ao charme dela. 

    A água ficou vermelha como sangue instantaneamente. Quanto ele havia sofrido?! Roubar e engolir a chave da prisão enquanto era torturado não deveria ter sido fácil, certo? 

    Ela se viu tomada por uma sensação estranha, algo chamado empatia. Sentiu até as mãos se movendo sozinhas, lavando delicadamente as costas ensanguentadas dele. 

    O banho não poderia ter sido mais tranquilo. Quando ele finalmente saiu, ela se viu olhando fixamente. Era hora de… 

    “Vamos.” 

    “Pa-para a cama?” 

    “Vou te deixar na sua Floresta. Por que você ainda não se vestiu? Depressa.” 

    Como ela deveria responder a isso?! Ela o seguiu, com a cabeça em uma confusão. Ele não tinha o menor interesse no corpo dela. Por que isso a entristecia?! 

    Eles saíram da cidade vestindo roupas de viajante. 

    Enquanto viajavam, ela finalmente percebeu o quão aterrorizante o mundo podia ser. Era um perigo atrás do outro. 

    • Monstros errantes 
    • Cultistas que sacrificam humanos
    • A guilda hipócrita!
    • Um bando de canibais gritando que carne é carne 
    • Bandidos da floresta, cujo líder se autodenomina Robin Hoody!
    • … 

    Havia inimigos em cada esquina! 

    Ele a protegia bravamente em cada encontro. Quanto mais lutava e mais ferimentos sofria, mais ele continuava por ela. 

    Quanto mais ele se machucava, mais culpada ela se sentia. A culpa era toda dela, tudo porque ela queria sair de casa. 

    A pobre Elfa estava tendo um colapso ao se lembrar de como tinha sido ingênua. Ela até cantava naquela época: que sorte ela tinha de ainda estar viva?! 

    Não, não foi sorte. Foi tudo graças a ele… 

    Depois de inúmeras tribulações, eles finalmente chegaram ao seu destino. Ela o conduziu até uma pequena clareira com grandes árvores arcaicas formando um arco natural. 

    “Sua princesa voltou. Abram caminho”, declarou ela, com veemência, em élfico. 

    A Floresta ficou instantaneamente silenciosa… antes que uma ventania se levantasse! ZUM! Uma quantidade incrível de mana foi atraída para o arco, e um portal dourado brilhante surgiu. 

    “Aqui estamos. Vamos!”, ela declarou alegremente. 

    “Duvido que um humano seja bem-vindo lá.” Jack suspirou, já se virando para ir embora. 

    “E-espera, ESPERA! E a sua recompensa por me salvar? Você definitivamente deveria reivindicá-la!”

    Uff, está tudo bem. Contanto que você esteja segura, até mais tarde.” 

    Ele ainda queria ir embora?! Ela tinha que fazer alguma coisa! Ela não pensou onde eles estavam, em seu status, ou em como os humanos eram banidos daquele lugar. 

    “Por favor, descanse por esta noite!” Ela agarrou a mão dele, mostrando olhos de cachorrinho. 

    “Tá bem…” 

    Sim! Ela o arrastou alegremente para dentro do portal, sem notar o sorriso intrigante que ele agora exibia. 

    [O Portal está rejeitando você!] 

    [Erro! Erro! Convidado dos Elfos!] 

    [Bem-vindo ao Assentamento Élfico!] 

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota