Índice de Capítulo

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    Renascimento e nova vida…

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    “Foda-se essa vadia maluca!”

    Jack se viu gritando roucamente, seus braços se agitando na escuridão, sua respiração em completa desordem e suas roupas grudadas em seu corpo, encharcadas de um suor frio.

    Espere… acordou?! Ele tinha acabado de morrer! A dor ainda percorria todo o seu corpo. Muita dor! Havia algo mais agonizante que ser despedaçado por patos mutantes? Talvez, mas ainda doía como o inferno!

    Podia imaginar vividamente: suas presas afiadas afundando em sua carne macia enquanto ele ouvia o eco de seus grasnados malignos. Eles ansiavam por sua carne há tantos anos! Agora finalmente haviam provado, saboreando a angústia tanto quanto seu corpo.

    Uma maneira tão inútil de morrer, e foi tudo culpa daquela vadia maluca! Definitivamente havia algo de errado com ela. Quem iria caminhar praticamente seminu?! Não, aquilo ali tinha sido fichinha comparado a: mover-se com o pescoço quebrado, isso estava além do humano!

    Ela ainda tinha o empurrado para baixo, murmurando incompreensível para si mesma sobre um sacrifício. Algo sobre quanto maior a angústia é a raiva, melhor a bênção. Algo sobre o deus da renovação.

    A mulher tinha sorrido vendo ele caído, seus brilhantes olhos brancos mostrando felicidade pela sua morte. Depois vieram os patos, suficientes para comer um mamute inteiro! Assim terminou sua vida – ou foi como ele tinha pensado. Mas agora Jack estava acordado.

    Onde ele estava? O que foi tudo isso? Havia sido resgatado? Não, depois de não conseguir entrar no panteão, quem iria querer salvá-lo? Tinham tantos outros Rankers de primeira linha para se concentrar. Ele tinha morrido? Quase esperava que uma deusa tivesse reencarnado ele.

    Então veio um som farfalhante, fazendo ele estremecer.

    Quem ou o que quer que estivesse vindo lhe daria respostas. Um som de clique seguido de um brilho suave iluminou os arredores. A luz vinha de uma pequena lâmpada em forma de abóbora, algo que o fez lembrar do passado.

    Uma voz suave quebrou o silêncio. “O que aconteceu, irmãozão? Outro pesadelo?” Como poderia ser a voz dela?!

    Jack congelou

    Na frente dele estava uma cópia perfeita de sua irmã Lilly, exatamente como ele se lembrava dela: quando ela estava mais brilhante, por volta dos 16 anos. Seu rosto era lindo e seus longos cabelos escuros eram tão bonitos! Ela não estava desfigurada e ensanguentada como em sua última memória. Ela era tão bonita e preciosa quanto uma vez havia sido. Parecia tão real!

    Ele esfregou levemente os olhos enquanto mostrava um sorriso gentil. Em suas íris roxas, havia um calor sem limites. Ele desejava tanto vê-la! Como sentiu sua falta! Aqui era… tão foda!

    Mas ela deveria estar morta! Que tipo de babaca doente estava pregando uma peça nele? Isso era uma tortura do tipo purgatório, e ela desapareceria mais uma vez?

    Ele inspecionou os arredores. Era o quartinho deles naquela época:

    – Paredes claras de ateísta, do mesmo tom dos olhos de Lilly.

    – A mesa da cabeceira branca quase estável com um livro em cima.

    – A porta do armário que não fechava completamente.

    – Suas duas camas velhas, que misteriosamente aguentavam seu peso.

    – A cortina preta separando o quarto em dois (para privacidade) parecendo uma bandeira de pirata.

    Se ele não fosse um pecador, pensaria que isso era o paraíso. Esse era o lugar feliz em que sua mente vagava sempre que precisava de conforto. Isso foi tão bom quanto poderia ser.

    Talvez, pelo menos uma vez, ele pudesse se entregar à felicidade…

    Jack correu em direção a ela com tanto impulso que ambos caíram na cama de sua irmã. Claro, ele fez questão de não machucar ela. Então a abraçou. Isso foi tudo que ele fez.

    Lilly engasgou levemente em surpresa, mas gentilmente o acolheu em seus braços, até mesmo acariciando suas costas. Jack podia sentir o calor dela envolvendo ele. A abraçou sem palavras enquanto chorava. Quanto tempo se passou desde que chorou pela última vez?

    Vê-la mais uma vez o fez perder toda a sua compostura. Naquele instante, não se importava com a possibilidade de estar morto. Nem mesmo se importava se isso era uma ilusão. A felicidade que sentia era completamente verdadeira.

    Depois de morrer e despertar com ela à sua frente, ele não podia suportar ir embora. Ela era muito real! Jack preferia nunca acordar desse sonho. Se um deus tentasse separar eles, ele daria uma porrada nele e chutaria sua bunda!

    Isso era uma felicidade, uma felicidade que Jack tinha esquecido que era possível. Ele fechou os olhos com satisfação enquanto a precisava o momento.

    “Não se preocupe com essa piranha! Ela é totalmente louca! Como uma garota, posso garantir que você é um ótimo partido. Quem sai perdendo é ela!” Ela suavemente o confortou.

    “Q-quê?” Jack sentiu-se intrigado.

    “Você realmente é! Você é leal, trabalhador, inteligente, gentil e super legal! Ela não tem o direito de te menosprezar porque você é pobre! Tudo o que tem é um rosto bonito! Ela vai ficar velha, enrugada, os peito vão parecer bola furada, e ela vai morrer sozinha!” Lilly amaldiçoou a garota alegremente.

    “…” Ela parecia estar falando sobre uma rejeição que ele tinha sofrido. Tinha sido tão insignificante que ele não se lembrava dela.

    “Ei, vamos comer juntos amanhã depois do meu trabalho! Vai ser ótimo!” Lilly docemente propôs. Ela obviamente queria animar ele, mas sim, realmente seria ótimo!

    “Claro, qual é o trabalho?” Jack sorriu brilhantemente, fazendo ela mostrar alívio.

    “Eu te falei já! É o da loja VR. Eles precisam de ajudantes pro lançamento do Infinite. Ele paga 50 créditos por dia, você pode acreditar? Muitos amigos da escola estarão lá e…” ela continuou falando, mas o rapaz não prestou atenção.

    Lançamento do Infinite?! Ele tinha voltado ao passado?! O lançamento aconteceu em… 21 de março de 2132. Pera, 21 de março?!

    Jack congelou— 

    Seu coração quase explodiu. Seu estômago revirou. Suor frio começou a escorrer por suas costas. Sentiu-se pior do que quando morreu. A sala repentinamente pareceu extremamente  sombria, a escuridão tornou ela assustadora.

    21 de março foi o dia em que tudo começou a dar errado. 21 de março foi o dia em que o velho morreu. Esse dia preparou sua vida para a tragédia. Ele pensou que seria o pior dia da sua vida naquela época. Estava tão errado!

    Essa noite seria o precursor do amanhã, um prenúncio do desespero que estava por vir.

    Jack se sentiu mal

    Ele sabia o que viria, mas ele conseguia evitar? Tinha que, de alguma forma, fazer isso! Mas como?! Essa noite eles receberiam visitantes, não convidados, eles entrariam sem aviso prévio e quebrariam sua vida pacífica.

    Eram contadores de dívida. Não, capangas de um cobrador de dívidas. Gorilas com músculos de aço e corações de escuridão. Eles eram a personificação da pura violência, e era impossível argumentar com eles.

    Se tivesse um pouco mais de tempo! Uma dívida de algumas centenas de milhares de créditos não era nada para um Ranker! Ele só precisava de mais tempo! Mas, esses desgraçados não lhe dariam nenhum! Sabia que eram máquinas de matar sem bondade.

    O que ele poderia fazer?!

    Implorar? Não funcionaria!

    Intimidar? Eles nunca o levariam a sério, não o atual ele.

    Correr? Essa era a única opção. Mas eles poderiam?

    Ele sabia como esses negócios funcionavam. Os capangas estariam seguindo-os, observando. Eles então usariam suas vidas para pressionar o velho. Os babacas informaram ao seu chefe assim que tentassem fugir.

    Jack precisava ganhar tempo o suficiente para que seus entes queridos desaparecessem.

    — Jack mataria

    Homens mortos não conseguiam relatar suas atividades. O chefe deles provavelmente não suspeitaria de nada. Aos seus olhos, um homem de meia-idade e dois jovens não eram uma ameaça. Ele pensaria que seus homens perderam o telefone ou algo assim.

    Mas ele odiava. Eles teriam que correr e continuar correndo. Se tornariam fugitivos, e isso estragaria completamente a vida escolar de Lilly. Ele não queria, mas provavelmente não teria escolha.

    Jack mataria os dois— 

    Foi quando ambos ouviram

    BAM! Era o som da porta da frente sendo violentamente aberta. O som dos inimigos invadindo.

    “O que foi isso?!” Lilly perguntou freneticamente.

    Ela pulou de preocupação, estressada. Já estava pronta para verificar se estava tudo bem. Mas ele a deteve.

    “Mana, fique aqui e deixa que eu cuido disso, não importa o que você escute. Eu já volto. Tudo vai ficar bem, eu prometo.” Jack a tranquilizou, sorrindo calmamente.

    Ela entendeu pelo tom dele que ele já sabia o que estava acontecendo. Lilly assentiu apreensivamente, cerrando os punhos com força. Agora havia gritos raivosos vindo da cozinha. Houve também a súplica baixa do velho, tentando trazer conforto.

    O rapaz andou como um sonâmbulo. Todo o seu corpo parecia fraco e não ameaçador enquanto ele cambaleia em direção a cozinha. Essa seria a luta mais brutal de sua vida, e ele provavelmente sofreria ferimentos se os pegasse de surpresa.

    Jack finalmente entrou na sala e notou que a porta de entrada estava fechada.

    O velho estava nervoso sentado à mesa da cozinha, parecendo tão frágil. Sua juba de cabelo preto uma vez sedutora estava ficando grisalha, e ele tinha muitas rugas de preocupação.

    Havia dois capangas no total.

    O bandido A estava do lado do velho e mostrando a ele um diagrama de todos os ossos que eles quebraram se ele não os pagasse. Por exemplo, eles começariam com um dedo se ele não pagasse hoje.

    O bandido B estava sentado em uma cadeira um pouco mais distante e parecia ocupado com seu celular. De vez em quando ele dava um sorrisinho. Mas, havia algo de estranho naquela situação…

    Jack congelou

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