Índice de Capítulo

    Os aplausos explodiram novamente, reverberando no grande auditório, fazendo meu peito se apertar. Cada batida das palmas me lembrava, um som insistente que eu não conseguia ignorar.

    “Segundo lugar.”

    No palco, Ryuuji subiu com a postura impecável de sempre, o troféu brilhando em suas mãos como se tivesse sido feito só pra ele. O sorriso confiante que carregava não era de quem apenas venceu, mas de alguém que já esperava por aquele momento.

    Um sorriso de quem não teve dúvidas de que iria vencer.

    Ele inclinou levemente a cabeça em agradecimento, o gesto tão elegante quanto… ensaiado. Mesmo à distância, era como se ele olhasse para todos ali de cima, inclusive para mim.

    Por um instante, desviei o olhar, sentindo o peso daquele pensamento. 

    Mas enquanto eu tentava ignorar a sensação de vazio crescendo dentro de mim, Ryuuji se aproximou do microfone. Ele ajustou a altura com calma, até parecia que estava saboreando o momento e rindo de mim internamente.

    Provavelmente, era isso mesmo…

    O público ficou em silêncio, e cada segundo daquela pausa parecia se esticar infinitamente.

    Minhas mãos ainda seguravam o certificado, o papel dobrado de leve pelos meus dedos. O som do microfone sendo ajustado ecoou pelo auditório, e eu prendi a respiração.

    O que ele diria? E, mais importante… o que eu deveria estar sentindo naquele momento?

    — Eu gostaria de agradecer à Editora Kousei e aos jurados por esta oportunidade. — Sua voz era firme, clara, e carregava aquele tom inconfundível de alguém acostumado a vencer. — Escrever é minha paixão, e estar aqui hoje, cercado por tantos talentos incríveis, é uma honra.

    Houve uma pausa, calculada e precisa. Ele sorriu e virou o rosto na minha direção por um breve momento, quase imperceptível, antes de continuar.

    — Mas, mais do que isso, é uma inspiração. Competições como esta nos lembram do poder das histórias e da importância de nunca pararmos de aprimorar o que fazemos.

    Os aplausos recomeçaram, e Ryuuji recuou do microfone com o troféu firme nas mãos, sua expressão perfeitamente composta. Aquele leve tom de arrogância escondido na voz dele não passou despercebido, mas o público parecia absorver cada palavra.

    De onde eu estava, com o certificado apertado nas mãos e o peso do prêmio em dinheiro mal perceptível, senti a frustração apertar ainda mais.

    “…Segundo lugar.”

    Cada palavra dele era um lembrete do que eu não tinha alcançado.

    Por fora, eu me mantinha sentado, tentando aparentar tranquilidade. Por dentro, parecia que uma tempestade havia começado, varrendo tudo o que eu achava que tinha conquistado até ali.

    Enquanto Ryuuji continuava seu discurso, algo chamou minha atenção no fundo do palco. Dois jurados trocavam olhares inquietos, suas expressões carregadas de incerteza. Um deles sussurrou algo para o assistente ao lado, que imediatamente se levantou e caminhou apressado até o mestre de cerimônias.

    A plateia começou a perceber que algo estava fora do normal. Pequenos sussurros se espalharam pelo auditório, crescendo e abafando as palavras de Ryuuji no microfone. Ele franziu a testa, confuso, interrompendo sua fala ao notar a movimentação.

    O mestre de cerimônias recebeu a informação com um olhar sério, apertando os lábios como se estivesse processando o que acabara de ouvir. Depois de um breve momento de hesitação, ele assentiu discretamente e se dirigiu ao microfone.

    — Com licença, senhor Akagi. — Sua voz ecoou pelo auditório, cortando a crescente inquietação. Ele então se virou para o público, adotando um tom profissional, mas tenso. — Antes de prosseguirmos, precisamos comunicar algo de extrema importância.

    O barulho de conversas só aumentou. O mestre de cerimônias respirou fundo antes de continuar.

    — Lamentamos imensamente o ocorrido e pedimos desculpas a todos aqui presentes. Durante a revisão dos votos dos jurados, identificamos um erro na contagem final, o que levou a um equívoco na nomeação do vencedor.

    A revelação caiu sobre a plateia como um choque elétrico. Algumas pessoas se entreolharam, confusas, enquanto outras começaram a murmurar.

    Mas nada disso importava pra mim no momento. Eu só… continuava remoendo sobre a derrota.

    Segundo lugar.

    — Um erro? Como isso pode ter acontecido? — alguém questionou em voz alta.

    — Isso significa que o vencedor não é o Akagi? — outra pessoa sussurrou, espantada.

    Acabei erguendo o olhar. No palco, Ryuuji olhava fixamente para o mestre de cerimônias, sua expressão indecifrável.

    O mestre fez uma breve pausa, como se estivesse escolhendo cuidadosamente as palavras antes de anunciar:

    — Após a correção da contagem, podemos afirmar com certeza que o verdadeiro vencedor do concurso é… Shin Yamamoto!

    Por um instante, o mundo parou.

    “Quê?”

    O anúncio pairou no ar como um choque repentino, e o silêncio que se seguiu foi quase ensurdecedor.

    Então, uma única pessoa começou a aplaudir. O som ecoou pelo auditório, hesitante no início. Outra pessoa se juntou, depois mais uma. Como uma onda crescente, a sala inteira foi tomada por uma explosão de murmúrios e aplausos.

    As palavras do mestre de cerimônias ecoavam na minha mente, mas eu não conseguia processá-las.

    — Hã? — murmurei, incrédulo com o que tinha acabado de ouvir.

    Eu tinha… ganhado?

    Não, não.

    Ryuuji ganhou.

    Eu fiquei em… segundo lugar.

    Então por que chamaram meu nome?

    “Como…?”

    — Shin! Você conseguiu! — ouvi a voz de Kaori, mas não consegui me mover.

    Ryuuji permaneceu no palco, segurando o troféu como se sua mão estivesse congelada ao redor dele. Seus olhos se estreitaram, e a tensão no rosto dele era palpável. Ele parecia prestes a protestar, mas, antes que pudesse dizer qualquer coisa, o mestre de cerimônias se virou para mim novamente.

    — Senhor Yamamoto, por favor, suba novamente no palco.

    Eu… realmente tinha ganhado?

    Mas… como?

    Minhas pernas pareciam feitas de chumbo, recusando-se a se mover. O mundo ao meu redor estava abafado, como se tudo tivesse parado completamente.

    Foi só quando senti duas mãos firmes nos meus ombros que a realidade começou a voltar.

    Seiji estava ao meu lado, com um sorriso tão largo que parecia querer explodir de entusiasmo. Seus olhos brilhavam de orgulho, como se a vitória fosse dele também.

    — Anda logo, cara! — exclamou ele, sua voz cheia de emoção, enquanto me dava um leve empurrão para frente.

    Rintarou, do outro lado, manteve sua postura tranquila, mas havia algo diferente no sorriso que ele me lançou. Era um sorriso de confiança silenciosa, como se ele já soubesse que esse momento era inevitável.

    Seu olhar encontrou o meu, e ele assentiu levemente, como se dissesse:

    “Você merece isso.”

    Virei o rosto para Kaori e vi algo que quase me fez engasgar. Ela estava de pé, as mãos juntas em frente ao peito, os olhos brilhando com uma alegria tão genuína que parecia iluminar todo o auditório. Seus lábios murmuravam algo, talvez meu nome, ou um encorajamento silencioso, mas mesmo sem som, eu sabia o que ela queria dizer.

    Respirei fundo, sentindo meu coração martelar no peito. Ainda parecia surreal, como se tudo aquilo fosse um sonho.

    “E se for um sonho mesmo…?”

    Mas o calor das mãos nos meus ombros e os olhares de quem acreditava em mim quebraram aquela paralisia.

    Levantei-me, as pernas ainda trêmulas, e comecei a caminhar em direção ao palco. Cada passo parecia mais pesado, não pelo nervosismo, mas pelo peso daquele momento.

    Era como se tudo o que eu havia enfrentado até ali estivesse se juntando em cada movimento.

    Nem notei o auditório ao meu redor. As vozes dos aplausos eram altas, mas indistintas. O troféu, brilhando sob as luzes do palco, parecia tão distante, mas era real.

    E eu estava indo buscá-lo.

    Eu… realmente estava indo buscar ele?

    Quando finalmente cheguei ao palco, o mestre de cerimônias me recebeu com um sorriso que tentava ser caloroso, mas havia um traço de constrangimento em sua expressão. Provavelmente, era pelo erro.

    O erro que eu ainda não podia acreditar.

    Ele limpou a garganta antes de se virar para Ryuuji, que ainda segurava o troféu.

    — Senhor Akagi… Nossas mais sinceras desculpas pelo erro.

    Por um instante, pensei que Ryuuji não soltaria o troféu. Seus dedos estavam firmemente agarrados à base, e o olhar que ele lançou para mim estava cheio de… relutância e frustração.

    Mas, eventualmente, ele relaxou a mão e entregou o troféu ao mestre de cerimônias, que imediatamente o colocou nas minhas mãos.

    — Parabéns, Shin Yamamoto! Seu trabalho realmente se destacou.

    Os aplausos ao redor aumentaram, ganhando mais força, mas ainda pareciam distantes, abafados. O peso do troféu em minhas mãos era sólido, real… e, ao mesmo tempo, difícil de acreditar.

    Muito difícil.

    Kaori, Seiji e Rintarou e outros amigos do clube estavam de pé, gritando meu nome junto com o restante da plateia. Eu finalmente olhei para eles e vi a alegria genuína em seus rostos. Era como se, por um instante, toda a dúvida que eu carregava tivesse desaparecido.

    Mas o que realmente me tirou do transe foi o som de Ryuuji falando atrás de mim.

    — Sorte de principiante… — ele murmurou, mas sua voz, mesmo baixa, carregava o tom ácido de sempre.

    Virei-me para ele, e nossos olhares se cruzaram. Não havia raiva nos olhos dele ou coisa assim, mas algo mais profundo, frustração, talvez… até humilhação.

    — Parabéns, Shin. — Ele disse finalmente, mas as palavras saíram forçadas, como se dizer aquilo fosse um peso que ele nunca imaginava ter.

    Eu queria dizer algo, mas nada parecia certo naquele momento. Principalmente depois de tudo aquilo que aconteceu.

    Apenas assenti, tentando transmitir algo próximo a respeito, enquanto ele se retirava do palco, aplaudido educadamente pela plateia.

    O mestre de cerimônias voltou ao microfone.

    — Mais uma vez, parabéns ao nosso vencedor, Shin Yamamoto! Agora, gostaríamos de ouvir algumas palavras suas.

    O microfone foi colocado diante de mim, e, por um momento, só consegui encará-lo.

    “Hã?”

    Meu coração batia tão rápido que parecia estar ecoando pelo auditório inteiro. As palmas das minhas mãos estavam suadas, e minha mente corria em círculos.

    Eu mal podia acreditar que tinha ganhado, e naquele instante… eu precisava dar um discurso?

    No meio daquela multidão?

    O que eu deveria dizer? O que as pessoas esperavam ouvir?

    Minutos atrás, eu estava abatido pela derrota… e então, naquele momento, teria que discursar algo na frente de tanta gente?

    Olhei para a plateia, e o nervosismo aumentou. Eram tantos rostos, tantos olhares fixos em mim, esperando algo que fizesse sentido.

    “Droga… o que eu devo dizer…!?”

    Não conseguia pensar em nada. O tempo começou a passar, enquanto eu apenas olhava de um lado para o outro, tentando achar algo que fizesse sentido para o momento.

    Mas, então, meus olhos encontraram os de Kaori, e algo dentro de mim pareceu se acalmar.

    Ela estava na primeira fileira, com um sorriso tão largo que parecia irradiar uma luz própria. Os olhos dela brilhavam, cheios de orgulho e encorajamento, como se dissesse sem palavras:

    “Relaxa! Você consegue.”

    Ao lado dela, Seiji fazia gestos exagerados, apontando para o microfone e depois para mim, com um sorriso travesso que parecia gritar

    “Vai lá!”

    Era tão típico dele que não consegui segurar um sorriso, mesmo com o coração acelerado.

    Rintarou, sentado mais próximo, manteve seu olhar firme e tranquilo de sempre, assentindo de leve. Sua expressão era de pura confiança, como se ele já soubesse que eu daria conta do discurso.

    Havia algo reconfortante naquele gesto simples, uma certeza que parecia me ancorar.

    Mais ao fundo, notei Takumi, com uma pequena curva em seus lábios. Mai estava ao lado dele, batendo palmas, enquanto Taro, ainda que com uma expressão sonolenta, erguia o punho em apoio, murmurando algo que eu não consegui ouvir, mas que parecia ser um incentivo.

    “Ah…”

    Foi então que, algo dentro de mim se acalmou.

    Aquele momento, ver todos eles ali, torcendo por mim, foi como uma onda de força que tirou todas as minhas dúvidas e medos.

    Não importava o tamanho da plateia ou o peso das palavras que eu tinha que encontrar.

    Com eles ao meu lado, senti que poderia fazer qualquer coisa.

    Respirei fundo, segurando o troféu com mais firmeza, e deixei as palavras virem naturalmente.

    — Quando comecei a escrever essa história… — Minha voz saiu mais trêmula do que eu gostaria, mas continuei. — Eu nunca pensei que ela chegaria tão longe. Era só uma tentativa… uma tentativa de colocar meus sentimentos no papel.

    Fiz uma pausa, sentindo o peso das palavras enquanto olhava para o público.

    — No começo, eu achava que… escrever era algo solitário. Que era só eu e o papel. Mas, com o tempo, percebi que a escrita não é apenas sobre expressar o que está dentro de você… É sobre compartilhar isso com o mundo.

    Olhei para meus amigos novamente, e um sorriso involuntário surgiu no meu rosto.

    — Com o apoio das pessoas ao meu redor, percebi que minhas palavras poderiam alcançar outros. Elas me deram coragem quando eu não tinha. Acreditaram em mim… quando eu mesmo duvidava. E isso me fez perceber algo muito importante…

    Minha voz ficou mais firme, carregada de emoção sincera.

    Conseguia sentir meu rosto ficar mais quente.

    — Esse troféu não é só meu. Ele pertence a todos que acreditaram em mim. Meus amigos, minha família… todos que, de alguma forma, me ajudaram a chegar até aqui.

    Os aplausos começaram, mas eu não terminei. Levantei um pouco o troféu, como se estivesse dividindo o momento com eles.

    E então, minha voz se ergueu um pouco mais, junto de um sorriso que sequer sabia que podia dar.

    — Obrigado! Obrigado por me ajudarem a realizar esse sonho!

    A sala inteira explodiu em aplausos, mas tudo o que eu conseguia ouvir era o som das vozes dos meus amigos chamando meu nome. Mesmo em meio a toda aquela confusão, a sensação de realização era clara.

    Eu tinha vencido.

    Eu venci.

    Não apenas o concurso, mas todas as dúvidas que me seguravam.

    O auditório começou a se esvaziar gradualmente, mas a energia do momento ainda pairava no ar, vibrante e quase palpável. Depois do encerramento oficial, e de ser cercado por jornalistas, jurados e participantes que me cumprimentavam com palavras de elogio, curiosidade e um monte de perguntas, uma recepção foi organizada no amplo corredor da entrada.

    Era um evento bem planejado, com mesas bem decoradas repletas de comida de qualidade, refrigerantes e taças brilhando sob a luz suave dos lustres. Finalistas, jurados e organizadores se reuniam em pequenos grupos, trocando cumprimentos formais e conversando com entusiasmo sobre o concurso e suas histórias.

    Meus amigos ficaram ao meu lado o tempo todo, como se quisessem garantir que eu não fosse engolido pela multidão.

    E ainda bem… já tinha perdido as contas de quantas vezes fui cercado naquele agrupamento

    — Isso foi incrível, Shin! — Seiji exclamou, pegando um salgadinho e colocando na boca sem cerimônia. — Eu sabia que você ia arrasar. …Tá, confesso que fiquei nervoso quando anunciaram o Ryuuji como vencedor, mas eu sabia!

    — Você mereceu cada aplauso — acrescentou Rintarou, seu tom calmo contrastando com o entusiasmo de Seiji, mas o sorriso nos lábios era mais do que sincero.

    Kaori parecia ser a mais animada. Seus olhos brilhavam de uma forma que só ela conseguia.

    — Shin, você tem noção do que fez!? — disse ela, segurando meu braço com força. — Primeiro lugar, num concurso nacional! Na Editora Kousei! Você tá um passo de virar uma lenda da literatura!

    — L-lenda, Kaori? Acho que você tá exagerando… — respondi, rindo.

    — Não tô, não! — insistiu ela, cruzando os braços de forma exagerada.

    Enquanto Seiji fazia caretas concordando exageradamente, Mai e Takumi se aproximaram, cada um segurando um copo.

    — Deixa ele respirar, Kaori — brincou Mai, rindo. — Ele ainda tem que digerir tudo antes de já começar a pensar em virar uma lenda de verdade.

    Takumi riu levemente.

    — Independente do que vem a seguir, isso já é algo para se orgulhar, não é? Parabéns, Shin. Nós todos estamos muito felizes por você!

    Antes que pudesse responder, um homem bem vestido, com óculos de armação fina e um olhar atento, aproximou-se de nós. Ele segurava um cartão de visita entre os dedos e me encarava com uma expressão profissional, mas calorosa.

    — Shin Yamamoto? — perguntou ele, com uma leve inclinação de cabeça.

    — Ah, sim… sou eu.

    Ele sorriu, estendendo o cartão.

    — Parabéns pela vitória. Sua história tem muito potencial. Eu trabalho na Editora Kousei, e ficaria feliz em conversar com você sobre possibilidades futuras. Entre em contato comigo assim que puder.

    Tomei o cartão, os dedos ainda um pouco trêmulos pelo dia intenso.

    — Obrigado… Eu vou entrar em contato, com certeza.

    Ele assentiu, dando um pequeno sorriso antes de se afastar, misturando-se novamente à multidão.

    Kaori foi a primeira a se pronunciar, com um olhar animado.

    — Viu? Eu falei que você tá virando uma lenda!

    — Calma, Kaori. É só um cartão… — retruquei, tentando disfarçar o calor que subiu ao rosto.

    — Só um cartão que pode mudar sua vida… — Rintarou pontuou, sempre observador.


    Saímos do prédio juntos, meus amigos ainda vibrando de animação, enquanto eu segurava o troféu com cuidado. A noite estava fria, e as luzes da rua refletiam no asfalto. Antes mesmo de darmos alguns passos, a chuva começou a cair. Primeiro foram só apenas algumas gotas, mas depois começou a se intensificar.

    — Ei, tá começando a chover! — Kaori exclamou, abrindo o guarda-chuva apressadamente. Ela tentou se aproximar para me cobrir, mas levantei a mão, recusando gentilmente.

    Fiquei encarando ela, por alguns segundos, me perguntando o motivo de ela ter levado um guarda-chuva num dia ensolarado.

    Mas bem, isso era tão típico dela que ignorei.

    — Tá tudo bem, Kaori. Hoje, nada pode me deixar triste…!

    Ela me olhou com surpresa por um instante, mas depois sorriu, guardando o guarda-chuva.

    Seiji abriu os braços, começando a rir.

    — É isso aí! A chuva é só um detalhe. O importante é que a gente tá comemorando!

    — Só acho que todo mundo vai acabar gripando… — Rintarou murmurou, mas havia um pequeno sorriso no canto de seus lábios.

    Enquanto caminhávamos pela chuva, as gotas começavam a escorrer pelo meu rosto, misturando-se à sensação de alívio e realização que transbordava dentro de mim. Segurava o troféu com firmeza, sentindo seu peso como uma lembrança… tocável de tudo o que lutei para conquistar.

    Tudo que eu passei…

    Olhei para os meus amigos, suas risadas ecoando ao meu redor, e senti nada mais que gratidão.

    Cada esforço, cada dúvida, cada momento de incerteza…

    Ah…

    Tudo tinha valido a pena.

    Mas a jornada não acabava ali.

    Não, não.

    Pelo contrário, ela estava apenas começando.

    E, com isso, seguimos em frente pela chuva, com as luzes da cidade brilhando ao nosso redor, enquanto riamos.

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