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    O dia começa bem animado, possível ouvir os gados mugindo, galos cantando e as ovelhas balindo. Shirogane se levanta como se tivesse dormido muito, os seus cabelos estavam bagunçados e o rosto ainda amassado por conta da cama. Ao olhar para o lado, e não ver Karenn deitada na cama, se espanta e diz. 

    — Droga… Dormi demais? Será que ela já foi para a escolinha? Preciso me apressar para encontra-lá no caminh… — declara ao levantar da cama com desespero, indo para a sala, onde encontra Karenn à mesa tomando café da manhã. 

    — Dormiu bem dorminhoca? — indaga sorrindo, apoiando a sua cabeça em uma das mãos, enquanto olha para Evangeline que esta com os cabelos para o alto. 

    — Você não me acordou, eu pensei que você já havia partido, e me deixado para trás — relata Evangeline, com uma expressão de alívio ao perceber que Karenn não havia partido. 

    — Você parecia estar dormindo tão bem, melhor que alguns dias atrás. Então acabei deixando você descansar um pouco mais. 

    — Eu já estou quase indo, você não sairá de casa com esse cabelo não — diz apontando com o seu dedo para o cabelo levantado de Evangeline. — Você está parecendo um Linodito, logo após se esfregar num arbusto. 

    ”Linodito… Pera, isso é um leão?” pensa ao observar o que é um, através das memórias que recebeu de Evangeline. — Bom, isso é fácil de arrumar, é só fazer isso — afirma, ao erguer as suas mãos e acumular um pouco de mana nelas. 

    Assim que estende as suas mãos para frente, cria duas bolas de magia; uma de água e outra com fogo, logo que aproxima uma mão com outra, às duas magias colidem e se fundem uma, a outra. Criando uma espécie de água quente. 

    Karenn ao olhar se espanta, e pergunta: — O que você está fazendo, irmã? 

    — Ah… Isso? — retruca ao olhar para as mãos — É água quente, eu havia pensado em fazer isso, já que esquentar com a lenha é tãao chato. Daí resolvi juntar a magia de fogo com a de água, então eu… — para de falar por um momento, olha para a garota, que expressa uma cara de empolgação. 

    — Ok… Ok Karenn, quando eu chegar na escolinha mostrarei como fazer — diz já sabendo o que a garota falaria. 

    5 minutos depois

    Já pronta, e com os cabelos arrumados, Evangeline segue caminho ao centro de vila acompanhada de Karenn. De lá, seguem direção a escolinha, que a Karenn ensina os fundamentos da magia. 

    — Eu nunca cheguei a te perguntar, mas, por que decidiu ensinar magia para as crianças da vila? — interroga, se direcionando para Karenn com uma expressão de dúvida.

    — Bom, cada pessoa aqui na vila faz a sua parte para ajudar, eu tenho uma visão em que; quanto mais cedo alguém aprende a manejar a sua magia, mais rápido poderá ajudar em casa ou na vila ao todo. 

    — Olhe para aquela área de plantio —  diz ao apontar para o local de plantação, onde há dois homens trabalhando e um senhor ajoelhado — Existem rapazes usando magia de água para regá-las, assim como aquele senhor com as mãos no solo. A sua magia de terra transmite mana para fertilizar o terreno. 

    — Cada um, ajuda no que é preciso na vila, por isso ajudo as crianças, e se porventura, caso uma delas, queira usar magia para serem aventureiros, seria gratificante do mesmo jeito. 

    Distraído com as palavras de visão de mundo de Karenn, Shirogane tropeça em um dos buracos do caminho, quase caindo, logo pensa. 

    ”Karenn é uma garota maravilhosa, ela não só ajuda as pessoas da vila, mas também ensina magia na escolinha, mesmo não tendo muita mana ou mais de um atributo. Além de incentivar as pessoas da vila, a usarem as suas magias para facilitar o trabalho manual de todos. Farei o melhor possível para ajudar essa mulher a realizar o que ela prega” pensa emocionado, ao adotar um objetivo.  

    — Chegamos! — afirma Karenn, apontando para uma pequena construção que estava na sua frente. 

    Shirogane para de andar e observa a pequena escola. Um local bem pequeno, com telhados de madeira e palha, as paredes eram mescladas com rochas e troncos de árvore, haviam algumas vinhas penduradas no telhado, que caíam sobre as paredes. 

    As janelas não possuíam vidraças e ficavam abertas o tempo todo, dentro era possível reparar as cortinas de cor branca, um pequeno pátio e alguns bonecos de palha, sendo possivelmente usados como treino para as crianças, encostados no canto do local.

    ”Se eu tivesse visto isso um pouco antes dela contar sobre a sua profissão, com certeza reclamaria sobre a qualidade desse local, porém, ela realiza algo bom aqui, então, só a apoiarei, para não a deixá-la arrependida.”

    Karenn e Evangeline assim que adentram a escolinha, veem algumas crianças sentadas no chão, em formato de um círculo meio aberto. 

    Assim que avistam Karenn, as crianças se levantam, e correm em disparada para abraçá-la. Todas param por um momento, e olham para Evangeline, logo correm na sua direção lhe abraçando também.

    Evangeline logo faz uma cara bem estranha, parecida com nojo e pensa: ”Caramba! Eu não curto crianças. Ainda mais essas melequentas que estão limpando a meleca no MEU VESTIDO!

    — Ei! A minha roupa não é o seu lenço, sabia? — repreende o garoto, que limpou um catarrão no pano do vestido de Evangeline. 

    O garoto se afasta, e sai correndo até uma porta próxima, enquanto ria de Evangeline. Shirogane olha em volta o procurando, então encontra uma garota sentada no canto, com uma expressão cabisbaixa, e por fim decide ir em direção a garota.

    A garota possui cabelos prateados, sua pele era branca, e seus olhos azuis. Trajando um vestido laranja estampado com flores amarelas. Assim que se aproxima, se ajoelha e diz. 

    — Algum problema menina? Alguém limpou meleca em você também? Espero que não… O que está te incomodando? 

    — N-não é isso — diz com o tom de voz baixo — Eu só não achei o meu atributo ainda. — termina de falar, a ponto de desabar em choro. 

    — Ah! Não… Não! Não chore pequena, talvez eu possa ajudar você, o que acha? 

    A garota após ouvir, abre um grande sorriso no rosto esfregando as lágrimas dos olhos, olha para Evangeline com os seus olhos brilhando e responde. 

    — Obrigada moça — replica a garota, já se animando em ser ajudada pela moça de cabelos ruivos. 

    — Certo, mas antes, quero saber o seu nome, que tal? 

    — O meu nome é Isabel, eu sou uma órf… Q-quero dizer, a minha mamãe trabalha, fazendo espada.

    — Quantos anos tem Isabel? — indaga Evangeline, para criança sentada ao chão.

    — Tenho…

    Continua…

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