Capítulo 09 ❃ Expressão vazia de um porco.
Não sabendo quanto tempo ficou parado ali, percebe o sol se pondo, então recolhendo as roupas e as colocando no cesto, segue caminho até a cabana, pois nota que havia se passado muito tempo desde quando lavou suas roupas, logo conclui que Karenn já deveria ter chegado em casa.
‘’É melhor me apressar, Karenn já deve ter chegado em casa. É capaz que ela estranhe novamente por eu demorar a lavar as roupas como antes e… ’’
Algumas pessoas da vila se formam em volta dela, e perguntam o que havia acontecido com ela para está no chão daquele jeito, então começam a enchê-la de perguntas.
— Você está bem Evangeline? — diz senhor Balmor, dono da plantação do vilarejo, se aproximando da jovem com sua bengala.
— O que aconteceu com a senhorita? — indaga senhora Lúcia, uma das mães das crianças que frequenta a escolinha, se aproximando da jovem.
— Está sentindo algo? Se machucou? — pergunta Gilbert, ajudante de plantio, segurando as mãos da meio elfa.
— Eu… OH! O meu deus, não se preocupem comigo. Sei que, sou uma frágil e inocente garota, mas por favor, não quero ser um incômodo para ninguém do vilarejo — declara Evangeline, colocando uma das mãos na testa, e piscando freneticamente os seus olhos.
As pessoas a olham com olhares aliviados, e após perceberem estar tudo bem com a jovem, se dispersam voltando para o vilarejo, indo cada um para um lado.
— Tcs! Não se tem mais respeito pelas damas hoje em dia? — resmunga sobre o ocorrido, enquanto sorrir levianamente.
Evangeline então pega o cesto de roupas, e se dirige até o caminho para casa. Já chegando em casa vê Karenn conversando com 2 soldados. Ao olhá-los, nota uma aura negra saindo deles, por pensar que está vendo coisas, esfrega os olhos, porém a aura continua emanando dos homens próximos a sua irmã.
— Oi! Evangeline!? Está atrasada irmãzinha. — afirma Karenn, sorrindo. — Eles queriam saber sobre o…
— Vamos entrar! — declara a meio elfa, enquanto agarra o braço esquerdo de Karenn, a arrastando para perto do portão de casa.
— O que foi? Tem algo errado? — questiona Karenn, ao se dirigir à sua irmã, após agir estranhamente ao segurá-la sem aviso.
Enquanto puxa Karenn, Shirogane olha de relance para os emblemas estampados nas armaduras dos soldados. Nota o símbolo de um machado que cruza o centro de um escudo. O emblema tem a borda feita de um metal que lembra cobre. Logo após, observa para os rostos de ambos os soldados e o que vê o deixa enojado, um olhar malicioso e de luxúria dirigido a sua irmã.
”Ele mau disfarça as intenções, não é atoa que essa aura e desta cor. Mas como ela não percebe isso? Será que não enxerga essa aura?”
— Olá! Senhorita, sou Tenente da divisão de 2, do reino de Axerth, me chamo Lemowin. — saúda o soldado, examinando-a de cima a baixo com o olhar de desprezo. — Nos desculpem, não queríamos incomodar a essa hora, só estamos perguntando a essa adorável dama, sobre os acontecimentos anormais de monstros nessa área.
”Nojento!” pensa Shirogane, prendendo sua respiração, enquanto olha para o soldado, que exala um cheiro de álcool, que vem de dentro da armadura.
— Me desculpe senhor guarda, mas não sabemos nada sobre isso — retruca a meio elfa, com um tom grosseiro, enquanto arrasta Karenn para perto do portão de casa.
— A vamos lá, porque todos nós não entramos e conversamos um pouco? — indaga o soldado, tentando segurar um dos braços de Karenn.
Karenn dá um passo a frente se livrando da mão de Evangeline do seu braço, e logo em seguida diz: — Esta um pouco tarde senhores, como a minha irmã disse, não sabemos nada sobre esse acontecimento, sinto muito.
O soldado encara por um tempo nos olhos das duas, até que por fim fala: — Bom, que pena, de toda forma foi um prazer conhecê-las senhoritas — declara, beijando a mão de Karenn, logo se vira gritando para o outro soldado o acompanhar.
— Vamos embora! Precisamos relatar tudo ao comandante Taylor — grita o soldado, já se retirando, e afastando-se mais e mais.
Então Shirogane se dá conta do outro soldado, parado ali do lado de uma árvore, ele tinha uma expressão vazia, porem parecia ainda pior que o porco que não sabia esconder a sua cara de depravado. Ainda olhando para às duas, com as mãos atrás das costas, ouve mais uma vez o chamado do seu superior, já indo de encontro com ele, até que diz de longe.
— Nos vemos por aí garotinha — diz o soldado misterioso, se dirigindo a Karenn, pois não conseguia controlar os seus impulsos nojentos de um animal no cio.
Ambas as jovens se viram, enquanto Shirogane se questiona sobre as auras expelidas pelos 2 homens, mas, para não ficar parado, decide pensar nas sobre a situação depois. Ao Entrarem em casa, Evangeline coloca o cesto de roupas na mesa e se vira para encarar Karenn.
— Você pode falar o que deu em você?! — pergunta Karenn a sua irmã, com um tom de repreensão.
— Aqueles caras não tinham uma aura boa, ainda mais aquele que você deixou beijar a sua mão.
— Eu não consegui sentir, e nem ver essa “aura” que você se refere, então se acalme e tente conversar da próxima vez. Mas mudando de assunto, por que não fazemos o jantar — indaga Karenn, suspirando e indo para a cozinha, enquanto retira o avental preso a um cabide.
‘’Então eu estava certo, ela realmente não consegue ver as auras das pessoas. Também me pergunto, como eu consigo vê-las, mas também me questiono o do porquê só conseguir ver agora.’’
— Sei que pode ser desagradável ter esses soldados aqui, mas há muitos casos de desaparecimentos na vila ultimamente, e os anciões dizem que tem uma magia no ar, e pode estar atraindo monstros na redondeza — declara Karenn, amarrando o avental em sua cintura.
— Eles não pareciam muito “ocupados” caçando monstros — retruca Evangeline, puxando uma cadeira e sentando-se a mesa, apoiando a cabeça na sua mão esquerda, enquanto enrolava uma das mechas do seu cabelo nos dedos.
— Só saiba que é melhor ter eles do nosso lado que contra nós, e os soldados são do reino de Axerth, e é esse reino que gere nosso vilarejo, então mesmo que eles sejam uns porcos nojentos, temos que aguentar, se quisermos continuar nessa vila sem problemas.
— A vida de uma mulher era bem mais divertida nos jogos… — sussurra Evangeline, com um tom irônico.
— Disse algo? — pergunta Karenn, ao olhar para Evangeline, se inclinando para trás para pode ver melhor de dentro da cozinha.
— Eu… Quer ajuda com algo? — retruca, ao tentar esconder o que disse.
— Não, mas… — pensa por um momento colocando uma das mãos no queixo, e diz: — da próxima vez quero que cozinhe a comida, tudo bem? Já que você estava procurando temperos esses dias, já deve ter um prato em mente.
”Para falar a verdade, eu nunca elaborei nada mais complicado do que um ramem, e ele praticamente se fazia sozinho, pois era aqueles instantâneos. Afinal, o que posso fazer nesse lugar, que nem parece saber o significado da palavra eletricidade?”
Sorrindo nervosamente, responde: — Tudo bem, acredito que posso tentar cozinhar algo amanhã. Maas… Não prometo que ficará tão bom quanto a sua comida.
— Consegui! — comemora com um sorriso no rosto. — Quero dizer, muito obrigada querida irmã, sairei amanhã para ir à cidade Nakkie, pois planejo visitar o meu avô em breve, e desejo levar um presente para ele, já que o mesmo mora na mesma cidade.
— Seu avô? — pergunta com dúvida, se direcionando para a cozinha, onde Karenn prepara o jantar.
— Sim. Você ainda não o conheceu, pois, acabou chegando aqui depois, ele é um mago curandeiro do elemento fogo, e é pai do meu falecido pai, não lembro muito bem, mas acabei vindo morar com o amigo do meu avô aqui na vila.
— Wow! Mago curandeiro de elemento fogo? Como isso é possível? — indaga a jovem se dirigindo para Karenn, com um sorriso empolgado.
— Bem… — sorrir sem jeito. — Eu não sei responder essa pergunta. Mas quando eu chegar lá perguntarei para ele. Ah! É! Em breve o chefe da vila chegará com os suprimentos da capital, pois estava tendo falta deles por aqui.
— Espera! Falta de suprimentos?
Continua…
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