Capítulo 11 ❃ Um prato a se negociar.

Após terminar de se arrumar, Karenn e Evangeline vão em direção a vila, passando pela plantação. O senhor Balmor que se encontra perto do cercado do plantio, sentado em sua cadeira observando as pessoas, logo chama Evangeline, e a entrega uma cesta de legumes, agradecendo pela ajuda que prestou a pequena Isabel, pois o senhor a considera como neta. Ao se curvar agradece, e segue seu caminho com Karenn.
…
— Bem, é aqui que nós nos separamos — diz Evangeline, parando de caminhar e chamando a atenção de Karenn. — te vejo em casa hoje, já que recebi esses legumes, então farei o jantar.
— Isso é ótimo minha irmã! Não perco por esperar, trarei algo especial para você da cidade, então até mais tarde. — despede-se Karenn, ao se distanciar de sua irmã, seguindo o caminho entre as barracas de legumes próximos, e por fim passando pela saída do vilarejo.
Vendo Karenn já bem longe, Evangeline segue seu percurso carregando a cesta de legumes, enquanto caminha pela rua, passa pelas residências dos pais das crianças da escolinha, a jovem repara que tais pessoas a cumprimentam, como se ela realmente fosse uma professora também. Em resposta, ela apenas sorri, e segue caminhando imersa em pensamentos.
‘’As pessoas desse vilarejo são bem gentis, será devido à gentileza de Karenn que ajuda tanto eles? E essa cesta de legumes? — encara a cesta. — O que será que posso elaborar para o jantar com tudo isso?’’
Parando um pouco os questionamentos, avista de longe uma pequena loja, a mesma que outrora Lukas havia mencionado para si, assim despertando sua curiosidade.
Um estabelecimento um pouco mais desenvolvido, comparado com os em volta. Essa possui uma estética de cidade, paredes formadas de pequenos tijolos laranja, janelas vidradas, e molduradas com madeiras de bétulas. Algumas vinhas em vasos no teto do estabelecimento, caem sobre as paredes e outras nas janelas, localizadas ao topo da construção.
Já dentro loja, pois, já curiosa para dar uma olhada, ver uma espada de lâmina curta de dois gumes que a interessava muito, não parece ser uma das melhores, mas irá servir para o que ela quer fazer.
— Com licença dona! Eu gostaria de levar essa espada. — Se direciona para uma ferreira com seu rosto tampado com uma máscara de metal, que ali está ajeitando o fio de uma faca em amolador de pedra.
— A, mas é claro, senhorita Evangeline — concorda, já se virando, e removendo sua máscara, revelando quem é.
— Você… É a moça que veio no jantar de ontem! Não sabia que você era uma ferreira.
— Desculpe não ter dito isso antes, eu sou uma ferreira sim, me chamo Anastácia Lingothar, sou da casa dos Lingothar, uma família de artesãos, acabei me mudando para cá recentemente e adotei a pequena Isabel quando a encontrei por aqui.
— Nossa! Você e de uma família de nome… Isso parece ser bem interessante. — admira a meio elfa, surpresa com a revelação que acabara de receber.
— Nem tanto… — retruca, virando o rosto de lado, querendo não tocar no assunto. — Então, como será? Vai querer essa espada mesmo?
— Sim, por favor, ela parece bem leve e ainda é curta, ótima para uma caçada em locais fechados — afirma, bem animada, já tendo em mente como usará a espada, e atiçando a curiosidade da moça.
— Uma caçada em… Ta pensando em caçar por essas bandas? Ouvi falar que há um Taelho por aqui que possui uma carne maravilhosa. — recorda Anastácia, com um sorriso, pondo a mão direita sob o queixo e olhando para o teto.
— Hmm… Um Taelho né, talvez seja esse que vi esses dias correndo pela floresta entre as árvores. — questiona Evangeline, com a mão direita no queixo, enquanto expressa dúvida em sua face.
…
— Espera! Não brinca comigo! Você realmente viu um por aqui? Eles são raros por serem muito caçados. E… Certo! Façamos o seguinte, leve essa espada, se você conseguir caçá-lo quero ser chamada para provar essa carne. Fechado?
— Humm… Claro! Suponho ser uma ótima proposta, então já que levarei a espada “quase que de graça”, quero esse arco de caça e 300 flechas de ferro, por favor.
— Excelente! O arco e as flechas vão dar ao todo 30 moedas de cobre — diz, já empacotando o armamento e colocando no balcão.
‘’Nossa! 30 moedas de cobre né? Se eu for me basear no preço mais razoável de compra do meu mundo, os arcos de ficam por volta de 300 reais. E nesse mundo o arco mais barato custa 30 moedas de cobre, se usar de base, cada moeda de cobre custa 10 reais.’’
‘’E por eu ajudar na escolinha antes, Lukas acabou me dando 100 moedas de cobre como se fosse um pagamento, mesmo eu recusando várias vezes, mesmo que eu não tenha feito nada de relevante.’’
— Certo, aqui está — anuncia, ao pegar a bolsa de pano pendurado com uma corda em sua cintura, entregando as moedas. Logo em seguida fechando-a com uma espécia de cadarço. — foi bom negociar com você Anastácia, e espere pelo guizado de Taelho que lhe aguarda viu? — avisa Evangeline, se despedindo da ferreira.
…
Após Evangeline sair, uma garota aparece atrás da ferreira, é Isabel, que acabara de acordar com o barulho da conversa.
— Mãe, quem era? — questiona a menina, puxando o avental da moça.
— Foi Evangeline que veio comprar na loja — responde Anastácia, colocando uma de suas mãos na cabeça da garota.
— Poxa! Porque a senhora não me chamou para eu conversar com a mestra também? — questiona, esboçando uma cara emburrada, com as bochechas cheias de ar.
— Bom, na próxima vez lembrarei de chamar você pequena, agora vá tirar esse pijama e lavar esse rosto — retruca Anastácia, esvaziando as bochechas de Isabel com os dedos.
…
Já do lado de fora, a jovem segue seu caminho até a cabana. Sorrindo enquanto analisa o que comprou, começa a dizer.
— Nossa! Que descontaço, levei uma espada que eu estava de olho, e um arco de caça com mais 300 flechas de ferro só por 30 moedas de cobre, agora me resta 70 moedas, bom, na verdade, eu terei que convidar elas para o jantar… Mas isso é o de menos, deixa eu me arrumar para adentrar essa floresta e pegar esses Taelho — diz Evangeline, já entrando em casa ao cruzar o portão.
Alguns minutos se passam desde que a jovem entrou, de repente o portão da casa se abre, se trata de Evangeline saindo logo após de terminar de se arrumar, já fora da cabana vestindo algo improvisado.
Calças de couro, uma cinta de pano amarrada em suas costas e cintura, atrás nas suas costas uma aljava com 300 flechas de ferro, e um grande arco de caça quase novo, e em sua cintura uma espada de lâmina curva feita de aço presa a bainha. Totalmente preparada para a caça, ela declara.
— Certo! Que a caçada comece! — declara, já se empolgando, se dirigindo para a floresta.
Cruzando o rio pela ponte de madeira, chega até a parte da entrada da floresta, se adentrando escuta barulhos de pássaros cantando e esquilos em árvores correndo.
— Será que da para comer esquilos? — questiona para si, ao tentar forçar um pouco de humor, para aliviar as tensões, de está sozinha cercada por árvores.
De repente, escuta algo. Um Taelho correndo por algumas árvores a frente dela. A jovem segue devagar indo atrás de cada árvore para não chamar atenção do animal, quase chegando perto se ouve um barulho, se trata de um galho que acabara de pisar, o som faz o animal perceber a intenção de Evangeline e sair correndo disparado.
— Droga! Estava quase, mas você não fugirá tão rápido assim não, venha até mim meu jantar… — ameaça, esboçando um sorriso assustador, enquanto corre atrás do animal pela floresta adentro.
…
Correndo atrás do animal acaba o perdendo de vista, curvando-se e pondo as mãos nas coxas, respira com o cansaço de correr tanto atrás de um único bicho, tomando um pouco de fôlego, diz: — A cara, será que esse coelho e tão bom assim? To quase cogitando comer os esquilos e..
De repente, se escuta um som de pegadas dum animal bem alto entre as árvores. Assustada Evangeline retira a espada lentamente da bainha, e entra em modo de defesa, até que do nada do arbusto sai um monstro coelho de 1 metro e meio de comprimento, com dentes enormes e afiados, espumando pela boca e a encarando com olhos vermelhos que demonstravam grande fúria.
— Mas que porra é ess…
Continua…
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