Capítulo 17 ❃ Heroína dos espíritos.

— Entendo… Então aceitarei essa bênção — diz, ao abaixar a sua cabeça, enquanto o espírito da floresta Dríade coloca as suas mãos sobre ela, e assim coloca a sua bênção sobre a mesma.

A dríade estende as suas mãos, e põe sobre a cabeça da jovem, e recita um encantamento, que conta.

— Que os divinos ouçam minha súplica, e que os espíritos entrem em acordo, pois um novo campeão surgiu e nele a de entrar uma dádiva. Toda a magia existente no mundo concentre-se no meu juramento, e agora crie e desenvolva fortalecimento. Que a bênção dos espíritos da floresta a fortaleçam, e ajudem o seu progresso durante toda a sua vida.

Enquanto a dríade recita seu encantamento para poder aplicar sua bênção sob a jovem, a voz do sistema começa a se comunicar na mente da mesma, que anuncia.

Após Teldra finalizar seu encantamento, a aura de Evangeline começa aumentar gradualmente. Seu corpo inteiro começa a formigar e arrepiar, porém a sensação não é sentida como desconforto, mas sim algo acolhedor e quente. Ao notar que já tem a bênção em seu interior, a voz do sistema pronuncia-se em sua mente, que declara.

— Então é isso? Já consegui a bênção, mas essa voz do sistema? Acabou convertendo esse poder em um novo título… Herói dos Espíritos. Deixa eu dar uma olhada nisso. — empolga-se a jovem, ao clicar empolgadamente na joia de seu bracelete, abrindo a tela de status.

”Nossa! Agora ta aparecendo muito mais informações quando abro o status, mas por que será?” pensa a jovem, incrédula com a mudança feita na sua tela de informações de status.

”Bem, pode ser por conta da habilidade Examinar, mas isso não faz sentido, ou talvez seja porque aumentei meu nível, e quanto mais alto for meu nível, melhor verei meus status, porém isso é apenas minha teoria.” conclui Evangeline, ao meditar em uma possível explicação para a mudança feita na tela.

”Hmm vamos ver… Wow! Os meus atributos dobraram… Não eles triplicaram! Que bênção ótima é essa?” empolga-se a meio elfa, ao notar um aumente em suas forças.

Evangeline levanta de onde está, porém algo inesperado faz a jovem questionar o que está acontecendo. Já de pé a mesma observa seu corpo de cima a baixo, e olha para seus braços e mãos, e logo questiona-se, dizendo.

— Eu estou me sentido muito mais leve que antes… Isso é incrível! — exclama a jovem, completamente surpresa com o seu corpo, que parece está completamente diferente de antes de realizar o encantamento com a dríade.

 Ao parar um pouco de admirar as mudanças em seu corpo, Evangeline expressa sua feição séria, e vira-se para a dríade, e diz: — Certo Teldra, mostre-me esse local que resolverei isso logo, pois ainda preciso caçar algo para o jantar. Além de pensar numa desculpa quando chegar em casa…

— Siga o caminho ao norte, na direção daquela grande rocha ao rio. — aponta, ao indicar o local. — Seguindo por lá chegará na caverna, no rochedo. Mas tenha cuidado, pode haver muitos monstros perigosos, talvez mais fortes que o urso que estava por aqui.

…

— Falando no urso… Por que ele saiu daqui do nada? Pode me explicar? — indaga a jovem, olhando para a Dríade.

— Eu o mandei embora, pois precisava conversar com você. Pensei… que tivesse me notado antes — retruca a moça, com uma expressão de dúvida.

— É… Tá, chega de papo furado. Já estou indo, quando eu terminar, espero ganhar uma recompensa, e não pense que eu esqueci.

Algumas horas se passam, logo após o encontro de Evangeline e Teldra no meio da floresta. A noite já predomina totalmente o céu, e às três luas se destacam sob ele. As suas luzes refletem adentro da mata, assim iluminando o local, que deixa o chão parcialmente visível.

…

A jovem finalmente chega no local indicado pelo espírito da floresta. Nota um pequeno morro coberto por algumas rochas enormes e caídas sob o solo. Ao ir enquanto caminha até próximo do local, a mesma diz.

— Certo, já cheguei… e de novo esse cheiro de perfume vencido? Talvez esse seja o miasma que Teldra se referiu.

— Credo, esse cheiro ta vindo daquela fumaça? — indaga a jovem, ao se aproximar para perto do local, e notar uma da fresta que expele uma fumaça misteriosa, com um cheiro desagradável para si.

Evangeline põe sua mão no buraco que está expelindo o miasma, e assim faz força para remover a enorme pedra do local da entrada, porém, ao não conseguir fala.

— Tss! A entrada está fechada com essas rochas pesadas, e não tenho força o suficiente para removê-as com minhas mãos, então como será que entrarei ai dentro? — questiona-se, ao por sua mão direita no queixo, e olhar para o céu iluminado com estrelas, para tentar elaborar um plano.

— Humm… Espera, talvez eu possa usar a Centelha no Céu e… Não melhor não, isso destruirá a caverna, e parando para pensar agora, por minha força ter triplicado com a bênção de Teldra é bem capaz que eu faça a caverna inteira desaparecer, pois meu ataque de antes fez um belo estrago na luta com o taelho — conclui, ao voltar a pensar em um novo plano, para poder entrar na caverna sem fazer alardes.

— E se eu der um soco como antes? — ergue o seu punho e golpeia a rocha, e fere imediatamento a sua mão. — Droga! Essa doeu de verdade, antes eu consegui extravasar no chão, mas não lembro como refazer isso.

— Também não posso usar magia de raios, se não as rochas iriam apenas refletir a potência deles e os jogariam no solo, então se eu usar… — Evangeline ergue as suas mãos e acumula magia sobre elas, fogo começa a sair dos seus braços, então a mesma diz.

— Se eu usar o mesmo método que usei para conseguir copiar a Centelha no Céu, com a magia de raios, talvez eu possa repetir o mesmo com outras magias, ou fortificá-las com algo a mais.

— Certo, como posso fortificar a minha magia de fogo, já que não consigo ter um domínio completo sobre elas. Preciso de algo para deixá-las ainda mais quentes, algo forte que concentre o fogo em um único ponto, como um… Maçarico¹. 

— Um gás! Usando de base o modo como se usa a magia nesse mundo, para eu poder usar meus atributos, eu apenas imagino como são e as faço sem muito esforço. Logo pode-se dizer que a mente do mago é a chave para criar novos feitiços, e isso explica a surpresa de Karenn e Lucas ao ver a magia de raios.

— Já que possuo completamente um controle com meu atributo ar, se eu criar um gás específico, e usá-lo com minhas chamas, com certeza dará certo — conclui, ao se preparar para por em prática o seu novo plano de fortificação de magia.

Evangeline por fim começa a acumular mana sob sua mão direita, enquanto em sua mão esquerda ainda está com as chamas acesas. A jovem começa a canalizar um gás específico para o que ela quer fazer.

— Preciso criar um dos 3 gases que se usam para acender o maçarico. Usando de base as aulas técnicas da minha escola sobre química, os gases são; Propano, Butano e Acetileno, com um desses 3 poderei amplificar minhas chamas — espairece a jovem, ao tentar lembrar das propriedades de cada gás, ao se concentrar em criá-lo.

De repente, na mão da jovem começa a sair um odor familiar, se trata do gás que a mesma está tentando criar, porém algo inesperado acontece, todos os 3 gases pensados pela jovem se misturam em um só, se tornando um gás perigosamente inflamável.

Antes de perceber a merda que acabou criando, as suas chamas começam a engolir o novo gás, e com o efeito disso o fogo toma uma cor verde vibrante, e expele um intenso calor, que quase vai de encontro com as roupas da jovem.

— Consegui! — exclama a jovem, afastando seu feitiço para longe do corpo. — Certo, agora com isso jogarei nessas rochas, e logo após, jogarei água sobre elas, assim desencadeando um choque térmico, explodindo as pedras no processo.

Ao Jogar as usas chamas sob as rochas na entrada da caverna, e após passar pouco tempo as jogando, logo troca a sua magia para água, e as despeja em seguida, desencadeando numa pequena explosão.

— Isso! Deu certo. Usar o atributo ar desse modo pode me ajudar a aprimorar os meus outros dois. Agora que sei disso posso puxar o miasma para fora da caverna com a minha magia de ar. — conclui, enquanto estende as suas mãos para a entrada da caverna, ao puxar o miasma do local, e o juntar como uma esfera.

— Então isso é todo o miasma que estava na caverna? Certo, agora que ela está parcialmente livre desse treco, posso entrar e ver de onde isso ta saindo — finaliza, ao adentrar no local, se deparando com uma imensa escuridão no seu interior.

A jovem com a magia de fogo em uma das mãos ilumina o local, porém a luz só é visível na sua frente. Ao andar em linha reta se depara com uma espécie de entrada. Uma porta feita de rochas, e em todo o seu formato possui runas e letras desconhecidas. Evangeline ao encostar a mão na porta faz com que as runas acendessem, porém, não realizando nada mais a seguir.

— Isso deve ser uma espécie de porta de compatibilidade de atributo. Talvez só pessoas com magias compatíveis conseguem atravessar, entretanto isso acendeu quando toquei, porém, não abriu, talvez falte algo para abrir.

…

De repente, uma gota de algo gosmento cai sobre o seu ombro. Inúmeros passos correndo pela caverna são emetidos no interior do local, ao notar o troço gosmento no seu ombro a jovem indaga: — Mas o que é isso! Eca cara, isso é nojento.

— Que treco é isso? Fezes de morcego ou…

Ao estender as chamas ao alto, observa uma enorme figura no teto da caverna. Um grande monstro lacraia. Sua coloração é da cor preta com abdômen vermelho, as suas pernas são amarelas, mas é possível se ver através delas, como se fossem feitas de cristais. O enorme monstro a encara, enquanto mexe as suas antenas.

Ao notar o monstro em cima de si, exclama: — A cara, e lá vamos nós…

Continua…

1. Maçarico: aparelho que envia, por um tubo, um gás ou líquido combustível sobre uma chama produzida pela combustão de um gás comburente, us. para soldar ou fundir metais.[↩]