Índice de Capítulo

    Direcionando-se para a sala de estar ao vir da cozinha, Amice surge com uma bandeja de pãezinhos em mãos. Ao se aproximar do curandeiro e seu espírito, observa a meio elfa deitada no sofá, por fim, indaga ao seu patrão: — Patrão Ivan, o que aconteceu? O quê houve com ela? — pergunta.


    — Ah, Amice! Está tudo bem, ela só teve uma pequena sobrecarga ao se expor demais na mana espiritual, mas ela está bem. Porém, o que eu quero saber é o porquê da Áurea, não aceitá-la como discípula — revela, de modo a chamar a atenção da criada com a sua ideia.

    — Minha nossa! Mestra Áurea, você deveria ensiná-la! Afinal, você é uma ótima professora  — expõe, de forma a envergonhar o espírito que ondula sua boca.

    — Nah! Eu acho que não, pois eu…

    O espírito interrompe sua fala ao observar a expressão de Amice, semelhante a um filhote de cachorro: — Vaaii mestra Áurea, por favorzinho… — pede. 

    — Tá, tá! Eu faço isso, mas só porque a Amice pediu, e também, eu preciso limpar aquela sala — concorda, de modo a alegrar a criada.

    — Isso! Quero dizer, muito obrigada por atender meu pedido, mestra Áurea — agradece, com a cabeça inclinada.

    Por fim, Amice deixa a bandeja em cima da mesa e volta para os seus serviços. Na mente de Evangeline, Shirogane, encontra-se novamente na sala misteriosa que outrora havia ido.

    ‘’…’’

    ”O quê? Espera! Por que estou aqui novamente… O meu corpo! Esse é o meu corpo de verdade… ”

    De repente, a mulher misteriosa surge, porém agora com sua face amostra. Se trada de uma jovem mulher com pele clara quase branca e olhos da cor violeta, que se aproxima do garoto para se comunicar: — Susan… Q-Quero dizer, Shirogane, nós nos encontramos novamente — declara, ao chamar a atenção do jovem para si.

    Ao notar a voz familiar que o chama, o garoto se vira abruptamente e observa o rosto da mulher misteriosa. Após notar de quem se trata, cruza seus braços e com uma face fechada, fala: — Espera, é você de novo? Agora consigo ver seu rosto… O que você quer? Por que sempre me traz para esse lugar estranho?  — questiona.

    — Se acalme, venho apenas para lhe alertá-lo novamente…

    Enquanto se aproxima da mulher com uma expressão de desconforto e repudiação, fala: — Me alertar? Você veio me alertar de novo? Você sabia o que ia acontecer com a Karenn, e mesmo assim omitiu isso, e agora ela…

    — Não, não pense assim. Eu não posso revelar algo que possa comprometer o futuro deste mundo, só peço que confie mim — ressalta.

    — Confiar em você? Eu nem sei o seu nome — rebate, enquanto encara seriamente a mulher, a fim a esperar uma resposta.

    — O meu nome? Bom, eu sou Tsukuyomi, a dominadora da mente e da projeção. Do mundo de onde você veio, me chamam de deus da Lua. Me desculpe por eu não ter me apresentado antes, eu não tinha uma conexão forte o suficiente para você ver — revela, a fim de acalmar os nervos a flor da pele que o jovem expressa.

    O jovem se espanta, ao notar que está conversando com um dos deuses prestigiados do seu mundo: — Nossa! Então você é Tsukuyomi… Imaginava que você como um homem, e não uma mulher… — rebate em surpresa com o fato dela ser uma deusa.

    — Bom, você deveria ser a última pessoa a falar isso. 

    — …

    — Quero que preste bem atenção Shirogane, pois não tenho muito tempo, e isso pode afetar drasticamente o futuro deste mundo se o seu plano não der certo… — revela, de modo a assustar o garoto com seu alerta.

    — Após chegar a masmorra, você encontrará pessoas peculiares. Não as torne como seus inimigos — anuncia, ao deixar o jovem confuso, e começar a desaparecer logo em seguida.

    — Espera! Você já vai? O que quer dizer com “pessoas peculiares”? — indaga, eufórico com a partida repentina da deusa.

    — Você saberá quando os encontrar… Até a próxima… Shirogane…

    Na sala de estar de Ivan, Evangeline, torna a se remexer no assento, após isso perde o controle de suas emoções e começa a emanar uma grande quantidade de mana espiritual em todo o local. Por fim, ela cessa toda mana e a absorve, retornando para o seu sono tranquilo.

    Espantados com o descontrole repentino da meio elfa, eles afastam-se. Ivan, confuso com o que acabara de acontecer, declara: — O que será que aconteceu? Ela começou a liberar muita mana espiritual do nada… Será que foi algum pesadelo?

    — …

    — Ivan… se essa garota consegue liberar tamanha mana apenas dormindo, talvez seja o momento de ensiná-la aquela técnica… — menciona Áurea, ao chamar a atenção do homem para si.

    — Áurea, você tem certeza? Você acha que ela pode dominar aquilo? Eu mesmo demorei 2 anos para derrotar aquilo e chegar no estágio básico — retruca.

    — Abra seus olhos, seu velho bobo! Não percebe o que acaba de acontecer? Ela tem mais potencial que qualquer um nessa cidade, então não a compare com suas aventuras passadas — frisa, e continua sua fala.

    — Ela aprendeu a usar a magia de cura em menos de 9 horas, sem a ajuda de um espírito elemental de corpo físico, algo que até você, um dos magos renomados de Nakkie, demorou anos para aprender, então não me venha com essa de “será que ela consegue” — finaliza.

    — …

    — Bem, você tem razão… Quando ela acordar, leve-a para a sua sala novamente. Ela está sendo procurada na cidade, se qualquer abalo de mana acontecer de novo, pode ser o fim do plano dela, além de que… eu não quero que minha casa exploda… — revela, ainda surpreso com descontrole da jovem.

    Após descontrole de mana, dois soldados que circulam as ruas próximas da casa do curandeiro, começam a bater no seu portão. Surpreso com a velocidade de reação dos homens, Ivan, abre sua janela e os atende.

    — Ah! Olá, caros senhores, como posso ajudar? — indaga, de modo a ganhar um pouco de tempo, enquanto Amice e Áurea, guiam o corpo desacordado de Evangeline para o quarto da criada.

    O primeiro homem por volta dos seus 35 anos, pele morena, cabelos castanhos, e olhos verdes, vestindo uma armadura prata de corpo inteiro e um manto vermelho com a insígnia de um machado, dirige seu olhar para a janela. Se trata do comandante da guarda da cidade.

    Ao seu lado se encontra um jovem por volta dos seus 18 anos, pele escura, olhos ambares. Veste uma armadura prata de corpo inteiro, no seu peito esquerdo encontra-se a insignia de um machado.

    Ao dar um passo adiante, o homem mais velho dirige a fala para o curandeiro: — Bom dia, senhor Ivan! Desculpe a má educação do recruta com o seu portão, ele se alistou semana passada — declara e continua. 

    — Bom, só estamos aqui por conta de um alto descontrole de mana que vem de sua casa, poderia nos deixar entrar e ver do que se trata? — pergunta, de modo a suspeitar do homem.

    — Não! Digo… Bem… Não precisam entrar, isso foi apenas um descontrole do meu espírito, não há o que se preocupar rapazes. Ela só se revoltou com os suspenses que eu faço em minhas histórias… — retruca, a fim de enganar os soldados.

    Os dois se entre olham e apenas acenam com a cabeça. Em seguida, o soldado recruta diz: — Então, foi apenas isso! Bom, nos perdoe pelo incômodo senhor, e me desculpe pelas pancadas em seu portão — desculpa-se, ao ir para trás de seu superior.

    — Não se preocupem com isso, rapazes, vocês estão apenas fazendo o seu trabalho. Então, boa sorte com isso — declara Ivan, ainda receoso com os soldados que ainda o encaram.

    — Certo, senhor Ivan, até mais tarde então — despede-se o comandante, de modo a se afastarem da casa do curandeiro e se dirigirem para o excesso de barracas de venda, que os omitem pouco a pouco da visão do homem.

    Após ver que os soldados partiram, retorna sua cabeça para dentro e fecha a janela. Com um suspiro de alívio, fala: — Ufa! Essa foi por pouco…

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