Capítulo 40 ❃ O desejo de uma Aprendiz.
— Rapaz, eu digo isso, não por que eu conheço vocês, mas sim a magnitude e a peculiaridade deste item. O colar só pode ser usado uma única vez, por uma única pessoa. Então, eu os pergunto: Como vocês provariam que se tratam do colar da deusa? — pergunta Crowley, ao esboçar um sorriso em seu rosto, e demonstrar a sua superioridade.
O homem na parte adjacente ao líder dos mercenários, que antes havia consentido com a ideia, esboça levianamente um sorriso em sua face. O rapaz, ao notar que o homem trajado em sua frente refutou-lhe com um ótimo ponto, inclina-se para o lado e esfrega a parte inferior de sua cabeça.
Um sorriso sem graça se mostra visível em seu rosto, seguida de uma declaração súbita: — Tsc! Que droga em hein, você me pegou… devo confessar.
O sorriso do rapaz se extingue e muda abruptamente para uma figura séria, todo o clima de descontração some com o seu olhar, focado diretamente para o homem à frente. Com um tom de voz calmo, põe as mãos no bolso da calças, e declara: — Agora nos diga tudo sobre o item e essa tal masmorra.

Após três dias, Evangeline continua seu treinamento a fim de desbloquear a técnica de absorção de mana, Em contrapartida, no vilarejo, em um lugar que faz periferia a grande floresta Arrow, Anastácia encontra-se próxima a sua forja, martelando um pequeno pedaço de molde de fivela em sua bigorna.
Ao lado acessível da loja, a porta se abre e de lá entra duas silhuetas masculinas. São Trevor e Lukas, que acabam de chegar juntos. Ambos carregam um grande caixote em mãos que comporta inúmeras peças sobressalentes e pedaços de metal.
Tais itens foram pedidos por Anastácia, a fim de finalizar quanto antes o seu projeto secreto, além de revitalizar o estoque de sua loja.
Trevor se aproxima para perto do balcão da loja, ele é novo, feito de madeiras refinadas de carvalho escuro. O brilho das luminárias reflete vivamente nele. O rapaz, por sua vez, aterriza o grande caixote que está em suas mãos ao chão, e com elas, em seguida, sacode suas roupas sujas com poeira.
Com uma voz alta e direta, informa sua situação para a ferreira: — Então, Anastácia, esses são os últimos caixotes da carroça. Você precisa de mais alguma ajuda?
Após finalizar a pergunta, ao seu lado, Lukas joga o caixote ao chão, não por desmerecer a ferreira, mas pelo peso excessivo que sente ao carregar tal coisa. Extremamente ofegante por carregar tamanho peso, o jovem desabafa seguido de alguns suspiros.
— Ah… Ah… — Suspira. — Cara… eu tô… morto. Como que essas caixas são tão pesadas?
— Pesadas? Parecerem bem normais para mim, não sei do que você tá falando…
O rapaz rebate a pergunta do amigo, com o intuito de irritá-lo amistosamente. Lukas, com o corpo inclinado para frente, pois ainda está cansado, retruca a fala de seu amigo: — Ah, sai dessa Trevor! Apesar de um mago, você fica treinando o físico, ao contrário de mim que eu só foco na magia…
Trevor, dirige suas mãos para a cintura, levanta levianamente sua sobrancelha esquerda, a fim de intensificar o seu questionamento: — Você sabe que existem feitiços de fortalecimento, não sabe?
Ao perceber que fora refutado tão rapidamente por seu amigo de profissão, ele endireita sua postura, rebate suas roupas e com um pouco de gaguejamento, responde: — B-Bem, isso não vem ao caso…
Anastácia, nota que na ala de atendimento de sua loja a muita conversaria, e logo se lembra do pedido que fizera para os rapazes, em compensação, retira a máscara de proteção e dirige-se para perto dos caixotes. Com suas mãos na cintura, visualiza que tudo o que pedira está nas caixas, em seguida agradece os rapazes:
— Hum! Muito bem, rapazes, eu até abraçaria vocês se eu não tivesse suja de carvão e suada… Mas não, não preciso de mais ajuda, já fizeram o bastante por mim.
Lukas, dá um passo a frente e com seus óculos em mãos, começa a limpar as lentes na blusa, e prontamente dirige seu questionamento para a mulher: — Anastácia, você está quase quatro dias sem descansar por causa desse seu “projeto secreto” que não nos conta. Não acha que deveria descansar um pouco e dar um pouco de atenção a Isabel?
Anastácia, deixa escapar um sorriso tímido em seu rosto, pois sente felicidade ao ver que tanto Lukas quanto Trevor, se importam com a sua saúde e de sua filha. Em seguida, retruca o questionamento do rapaz.
— Obrigado por se preocupar com a minha filha, mas não preciso disso, eu estou totalmente bem. E em relação à Isabel, ela está no andar de cima, pois disse que treinaria para ajudar a Senhorita Evangeline, na missão dela.
Após revelar a atual situação da pequena garota, os rapazes se espantam, e fazem uma expressão de surpresa. Trevor, apressadamente, se aproxima da ferreira, tanto que a deixa totalmente desconfortável e um pouco corada com a aproximação repentina e, com o intuito de saber mais, pegunta sem delongas.
— E-E você deixou? Não é perigoso? Afinal ela só tem 10 anos.
Discreto na face, ela olha em direção aos olhos do rapaz, que acaba envergonhando-se e se afasta. Simultaneamente, Anastácia, o responde: — Bem… Deixa eu resumir o que aconteceu há 3 dias quando voltamos de Nakkie…
…
No mesmo dia de sua visita, um pouco mais tarde, Anastácia e Isabel, despedem-se de Evangeline, e seguem caminho para fora da cidade. Ao lado, se encontra uma carruagem vaga. A ferreira, compra duas passagens, e com a sua filha adentra no veículo.
No caminho para o vilarejo, na carruagem, Isabel, se aproxima de sua mãe e, dirigindo seu olhar para ela, declara: — Mãe, eu quero ajudar a minha mestra! Eu sinto que preciso ajudá-la.
As palavras da garota demoram a fazer sentido para a ferreira, e, após entender a real intenção de sua filha, ela rebate apressadamente, com um tom de voz alterado: — O quê? Do que está falando, Isabel? Você sabe que não pode ir até aquela masmorra.
— Você é muito nova e não conseguiria acompanhá-la, além de que, ela não aceitaria te pôr em perigo se pedisse.
A mulher tenta por um pouco de juízo na mente da pequena, no intuito de retirar a ideia estúpida. Sem demora, Isabel, abaixa a cabeça com a desaprovação de sua mãe, porém, isso não a impede de continuar com a ideia.
— Sei disso… mas isso é porque eu ainda sou fraca! Se eu treinar para alcançá-la, eu tenho certeza que ela irá me valorizar e deixar eu acompanhá-la… Eu tenho certeza.
A declaração vem seguido de um olhar determinado, que deixa a ferreira surpresa com a sua coragem. Anastácia, respira profundamente, e agora com um pouco mais de calma, tenta novamente retirar de uma vez por todas essa ideia da cabeça de sua filha.
— Olha filha, como sua mãe, eu não posso permitir que você se ponha em perigo. Eu sei que não sou sua mãe de verdade, mas eu te adotei, e eu considero você a minha filha de verdade. Então, por isso, você não vai.
A garota abaixa as mãos e cerra o punho, que se encontra próximo às coxas, em seguida, respira profundamente. Tal ação faz Anastácia pensar que ela havia desanimado, porém, quando levanta a face, com seus grandes olhos azuis, agora coberto de lágrimas, declara.
— Mãe Anastácia, eu não ligo se você não é da minha família de verdade, na verdade não ligo para quem seja. Até aonde eu me lembro, eu sempre fui uma órfã no vilarejo, se não fosse a ajuda do vovô Balmor, eu teria morrido de fome cedo ou tarde.
— Depois disso, você chegou e me adotou, e isso é o que realmente me importa para mim, e não as pessoas que me abandonaram, mas sim você, mãe Anastácia.
A declaração faz com que a mulher direcione suas mãos para perto da boca, pois a fala dela a emociona profundamente. Porém, a garota não cessa as palavras e prossegue com a persuasão.
— A mestra Evangeline também significa muito para mim, foi ela que me ajudou a acessar o meu atributo. Eu já estava ficando muito velha na escolinha e eu era a única que não conseguia usar magia, e ela veio e me deu a chance de evoluir. Então, por favor, não me empeça de ajudá-la.
— Eu sinto que devo ajudá-la, e também minha mestra acredita em mim, e ela mesmo disse que eu possuo bastante potencial, então, se eu treinar corretamente, tenho certeza que serei forte o bastante para me proteger.
As falas entram profundamente no coração de Anastácia, o sentimento da pequena que antes ela não conhecia enche seus olhos de lágrimas, pois em sua visão, ela somente está impedindo um sonho de ser realizado. Com uma respiração pausada, enxuga os olhos e concorda.
— Está bem, me desculpe por tentar te impedir, eu não sabia de seus sentimentos e desconhecia sua consideração para com ela. Porém, não serei eu que deixarei você ir, isso caberá a senhorita Evangeline — Após terminar sua fala, ambas se abraçam
…
Nos tempos atuais, Anastácia termina de contar sobre tudo que aconteceu na volta. Após encerrar sua declaração, os rapazes se olham. De modo a endireitar seu óculos em sua face, Lukas responde: — Então foi para isso que ela pediu tantos livros da escolinha…
Com um sorriso de confiança em seu rosto, Trevor se aproxima da ferreira novamente, e declara: — Ela realmente deve estar determinada com isso. Eu não a vejo a um tempinho, se ela está treinando firmemente nesses 3 dias, com certeza Evangeline notará a diferença.
…
Pouco tempo depois, Lukas, dirige-se para perto da entrada da loja. Caminhando com passos curtos e calmos, volta a sua atenção para a Anastácia, a fim de se despedir da mesma: — Então é isso, Anastácia, eu já vou indo, preciso abrir a escolinha.
— E você, Trevor, vai ficar aí paquerando a Anastácia?
A indagação de Lukas fez o rapaz distanciar-se vergonhadamente da ferreira, que abaixa sua cabeça também envergonhada com a fala. A fim de retirar o mal-entendido, retruca: — N-não! quero dizer… Arh… — Suspira. — eu já chego logo em seguida…
O rapaz inclina a cabeça respeitosamente para ferreira ao se despedir, e segue em direção ao seu amigo, e o golpeia com um cascudo. Lukas, esboça um sorriso e, segurando a porta, também se despede de sua amiga: — Até logo Anastácia. Ah! E diga a Isabel que eu desejo boa sorte para ela.
Por poucos minutos a ferreira encara o vazio de sua loja com um sorriso no rosto, a bondade e a amizade que conseguiu ao se mudar para vilarejo a deixa muito feliz: — Aiai… esses rapazes… Certo! Chega de perder tempo, é hora de terminar aquela armadura — declara, ao arrastar às duas caixas para sua forja, e fechar as portas em seguida.
…
No quarto de Isabel, no andar superior à loja, a garota lê os livros que pegara emprestado com Lukas, um atrás do outro.
— Certo, eu já terminei o “Caminho das Bestas Mágicas” e o “Conceito da Mana Natural”. Eu já consigo manejar melhor meu atributo por causa do segundo livro, mas minha quantidade de mana é um problema, ainda bem que o professor Lukas me emprestou todos o livros referentes a isso.
Ao dirigir olhar para um livro chamativo no seu lado direito, o observa.
É um belo livro, a capa e feita de couro e possui uma coloração carmesim, e inúmeros bordados no seu exterior. Um desenho similar a uma teia de aranha dourada o cobre de cima a baixo. A garota, ao notar a beleza do livro, direciona a mão e o pega.
— E esse “Capacidade Mágica: Como burlar e expandir seu domínio”? Parece bem importante, bom, ele vai ser meu foco de agora em diante.
Enquanto pensa no assunto, ela começa a folhear o livro apressadamente.
— Hmm… Isso aqui parece interessante… “Todo mago possui uma quantidade limitada de mana no seu núcleo, porém, com o treinamento adequado isso pode ser rompido. Existe duas técnicas primordiais para isso, que são: Absorção de mana e Quebra de limite. Se o mago…”
Enquanto a pequena garota estuda tranquilamente focada em seu quarto, ao norte da Grande floresta de Arrow, que faz periferia ao vilarejo, se encontram o…
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