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    Logo após a repreensão, todos os três sentam-se em cadeiras criadas por Áurea na sala. Evangeline, por sua vez, ainda se recuperando do seu retorno da dimensão mental, toma uma xícara de chá de folhas verdes, que foi lhe servida por Ivan.

    Indignada com o que está acontecendo nas ruas, a jovem, expressa sua reclamação aos fatos:

    — Droga! Agora que esse prefeito estupido fez isso, não vou conseguir sair pelas ruas do mesmo jeito de antes. Com certeza eles devem ter um Receptor com eles, e além disso, tem aquele mago que Amice mencionou.

    — Eu não sei seu nível e nem seu rank, além de que, não sou maluca o suficiente para ir lá conferir. O fato dele conseguir manipular o atributo ar para criar som, só mostra que ele está muito além do meu domínio.

    Ivan e Áurea, olham simultaneamente um para o outro, assentindo com a angústia de sua aprendiz, e para acrescentar, sem ideias de como prosseguir.

    Durante o tempo que Áurea moldava a sua mana para criar pequenos assentos, Ivan, tentava convencer Evangeline a aceitar seu plano de transporte, porém a todo momento ela negava a sua ideia, até o ponto que ele apenas decidiu que realmente não era uma ideia muito boa.

    Agora, sem muito o que fazer, esperam que Amice desperte para que todos bolem um plano de fuga. Um que não seja tão chamativo quanto transportar uma casa de 2 andares do meio de uma cidade super movimentada.

    Momentos depois, Evangeline, ao dar o seu último gole no seu chá de ervas, remexe as pequenas folhas no fundo do recipiente e, pondera em perguntar o que a encuca desde quando saiu do vilarejo.

    A sua mente está totalmente cheia de todos os acontecimentos passados, mas, ser perseguida por apenas ser de uma raça diferente, a deixa bastante confusa.

    Sua pequena ponderação cessa, ao elevar o seu olhar para Ivan e perguntar finalmente o que quer saber:

    — Senhor Ivan, o senhor já me disse que a cidade está contra mim por conta daquele desgr-prefeito… mas o que eu não entendo, é o porquê de me chamarem de majin. Até o momento eu não entendo o que isso significa.

    — Antes mesmo de eu sair do vilarejo para buscar a Karenn, um cocheiro tinha me chamado desse jeito. Na hora pensei que fosse só uma ofensa por eu ser pobre e morar naquele vilarejo, porém, aqui na cidade me chamaram do mesmo jeito. Quando estava procurando-a, tive bastante dificuldade em conseguir informações de como me locomover na cidade, e isso só pelo fato das pessoas olharem com olhares tortos para cima de mim.

    — Então, senhor Ivan, e mestra Áurea, por que todos me chamam de Majin?

    Até o exato momento, Evangeline não entende o termo que todos a chamam. No vilarejo de onde saíra, ninguém em nenhum momento havia mencionado esse nome para ela

    No mundo de Shirogane, a palavra Majin significa demônio ou o próprio capeta, entretanto, nesse seu novo corpo, não há nenhuma característica ou similaridade demoníaca, que pudesse explicar isso.

    Em contrapartida a isso, no jogo, Worldland Sephyra Online, a sua personagem, Lin Windness, possui uma skin cosmético que se chama, Rainha Majin. O efeito desse cosmético muda parcialmente a aparência do jogador, alterando seus olhos, cor de pele, e dentes, para algo mais parecido com “demônios”, a outra raça jogável dentro de Sephyra.

    Entretanto, mesmo que esse corpo seja semelhante a sua personagem do game, Evangeline, não possui nenhuma dessas características, e esse fato torna as coisas muito mais difíceis de entender.

    A dúvida da jovem, direcionada para os dois como pergunta, os fazem ficar intrigados.

    —  Vo-Você não sabe?

    Ambos perguntam em uníssono, pois até o momento, eles não haviam desconfiado disso. Para os dois, Evangeline já tinha o total entendimento de quem é, e de como é tratada por todos, porém, ao descobrirem de sua ignorância, torna as coisas mais complicadas de se explicar.

    Evangeline, balança sua cabeça em negação a pergunta, os espantando no processo.

    Ivan, ressentido com tudo que aconteceu com a sua aluna, tem a ideia de explicar tudo para ela e, como se preparasse para contar uma longa história, ele, endireita a sua postura no seu assento, cruza os seus braços, olha parcialmente para cima e pensa em algo.

    Poucos segundos depois, assentindo com algo que concluiu mentalmente, finalmente começa:

    — Bem, como eu posso contar isso para você…

    Dirigindo sua mão para o seu queixo, pondera sobre como poderia explicar o que sua aluna quer saber. Em seguida, ao concluir e concordar com o que pensara, declara:

    — Bom, vou contar tudo que eu li em relatos, estudos que fiz e experiencias próprias que tive durante a guerra. Tudo que seja referente a esta raça mestiça, então preste bem atenção.

    — Deixa eu começar. Foi exatamente a 275 anos, na primeira guerra das 3 grandes raças: Humanos, Elfos e Anões. Todas os três estavam lutando por conta de magias e terras deixadas por Nazive, o primeiro Archmago.

    — Porém, já sabendo como às três raças pensavam, escondeu seu conhecimento em diversas masmorras e as selou com o seu próprio poder. Logo após a sua morte, o seu corpo foi enterrado nas planícies Althemar, bem próximo das colinas de Behemoth, o reino anão, e lá junto a ele, tinha tudo referente ao que ele escondeu e, como conseguir tudo de volta.

    — Com esse fato em mãos, os reis do passado cobiçaram esse incrível conhecimento e poder. Tudo para fortalecer o seu próprio reino. Então, os Anões, que estavam mais próximos das planícies, começaram a fazer a procura do corpo do Archmago.

    — Logo depois, os elfos, ao descobrirem que os Anões estavam fazendo, decidiram procurar os restos mortais também, e o mesmo aconteceu com os Humanos. Então, resumindo, a origem da guerra foi porque queriam o conhecimento escondido de Nazive.

    No entanto, enquanto Ivan conta a história do início da grande Guerra, Evangeline, em seus pensamento, tenta imaginar o quão poderoso foi Nazive. Em sua mente, ao ouvir o título de Archmago, o imagina como um ser supremo de pura mana. 

    Áurea, ao notar que a meio-elfa, está perdendo-se em pensamentos, surge em sua frente com um olhar extremamente sério, chamando a sua atenção para a história de novo.

    — Evangeline!

    — Ah? Okay, me desculpe, pode continuar, senhor Ivan…

     Ivan, ao ver que a sua aluna retorna a prestar a atenção, continua:

    — Aham! — Limpa a garganta.

    — Como eu havia dito, em resumo, o início do conflito foi a busca do conhecimento acumulado de Nazive, gerando a primeira Guerra que pendurou por mais duas em seguida, mas esse não é o foco, e sim a origem de sua raça, Evangeline.

    Como um falcão que sobrevoa as planícies em busca de sua caça, a jovem, afia seus olhos e foca em seu professor.

    — Vejo que o assunto da guerra não chamou muito a sua atenção, de todo modo, foi bom você ter esse conhecimento. Então, prossigamos.

    — A sua raça surgiu na metade da segunda guerra. Como você pode notar, e já percebeu, você é uma mestiça de elfo, ou meio-elfa…

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