Índice de Capítulo


    Antes que pudesse terminar de dizer, é removida do seu angustiante sonho.

    Um alívio é aparente em sua face, pois sente inteiramente feliz por não ter vivido aquela cena em sua realidade. No entanto, enquanto tenta novamente lembrar-se da figura, é tomada por uma amnésia, que escurece vagarosamente todo o processo de seu pesadelo.

    Um pouco mais calma com tudo, observa o casaco de seu patrão sobre si e, olhando um pouco mais a frente na sala, para entender o que a deixou naquele estado que se encontra, visualiza Evangeline, no canto da sala espiritual, próxima a Ivan e com a pequena Áurea nas pernas.

    Surpresa por vê-la já despertada, Amice chama pelo nome dela com um pouco de dificuldade, visto que suas cordas vocais estão dormentes, pelo fato de ter recobrado a consciência recentemente:

    — Senho-rita…  Evange-line…

    No momento após a isso, a meio-elfa escuta um baixo tom de voz dirigido para ela. Confusa de onde vem este som, apura suas orelhas pontudas as balançando. Tal cena torna semelhante a um pequeno coelho tentando capitar um predador próximo. Todavia, após esse processo, dirige o olhar para a dona da voz.

    E, em uma ação extremamente rápida, observa Amice finalmente desperta.

    A forte locomoção feita pela visão da meio-elfa, chama a atenção de Ivan, que está em sua frente e Áurea, que olham também em direção para onde ela observa.

    O curandeiro nota que sua criada despertou e, um alívio imenso preenche seu peito, pois até o momento ele estava preocupado com a situação de sua criada, que havia desmaiado em sua frente.

    O homem, no mesmo momento que a vê, levanta-se do seu assento e em passos rápidos, dirige-se para a localização que está Amice, que encontra-se levantando.

    Ele se ajoelha em sua frente e, segurando cuidadosamente as mãos dela, pergunta:

    — A-Amice, você está bem? Já pode andar ou quer que eu a levante?

    A jovem se sente bastante feliz pelo afeto que seu patrão oferece para ela, porém, nega gentilmente a ajuda balançando a sua cabeça, e, com um pouco de dificuldade, levanta-se sozinha, apoiando-se por um breve momento no assento que estava deitada.

    Respirando profundamente, ela encara seu patrão, o respondendo com uma voz doce e gentil:

    — Está tudo bem, patrão Ivan, não precisa se preocupar comigo. O que precisamos é avisar a senhorita Evangeline, se não…

    Logo após Ivan dirigir-se para próximo de Amice, Evangeline, junto de Áurea, que está em sua cabeça, surge atrás dela e, ao pôr a sua mão sobre o ombro da criada, Evangeline, interrompe a fala:

    — Relaxe um pouco Amice, eu já sei de tudo…

    — Vo-Você sabe? Então, como você vai escapar? Como vai sair desse lugar? Como…

    O pânico transparece o semblante da criada. A poucos segundos, a sua face parecia estar calma, porém o seu controle cessa. Agora, totalmente desperta, lembra-se de todas as coisas que testemunhou nas ruas, e esse fato a toma em desespero.

    Áurea, na cabeça da meio elfa, eleva sua voz a repreendendo imediatamente, antes que ela pudesse perder o controle novamente.

    — Amice, acalme-se agora mesmo. Este problema tem a ver com Evangeline, e olhe bem para ela, ela está triste? Com medo? Com raiva? Claro que não! Veja o seu semblante comparado ao dela, veja como está calma em relação a isso.

    — Então, pare de fazer essa cena, agora mesmo!

    Assentindo com a repreensão, e um pouco envergonhada, desculpa-se pelo que fez:

    — Ah… e-eu… eu sinto muito por isso. Peço que desculpem meu comportamento, mestra Áurea, senhor Ivan e senhorita Evangeline.

    A jovem, no momento seguinte, abaixa a sua cabeça totalmente envergonhada com o ocorrido.

    Ao notar que a pressão e a culpa gerada pela situação que estão, está caindo mais para o peso de Amice, do que para si, Evangeline levanta o rosto dela e com um sorriso gentil em na face, declara:

    — Não fique assim Amice, relaxe um pouco, okay? Não se preocupe com isso, vamos bolar um plano juntos. Então não se culpe e não carregue esse peso sozinha, afinal, isso é parcialmente a minha culpa.

    — Não, senhorita Evangeline, isso não é culpa sua! É tudo culpa do…

    Parando a sua fala por um breve momento, sente um olhar estremante em chamas em sua cabeça. Ao olhar vagarosamente para observar, nota Áurea encarando-a em fúria, pois começa a fazer de novo o que ela havia a repreendido. Uma gota de suor frio escorre de seu rosto, seguido de um breve sorriso vazio de medo.

    Áurea, igual a um macaco, pula da cabeça da meio-elfa, e pendura-se nos cabelos de Amice, a repreendendo e os puxando em fúria:

    — AMICE!

    Observando aquela cena estranhamente peculiar, Evangeline solta um leve sorriso em sua face.

    As pessoas que estão ao seu lado não são pessoas estranhas, elas agem como se fossem uma segunda família e, isso a deixa mais confortável com a situação. Pois ela pode ignorar por um breve momento o assunto de sua procura na cidade, e focar na relação que seus amigos a apresentam.

    Porém, como um ato de chamar a atenção de todos, Ivan, que até o momento estava pensando em um plano melhor para poder escapar, eleva um pouco sua voz, com o assunto que concluiu mentalmente.

    — Atenção, eu acho que pensei num plano bom…

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