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    Enquanto isso, nas planícies conhecidas como Zenity, o extenso céu torna-se parcialmente fechado pelas volumosas nuvens. No lado mais ao norte, onde se encontram as enfileiradas cordilheiras de Behemoth, o brilho vermelho rubi do sol despede-se de todos e, ao lado sul, uma das luas começa a surgir do mar.

    Durante o processo de pôr do sol, inúmeras e radiantes luzes avermelhadas chocam-se nas nuvens, tornando-as alaranjadas com o tom azulado da noite que surge atrás delas.

    Nas amplas planícies, rodeada pela Grande floresta de Arrow, Nakkie, parece serena.

    Durante o tempo em que o sol cede no horizonte amontanhado, as ruas da cidade começam a ser iluminadas por pequenas estruturas, similares a postes de luzes, porém, com uma pequena gema de mana dentro de um recipiente retangular de vidro.

    No entanto, esses postes não se ascendem sozinhos. Um pequeno grupo de jovens, trajados com túnicas de magos, além de levarem consigo varinhas e cajados, andam pelas ruas direcionando suas manas para essas estruturas, resultando na iluminação dos locais.

    Estes jovens pertencem à escola mágica da cidade e pelo horário que caminham pelas ruas, significa que suas aulas já terminaram.

    O ato de acenderem as luzes diariamente após suas aulas, foi um projeto realizado pela escola junto ao prefeito da cidade. Esta ação implica no desenvolvimento mágico dos aprendizes e os motiva ainda mais a aprimorar suas magias. Entretanto, não fora tão fácil convencer Algust a aceitar essa colaboração.

    Durante muito tempo, ele negou os diversos pedidos da escola, porém, ao perceber que para acender todas as luzes da cidade demandaria um valor muito alto, referente as pessoas apropriadas para isto, aceitou fazer parte do projeto, afinal, se for comparar o valor dado aos jovens, não sairia muito alto.

    No mesmo momento em que os jovens acendem os postes, um deles, um pouco mais jovem que o resto, esbarra acidentalmente em uma senhora de idade, que logo desculpa-se e, continua sua ação. A mulher, por outro lado, não se estressa com isso, já que a sua atenção está voltada para as mercadorias mostradas na vidraça na loja de utensílios a frente, que sem rodeios, entra logo em seguida.

    Apesar de haver pouco tempo antes do anoitecer, ainda há algumas barracas no distrito comercial, que outrora fora o palco do aviso do prefeito e sua irmã. Alguns mercadores, que se dirigiram para o local, — não para participar do evento, resolveram aproveitar a multidão para render uma boa quantia de moedas no final do dia.

    Entretanto, após algumas horas, tanto o palco quanto a massa de pessoas, dissiparam-se e a maioria dos mercadores, — com o final do dia já visível, retiraram-se do local, enquanto outros permaneceram.

    No meio disso tudo, algumas pessoas caminham tranquilamente pelas ruas, em busca de comprar seus mantimentos diários antes do encerramento do dia.

    No local, há uma quantidade considerável de pessoas, tendo em vista que, o comum é que a rua fique completamente lotada, porém, devido ao anúncio, — e o medo preocupante gerado por ele, — esse excesso diminuiu, deixando poucas pessoas na região, facilitando também a locomoção.

    No mesmo tempo em que alguns compram suas mercadorias, outros dirigem-se para suas residências, no entanto, essas pessoas encontram-se focadas em uma espécie de aviso em suas mãos, que fora dado a elas pelos soldados.

    Tal aviso informa a periculosidade da criminosa, junto de um retrato ilustrado dela.

    A imagem da criminosa é bastante peculiar, pelo fato de ser muito mal desenhado. É tão mal feito que poderia concluir-se que fora feito por uma criança com uma imaginação muito fértil, pois as características impostas no papel, deixam muito o aviso engraçado.

    Nele mostra a possível “aparência” da majin, que possui grande olhos vermelhos, similares a de uma coruja, um enorme nariz batata, que parece mais ser uma bruxa do que uma meio-elfa e uma boca totalmente desconexa do seu rosto, com inúmeros dentes pontiagudos.

    Entretanto, mesmo que esta descrição esteja completamente engraçada, se for comparar com a real aparência de Evangeline, os soldados, que por sua maioria entregam os avisos, — mesmo com seus belos elmos metálicos que tampam os seus rostos, — mostram-se completamente sérios, mostrando nenhuma feição de descontração com aquilo.

    A causa dessas expressões serias em seus rostos, é causada pelo excesso de pressão imposta por eles, em relação ao que Moira prometeu outrora para os cidadãos.

    Ela enfatizou a todos que os soldados protegeriam eles de qualquer situação perigosa, provocada pela majin e, afirmou que conseguiriam derrotá-la, pois para eles, até mesmo um monstro de rank C é facilmente vencido.

    Algo que para a maioria deles é extremamente complicado.

    Em comparação aos soldados das capitais humanas de Axerth e Lothingar, os soldados das cidades menores, são completamente inferiores em força. Mesmo que alguns entrem na descrição feita por Moira, os outros, em sua maioria, não conseguem derrotar nem um mostro de Rank D sozinho, já que eles não praticaram nenhum treinamento para isso.

    Visto que, a maioria deles ficavam de vadiagem, bebendo e fazendo coisas pervertidas com as jovens da cidade e, agora, encontram-se pressionados com esta responsabilidade.

    Talvez eles ficassem mais tranquilos se a guilda de aventureiros ainda estivesse na cidade. Porém, devido ao comportamento “peculiar” de Algust, a única guilda de aventureiros da cidade, fechou suas portas e mudou-se para a cidade mais ao norte. Pois, para eles, estava sendo muito complicado gerir o local sem as verbas anuais, já que o prefeito decidiu não recompensá-los, com o intuito de ficar com todo o dinheiro para ele.

    Minutos depois, agora com o céu completamente em trevas, pequenas luzes estelares mostram-se, e duas luas que estão completamente cheias, iluminam a extensa planície com o seu brilho azulado, fazendo a alusão de um local completamente tranquilo, — algo que, atualmente, não é o caso.


    Na sala espiritual, Ivan chama a atenção de todos, porque em sua mente ele conclui um plano:

    — Atenção, eu acho que pensei em um plano bom, na verdade, talvez seja o único jeito…

    As três garotas olham subsequentemente para o homem e, em resposta a declaração dele, interrompem as suas ações para ouvir o que ele tem a dizer. Áurea, parece ainda estar afetada com as escolhas de seu contratante, influenciada também pelo comportamento extremo de sua aprendiz, Amice. Devido a isso, ela aproxima-se do curandeiro e logo questiona:

    — Ah, é? Que tipo de plano será, Ivan? Não me diga que vai querer transportar a casa para uma das luas agora?

    A pergunta sarcástica da pequena criatura cria um clima pesado no local, dado que ela está referindo-se o que ele havia planejado outrora. Em resposta a isso, Ivan, chacoalha suas mãos ao ar, negando a suposição de seu espírito e, ao afastar-se um pouco dela, esclarece o que ponderou recentemente:

    — Espera, Áurea, o plano não envolve transportar nada, na verdade, não exatamente…

    Uma veia de estresse surge na testa da fada, junto a sua fala alteradamente alta:

    — Não exatamente?!

    Os olhos em chamas de Áurea acendem-se em raiva, o clima da sala espiritual começa a subir, deixando todos presentes encalorados. No mesmo momento, ela tenta avançar contra o curandeiro, no entanto, tem sua locomoção interrompida por alguém que priva suas asas de bater. Está ação fora feita por Evangeline.

    — Huh!?

    Notando que foi impedida de realizar a sua ação contra o homem, ela enfatiza com certa indignação:

    — Me solte agora mesmo, sua majin gigante de cabeça de fogo! Eu preciso bater naquele homem! Me solte ou sucumbirá nas minhas enormes chamas!

    Evangeline, em resposta a isso, dirige a fada para próximo do seu rosto, e a observa rebatendo-se intensamente. 

    — O que a senhora disse mesmo, mestre Áurea?

    A meio-elfa expõe em seu semblante um sorriso aterrorizante e o dirige para o espírito. Em resposta a isso, Áurea, finaliza seus movimento e cessa a sua birra.

    — Okaay… eu pareei~…

    Toda a sala espiritual retorna para sua temperatura de antes e, com a situação um pouco mais tranquila, a meio-elfa incentiva seu professor a continuar, enquanto coloca novamente Áurea na sua cabeça.

    — Está tudo bem agora, senhor Ivan. Pode continuar.

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