Capítulo 60 ❃ Um Grande encontro.

Após um certo tempo o dia gradualmente aterriza no vasto céu. Todavia, a imensa sobrecarga imposta por numerosas nuvens negras, — que despejam incessantemente sua densa chuva, impede que a vasta vegetação esmeralda da grande floresta receba o abraço dos calorosos raios dourados do sol.
Muitos animais selvagens que fazem parte da Grande Floresta de Arrow, correm loucamente por toda a parte em busca de um abrigo sequer, para proteger-se da cachoeira celestial que despencam das esponjas voadoras no céu.
Muitos animais conhecidos, como pequenos taelhos selvagens, fogem com seu grupo para pequenos troncos emburacados, abrigando-se neles por este tempo indefinido.
No meio da grande vasta floresta encharcada, um rio, — de origem direta do reino dos elfos, que cruza perfeitamente toda a floresta, transborda com a alta dose de água. Como resultado, a sobrecarga de água nele, uma boa dose de Bagres Flechas, — peixes similares a bagres com a cabeça pontuda, pulam revoltadamente da água, com alguns caindo para fora.
Nesta região inundada, uma família ursidea esta presente.
Devido às calorias e o vasto sabor que os Bagres Flechas fazem em suas bocas, um pequeno grupo de Collursos aguarda prontamente que os bagres flechas pulem para fora, para assim agarrarem eles com suas garras afiadas.
Naturalmente, uma pequena quantidade de bagres flechas, — cinco ao todo, é o suficiente para saciar a fome de um collurso adulto por dois dias inteiros. Porém, aproveitando que neste tempo há muito mais dessas guloseimas presente, muito mais collursos estão presentes, disputando com quem ficará mais no final dessa poderosa chuva.
De repente, um grande Bagre Flecha salta para fora do rio. É tão grande quando um porco adulto. Sua cabeça, — afiada como uma flecha, cruza em alta velocidade o ar, indo em direção a um dos collursos na área. Entretanto, o collurso em si não agarra um dos maiores bagres que vira até seu presente, devido a algo mais peculiar que prende sua visão.
Uma massa vermelha alaranjada que emite uma poderosa luz de pura chama, cruza fortemente o rio transbordante sem nem ao menos molhar-se com a água.
Mesmo não sendo a parte mais larga do grande rio, o tal ainda é grande o suficiente para engolir completamente uma casa de forma fácil. No entanto, a figura que cruza tal quantidade de água, passa por ele, evaporando toda e qualquer partícula de água próxima, — atravessando totalmente o rio como se ele nem mesmo existisse.
E, em um piscar de olhos, este vulto em volto em chamas passa por eles.
Com grande velocidade, comparável a um vendaval, Evangeline, coberta com seu feitiço. 「Ken’s Cloak of Flames」, — um feitiço que cria um grande manto de chamas, que evapora tudo e qualquer coisa que o toque, corre rapidamente sob o caminho marcado por Teldra, que leva diretamente até a caverna que abriga a masmorra, — seu objetivo.
Correndo incessantemente pela floresta adentro com um único objetivo de chegar no local o mais cedo que puder, Evangeline ainda demonstra um semblante confuso devido à presença esmagadora anterior. Do seu ponto de partida anterior até a sua localização atual, diversas ponderações sobre o que poderia ser aquele ser passou por sua mente.
Mesmo que o tempo nesse novo munto não tenha sido muito grande, Evangeline entende que, para existir um monstro com aquela presença ameaçadora, ainda mais bem próximo do vilarejo, e ninguém em nenhum momento ter sentido-o, é algo a se estranhar. “Por que eu fui a única que senti?”, “por que a Teldra não disse nada?”, “será que ela já sabia?”. Diversas questões sobem e dessem em sua mente, porém nenhuma com suas devidas respostas.
Contudo, mesmo imersa em seus pensamentos, uma presença incomum a faz frear seu movimento precocemente.
Esta presença, majoritariamente forte, acende um sentimento de medo pela primeira vez em muito tempo nela.
De repente, um tremor de terra é sentido na região.
Folhas, galhos, até troncos caídos se elevam e caem logo após no solo.
Se qualquer desavisado estivesse passando por ali, certamente confundiria o tremor com um pequeno terremoto, todavia, o causador desse tremor o ressalta novamente.
No momento do segundo tremor, galhos e longas árvores emitem estalos, como se algo extremamente pesado tivesse amassando e esmagando até os confins de seus âmagos.
Dando alguns passos para trás, Evangeline prepara-se para o pior dos cenários.
Ainda nova no quesito sentir presença de monstros, ela entende que não pode vacilar para nada, visto que, ainda não possui entendimento e nem liberdade para se pôr em perigo para descobrir o que é. Logo, mesmo se essa presença fosse comparada a presença anterior, ainda teria cautela em tentar averiguar o que seria. Pois, algo que possui tamanha mana e presença, certamente teria capacidade de enganá-la ao suprimir, levando de base o que predadores fazem em suas armadilhas.
Movendo vagarosamente as mãos para as adagas nas bainhas atrás de si, ela retira com bastante cuidado as lâminas, — sem incitar nenhum som.
Neste momento, mais dois tremores são emitidos. No entanto, diferente de antes, estes estão em sinotia. De um a um, o solo treme. Os materiais orgânicos deixados por árvores sobem devido a cada impacto tremulante.
A cada momento o intervalo é reduzido e o tremor se fortalece, até que então…
Em sua face a meio-elfa demonstra um grande fascínio. Ela até o exato momento não havia presenciado tal figura que ainda está encoberta por folhas. Porém, mesmo fascinada com o que ver, sua postura defensiva fica aparente atrás de uma das árvores.
Com uma das adagas para trás do corpo e outra bem acima, — a frente do rosto, ela espera que tal criatura demonstre hostilidade.
Neste momento, outro tremor e feito pela criatura. Todo o local treme, desequilibrando a meio-elfa que como resposta desfaz rapidamente sua postura e retorna em seguida. Todavia, devido a forte tremor transmitido em todo o solo, as árvores também acabam recebendo tal vibração, que no momento seguinte, despejam uma cachoeira de água acumulada de suas folhas.
Toda a região que já estava molhada se torna uma grande piscina de lama. Evangeline, que ainda porta consigo seu manto de chamas, permanece indiferente com a situação na região, dado a peculiaridade que a protege de se molhar nesse momento.
Como em sintonia ao último tremor, outro vem em seguida. E, logo após, outro.
De pouco a pouco a figura começa a se destacar entre as árvores, fazendo Evangeline apertar o cabo das adagas com grande apego.
Poucos segundo se passam, e como resposta as poderosas pegadas, — capazes de tremer todo o local como um terremoto médio, a figura surge por completo.
Tão alto quando a mais alta árvore naquele lugar. Com a pele completamente cinza, que ressalta algumas tatuagens tribais azuis. Seus pés descalços, são tão grandes quanto uma carruagem, enquanto suas pernas, tão grossas quanto trocos de muitas árvores juntas. No entanto, a aura emitida por tal criatura, congela rapidamente a jovem, — que a faz se virar e se esconder atrás da árvore.
Como se ainda não tivesse a notado, a gigantesca criatura começa a olhar em volta, fungando o ar semelhante a um cachorro caçador.
Observando parcialmente a criatura de longe, sem ao menos poder se mexer, — devido sua presença opressora, Evangeline pondera sobre sua situação atual.
”Mas como isto é possível!? Como um gigante pode viver nesse lugar e não chamar a atenção? Claramente só de andar, pequenos tremores são sentidos. Então, como ninguém do vilarejo me informou nada sobre isto? Ou melhor! Por que a Teldra não me disse nada? Preciso fazer um desvio e fugir daqui… Não tem como bater de frente com um gigante! Não sei sua força, mas ele é vinte vezes mais forte que aquela lacraia do salão… É melhor eu…”
Antes de continuar com sua preparação de fuga, o gigante finalmente a avista.
Devido a poderosa chuva, o gigante, que depende mais do seu ofato do que sua visão, teve dificuldades em achar Evangeline naquele lugar. De certa forma, ela já sabia da presença dela naquela região, mas teve dificuldade em encontrá-la de vez.
— Huh…? Ulagg ver majin… Ulagg sente cheiro de majin!
”Então o nome desse gigante é Ulagg… Certamente ele é sapiente e pode haver métodos de poder converse-lo não lutar…”
Saindo de trás das árvores, Evangeline tenta se apresentar para o gigante Ulagg, que a encara ferozmente.
— O-oi… Parece que você me encontrou…
Visualizando por completo, Evangeline nota a vasta diferença em suas alturas. De primeiro momento, ela sabia que em seu game, gigantes tinham por volta dos seus cinco metros. Porém, ao se expor para o possível inimigo, arrepende-se amarguradamente, ao presenciar por completo a desvantagem de um singelo gigante do Sephyra para este em sua frente.
Tendo por volta dos vinte e seis metros, Ulagg dá um passo a frente.
— O que majin faz na floresta da mestra?
Ele se aproxima ressoando outro tremor, e como uma foca que equilibra uma bola de praia em seu focinho, Ulagg expira todo o odor do local para suas narinas.
”Tsk! Eu pensei que dialogo seria possivelmente fácil, mas esse troço é maior que qualquer coisa que vi nesse mundo!”
De repente, a expressão do gigante se retorce. Com um olhar afiado, ele encara Evangeline, complementando com sua questão.
— Onde!? Onde está resposta para Ulagg!?
Completamente perplexa com a declaração do gigante, — que em sua concepção parece mais selvagem devido sua altura absurda, esperar uma resposta dela a faz ficar um tanto menos receosa.
— A-ah… me desculpe… Ulagg, não é? Bem, me desculpe por estar na área de sua mestra, mas eu preciso cruzar esse caminho. Estou esperando uma amiga perto de uma caverna…
Levantando uma das sua sobrancelhas em dúvida, Ulagg rebate a declaração da jovem.
— Amiga de majin? Tem mais majins na floresta?! Ulagg não gostar de intrusos!
— Não, não, não! Não são majins! Eu juro, a minha amiga não é da minha raça…
— Amiga de majin não é da raça de majin?
— Isso!
Nesse momento, Ulagg se aproxima mais de Evangeline. Bem próximo dela, ele agacha e cheira fortemente todo o odor da jovem, apagando facilmente o manto de chamas como se fosse uma vela fajuta de aniversário.
— O-o quê!?
Completamente perplexa com a sucção que conseguiu apagar as chamas de um espírito de fogo, Evangeline começa a lembrar que, mesmo que tal gigante não demonstre hostilidade no momento e converse com ela como qualquer pessoa normal, ainda é um ser altamente perigoso além de suas expectativas.
”Ele conseguiu apagar as chamas do Ken como se fosse nada?! Ele nem mesmo assoprou as chamas, apenas sugou o ar! Não quero nem mesmo saber sua força de…”
Antes de finalizar seu pensamento, as chamas do espírito que adentram nas narinas de Ulagg, ressaltam um sentimento pinicante de ardente, fazendo o gigante espirrar, — empurrando Evangeline para trás como se fosse um papel em meio a tempestade.
Porém, mesmo após o espirro, Ulagg percebe algo na meio-elfa que o irrita, algo que ele revela rapidamente em grande fúria.
— Humano! Majin fede a humano! Majin que matar família de Ulagg como os outros humanos!? Amiga de majin é humano e planeja matar família de Ulagg de novo!
Aterrizando apresadamente próximo a uma árvore, Evangeline estranha as falas de Ulagg. Como assim humanos mataram a família desse gigante? Quão poderoso esse humano deve ser para matar não um, mas uma família inteira desses seres colossais que espirram tempestades como se fosse nada?
— Espera! O que você…
Ela tenta questionar a ira do gigante, porém é tarde de mais. Ulagg agarra uma das grandes árvores de pinheiro e a arranca como se fosse palito de dente.
Nesse exato momento, imbuindo uma sede de sangue imensa, Ulagg lança um rápido golpe em direção a Evangeline.
Por estar cercada por outras árvores, a meio-elfa conclui que a força iria desacelerar o golpe. Contudo, — nem por um único instante, a força exercida freia o ataque, e sim o contrário é visto.
Em vez das diversas árvores pararem o ataque, a única árvore aniquilou completamente a paisagem fechada.
Sem muitas escolhas perante a situação, Evangeline pula para o alto com grande velocidade e, por pouco, esquiva do golpe iminente.
— Tsk! Que força e velocidade absurda é esta? Ele devastou completamente a área ao redor com um simples balançar… Aquilo realmente é uma árvore na mão dele? Preciso de um modo de fu…
Antes mesmo de poder completar a sua sentença, o segundo golpe surge em instantes.
Ainda estando no ar devido à esquiva anterior, Evangeline perde as esperanças de poder desviar dessa vez.
Não existe nenhum apoio possível para ela, além de que seu impulso de ar demoraria muito antes do golpe a atingir. Por fim, ela aceita completamente o destino.
Talvez ela morra nesse momento ou até pior, se torne alguém aleijado incapaz de fazer nada sozinho na vida.
Um sorriso de descrença surge em seu semblante após aceitar seu destino.
Então ela fecha os olhos e espera.
Todavia, algo toca seu coração fortemente.
Uma jovem de olhos ambares sorridente surge em sua mente. A jovem que a fez querer desbravar tal masmorra em busca de uma cura. A jovem chamada Karenn.
”Karenn… Merda, o que estou pensando? Perder? Morrer? Não tenho tempo para essas mordomias. Vim até aqui para entrar naquela masmorra! Se ao menos eu me der ao luxo de perder por um simples monstro na floresta, como será minha estadia dentro daquele lugar? Já me decidi, mesmo que eu me desgaste por completo, usarei aquilo…”
Cerrando fortemente os punhos em torno do cabo das adagas, Evangeline concentra toda a mana do seu corpo dentro de si. E, nesse exato momento, ela pronuncia sua habilidade única em voz alta.
— Ativar, 《Ivenci…
— Já é o bastante!
Entretanto, ao abrir os olhos, algo faz a frear a ativação da habilidade.
No momento em que Evangeline ponderara sobre sua morte, algo passou por sua mente. Ela estava flutuando por um longo tempo sem cair, e mesmo passando um certo tempo, o poderoso e rápido golpe de Ulagg não havia chegado nela.
Para ela, no meio da revitalização da sua convicção, não percebera, porém ao abrir os olhos e escutar a voz familiar é explicado de uma vez.
Muitos segundos antes dela considerar revidar o ataque, uma mão, — a mais delicada mão, para o ataque.
Com longos e belos cabelos verdes, trajando vinhas que sobem de sua canela até o limite do seu pescoço como um belo vestido, — Teldra, com suas mãos nuas, para o ataque de Ulagg como se não fosse nada para ela.
Após perceber a aparição de Teldra naquele lugar, Evangeline a encara atônita.
— Te-Teldra…!?
Um semblante satisfeito é emanado pela dríade no momento que ela encara sua amiga meio-elfa, acrescentando com uma declaração.
— Me desculpe por isso, Evangeline. Isto não era a minha intenção.
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