Índice de Capítulo


    Na vastidão celeste de um azul profundo, onde as nuvens dançam ao ritmo das brisas vigorosas, aves misteriosas com plumagens resplandecentes e bicos afiados cruzam o céu em um voo solene, como se seguissem um chamado ancestral em direção ao sul, desafiando as leis da estação. 

    Sob a luz suave do sol, animais de todas as formas e tamanhos percorrem a terra verdejante, alguns buscando abrigo em suas tocas, outros em busca de alimento em bandos compactos.

    Criaturas peculiares, uma mistura de uma corça e alce, com galhadas imponentes e pelagem aveludada, pastam entre as árvores baixas, alimentando-se de frutas que parecem uma fusão entre a suculência de uma melancia e o doce de uma maçã. 

    Na linha costeira, onde as águas doces do riacho encontram um mar, uma diversidade de vida marinha salta e brinca, apenas para serem capturados por predadores ágeis, semelhantes a ursos, que os arrastam para a terra firme com garras afiadas.

    Apesar da aparente harmonia da natureza, uma figura solitária encontra-se nessa paisagem idílica, mergulhada em um estado de inquietação.

    Ressurgindo do solo, suas mãos trêmulas buscam equilíbrio, como se a gravidade nesse mundo desconhecido fosse uma força estranha e imprevisível. 

    Seus olhos percorrem o horizonte, onde um majestoso rio corta a paisagem, enquanto ao seu redor, a mata densa abriga uma miríade de criaturas, algumas em movimento, outras repousando em um sono tranquilo.

    — E-esse lugar… Até pouco tempo eu estava lutando contra aquele golem… estava… e o derrotei… então como vim parar aqui… além de tudo… por que sinto que tudo aquilo foi um sonho…? 

    — Mas… algo assim não faz o menor sentido, pois minhas roupas provam… — A jovem observa sua vestimenta com perplexidade. 

    Onde antes havia uma armadura de couro e armas afiadas, agora encontra apenas um simples vestido, como se toda sua aventura anterior tivesse sido um sonho proferido por ela. 

    Mas ela sabe que não é assim. 

    — N-n-não… e-espera aí! O-o quê…? O que é isso? Que roupas são essas? Cade minha armadura de couro? Tem algo de errado acontecendo aqui… — Um sentimento de urgência a invade, como se algo no universo estivesse tentando distorcer sua percepção da realidade, desafiando-a a cada passo.

    ”Isso é uma ilusão… só pode ser isso… Igual ao do corredor… isso! Ta-talvez quando derrotei aquele golem de ossos, eu… ” Nesse momento um lampejo de memórias retornam a sua mente. O Necromante acompanhado de outro golem.

    ”Não pode ser… será uma ilusão daquele necromante…? Mas se for… por que me parece tão real…?’’ Sacudindo a cabeça para afastar as dúvidas, seus cabelos carmesim dançando ao vento, Evangeline concentra-se em compreender sua situação.

    — O ar, a grama sob meus pés até o aroma das plantas, tudo parece muito real para ser chamado de apenas uma ilusão… Aquele necromante pode ser poderoso por invocar um extenso número de esqueletos contra mim… mas não creio que ele tenha uma ilusão tão real desse jeito… Pois se isso for uma ilusão, um ponto de mana pode ser encontrado, me fazendo quebrar isso!

    Fechando os olhos, ela busca o fluxo de mana que permeia esse mundo estranho, e para sua surpresa, encontra-o pulsando em todas as coisas vivas e inanimadas ao seu redor. 

    O solo, o ar, a água, cada planta e criatura exala uma aura de energia mágica, como se este lugar fosse banhado por uma tempestade de mana.

    — Entendi… então era isso esse tempo todo… — Diante dessa revelação, suas suspeitas se confirmam. 

    Ao abrir os olhos para o vasto firmamento, Evangeline irradia um sorriso enigmático, como se tivesse vislumbrado a presença de alguém distante, invisível aos olhos comuns, mas clara em sua mente.

    Mesmo sem ver, ela sente sua presença, cada fibra de seu ser vibrando em antecipação.

    — Argh…! Que alívio, me preocupei à toa… Porém, até quando você ficará apenas me observando? Eu não posso ver, mas sua mana é muito tátil nesse lugar. — Com as mãos firmes na cintura, a meio-elfa aguarda, sua postura confiante denotando uma determinação inabalável. 

    Muito bem. Então não preciso apenas observar o desenrolar disso, já que fui encontrado. — E como se fosse o desfecho natural desse encontro predestinado, uma figura masculina materializa-se ao seu lado em um instante, aterrissando com a graça de uma folha ao vento. 

    A velocidade é tão vertiginosa que Evangeline mal percebe sua chegada, apenas o suave toque dos pés sobre a relva.

    À sua vista, um homem de estatura imponente, com longos cabelos dourados e uma túnica branca adornada com detalhes dourados, circunda-a em passos calculados. 

    Seus olhos cor de ouro brilham com uma mistura de surpresa e perplexidade diante da meio-elfa diante dele. 

    ”Recentemente, ela mal tinha a capacidade de controlar a própria habilidade que consome sua mana, porém agora ela consegue medir por completo a frequência de mana de cada coisa nesse mundo… Como foi que ela evoluiu isso tão rápido desse jeito?”

    Uma dúvida sinuosa serpenteia em sua mente, questionando como ela adquiriu tal capacidade em tão pouco tempo. 

    Antes, ela era apenas uma jovem determinada, dotada de habilidades excepcionais, mas agora, ela irradia uma compreensão muito maior que anteriormente.

    Enquanto ele pondera sobre os mistérios que a envolvem, a voz suave de Evangeline perfura o silêncio, quebrando o ar com uma pergunta aguardando resposta.

    — Então você realmente apareceu quando te chamei, não é, Metatron? Fiquei surpresa com sua timidez assim que percebi sua mana de longe, porém foi muito maior quando percebi que não estava em uma ilusão, mas sim naquele mundo de antes… Mas algo parece diferente daquele outro…

    Embora conheça o lugar, Evangeline percebe que tudo ao seu redor mudou desde sua última visita. 

    — Parece mais consolidado… não sei explicar o que sinto…

    Novas espécies animais vagam pelos bosques, e a cadeia alimentar parece ter se transformado, seguindo um curso totalmente novo e eficaz.

    Metatron, o soberano deste reino, observa os quatro cantos de sua criação em um único olhar, respondendo prontamente à dúvida da jovem meio-elfa.

    — De fato, você está certa. A consolidação do mundo está quase completa. Tudo que vê é apenas o curso natural das coisas, os animais, as plantas até o movimento dos céus e montanhas. Tudo se move de acordo com seu curso.

    Embora seja o criador supremo deste lugar, a evolução e o equilíbrio da vida animal e vegetal são deixados à própria sorte.

    — O próprio curso? O que isso quer dizer?

    — Significa que eu não cedo meu poder em prol de modificar nada neste lugar. Desde do nascimento desse espaço, após compreender meu nome, tudo, completamente tudo neste lugar, se move, se cria, perece e evolui totalmente sozinho. E, a minha única ação nisso tudo, é apenas um telespectador desse enredo.

    — Argh… apesar disso, não é uma ação que faço com frequência mais, devido o surgimento alguém que apareceu aqui recentemente… — Ele afirma que, embora tenha o poder de modificar tudo ao seu redor, prefere apenas observar o desenrolar dos eventos — ou, pelo menos, era isso que fazia até que alguém aparecesse em seu domínio.

    — A-alguém…? — O semblante de Evangeline se ilumina com a última declaração de Metatron. 

    Quem poderia ser esse “alguém” que entrou neste reino?

    ”Que sentimento mais frio é esse que cruzou a briza…? E por que ele disse isso de uma forma tão relaxada…? E este alguém, seria mais outro mago que conseguiu compreender como entrar neste mundo e desafiá-lo para conseguir mais poder?”

    Antes que pudesse formular essas perguntas em voz alta, Metatron a interpela novamente sobre sua visita.

    — Todavia, Evangeline, o que te traz aqui novamente? Recentemente você havia vindo me pedir uma técnica para compreender e dosar o uso de sua habilidade única, e antes disso, havia retificado a técnica de absorção de mana comigo. Porém, agora, o que te traz aqui?

    — O que me… traz aqui…?

    ”Como assim? Não foi ele que me trouxe aqui? Eu não lembro de querer entrar nesse lugar, até pouco tempo eu estava prestes a enfrentar aquele necromante de antes, até que ele me apagou… E de repente, eu apareci aqui, sem saber como cheguei. Pensei que Metatron tinha me convidado, mas ele me questiona por que eu vim?’’

    — Isso mesmo. Tem algum pedido, ou outra razão?

    — Be-bem… — Incapaz de encontrar uma resposta clara para si mesma, ela ergue a mão até o queixo e, ao observá-lo, recorda o estado de seu braço dilacerado, uma lembrança vívida que a impulsionou adiante, como se uma força invisível a guiasse rumo a um destino desconhecido.

    ‘’Espera, meu braço… ele não tinha sido esmagado naquele golpe de antes…? Mas ele parece normal nesse lugar… o que isso significa também? Arh…! Por que toda vez que venho aqui me surge mais dúvidas?

    Enquanto Evangeline reflete sobre suas dúvidas, a figura imponente de Metatron começa a circundá-la, examinando-a minuciosamente. 

    — Mmm… então era isto… deixe-me arrumar…

    TLEC!

    Num estalar de dedos, sua antiga armadura de rogue volta a envolvê-la, assim como as feridas e a dor excruciante em seu braço direito.

    — Argh! Mas que… merda!? Metatron? O que você… fez… merda, merda, merda! — Ajoelhada no chão, segurando seu membro dilacerado em agonia, Evangeline assiste com assombro enquanto Metatron realiza um feitiço de cura poderoso. 

    — Não se preocupe… não fiz isso para afetá-la de um modo negativo, apenas relaxe. — Uma aura dourada envolve seu corpo, e seu braço, antes em pedaços, é restaurado à sua forma original. No entanto, as cicatrizes dos ferimentos permanecem, uma lembrança eterna de sua jornada e suas provações.

    A dor que antes dominava todo o seu ser desaparece após a intervenção de Metatron.

    — Har… o-obrigada… Sua cura foi incrível…

    — Hmmm… cura, você disse…

    — Sim, espero que eu consiga chegar a dez por cento desse poder de cura algum dia, assim poderei ajudar meus amigos, caso acontece aquilo de novo…

    — Aquilo de novo… Mmm… compreendo, mas você está errada. Isto não é uma cura.

    — N-não é… uma cura?

    — Isso, deixe explicar. De fato, em seus olhos, quando sentiu a mana progredir rapidamente em sua feridas e restaurar seu braço e os cortes em seu corpo, você pressupôs que fosse uma magia de cura. Todavia, nada mais que um fluxo temporal. O que você presenciou no seu corpo, foi apenas sua regeneração natural.

    Ele explica que não se trata exatamente de uma cura, mas sim de uma manipulação do tempo, permitindo que o processo de cura natural siga seu curso. 

    — E-então, você avançou o tempo no meu braço, para avançar a regeneração dele…?

    — Errada novamente. Eu não avancei apenas o tempo do seu braço.

    — Espera… não me diga que… você… — Os olhos de Evangeline se alargam ao perceber que a vegetação ao redor, outrora exuberante e esverdeada, agora assume tons de laranja e vermelho, como se as estações do ano tivessem se sucedido diante de seus olhos em um piscar de olhos. 

    As palavras de Metatron ecoam em sua mente, esclarecendo o fenômeno que presencia. 

    — Todo esse espaço percorreu o tempo que você levaria para recuperar seu braço. A restauração da fibra de seus músculos, a cicatrização de seus ossos e pele, e o movimento fluido de seu braço. Todo esse lugar presenciou esse desenrolar, porém, todas essas memorias não surgiram em você. Se isso acontecesse, talvez, sua mente colapsaria.

    — Como sabe, esse lugar não é igual ao mundo lá fora. Aqui, o tempo percorre muito mais rápido que o normal que você conhece. Apenas por estarmos conversando nesses pequenos minutos, nem um único segundo se passou lá.

    Ela compreende que este espaço está além do tempo convencional, onde o que parecem semanas ou meses se desdobram em questão de horas no mundo exterior.

    — E-eu… entendo…

    Observando seu braço, marcado por cicatrizes onde os ossos romperam a pele, Evangeline concentra uma vasta quantidade de mana em seu punho, seus olhos rubis brilhando em harmonia com seu poder. 

    Metatron a observa com olhos penetrantes, aguardando o desenrolar dos acontecimentos. 

    De repente, duas luzes surgem do interior de Evangeline, uma com um brilho azul-turquesa e a outra com um tom vermelho alaranjado, dançando uma ao redor da outra no ar, como se estivessem em uma coreografia sincronizada, antes de se dirigirem à concentração de mana em seu braço. 

    Enquanto esse processo se desenrola, uma notificação do sistema surge diante dela, indicando o aumento de sua habilidade passiva de regeneração do nível quatro para o cinco.


    《A habilidade passiva “Regeneração Natural” Evoluiu do nível 4 para 5》


    — I-isso… eu consegui…! — Apesar do aumento aparentemente pequeno, um sorriso radiante ilumina o rosto de Evangeline ao encarar Metatron. 

    A experiência de testemunhar e sentir o poder de Metatron em seu próprio corpo a leva a conjecturar sobre o potencial latente dentro de si mesma.

    Após combinar sua habilidade com o Mana Natural e fundi-la com o Mana Espiritual dos espíritos elementais, Evangeline dedicou-se a aprimorar sua técnica. 

    Ela percebeu que, assim como utiliza a conexão entre as duas formas de mana para ativar sua habilidade única, poderia direcionar essa energia para fortalecer ainda mais uma habilidade específica. 

    Sua intenção era desenvolver sua habilidade ofensiva, a Emrald Sphere of Desolation, tornando-a mais eficaz contra oponentes resistentes. 

    No entanto, sua energia foi canalizada para fortalecer sua regeneração natural, um desdobramento previsível considerando o método utilizado, similar ao utilizado por Metatron anteriormente para curá-la.

    — Obrigada por esta lição importante, Metatron, você abriu os meus olhos para algo novo. — Ao se erguer do chão, Evangeline curva-se em agradecimento.

    Embora não veja Metatron como seu mestre, reconhece sua imensa gratidão por todo o conhecimento compartilhado. 

    — Eu que deveria estar grato por presenciar sua exímia evolução diante de meus olhos — Metatron, por sua vez, parabeniza-a por sua realização ao absorver tão rapidamente seu ensinamento.

    — Porém, não repita essa ação novamente no futuro.

    — Eh!?

    — Você quis copiar a técnica que usei para curar seu braço, você dedicou sua mana espiritual e natural para progredir e evoluir sua regeneração. De fato, você me surpreendeu nesse aspecto, não havia imaginado sua exímia esperteza em replicar algo apenas visto uma única vez. Porém, fazer isso irá causar uma grave consequência se continuar realizando isto.

    — Mas… eu…

    — Você queria evoluir seu feitiço mais poderoso, não é? A 『Emerald Sphere of Desolation』, foi o que pensou, não é isso? “Irei testar essa teoria na minha habilidade e, se der certo, melhorarei meu feitiço.”

    Essa revelação causa um arrepio na jovem, como ele conseguiu lê-la desse jeito tão facilmente? Era Evangeline um livro com sua página aberta, capaz de revelar qualquer pensamento seu para qualquer um que a visse?

    — Não repita isso novamente no futuro. Mesmo que tenha conseguido efetuar com maestria, de certo modo, foi por que está ao meu lado e, porque possui a minha benção. Porém, já que não sou a favor que você arrisque sua vida, ao tentar realizar isso novamente, você irá se machucar gravemente. 

    — Eu…

    — Prometa para mim, Evangeline. Nunca mais o faça, mesmo que seja para um motivo intensamente benéfico para todos ou só para você, não faça que seu destino tropece em artimanhas egoístas. O tempo que você avançou em sua habilidade, deveria ser experienciado por você, e não de uma forma artificial. 

    Embora tenha evoluído sua capacidade de regeneração, percebe que desperdiçou o tempo que poderia ter dedicado ao treinamento de outras habilidades fundamentais.

    — Eu… prometo… — Apesar da notícia decepcionante, Evangeline reconhece a sabedoria por trás da decisão de Metatron. 

    Ela compreende que depender de um atalho fácil seria equivalente a trapacear em um jogo, comprometendo seu crescimento verdadeiro.

    — Que bom que compreendeu, Evangeline. — O sorriso de Metatron irradia um misto de satisfação e reminiscência ao observar Evangeline, recordando-se da rebeldia que testemunhou em seu passado. 

    Ele contempla como aquela mesma pessoa mudou tão profundamente desde então.

    — Muito bem, seu tempo aqui já acabou. Você já curou suas feridas, e compreendeu um fundamento de seu poder, espero que pratique bem esses conhecimentos e tutele sua mente para ser disciplinada. Espero também que esteja mais forte quando retornar aqui novamente.

    Erguendo os olhos rubis ao encontro de Metatron, Evangeline sacode a cabeça positivamente, concordando com as palavras que o mesmo disse.

    — Certo, quando eu retornar aqui, com certeza terei uma luta incrível com você! — Em seu semblante um desenho de um sorriso cruza de lado a lado, fazendo Metatron ponderar nesse possível duelo futuro.

    — Quem sabe… — Estendendo a mão em direção a Evangeline, ele se despede com palavras calorosas que aquecem o coração da jovem no momento em que seu corpo começa a desaparecer do espaço. 

    No entanto, com o calor da despedida, uma pontada afiada de preocupação surge quando ele percebe uma nova silhueta emergindo um pouco atrás naquele mesmo lugar, uma silhueta que ecoa a forma de Evangeline.

    Enquanto Evangeline parte, uma voz idêntica à dela ressoa atrás de Metatron. 

    — Oh? Que caprichoso, não esperava nada do deus da mana… — Apesar da semelhança vocal, há um tom mais ameaçador, uma aura de soberania que permeia o ar ao redor da figura.

    — Deus da mana? Eu já disse que só existe apenas um deus neste mundo, e eu não sou Ele. — Virando-se para encará-la, os olhos de Metatron captam vagamente os traços familiares da jovem, seus cabelos carmesins e seus olhos rubis flamejantes. 

    — Por um instante, eu havia me esquecido de você, porém, você retornou para este lugar, bem no momento que ela partiu… Há alguma ligação nisso?

    — Uma ligação, é…? Se tem ou não isso não é da sua conta, anjinho da mana, o que me interessa é o que ela veio fazer aqui?

    A figura questiona a aparição da sua contraparte naquele momento, lançando uma sombra de desconforto sobre o espaço entre eles. 

    Embora perturbado pela pergunta devido à presunção dela, Metatron responde, dissimulando sua inquietação.

    — De fato, se nem você reconhece o surgimento dela neste lugar, muito menos eu poderia responder algo que eu não sei.

    — Não sabe, é…? Talvez esteja realmente relacionado… — á medida que a outra Evangeline se aproxima em passos serenos, ela toca levemente os ombros de Metatron e sussurra algo em seu ouvido. — É só uma hipótese, mas, se minha visita lá fora fez ela vir… Caro Metatron, melhor educá-la bem, pois essa veste será minha a qualquer momento.

    O murmúrio deixa-o inquieto, embora mantenha uma fachada de calma exterior. 

    Com um movimento tão fugaz quanto a sombra, a figura desaparece na vastidão das árvores, dissolvendo-se como fosse feito de fumaça rapidamente.

    — Argh…! — Suspirando, Metatron permanece imerso na contemplação do espaço que a figura ocupou, seus olhos fixos em algo além da visão física, mergulhados na certeza de que testemunhou algo que nunca imaginara ser possível.

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