Índice de Capítulo

    Todos estavam confusos. No entanto, decidi ouvir a história de Baekho antes de tirar qualquer conclusão.

    — Eu?

    — Sim, conte-me. Talvez você possa dar alguma informação que ajude a entender a situação.

    — Eu não tenho nada desse tipo… Acordei na Paisagem Vulcânica Tóxica e fiquei procurando alguém que pudesse ter caído por perto… E, ao ver que ninguém estava lá, vim para a Terra Primordial.

    Ele não deu nenhuma pista que pudesse ser útil. Ele só encontrou o pano há alguns dias, quando entrou na Terra Primordial, e não fez muito além de correr até o monumento o mais rápido que pôde.

    — Mas o que eu encontro? Quando cheguei, vi rastros de vocês por aqui, mas não vi nenhum de vocês.

    Baekho então explicou que notou a entrada estranha que não estava lá antes e que viu nossos rastros indo para dentro, então entrou não faz muito tempo.

    — Ta-da, fim da minha história!

    Ele esticou-se de maneira exagerada antes de mudar rapidamente de expressão. Então olhou ao redor para nós antes de perguntar em voz baixa:

    — Então, onde está o nosso arqueiro…? Ele morreu?

    Diante de sua pergunta direta, fiquei boquiaberto por um instante.

    Quero dizer, nem foi culpa minha.

    — Bryat está morto.

    — Como?

    — Ele estava sozinho, e seu corpo foi encontrado a caminho da Floresta Primordial. Parece que foi morto por monstros.

    — …Sério?

    Baekho fez um momento de silêncio ao ouvir isso.

    Claro, não durou muito.

    — Hmm, ainda assim. É um milagre que só uma pessoa tenha morrido.

    Ele voltou ao seu jeito animado como se nada tivesse acontecido.

    — Todo mundo teve dificuldades? Sinceramente, pensei que todos, exceto nosso barão e o velho aqui, estariam mortos… Mas o que fazemos sobre nosso arqueiro ausente? Mesmo sendo meio tímido, suas habilidades eram bem boas.

    Eu realmente não conseguia entender o que esse cara estava pensando.

    Será que ele não sentia nada? Mesmo depois de ter passado ao menos os últimos três anos com esse agora falecido aliado?

    Não dava para saber, mas nossa conversa sobre Bryat terminou ali.

    — Enfim, isso não importa… Então, ninguém aqui foi quem colocou aquele pano?

    — Exato. A menos que você esteja brincando com a gente, Baekho.

    — Por que eu faria algo assim? Hah… isso é realmente muito estranho.

    Quero dizer, é tão estranho assim?

    — Será que… talvez exista um traidor entre nós?

    Baekho começou a examinar o grupo. Assim que seus olhos pousaram em Aures, ele começou a se defender.

    — Não fui eu! Eu juro! Nem saberia fazer um plano complicado assim!

    Isso não era um jogo de Máfia. Não havia sentido em desperdiçar nossa energia com isso, então intervi rapidamente — Que tal não colocarmos suspeitas em nossos aliados?

    — Por que não? Tenho motivos suficientes para…

    — Que motivos? Se nenhum de nós colocou aquele pano, faz mais sentido suspeitar do outro lado.

    — O outro lado…?

    — Já esqueceu? Não somos os únicos nesta região.

    Baekho pareceu ter uma realização. — Ah! Aquele desgraçado que nos atraiu para cá! A-Aquele nome… Han… alguma coisa? Ah, certo! Dalan! Aquele Han…!

    — Pare. — Cortei antes que ele pudesse dizer o nome, que era como um sinal de azar.

    Jaina se adiantou e perguntou: — Mas ele já não está morto?

    — Isso mesmo! Ele foi transformado em um Bayon, nós o matamos, e o Sr. Ruingenes também o esquartejou — Aures concordou.

    O Vovô Caído então falou, poupando-me de ter que me defender. — Eu também compartilho da opinião do barão. Ele é alguém que muito bem poderia ter nos atraído para cá com um plano. Han…

    — Se possível, refira-se a ele apenas pelo sobrenome.

    O velho me olhou questionando.

    — Vocês dois não eram tão próximos. Seja respeitoso.

    Ele me olhou como se eu estivesse fora de mim, mas pareceu não querer discutir isso.

    — Em qualquer caso… — ele começou devagar. — Há uma boa chance de que fosse, em vez disso, uma entidade misteriosa disfarçada de Dalan que veio nos encontrar.

    — E qual seria o objetivo dessa entidade misteriosa?

    — Não sei. No entanto, podemos descobrir com o tempo, investigando este lugar… o motivo pelo qual ele nos trouxe aqui.

    Como o Vovô Caído disse, era algo que descobriríamos com o tempo. Estávamos presos aqui de qualquer forma, e a única coisa que podíamos fazer era continuar explorando esse espaço misterioso.

    — Muito bem, agora que tiramos isso do caminho, vamos ficar atentos a esse bastardo misterioso e investigar esta área. Certo, Barão?

    — Certo.

    — Se terminamos, não devíamos nos mover? Talvez até encontremos o sujeito se formos rápidos. Aquele rato desgraçado. — Baekho se aproximou de mim como se quisesse me apressar. No entanto, não saí do lugar e apenas balancei a cabeça. — Por que não está indo…? Ah, é. Vocês estavam subindo as escadas quando eu encontrei vocês, certo?

    Só então Baekho notou e me perguntou o motivo.

    É por isso que a cadeia de comando precisa ser sólida. Os outros me seguiriam se eu os forçasse, mas esse cara não era como eles.

    — Algo pode aparecer se continuarmos subindo — expliquei. — Achei que devíamos ao menos verificar.

    — Algo pode aparecer se continuarmos subindo… — Baekho refletiu. Então, com uma batida nos joelhos, exclamou — Ah! Agora que penso nisso, esse lugar é parecido com a Ruína Dourada!

    Cara, será que é porque ele jogou o modo original por muito tempo? Mesmo tendo chegado aqui após vencer a versão hackeada, ele sabia bastante.

    — Heh, então era isso que você estava visando? — ele riu. — Nesse caso, vale a pena conferir!

    — Hã… Vocês dois já conversaram sobre isso antes…?

    — Já sim. Apenas nos siga.

    De qualquer forma, como nossos objetivos estavam alinhados, Baekho se juntou ao grupo novamente, e continuamos subindo as escadas.

    Dez minutos, vinte minutos, trinta minutos…

    Não sabia exatamente quanto tempo, mas isso aconteceu quando eu já começava a duvidar se este lugar também tinha ‘aquele’ evento, já que tecnicamente não estávamos dentro do labirinto.

    Tap.

    Finalmente, as escadas terminaram e um corredor estreito surgiu.

    — …Huh?

    — Realmente acabou…? Eu esperava que fosse só uma ilusão ou algo assim.

    — O que vai sair daí…?

    Eles pareciam querer uma explicação, mas quando comecei a caminhar em silêncio pelo corredor, eles me seguiram sem mais perguntas.

    Tap, tap.

    A cerca de dez metros, a escuridão desapareceu e uma porta de pedra revelou-se no final do caminho. Eu me perguntei se deveria fazer uma breve orientação antes de entrarmos, mas decidi pular essa parte.

    “Eles conseguem caçar monstros de terceiro nível facilmente, então eu realmente preciso?”

    A Ruína Dourada eram uma fenda no quarto andar. E, além disso, o inimigo aqui nem era o Guardião da Fenda. Era mais como um chefe intermediário oculto, então a batalha em si não deveria ser difícil.

    — Então vamos começar.

    Levantei o martelo e o bati contra a porta de pedra.

    Boom!

    A porta se despedaçou com um único golpe.

    “…O quê?”

    Apesar de ter sido eu quem golpeou, fui pego de surpresa. Essa porta tinha uma durabilidade alta no jogo, afinal. Mesmo com minha build de bárbaro sendo tanto tanque quanto causador de dano, eu esperava que fossem necessários pelo menos cinco golpes para quebrá-la.

    Fwoosh.

    O GM usou magia de vento para dispersar a poeira, e quando nossa visão se recuperou, entrei com cuidado e examinei o interior.

    Era uma sala retangular. Embora fosse melhor do que o corredor estreito, não era muito mais larga. A arte nas paredes me causava um certo incômodo.

    Tap.

    No centro, havia um caixão dourado de três metros de comprimento.

    Era realmente o segredo oculto que poderia ser encontrado se alguém continuasse subindo as escadas na direção oposta.

    Tap.

    Quando esse caixão era aberto, um monstro de quarto nível chamado Macairo surgia de dentro dele. Ao derrotá-lo, ele concedia um buff de batalha que durava até sair da fenda e, com um pouco de sorte, os aventureiros podiam até obter um item numerado muito especial.

    Depois de chutar a tampa do caixão, rapidamente dei alguns passos para trás, aumentando a distância entre nós.

    Boom!

    Levantei o escudo e assumi uma postura de combate, e os outros também se posicionaram atrás de mim.

    — …Não deveria aparecer alguma coisa?

    Mesmo após a poeira ter assentado completamente, o monstro chefe não mostrava sinais de despertar.

    “O que está acontecendo?”

    Cobri o torso com o escudo e me aproximei devagar do caixão para verificar seu interior. Quando fiz isso, fiquei paralisado.

    Baekho deslizou ao meu lado e murmurou — O quê? Já está morto?

    O caixão continha apenas um esqueleto pálido, cujos ossos estavam dispostos na posição funerária dentro do caixão.

    Enquanto eu olhava para ele, atordoado, Baekho chamou o Vovô Caído.

    — Velho, saqueie isso aqui primeiro. Mesmo que os preciosos olhos e ouvidos já se foram, os ossos de Macairo ainda devem valer alguma coisa.

    — Não é necessário. Esses ossos já perderam seu valor.

    — Do que você está falando?

    — A razão pela qual os ossos dos monstros têm algum valor é por causa da mana que contêm. No entanto… — O Vovô Caído pegou um osso e revelou — Não consigo sentir nenhuma mana nisso. Esses ossos são ainda mais inúteis do que os de um Goblin. Já secaram e nem podem ser usados como bengalas.

    — …É a primeira vez que não sinto absolutamente nada dos ossos de uma criatura como essa — admitiu o GM. — Geralmente, não há tempo suficiente para a densidade da mana cair a zero.

    — Nesse sentido, será válido pegar pelo menos alguns deles. Como nosso amigo aqui disse, é um caso muito peculiar.

    O Vovô Caído prontamente pegou alguns dos ossos maiores antes de colocá-los em sua mochila, e o GM fez o mesmo.

    — Uau, então você está dizendo que a única coisa que conseguimos ao vir aqui são alguns ossos que valem menos do que os de um Goblin?

    — Infelizmente, é o caso.

    — Como isso aconteceu?

    — Bem, há duas teorias com as quais podemos trabalhar.

    Com isso, o Vovô Caído levantou dois dedos.

    — A primeira é sobre como esse monstro morreu. Um fenômeno como esse às vezes pode ser visto quando um corpo é drenado de toda sua vida e mana por magia negra ou pela autoridade de Karui.

    — Então você está dizendo que quem nos atraiu pode ser um mago das trevas ou um adorador de Karui? Certo, entendi. E qual é a segunda?

    — É quando muito tempo se passa após ele se tornar um cadáver. Para os restos de todas as criaturas vivas, com o passar do tempo, eles se desgastam e a mana dentro deles se dispersa.

    — Então por que fazemos equipamentos com ossos? A peça que vi pela última vez na casa de leilões era dita ter sido usada por um aventureiro famoso há milhares de anos e era bem cara.

    — Isso ocorre porque é lançada uma magia sobre eles para que a mana não se disperse…

    — Então quanto tempo leva para os ossos se tornarem inúteis assim?

    — Felizmente, há um exemplo recente de um experimento desse tipo pela torre mágica.

    — Ah, você está falando dos ossos de Goblin de Jaymetal. Ouvi que já se passaram cerca de quatro mil anos desde que o experimento começou, até o ano passado.

    — É mesmo? Mas ainda continha mana.

    A conversa sobre os ossos se estendeu um pouco, mas pode ser resumida rapidamente.

    — Simplificando, faz mais de quatro mil anos desde que esse cara morreu?

    — A menos que ele tenha sido morto por magia negra ou algo de natureza semelhante.

    Não era algo em que precisássemos gastar tempo debatendo, independentemente de qual possibilidade fosse a correta. Qual era o sentido de saber como ele morreu ou há quanto tempo morreu?

    “…É um pouco decepcionante não conseguir aquele buff. E, honestamente, eu estava ansioso para lutar contra ele, já que havia uma pequena chance de ele dropar um item bom…”

    — Hmm? Barão, o que é isso? Tem uma caixa ou algo assim aqui…

    — O quê? Uma caixa? — Virei a cabeça na direção da voz e vi Aures segurando o que parecia ser uma caixa cúbica. — Onde… você encontrou isso?

    — Eu não diria que ‘encontrei’… Estava só ali naquele canto.

    — Me entregue.

    Praticamente tirei a caixa de suas mãos e rapidamente verifiquei seu exterior. Era um item genuíno.

    — O que é…?

    — No. 777: Caixa de Armazenamento de Macairo.

    Era o item que geralmente chamavam de caixa misteriosa.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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