Capítulo 693: Lobo (2/4)
Quando uma mulher abriu a porta da frente com um rangido e entrou no prédio, as pessoas reunidas na sala se levantaram de seus assentos.
— Emily…! Como foi?
— Você encontrou? Já achou uma maneira?
Já fazia quase quatro meses desde que Bjorn Yandel saiu em busca de uma forma de sair dos muros da cidade e desapareceu.
No início, todos ali pensaram que ele havia se envolvido em algo e que voltaria em poucos dias, mas a situação mudou após uma semana. Com o passar do tempo e a preocupação crescendo, chegaram a descer até o subterrâneo, apenas para encontrar a praça vazia.
A partir de então, iniciaram oficialmente uma missão de busca por ele.
— Yurven Havellion. E ele? Já apareceu?
Nem mesmo o paradeiro do Engenheiro Mágico, que havia descido para examinar o círculo mágico sob a apresentação de Versyl, era conhecido, deixando todos ainda mais nervosos.
Nos primeiros dias do desaparecimento, a maioria acreditava que ele havia saído dos muros e voltaria logo. Porém, essas opiniões começaram a mudar à medida que o tempo passava.
Era verdade que Bjorn havia deixado os muros com o Engenheiro Mágico. No entanto, algo inesperado acontecera lá fora, impedindo seu retorno. E, na verdade, não demorou muito para que essa teoria se tornasse a crença dominante.
Logo depois, o subterrâneo, que estava deserto, ficou repleto de soldados do palácio.
— Ainda não encontrei nenhuma maneira do Bjorn voltar.
Amelia havia buscado informações incansavelmente como representante do clã, mas só conseguiu descobrir uma coisa: o círculo mágico de teletransporte na cidade subterrânea havia sido danificado.
Foi uma informação que quase lhe custou caro, obtida ao se infiltrar nas tendas dos soldados. Graças a essas descobertas, conseguiu formular a razão pela qual Bjorn ainda não havia retornado.
— Entendo…
— Não se preocupe. Ainda tivemos alguns avanços desta vez.
— Avanços?
— O caminho de volta está bloqueado, mas sair ainda é possível.
— Sério? Isso é verdade?
— Felizmente, também consegui uma maneira de ativar o círculo mágico. Mas só saberemos se é possível se você, Gowland, verificar pessoalmente.
Amelia então tirou o que parecia ser um documento militar, que Versyl rapidamente pegou e começou a ler.
— Parece que o palácio sabia tudo sobre esse círculo mágico. O método de ativação está detalhado aqui, como um guia.
— E então? Você consegue?
— Sim. Com isso, até eu consigo ativar o círculo mágico.
Amelia assentiu diante da resposta confiante de Versyl. — É isso, então.
— O que quer dizer?
— Estejam prontos para partir em três dias.
Embora a ordem tenha sido repentina, ninguém a contestou.
— Ooooh! Finalmente vamos fazer algo! — gritou Ainar, que cochilava.
— Sim… Já faz alguns meses desde que ele saiu de casa. Só precisamos trazê-lo de volta. — Missha assentiu, reforçando sua determinação.
Versyl suspirou, exausta por estar encarregada de todas as questões administrativas do clã. — Sim. Ele vai saber o quanto fiquei sobrecarregada porque ele sumiu e deixou todo o trabalho para trás? Pelo que ouvi, até a Srta. Shavin Emoor vai querer matá-lo assim que ele voltar.
— Deixemos isso para trás. Esta é uma oportunidade rara, certo? Vamos salvar o capitão.
Ouvindo o que o navegador Auyen disse, Erwen fechou os olhos e colocou a mão no peito. — Sempre foi o Senhor quem veio nos salvar e proteger.
A próxima expedição do Clã Anabada estava decidida.
Leyton Bryat era o arqueiro da Equipe Baekho. Alguém com uma boa personalidade e grande habilidade.
Se presumíssemos que ele era o traidor, havia uma evidência suspeita contra ele. O fato de ele também assumir o papel de guia da equipe.
— Não é um monstro. É uma pessoa.
— Há apenas uma pessoa… E, surpreendentemente, parece que está dormindo.
Mesmo que Baekho não tenha conseguido detectar a pessoa, Bryat foi capaz de nos guiar até Hans L, como era esperado de seu papel.
Bem, a entidade desconhecida que se disfarçou de Hans L de maneira extremamente natural.
“E quando todos estavam tentando impedir Baekho de usar a pedra dimensional, ele ficou em silêncio…”
Depois que permiti que a dúvida se infiltrasse, fiquei ainda mais certo de que ele era o traidor. Claro, isso não significava que eu tinha certeza absoluta, mas…
Boom!
Uma vibração repentina sacudiu o chão.
Eu não conseguia identificar de onde vinha. Em situações como essa, os personagens focados em agilidade normalmente fariam o reconhecimento, mas não havia ninguém assim por perto… dois magos, uma sacerdotisa e dois tanques.
— De onde veio?
— Acho que veio daquela direção…
— Está longe. Vou precisar de tempo para confirmar usando detecção de mana…
Com a falta de opiniões especializadas, hesitamos em agir, e a vibração voltou.
Boom!
Foi mais forte que antes. Talvez porque agora estávamos atentos e observando…
— Por ali.
No entanto, consegui detectar de onde vinha e guiei os outros membros naquela direção.
Boom! Boom! Boom!
Conforme nos aproximávamos, as vibrações e explosões ficavam mais claras.
— …ah, seu…!
Mesmo sendo fraco, também ouvi algo que parecia uma voz. Era claramente a voz de Baekho. O problema era…
— Ele está lutando com alguém… Certo?
— Parece que sim.
Essa parecia ser a situação.
A princípio, presumi que Baekho estava descontando sua fúria, destruindo tudo ao seu redor.
— Ei, seu filho da puta! Quando eu te pegar…!
Pelo que ouvi, ele claramente estava perseguindo alguém.
Com isso, aumentamos o ritmo e corremos o mais rápido possível em direção à origem do tumulto. Virei a esquina a toda velocidade, colidindo no caminho.
Flash!
Então, uma luz brilhante piscou diante dos meus olhos, como se uma bomba nuclear tivesse explodido. Em vez de pensar criticamente sobre isso, meu instinto como tanque agiu primeiro.
【Você lançou Gigantificação.】
Aumentei rapidamente o tamanho do meu corpo para bloquear o caminho estreito e levantei o escudo para proteger meu tronco.
Boom!
Uma massa informe de energia atingiu meu corpo com um calor intenso. Parecia que todo o meu corpo estava derretendo.
Como usar protetor solar, a parte que bloqueei com o escudo ficou relativamente bem, mas quando a luz começou a diminuir, fumaça subia da minha armadura aquecida. Sentia como se um raio percorresse minha espinha desde o pé, mas primeiro verifiquei a condição dos que estavam atrás de mim.
— Estão todos bem?
— E-Eu estou bem… Ack!
O quê? Eles estavam gravemente feridos?
Quando estava prestes a me virar para verificar, ouvi o Vovô Caído dizer: — Todos estão feridos, mas nada grave.
Pessoas do tipo dele eram úteis exatamente por esse motivo em situações como essa. Em emergências, uma troca de informações concisa e objetiva era necessária.
Deixei de lado as preocupações com os que estavam atrás de mim e avancei. Embora algumas partes estivessem derretidas e destruídas, a estrutura das paredes estava em grande parte intacta, apenas soltando fumaça. Algo que me surpreendeu, já que havíamos testado isso antes.
A 【Dissolução das Estrelas】 não conseguia destruir o prédio em que estávamos. Embora houvesse alguns pontos fracos que podiam ser fisicamente destruídos, eles eram uma minoria muito pequena.
“Bem, acho que ele usou uma habilidade diferente dessa vez.”
Quantos ataques letais esse cara escondia?
Ao virar outra esquina, avistei Baekho ali, ofegante.
— Baekho.
Ele sentiu minha presença e ouviu minha voz, então se virou e disse com indiferença: — Ah, você está aqui…?
— Fale. O que está acontecendo aqui?
— Não é nada demais. Só tentei matar um maldito rato, mas com a rapidez dele… Acabei me irritando e exagerando.
— Maldito rato…?
— Mas não sei se peguei ou não. Quer vir comigo? Vamos ver se peguei aquele rato ou não.
— Vá na frente.
— Ah, entendido!
Mesmo brincando, Baekho se apressou na minha frente, e eu o segui por cerca de um minuto.
— Uau, está vivo mesmo depois de ser atingido por aquilo?
Tudo o que restava no corredor vazio eram manchas de sangue. Os respingos iam até o outro lado do caminho.
— Mas acho que não foi muito longe.
Baekho sorriu antes de começar a seguir lentamente o rastro de sangue.
Um passo, dois passos, três passos…
Ele parou de rastrear depois de cerca de três minutos. As gotas de sangue tinham desaparecido.
“Não deveríamos tentar descobrir para onde ele fugiu, em vez de segui-lo tão devagar assim?”
Eu começava a ficar impaciente, mas Baekho apenas escaneava o ambiente calmamente.
— O que está fazendo? Precisamos rastreá-lo rápido…
— Barão, você sabia?
Inclinei a cabeça ao ouvir a pergunta que me interrompeu, e Baekho explicou: — No mundo em que eu vivia, há uma criatura chamada camaleão. É bem interessante, mudando a cor da pele para combinar com o ambiente, ajudando-o na caça.
Me perguntei que besteira ele estava dizendo, mas não demorou para que eu entendesse suas intenções. Para começar, Baekho não me chamava de Barão a menos que estivéssemos na presença de outros.
— Mas… quanto mais olho para esse cara, mais me lembro do camaleão.
Baekho socou uma parede aparentemente vazia.
Crunch!
Um som que não parecia em nada com o de um soco em uma parede ecoou, e simultaneamente o ‘maldito rato’, que estava escondido com invisibilidade, revelou-se com um gemido de dor.
— Peguei você.
Baekho sorriu assustadoramente ao erguer o rato pela gola.
O corpo parecia o de um homem comum. Como não víamos pelos ou orelhas protuberantes, parecia ser humano também, embora seu corpo estivesse coberto por um manto esfarrapado.
“Uma máscara de lobo…?”
Essa foi a única coisa que chamou minha atenção. Descobriríamos mais sobre ele em breve…
— O que temos aqui?
O corpo ficou mole, como se estivesse inconsciente. No entanto, ao olhar de perto, vi sangue escuro escorrendo de sua boca.
Fui pego de surpresa e rapidamente coloquei a mão em seu pescoço para verificar o pulso, mas não senti nada.
— Suicídio…
Baekho sorriu antes de virar a cabeça para me olhar.
— Barão.
Ele usou aquele mesmo título de novo, que só empregava quando havia outras pessoas por perto.
— Não importa o mundo em que você esteja, todos os pequenos animais têm algo em comum. Sabe o que é?
Mesmo que eu sentisse que podia adivinhar o que ele diria a seguir, Baekho, infelizmente, não me deu tempo de responder.
— Quando estão em uma situação desfavorável, todos fingem estar mortos… Assim.
Baekho desferiu outro soco no estômago do ‘cadáver’.
O homem caiu no chão e se contorceu, arquejando enquanto se encolhia como um inseto. Baekho estendeu a mão.
— Certo, vamos ver quem é você.
Era hora de tirar a máscara.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.