Capítulo 763: Jardim Secreto (4/6)
Nada na minha vida era simples.
O prédio onde cheguei após terminar aquele duelo não planejado contra o Olho Demoníaco estava completamente vazio. Parecia que eles tinham levado o marquês e fugido.
— A vila! Há uma vila não muito longe daqui!1
Diante da minha sugestão de que ele pensasse em um lugar onde o marquês poderia ter ido, Eltora apontou para uma vila.
— Uma vila?
— Uma vila secreta que só o marquês conhece! Está no Distrito 4!
— Como é secreta se você sabe dela?
— É realmente um lugar que ninguém conhece! E-eu só sei porque estive lá quando era jovem. Ninguém na família sabe sobre ela!
— Quando você era jovem…?
Franzi o cenho, e Eltora, percebendo o motivo do meu mal-entendido, rapidamente corrigiu:
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— Quero dizer, quando este corpo era jovem. Encontrei o diário da pessoa original no meu quarto, e havia uma passagem sobre uma vila secreta.
Uau, então esse desgraçado não apenas começou como filho do primeiro-ministro, mas também tinha o diário da pessoa original? Quando abri os olhos pela primeira vez, precisava me preocupar se tomaria um machado na cabeça.
— ‘Meu pai me levou à vila… Havia um lindo jardim com flores desabrochando, e fiquei surpreso ao ver meu pai cuidando pessoalmente delas…’ Isso foi o que li!
— Hmm?
— De qualquer forma, não queria ser pego por ser um espírito maligno, então até investiguei a localização da vila secreta. Mas, mesmo vasculhando todas as informações disponíveis na mansão, não consegui encontrar nenhum vestígio dela.
— Ah, e como você descobriu então?
— Foi graças à Condessa Peprok. Quando ela apareceu, eu a investiguei, só por precaução. Havia uma terra registrada no nome dela. Nem mesmo a condessa sabia que a possuía. Quando a visitei, vi uma vila com apenas um velho jardineiro empregado lá. Falei com ele, e ele nem sabia que era empregado do marquês.
Então foi isso que aconteceu. Certamente parecia suspeito, se ignorássemos um pequeno detalhe.
— Mas, se é um prédio tão secreto, como o marquês fugiria para lá? Ele está inconsciente agora.
Eltora arfou surpreso quando apontei esse problema, aparentemente não tendo pensado nisso ainda. No entanto, ele parecia relutante em desistir.
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— Ainda assim… não haveria pelo menos uma pessoa entre os assessores mais próximos dele que saiba sobre isso? — disse ele, lançando olhares rápidos para ver minha reação. Quando eu apenas o encarei, ele percebeu como o argumento parecia frágil e desviou o olhar.
— Certo, vamos para lá.
Eltora demorou a responder. — Sério?
— Sim. Fazer algo é melhor do que ficar parado aqui.
Com isso, decidi ir até a ‘vila secreta’ que Eltora mencionou.
Afinal, o primeiro-ministro já sabia que seu ‘filho’ era um espírito maligno. Alguém de seu círculo íntimo poderia saber da vila do marquês e tê-lo levado para lá.
Embora a probabilidade de ele não estar lá fosse maior, uma busca ainda poderia render algo valioso.
“Ainda assim, sinto que encontrarei algo bom se procurar por um lugar como esse.”
Mesmo que fossem ‘passos em vão’ agora, havia valor em vasculhar a vila secreta do marquês. Eu poderia tropeçar em um segredo, assim como quando procurei na sala secreta do escritório do marquês.
— Então, diga-me, onde fica essa vila?
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— Não está muito longe daqui!
Com o novo destino configurado no sistema de navegação, não demorou muito para chegarmos. A vila era modesta, um prédio de dois andares cercado por uma cerca alta. Algo nela me lembrava ‘aquela casa’, que eu compartilhava com Erwen.
Após cruzar a cerca e entrar nos terrenos, vi o jardim, que estava belamente cuidado, exatamente como Eltora descreveu.
Assim que entramos no jardim, Amelia analisou o local antes de tocar suavemente nas flores.
— O jardim está bem cuidado — ela observou. — Alguém cuidou das flores recentemente. Dois dias no máximo. Pode até ter sido ontem.
Bem, eu não fazia ideia de como determinar quando um jardim foi cuidado pela última vez, mas se Amelia disse, provavelmente estava certa.
— De qualquer forma, acho que estamos no lugar errado… Mas vamos verificar o interior só para ter certeza. Pode haver uma sala secreta onde o marquês está escondido.
— Certo — ela concordou.
Estávamos prestes a entrar no prédio quando Amelia, de repente, virou a cabeça na direção da construção. Ela me lançou um olhar.
Parecia que ela tinha sentido uma presença lá dentro.
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Eu nem precisei tentar sentir a presença. Passos ecoaram de dentro do prédio.
Era apenas uma pessoa.
Me perguntei se poderia ser o velho jardineiro que Eltora mencionou.
— Hã?
No entanto, a pessoa que apareceu era alguém que eu jamais esperava encontrar.
— Faz tempo, Barão Yandel.
A primeira pessoa a reagir à saudação gentil da mulher foi Eltora.
— Harin Savy…? Por que você está aqui?
— Bom ver você também, Lorde Tercerion. Você esteve aqui não faz muito tempo, certo?
— Não faz muito tempo? Espere… Então, naquela época, você…
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— Sim. Eu estava escondida e observando você, desde o momento em que começou a procurar pela vila até o ponto em que percebeu o segredo.
A expressão de Eltora endureceu quando Hyeonbyeol admitiu isso abertamente.
— Mulher, o que você está tramando… Argh!
Sua expressão relaxou novamente após levar um tapa.
— Não aja assim e fique quieto — eu o adverti.
— E-Entendido.
Agir assim na frente da ex-namorada de outro homem era um tabu.
Com Eltora silenciado após um tapa, continuei a conversa em seu lugar.
— Harin Savy, por que você está aqui?
Era a pergunta que precisava ser respondida primeiro. Por que Hyeonbyeol estava na vila secreta do marquês?
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— Com assim?
— Vou perguntar de novo. Por que você está aqui? — repeti, pressionando por uma resposta clara dela.
Hyeonbyeol respondeu simplesmente:
— Hm… Você não veio aqui sabendo disso?
— Hã?
— Eu entrei em contato com você. Para vir aqui. No papel.
Ah, o Papel do Amor…
— Você… não leu? — ela perguntou cautelosamente.
“Uh… Quero dizer, não tive tempo.”
Limpei a garganta, tentando apagar o constrangimento do meu rosto, enquanto Hyeonbyeol balançava a cabeça.
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— Tudo bem. No fim, você ainda acabou vindo aqui. Na verdade, isso é melhor. Como se estivesse destinado a estar aqui.
— Destinado?
Amelia murmurou essa palavra, o que fez Hyeonbyeol dar de ombros.
— Sim. Não importa o quão torcidos e ramificados sejam os caminhos, você sempre encontrará novamente aquele que está destinado a encontrar.
— Isso é uma… ideia interessante.
— Obrigada por achar interessante. Olá, Amel… — Hyeonbyeol pausou de forma constrangedora. — Ah, é Emily Raines, certo?
Embora parecesse um erro no início, eu sabia que ela tinha feito isso de propósito. Ela estava revelando sutilmente que sabia o verdadeiro nome de Amelia.
“Não sei por que ela revelou isso, no entanto.”
— Sim… Olá para você também, Harin Savy.
Com as saudações trocadas, Hyeonbyeol voltou sua atenção para mim, retomando o tópico principal.
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— Então, você perguntou por que estou aqui?
— Perguntei.
— Entre. Vamos conversar lá dentro.
Com isso, entramos na vila.
O interior da vila era muito simples.
Embora cada peça individualmente fosse cara, o ambiente não era tão luxuoso quanto eu tinha imaginado para uma vila secreta do marquês.
Honestamente, o interior não combinava em nada com a imagem que eu tinha do marquês. Era modesto e acolhedor, lembrando o conforto de uma casa de família rica e tranquila.
— Peço desculpas, mas os outros poderiam se afastar um pouco? — pediu Hyeonbyeol. — Tenho algo muito particular que gostaria de discutir apenas entre nós dois. Há um cômodo naquele corredor onde vocês podem descansar…
— Eu me recuso — Amelia interveio, resoluta.
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Hyeonbyeol me olhou silenciosamente.
Sufoquei um suspiro antes de falar com Amelia.
— Desculpe, mas saia por um momento. Preciso ouvir o que ela tem a dizer.
— …Entendido.
Com isso, Amelia levou os outros para o cômodo que Hyeonbyeol indicou, e eu me sentei no sofá enquanto uma inquietação inexplicável se instalava dentro de mim.
— Só um instante.
Hyeonbyeol apertou um botão em algo que parecia um gravador antes de colocá-lo na mesa. No entanto, em vez de ser um dispositivo para gravar som, era uma ferramenta mágica que impedia que sons escapassem de um certo raio ao redor do item.
— Você continua a mesma de sempre — comentei secamente.
— Perdão? O que quer dizer?
— Como você sempre dizia: ‘O poder não está com quem toma as decisões, mas com quem cria os pontos de decisão.’
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— Você pode relaxar um pouco comigo, sabia?
— É só um pouco estranho com este corpo. Certo, então, o que é esta vila? — perguntei, forçando-me a soar mais como Hansu Lee.
Hyeonbyeol sorriu, satisfeita.
— Oh, eu me pergunto. Mas, para simplificar… É como a caixa de lembranças do Marquês Tercerion? Algo assim.
— Caixa de lembranças…?
— Sabe, como aquelas caixas que guardam todas as boas memórias que você teve no passado. Você não tem nada assim?
— Não…?
— Então, o que fez com todas as cartas que te dei?
…Eu as joguei fora. Achei que só trariam sentimentos desnecessários se as mantivesse no meu quarto.
Quando fiquei em silêncio, incapaz de dizer isso a ela, Hyeonbyeol assentiu, parecendo entender mesmo assim.
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— Eu me perguntei por que não consegui encontrá-las, não importa quanto procurasse no seu quarto.
— Então. Acho que desviamos do assunto.
— Ah, claro… De qualquer forma, esta é uma caixa de lembranças. O lugar onde o marquês se esconde sempre que está passando por um momento difícil.
— Então por que você está em um lugar como este?
— O marquês me enviou para cá.
— O que quer dizer? Pode, por favor, ir direto ao ponto?
— A Condessa Peprok está dormindo no abrigo subterrâneo abaixo deste prédio. E o marquês me pediu para protegê-la e cuidar dela.
— Então o marquês não está aqui?
— Não.
— E você não sabe onde ele está?
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— Não. Como eu saberia disso?
— Perguntei só por garantia. Foi você quem me contou que Ainar seria executada.
— Ah, isso foi mesmo uma coincidência. O marquês visitou brevemente por volta da mesma época em que isso estava acontecendo. Quando perguntei a ele como estava indo à guerra… Bem, ele apenas me contou algumas coisas, como fazia quando conversávamos no passado.
— Você conversava com o marquês?
— Ele é inesperadamente gentil. Do tipo ‘amor puro’ também. Está se sentindo bastante solitário, algo adequado para sua idade.
Bem, eu realmente não conseguia concordar com isso. Mas todos tinham um lado que não combinava com a imagem que apresentavam ao mundo.
— Ele ama muito sua filha. E também me trata muito bem, provavelmente porque sou amiga e braço direito de sua filha.
— Sério?
— Ah, você não prestou atenção? A razão pela qual o marquês começou esta guerra foi pela filha dele.
Eu me sobressaltei, olhando diretamente para ela.
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— O quê?
Hyeonbyeol apenas deu de ombros e tirou um livro. Quando a encarei, perguntando silenciosamente o que era, ela apenas me olhou de volta, indicando que eu deveria lê-lo.
Abri a capa como solicitado e comecei a ler a partir da primeira página. Então percebi o que era esse livro.
Há um rumor no Palácio da Glória. Quando o baile começa e a noite cai, uma mulher sem nome aparece no salão de dança.
Segundo testemunhas, a garota é incrivelmente bonita e pequena, com olhos inocentes e uma voz musical.
No entanto, quando os nobres apaixonados se aproximam dela e perguntam seu nome, ela para a conversa animada e não consegue responder. Momentos depois, ela desaparece diante de seus olhos como um fantasma…
Quando ouvi sobre isso pela primeira vez, ri do rumor. Mas, surpreendentemente, era verdade.
No 16º dia do 7º mês, no meio do verão, enquanto os ventos quentes persistiam mesmo durante a noite, fui ao baile do palácio com meu pai e conheci aquela garota sem nome.
Era o diário do marquês.
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- Vila, no sentido de propriedade nobre.⤶
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