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    『 Tradutor: MrRody 』


    O chefe da família Karlstein me convidou para sua casa. Pelo que ouvi, ele vinha pedindo há cerca de três meses. Se for o caso, qual poderia ser o motivo? A primeira coisa que veio à mente foi a curiosidade; ele simplesmente queria conhecer a colega de equipe de sua filha. Se a Missha tivesse sido tratada como um membro real da família, essa teoria teria sido bastante plausível. Então, se ele decidisse que eu era uma pessoa não confiável depois de me conhecer, ele poderia ter me pedido para cortar relações do grupo para com sua filha. Parecia que a maioria dos filhos de famílias bem estabelecidas se aventuravam com estilo em grandes clãs com conexões.

    — E-Eu só preciso ser paciente por um pouco mais de tempo.

    Mas, como se constatou, a situação de Missha ainda era a mesma. O homem que se autodenominava seu pai mantinha seu despertar em segredo e nem se esforçava para tentar melhorar sua posição na família. No momento em que percebi isso, senti uma malícia sombria vinda desta mansão. A malícia estava direcionada não apenas para a Missha, mas também para mim.

    “Eles me chamaram aqui, sabendo que era o caso…”

    Qual era seu plano e que método ele havia escolhido para alcançá-lo eram muito claros para mim.

    “Ele é um maníaco ainda maior do que eu percebi.”

    O chefe da família Karlstein queria algo de mim, mas em vez de educadamente propor uma negociação, ele criou esse tipo de situação. Isso deve ter sido parte de seu plano. Eu era o Pequeno Balkan, Bjorn, filho de Yandel, um guerreiro que não abandonou seus companheiros nem contra o Lorde do Andar… e um bárbaro que talvez estivesse em um relacionamento romântico com um desses companheiros. Ele provavelmente determinou que se eu, conhecido pelo público como tudo isso, visse algo assim, seria mais fácil de manipular. Afinal, o único que poderia mudar a situação atual da Missha era o chefe da família.

    No entanto, com base nisso, cheguei a algumas conclusões próprias.

    “Ele é um filho da mãe oportunista que está até disposto a usar sua filha para conseguir o que quer. Mostre uma fraqueza e estou acabado.”

    O Plano A não foi suficiente. Se eu parasse aqui, seria reduzido a apenas um bárbaro comum.

    Toff.

    Dei um passo em direção e encarei o irmão da Missha. Ele não parecia assustado enquanto me observava. Ele apenas ria como se nada disso valesse a pena eu ficar irritado. — Você é difícil de agradar. — Ele parecia pensar que eu estava atrás de outra coisa e que eu só estava fazendo alarde para colocar minhas mãos nela. Bem, ele não estava completamente errado.

    — B-Bjorrrn! Não faça isso! — Missha segurou apressadamente meu pulso, e eu parei.

    Bem, eu não tinha real intenção de bater nesse cara. Ele não era apenas um servo da família, mas um de seus parentes diretos. Bater nele impulsivamente me prejudicaria.

    — Behelahhh! — Portanto, dei um rugido alto que podia ser ouvido de qualquer lugar na mansão.

    O irmão mais velho franziu o cenho para minhas ações. — Qual é o significado disso?

    — Só senti vontade de fazer!

    — …Lunático.

    Não importava o que ele dissesse, meu grito serviu como um catalisador que trouxe as pessoas da mansão até onde estávamos. Os criados largaram seus afazeres e começaram a nos observar do final do corredor que ligava o primeiro andar. Olhando para o segundo andar, vi vários jovens homens e mulheres vestindo roupas casuais de alta qualidade.

    “São os irmãos de Missha?”

    Não pude dizer, mas eles estavam me olhando com curiosidade nos olhos.

    “De qualquer forma, isso é testemunho suficiente.”

    O cenário estava montado, então desliguei o modo bárbaro ingênuo e me dirigi ao irmão novamente. — Talon Karlstein.

    — Não é Talon, é Taylon.

    — Você presta atenção em coisas pequenas que não convêm a um homem.

    — …Cale-se. O que você quer dizer? — Aparentemente desinteressado em discutir sua masculinidade comigo, ele me pediu para ir direto ao ponto.

    — Por que a Missha está sendo tratada assim por sua família? — Perguntei diretamente.

    — Como eu disse antes, é uma questão de família…

    — É porque vocês chamam a Missha de lesada? Uma parente direta da família que nem sequer conseguiu contratar um Animal Espiritual?

    Seu espanto foi de curta duração. Taylon franziu o cenho e lançou um olhar de desprezo para Missha, claramente se perguntando se ela havia confidenciado algo assim para alguém como eu. — Se você já sabe, então não há nada para esconder. Sim, o que você disse é verdade. Então pare de se envolver nos assuntos de nossa família.

    Me mandar cuidar da minha vida era uma resposta razoável. Além de nós bárbaros, a maioria da sociedade valorizava linhagens sanguíneas. Fazia sentido para eles tratarem a Missha como uma estranha. Se ela realmente tivesse herdado o sangue de seu pai, ela deveria ter sido capaz de fazer um contrato com um Animal Espiritual. Na realidade, ela provavelmente não compartilhava uma única gota de sangue com eles. Parecia que sua mãe, a quarta esposa, também não tinha tido filhos além da Missha.

    — E se tudo isso fosse um mal-entendido de sua parte?

    A verdade não importava, no entanto. O importante agora era que Missha já tinha despertado e podia usar esse fato a seu favor.

    — Se a Missha fizer um contrato com um Animal Espiritual, você se desculparia pelo que fez e a aceitaria como membro de sua família?

    — Ela já tem vinte e cinco anos, não há como…

    — Responda-me. Se você responder à pergunta, não causarei mais problemas.

    O irmão suspirou e segurou a testa antes de me responder com clara irritação em seu tom. — Tudo bem, nos desculparíamos.

    — E a aceitariam como família?

    — Também — ele respondeu sem hesitação, claramente sob a impressão de que isso nunca aconteceria.

    Sorri e balancei a cabeça. — Então está resolvido.

    Minha confiança parecia preocupá-lo. Resolvido, o quê?

    Em vez de responder, desviei meu olhar para a Missha. Minha parte estava feita agora. — Missha, mostre a eles.

    — Uh, huh…? — Ao se ver subitamente no centro das atenções, Missha olhou em volta perplexa. Quando nossos olhos se encontraram, ela baixou a cabeça e murmurou, — Mas, meu pai…

    Não é de se admirar que ela ainda não tenha saído. Como esperado, seu pai deve ter forçado ela a manter a boca fechada. Mas por isso Missha tinha que dar um passo à frente sozinha. Revelar esse fato na frente de todos tiraria uma das cartas na manga de seu pai.

    — Não se preocupe. Nada ruim vai acontecer.

    — …E-ele não vai me perdoarrr.

    — E daí? Apenas diga a ele que você errou. É isso que as famílias fazem.

    — Bjorrrn, você vai s-suportar as consequências também.

    — Que seja. Não estou com medo. — Ele era um pai imponente para ela, mas para mim, ele era apenas o líder dos terians, e havia cinco deles. — Do que você tem tanto medo? Família não é tudo na vida. Eu tenho me saído bem sem uma — eu disse, cutucando minha orelha.

    Missha riu como se eu estivesse sendo bobo. — Isso é prrrque…! Não, deixa pra lá. Não adianta discutir com você.

    — É, só ignora as coisas pequenas. É melhor para sua saúde mental.

    — Nyah, sinto como se nem soubesse mais o que é certo e errado.

    Neste ponto, eu imaginei que a tinha convencido. — Missha Karlstein, faça o que quiser apenas uma vez. Afinal, você não tem um companheiro aqui disposto a te ajudar?

    Depois disso, não disse mais nada. O tempo passou e logo Missha levantou a cabeça e olhou lentamente ao redor. Acho que essa situação era uma fonte de entretenimento, porque havia muitas pessoas apenas nos observando de longe.

    Missha engoliu em seco e finalmente abriu a boca, resoluta. — Eu…

    — Chega. — Uma voz fria encheu a grande mansão. Em resposta, Missha ficou paralisada. Quando ela voltou a si, um homem de meia-idade estava em pé na frente dela. — Todos, saiam.

    Com suas palavras, todos saíram silenciosamente. O ar na sala imediatamente ficou pesado. O olhar do homem se voltou para mim. Embora ele não tenha pronunciado uma única palavra de introdução, eu sabia quem ele era.

    “Ok, então este é o maníaco.”

    Albrenive Karlstein, o líder da família Karlstein, que havia servido como Chefe da Tribo do Gato Vermelho por gerações.

    — Obrigado por aceitar meu convite, Bjorn, filho de Yandel.

    — Obrigado por me convidar, Karlstein.

    No meio do saguão agora vazio do primeiro andar, trocamos cumprimentos formais.

    — Haha, você parece ser mais educado do que eu pensava. — Ele riu de bom grado e se aproximou de mim. Em vez de um aperto de mão, ele deu um tapinha no meu ombro como se estivesse dirigindo-se a alguém abaixo dele. Mas o que era isso?

    【Você foi colocado em um estado de Medo pelo Senhor dos Pesadelos.】

    Como se tivesse acabado de encontrar um predador natural, meu corpo se enrijeceu. Além disso, a sensação de formigamento que eu sentia toda vez que cruzava a fronteira entre a vida e a morte começou a zumbir em meu cérebro. Agora eu entendia por que a Missha tinha tanto medo de seu pai.

    — Mas por que você fez algo assim? Tão incivilizado — o chefe da família sibilou, todos os vestígios de risada desaparecidos de sua voz.

    Era uma sensação horrível. Eu sabia em minha cabeça que esse era o poder de uma habilidade, mas meu corpo não aceitava essa lógica. Parecia que meus órgãos sensoriais estavam funcionando mal. Claro, os efeitos não duraram muito tempo.

    【Sua Resistência à Mana, seu Espírito de Luta e sua Força de Vontade estão todos acima de um certo limite.】

    【O Medo foi cancelado】

    “Ufa, finalmente acabou.”

    — Olha… — Eu imediatamente removi o braço arrogante do homem do meu ombro. Sua testa se franziu em aparente confusão. Bem, se ele tivesse antecipado isso, não teria falado toda aquela besteira agora há pouco. — Não toque em estranhos. — Joguei o braço que estava segurando de lado. — Isso é incivilizado.

    “O respeito é recíproco.”

    Depois de um momento de silêncio, o chefe da família falou. — Engraçado. — Deu-me calafrios que ele pudesse dizer isso sem sorrir com a boca ou mesmo com os olhos.

    Mas quando se tratava de espírito, eu não podia ser vencido. — Você tem gostos estranhos. Eu não estou me divertindo nada — respondi calmamente, segurando a mão da Missha, que estava rígida como uma pedra.

    Como resultado, o olhar do homem se voltou também para Missha.

    — P-Pai…

    — Eu não esperava que você se rebelasse contra mim.

    — I-Isso não é o que…

    — Chega. Você não é importante aqui de qualquer forma. — Albrenive a interrompeu e olhou para mim. — Originalmente, planejei ter uma conversa depois de almoçarmos juntos.

    Conversa, o cacete. Ele só estava planejando me mostrar como a Missha era tratada por aqui.

    Quando o encarei sem responder, Karlstein continuou. — Mas parece que isso não é mais necessário. Descanse um pouco. Eu vou chamá-lo depois.

    — Eu recuso — respondi sem hesitar por um segundo sequer.

    A expressão de Albrenive se contorceu. — O quê?

    Decidi ser direto. — Por que eu deveria esperar? — Dar a ele tempo era tolice. Embora ele não tivesse outra escolha senão dar um passo à frente por causa da Missha, o que quase acabara de acontecer não poderia possivelmente ter estado em seus planos. Ele provavelmente pretendia se reagrupar antes de me convocar novamente. — Se você tem algo a dizer, faça isso aqui e agora.

    — …Mesmo para um bárbaro, isso é desrespeitoso.

    — Foi você quem convocou este bárbaro, terian.

    Será que ele não esperava ser chamado de ‘terian’ em vez de seu título, ‘Chefe’, ou ‘chefe de família’? O rosto de Albrenive se endureceu e ele começou a emitir intenções assassinas… não apenas metaforicamente, mas literalmente.

    “Isso é possível na vida real?”

    Fiquei um pouco surpreso, mas era muito mais fraco do que a máscara de raposa. Afinal, aquilo tinha sido no mundo espiritual. Fazia sentido que houvesse uma diferença na produção.

    Quando eu mexi na orelha como se dissesse, ‘Pare de brincadeira’, Albrenive perguntou, quase genuinamente curioso — Você realmente não tem medo da morte?

    Para mim, aquela era uma pergunta sem sentido. Não ter medo da morte? Será que alguém assim poderia realmente existir? — Bem, eu não sei dizer quanto a morte. Mas eu não tenho muito medo de você.

    Isso era sincero. O fato de ele ter sido um aventureiro no oitavo andar ou que se nós realmente lutássemos, eu seria destruído? E daí? Se ele me matasse, meu Chefe de Tribo não ficaria apenas de braços cruzados.

    — Você acha que pode me matar? — Perguntei diretamente. Era absurdo. Me matar? O talento mais promissor entre os bárbaros nos últimos meses? No meio de um santuário de terians para onde fui pessoalmente convidado? Imediatamente haveria uma repetição da guerra com os elfos de dez anos atrás. Era assim que os bárbaros eram.

    — O quê? Ahahaha! — Albrenive fez um esforço para parecer tranquilo, mas eu pude ver a profunda raiva sob a superfície. Provavelmente era frustrante. Ele relutava em admitir, mas minha acusação estava certa, no alvo. Ele estava apenas tentando rir da situação. — Faz sentido que as coisas tenham dado tão errado. Nunca pensei que você seria tão esperto.

    — Obrigado pelo elogio, mas eu gostaria de uma resposta antes de ficar com fome. O que você quer me dizer?

    Albrenive apenas me olhou por um momento para reunir seus pensamentos. Então ele disse — Eu sei que você usou aquele item.

    Com isso, todas as minhas perguntas foram respondidas. O Anel do Espírito da Geada tinha sido a causa de toda essa confusão.

    Um pequeno gesto, um grande impacto.

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