A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 143: Despertar (6/6)
『 Tradutor: MrRody 』
A concentração e a tomada de decisões eram importantes para a sobrevivência… o que abandonar e o que salvar. Quanto mais racionalmente eu resolvia um problema, maior era a taxa de sobrevivência. No entanto, desta vez, eu não consegui fazer isso.
Havia três feridos e uma garrafa de poção avançada. A verdade é que o melhor curso de ação teria sido deixar o Rotmiller beber a garrafa inteira. Eu tinha que reanimá-lo o mais rápido possível para tirar as outras poções do Cofre do Tesouro. Depois, o curso certo seria tratar-me com uma poção de alto grau e dar a poção avançada restante para o Dwalkie.
“Mas, se eu tivesse feito isso, Dwalkie já teria morrido.”
Era difícil tomar uma decisão racional. Mesmo sabendo de tudo isso em minha cabeça, meu corpo tinha dado metade da poção para o Dwalkie sem a menor hesitação.
— Os dois, por favor, aguentem! Vamos sair vivos deste maldito lugar!
Como resultado, qualquer certeza tinha ido embora. Porque eu não consegui desistir do Dwalkie, nem mesmo podia garantir a sobrevivência do Rotmiller. Meia garrafa de poção teria sido suficiente para ele se tivesse sido consumida imediatamente, mas o problema era que ela tinha sido dada muito tarde. Simplesmente, alto risco, alta recompensa. Eu queria que toda a equipe sobrevivesse, então tomei uma decisão irracional que talvez tivesse acabado de matar a todos.
— B-Bjorn…
Aproximei-me do Rotmiller e chequei seu pulso e sua respiração. Eu esperava que ele aguentasse. Se este homem morresse assim, todos nós cinco estaríamos praticamente mortos.
“Dez minutos.”
Depois disso, o Matador de Dragões acordaria. No momento, o único que estava bem era o anão. Se Hikurod não conseguisse bloquear Vagos, tudo acabaria.
— Oh, certo! A câmara de pedra! Bjorn, o que era aquela câmara de pedra? — Hikurod, montando guarda ao lado do Dwalkie, olhou para mim e perguntou sobre a câmara de pedra que finalmente encontramos depois de vasculhar o labirinto por doze horas. A pergunta estava cheia de esperança. — Elixir? Poção? Havia algo assim lá dentro? Ah, se houvesse, você teria pegado, certo? Ou é uma fonte de cura ou algo assim?
— …Essa câmara de pedra não tem esse propósito.
— Então, para que é? Trabalhamos tanto para encontrá-la! Deve haver algo! — Hikurod exigiu, esperando por uma resposta certa.
Eu sabia que era melhor não responder perguntas como essa, mas, após uma breve pausa, abri a boca. — Essa câmara de pedra é uma sala armadilha.
— Sala armadilha…?
— Sim, abrir a caixa lá dentro levará você de volta ao ponto de partida.
Se o desgraçado e o sacerdote tivessem aparecido ao mesmo tempo, eu estava considerando descartar o Plano A imediatamente e usá-lo para chegar ao portal e escapar. Nessa situação, não haveria chance de vitória, independentemente do que eu fizesse.
— Y-Yeah! Então vamos usar isso e voltar! Isso vai funcionar!
— Hikurod Murad, acorde. Mesmo que possamos voltar para a Torre, nada vai mudar.
Chegar à Torre não nos daria poções. Voltar era impossível para começar, a menos que estivéssemos planejando roubar uma sala vazia. E dirigir-se ao portal em um estado ferido? Isso era suicídio. O sacerdote de Karui, que eu acreditava ter mudado sua classe com o poder divino de um Alto Sacerdote, estaria guardando.
— Oh, certo! O sacerdote! Não havia um velho como um sacerdote na equipe deles? Vamos encontrá-lo.
— Pare.
— Pelo que eu posso ver, ele deve ter sido forçado a segui-lo. Se isso for verdade…
— Pare, Hikurod.
— Como posso parar? Eles estão morrendo… algo precisa ser feito! — gritou o anão, como se estivesse gritando contra sua própria impotência.
— Não há nada que possamos fazer agora, — eu disse friamente. — Tudo que podemos fazer é observar.
— Você tem certeza… não há outro jeito?
— Sim.
Os dados já tinham saído das nossas mãos. Havia três possibilidades que poderiam acontecer: todos nós viveríamos, todos nós morreríamos, ou alguns morreriam e outros viveriam.
Cada minuto e segundo passava como uma eternidade. Eventualmente, Dwalkie recuperou a consciência. — O homem… o que aconteceu…?
— Dwalkie! Não fale!
— Sim, fique quieto. Assim que Rotmiller acordar, tome a poção…
Enquanto nos via tagarelando acima dele, Dwalkie perguntou novamente: — O homem…? O que aconteceu com ele? — Como se isso fosse mais importante do que sua própria vida, essa foi a única coisa que ele perguntou ao abrir os olhos.
Pensei nisso por um momento. Deveria dizer a verdade? Não precisei pensar muito, porém. — Ele não está morto.
— Oh…
— Mas graças a você, o perigo imediato passou. Deixe conosco e descanse.
— E-Eu não posso fazer isso. — Dwalkie balançou a cabeça desesperadamente. — O-O tempo… está acabando.
— Você não me ouviu? Quando Rotmiller acordar, a poção…
— I-Isso não é algo que pode ser tratado… com uma poção.
Houve um momento de silêncio após essas palavras, e eu encarei calmamente os fatos. — ..Entendi. — Eu ainda não sabia o que o Dwalkie tinha feito. No entanto, ele era quem melhor conhecia sua própria situação. Dwalkie, que ansiava pela vida mais do que qualquer outra pessoa, tinha sido quem disse que não poderia ser tratado, então não havia razão para negar isso.
— O que você está falando?! É-É uma poção avançada!
— Ele está certo! Você também deve saberrr os efeitos dela. E-Então pare de dizer coisas estranhas…
— Senhorita Karlstein. — Dwalkie abriu os olhos e olhou para nós. — Hikurod e… Bjorn.
Ele só disse cada um dos nossos nomes, mas tendo vivido muitas mortes depois de passar minha infância em um hospital, eu sabia o que o Dwalkie estava prestes a fazer agora. — Me diga. Eu passarei para o Rotmiller.
— …Obrigado. — Esta foi a chama de uma vela cujo pavio havia se esgotado. Como se quisesse deixar algo para trás neste mundo, como se quisesse ser lembrado, ela emitiu sua maior luz em seus momentos finais. — Tenho algo a dizer a todos vocês.
Logo, o tremor na voz do Dwalkie parou.
Sua mãe amava o mar, aquela coisa desconhecida que ela nunca tinha visto, mas apenas ouvido falar. Ela desejava vê-lo pelo menos uma vez na vida. Ele não conseguiu entender isso quando era jovem, mas, à medida que crescia, começou a entender.
— Há coisas… que você anseia porque não pode tê-las.
Havia coisas assim no mundo. Porque eram desconhecidas, porque eram coisas que ele não podia possuir, elas brilhavam ainda mais.
— Vocês foram isso para mim.
Ele tinha tido sorte… muito mais do que merecia. Conheceu pessoas boas e explorou lugares. Conversaram muito e se confortaram mutuamente. O espaço vazio que ele pensou que permaneceria vazio finalmente foi preenchido. Então, ele tinha que dizer isso.
— Obrigado a todos por serem meus companheiros. — Ele não tinha dito isso antes por causa do constrangimento. Estas eram palavras que sempre foram adiadas, deixadas para depois, mas palavras que ficariam enterradas em seu coração para sempre se não fossem ditas agora.
Swip.
Dwalkie olhou para frente com os olhos embaçados.
— Nããão! Não diga isso! Nyah? Dwalkie, por favor… — A mulher que ele amava estava chorando. Isso não era o que ele queria.
Swip.
Ele desviou o olhar para o lado.
Um amigo querido o olhou e sorriu. — Eu também estou… grato por você ter sido meu amigo. Por ter entrado… em uma equipe que eu criei. — Ele estava agradecido pela maneira como Hikurod sorriu através daquela barba tremida. E ele estava arrependido. Ele havia prometido visitar a forja um dia. Agora ele não poderia cumprir essa promessa.
Swip.
Ele desviou o olhar novamente.
— Riol Warb Dwalkie. — O último era um rival e o tipo de companheiro que ele almejava. Diferente dele, um covarde, Bjorn era um guerreiro que sempre lutava até o fim e protegia todos. Ele olhou para Dwalkie com olhos calmos. — Eu peço desculpas. Eu te interpretei mal. Você foi um mago e companheiro maior do que qualquer outro. E a escolha que você fez foi heroica e nobre — disse o homem que sempre foi mão fechada com elogios, o guerreiro que nunca colocava palavras em sua boca que ele não quisesse dizer. — Foi uma honra trabalhar com você.
Foi esmagador, e ele se sentiu de alguma forma aliviado. Ele estava sendo reconhecido pela primeira vez. Um grande guerreiro, alguém que vivia como um herói em uma história, estava dizendo a ele que foi uma honra conhecê-lo. Um meio-mago como ele tinha deixado sua marca na jornada desse guerreiro. Com isso, ele poderia morrer em paz. Sim… ele deveria ser capaz disso.
“Mas por que estou…”
Ele estava com raiva. Isso era injusto, assustador e sem esperança.
“Por que…?”
Isso é o que a morte era… ser apagado da próxima página da história de alguém.
— Você tem algo mais a dizer? Se desejar, nós nos afastaremos. — Logo o guerreiro falou, e só então Dwalkie percebeu o motivo pelo qual ele se sentia assim.
— Nãooo! Dwalkie! Não morra! Prrr favor, hmm?
Havia algumas pessoas no mundo que brilhavam. Para ele, a Missha era uma dessas pessoas. Ele ainda não tinha dito essas palavras para ela.
“Isso deve ser egoísmo.”
Ele fez o melhor que pôde para descartar sua ganância. Não haveria outra chance para ele dizer isso depois disso, mas, por causa disso, ele teve que engolir de volta. A jornada dela não terminaria hoje. Ele não queria permanecer como uma sombra escura pelo resto da vida dela. Se ele realmente estava fazendo isso por ela, esse era o certo a se fazer.
Então, Dwalkie abriu a boca. — Bjorn.
— …Você tem algo a dizer para mim?
— Tenho. — Palavras eram a única coisa que uma pessoa partindo poderia deixar para trás. — Você não sabe disfarçar. Por favor, pare de desviar os olhos e encare isso de frente.
O guerreiro não perguntou. Ele deve ter entendido o que Dwalkie quis dizer com isso. Ele era muito inteligente e sábio para ser considerado um bárbaro.
— Responda… para mim…
— Tudo bem.
Dwalkie, que finalmente recebeu uma resposta, sorriu de coração. Este era todo o tempo que lhe tinha sido concedido.
Os olhos do guerreiro de repente ficaram frios. — …Ele está acordado.
O coração desvanecente do Dwalkie começou a bater novamente. O Matador de Dragões, Regal Vagos. Embora ele tenha lutado ao custo de sua vida, era um inimigo que Dwalkie não conseguiu superar. — Você pode… vencer?
— Não se preocupe. Nós definitivamente retornaremos para casa vivos.
Com isso, toda a ansiedade do Dwalkie desapareceu. Ele também afastou a preocupação de que sua morte seria insignificante. Se esse guerreiro confiável estava dizendo isso, então devia ser verdade. Ele poderia soltar seus fardos agora.
Swip.
Ele fechou os olhos. O som desapareceu e a escuridão ao redor dele se aprofundou. Com a mente gradualmente enfraquecendo, ele pensou, se eu vivi uma vida heroica, uma que acabou registrada em um livro, mesmo que curta, o que seria escrito como a sentença final?
Uma possibilidade bastante plausível veio à mente. Pode não ser uma descrição muito adequada para o fim de um Mago, mas também não era ruim.
O mago do Time Meio-Lesado, Riol Warb Dwalkie, após proteger um companheiro precioso de um membro da Orcules, o Matador de Dragões Regal Vagos, morreu bravamente em batalha.
【Conquista Desbloqueada.】
【Condição: Primeira morte de um personagem companheiro.】
【Recompensa: Aumento permanente no atributo Espírito em +1】
Não havia paraíso para onde escapar. Desde o primeiro momento em que soube a identidade deste desgraçado, o Matador de Dragões Regal Vagos, esse pensamento se solidificou cada vez mais. Ele era membro do grupo Orcules, que desprezava até mesmo o rei. Embora não tivéssemos nos apresentado, não seria difícil para ele nos encontrar. Se ele quisesse retaliação, a cidade não seria segura para nós.
Eu tinha criado um plano para nos livrar dele, aproveitando o efeito do Guardião do Equilíbrio. Eu determinei que se não cuidássemos dele agora, nunca haveria outra chance. Mas como isso acabou?
Thump!
Meu coração bateu baixo. Meu novo plano tinha falhado. Uma batalha tinha sido travada, mas eu não tinha conseguido salvar todos.
Thump!
Mesmo quando eu lutava de volta, não havia nenhum paraíso a ser encontrado. Não é que eu não tivesse percebido isso, porque não existia lugar fictício em lugar nenhum do mundo.
Thump!
Ao contrário do meu coração, que batia silenciosamente, o coração desse cara não estava mais batendo.
— Hikurod, você deve se preparar para lutar.
— Eu sei.
Eu me levantei, usando a maça como um bastão. Aqueles que ficaram para trás tinham seu próprio trabalho a fazer. Respirei fundo e olhei para o corredor. O desgraçado estava saindo de dentro da casca, que tinha se aberto como uma pétala de flor. Era hora de terminar essa luta sangrenta.
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