Capítulo 148: O Grande Legado (5/5)
『 Tradutor: MrRody 』
Existem dias em que um impulso momentâneo leva a uma sorte inesperada. Para Amelia Rainwales, hoje foi um desses dias. Quem poderia adivinhar que, ao subir o castelo na tentativa de aliviar um pouco da frustração, ela encontraria este homem?
— Regal Vagos.
O membro da Orcules, que dividiu esta cidade amaldiçoada em duas partes, era a pessoa que ela mais queria matar, e estava desmaiado no chão nesta área remota, com ferimentos cobrindo seu corpo. E ele estava sozinho.
“Será que ele escapou por um portal? Será por isso que ele caiu aqui em vez de na praça?”
Essa foi a primeira possibilidade que veio à mente. Não havia magos na equipe do Matador de Dragões, mas ele poderia ter feito isso se sacrificasse o pobre velho que sempre levava com ele.
“Com que tipo de inimigo ele se deparou…?”
Amelia descartou suas perguntas. Não importava quem o tinha reduzido a esse estado. A única coisa que importava era que ele tinha sido entregue a ela de bandeja. Primeiro, ela se abaixou para verificar seu pulso.
“Ele ainda está vivo.”
Cerca de duas horas haviam se passado desde que o labirinto fechou. As evidências circunstanciais sugeriam que ele estava inconsciente desde então. Teria sido difícil para uma pessoa normal sobreviver por tanto tempo, mas esse cara não era normal. Talvez o espeto enfiado em seu ombro estivesse interrompendo o sangramento.
Então ele abriu os olhos e a encarou. — Você é… — Ele provavelmente percebeu sua presença.
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Amelia falou primeiro. — Matador de Dragões, você tem alguma poção?
— Cintura…
— Entendi. — Amelia desamarrou a bolsa que ele usava na cintura e segurou-a na mão. — Vou derramar a poção em você. Posso puxar isso do seu ombro?
— Faça…
Assim que ouviu a resposta dele, ela puxou o espeto, e o sangramento começou novamente. Se fosse deixado assim, até mesmo o Matador de Dragões definitivamente morreria. Amelia apenas ficou ali e observou.
— O que você está… a poção… — Ele estava começando a perceber que algo estava errado.
— Por que eu faria isso? — ela perguntou.
— Você fez… um contrato…
— Oh, o contrato? — Amelia sorriu. Muito tempo atrás, ela recebeu um contrato do senhor de Noark. Era famoso; todos que viviam na cidade sabiam disso. Dentro de Noark, ela não podia matar. O contrato estava gravado em sua pele, e era impossível quebrar. — Mas não foi você quem me pediu para remover o espeto?
Ela apenas fez o que ele lhe disse. Claro, essa foi a primeira vez que ela enganou alguém assim, então ela também estava nervosa. No entanto, se fosse uma violação de seu contrato, ela não teria sido capaz de fazer isso em primeiro lugar.
— Você… vadia…
Amelia colocou toda a bolsa dele em seu subespaço. Ela roubou seu outro equipamento… não apenas a adaga pendurada em sua cintura, mas também o anel em sua mão, as braçadeiras e o colar dele. Essas eram todas coisas que ela sempre desejou. — Obrigada por acabar aqui. Eu vou cuidar bem delas. Ah, mas quem fez isso com você?
Ele não respondeu à pergunta provocativa dela. Ele apenas olhou para ela com raiva. Amelia encostou-se na parede e o observou, em vez de continuar com uma conversa fútil. Ela pretendia observá-lo morrer, apenas para garantir que nada inesperado acontecesse no caminho. Mas, aparentemente, ainda não era hora de cortar o fio do destino desse cara.
Tap, tap.
Logo, ela ouviu a presença do patrulheiro do castelo ao longe. Amelia pensou rápido. Na verdade, não havia nada para ela pensar. Tudo o que os patrulheiros viam e ouviam era passado ao senhor. Se ela fosse pega, tudo estaria acabado.
— Você está com sorte, Matador de Dragões. — Ela apertou os lábios, amarga. Se esse cara morresse, a autoridade da Orcules sofreria um golpe.
Ao perceber que ele iria viver, ele rangeu os dentes e disse: — Você não… será capaz de lidar… com as consequências. — Ela pagaria por isso.
Amelia apenas deu de ombros e se aproximou dele. — Não importa. Você não vai lembrar de nada, de qualquer forma.
— …O quê?
Ela tirou uma pílula e segurou-a na mão, uma pílula mágica chamada Bênção de Lethe, desenvolvida por um alquimista em Noark. Espíritos malignos eram imunes a ela, mas tinha o efeito conveniente de apagar as memórias daqueles que a consumiam.
— Droga! Mm, mm…!
Amelia agarrou o homem que resistia pelo queixo e empurrou a pílula garganta abaixo. Quanto maior a Dignidade da Alma1 de alguém, menos eficaz era a pílula, então ela usou a melhor que tinha, só para garantir. O alquimista disse que uma pessoa comum que tomasse essa pílula perderia até uma semana de memórias.
“Considerando quem ele é, melhor prevenir do que remediar.”
Não parecia um grande desperdício. Esta não era algo que ela conseguiria outra facilmente, mas considerando o que ela tinha ganho hoje, não deveria ser uma perda. Além disso, quanto mais para trás as memórias dele fossem apagadas, mais vantajoso seria para ela. Ele pensaria que perdeu seus itens no labirinto; jamais imaginaria que foi roubado na cidade subterrânea.
“Não sei quem fez isso, mas devo agradecer.”
Ouvindo os passos do patrulheiro se aproximando, Amelia rapidamente deixou o castelo.
Nem dez minutos haviam se passado, e os usos disponíveis do anel que bloqueava os ‘death flags’ relacionados a Regal Vagos já haviam caído de três para dois.
“Isso não vai quebrar uma vez por dia, vai?”
Tentei afastar a ansiedade que de repente tomou conta de mim. Não deveria me alarmar antes mesmo de saber se isso realmente aconteceria, e pensei que a possibilidade disso era realmente baixa. A deusa em pessoa não tinha dito isso?
— Você deve estar preparado para enfrentar seu destino quando todos os caules desse anel estiverem cortados.
A deusa havia usado seu receptáculo para me dizer para me preparar, sabendo muito bem quão grande era o abismo entre mim e aquele homem. Eu tinha certeza de que ela teria tido a consciência de me dar mais do que apenas alguns meses.
“Sim, no fim, o mais importante é quando a última vinha se romperá.”
Tentando não tirar conclusões precipitadas, acalmei meu coração trêmulo. O importante não era o que tinha acabado de acontecer. Era o número de vezes que isso acontecia… ou seja, quanto tempo esse anel duraria.
“Apenas foque no que precisa fazer.”
Com esse pensamento em mente, discuti brevemente a recompensa e saí da igreja. A recompensa seria paga quando visitássemos novamente amanhã. — Então, vamos cada um para sua casa e nos encontraremos novamente amanhã.
Assim que decidimos um local de encontro e estávamos prestes a voltar para nossos respectivos alojamentos, Hikurod nos interrompeu com cautela. — Ei, não sei o que vocês vão achar disso, mas por que não doamos a parte de Dwalkie da recompensa para o orfanato?
— Eu… estou bem com isso. Não teríamos ganhado se não fosse prrr causa do Dwalkie.
— Para mim também está tudo bem. Na verdade, parece ridículo eu reivindicar uma parte adicional de uma quantia tão grande.
Para simplificar, a proposta era doar 3,5 milhões de pedras por pessoa para um orfanato. Ao contrário de meus colegas, que concordaram sem muita hesitação, eu fiquei em silêncio. Isso era completamente irracional. Não estávamos no meio de uma batalha contra um grande inimigo chamado Matador de Dragões? Se realmente fôssemos cumprir os desejos do Dwalkie, seria melhor usar esse dinheiro para nos tornar um pouco mais seguros.
— …Bjorn, você não precisa fazer isso. Ao contrário de nós, você foi quem mais sofreu lá dentro.
— É verdade. Estamos fazendo isso por culpa, então não se preocupe muito com isso.
Meus colegas perceberam meu silêncio e falaram rapidamente. Se eu acenasse com a cabeça aqui, essa questão estaria resolvida. No entanto, coloquei minha decisão em espera por enquanto. — Vamos discutir isso adequadamente na próxima vez que nos encontrarmos. Afinal, ainda não recebemos o dinheiro.
Definitivamente, essa era uma sugestão que eu deveria recusar de imediato, mas, por alguma razão, as palavras não saíam. Não era que eu não conseguisse falar porque estava envolvido pelo entusiasmo deles, mas uma parte fraca de mim se perguntava se eu me sentiria mais à vontade depois de doar os 3,5 milhões de pedras. Uau, é por isso que você tinha que ter cuidado com o apego. Isso tornava as decisões racionais mais difíceis. Alguns meses atrás, eu não teria me preocupado com isso.
— Até amanhã, então!
Logo depois, nos separamos e fomos para nossas respectivas pousadas. Caminhei pelas ruas pacíficas por cerca de uma hora para chegar à pousada, e, uma vez lá, lavei meu corpo, manchado de sangue e suor, com água limpa. Enquanto estava deitado na cama, meio atordoado, alguém bateu na porta.
Era a Erwen. — Uh, senhor? Você está aí?
Quando abri a porta, ela já estava lavada e vestia uma saia esvoaçante. Conversamos, e eu me perguntei se ela tinha algum negócio comigo, mas era principalmente conversa fiada sobre o que ela fez dentro do labirinto. Há um tempo atrás, isso era normal para mim. Na verdade, geralmente, isso seria interessante de ouvir, mas hoje estava difícil prestar atenção.
— Erwen, estou cansado hoje, então você deveria ir para casa.
— Desculpe? Mas agora é quando as coisas ficam realmente boas…
— Mais tarde. Vou ouvir depois. Estou cansado hoje.
— Certo… — Quando lhe dei uma ordem firme para sair, Erwen saiu com suas orelhas pontiagudas murchando.
O silêncio logo se seguiu. Com ele, tive algum tempo sozinho para pensar. Se houvesse um problema, você tinha que resolvê-lo.
“Como sobreviver.”
Desde que abri os olhos nesse corpo, esse tinha sido meu maior objetivo, e isso não havia mudado. No entanto, o processo para atingir esse objetivo era o problema.
— …Bárbaro, você manteve seu juramento, certo?
Eu quebrei o juramento do guerreiro na frente de todos, e enquanto liderava a equipe, fiz inúmeras coisas que poderiam me parecer estranhas. Naquele momento, eu justificava tudo como sobrevivência, mas sabia que era diferente. No final, havia confiança na raiz de todas essas ações. Se eu achasse que havia alguém na equipe que suspeitava de mim como um espírito maligno, eu não teria feito isso, mesmo que isso me matasse.
— …Ei! Espere um pouco, meu amigo!
O mesmo vale para dividir a poção avançada entre Rotmiller e Dwalkie. Foi uma decisão irracional que me colocou em mais perigo do que qualquer outra pessoa. E não era muito diferente do dilema que eu agora enfrentava.
“Três e meio milhões de pedras…”
Eu lentamente decidi admitir isso. Eu havia me tornado fraco. A razão era simples: eu me apeguei aos outros. Minha racionalidade, que sempre foi minha maior força, agora era majoritariamente complicada. Não seria um problema tão grande se eu apenas estivesse vivendo neste mundo. Mas para mim, cuja prioridade máxima era a sobrevivência, esse problema não poderia ser ignorado. Então, qual seria a solução?
“Eu não consegui encontrar a resposta antes de adormecer.”
Na manhã seguinte, recebi uma carta de uma filial administrativa da Guilda de Aventureiros. O conteúdo dizia que eu tinha sido designado como o beneficiário da herança de Riol Warb Dwalkie, então eu tinha que ir recebê-la.
— Você também recebeu?
— Eh, você também?
Esta foi a primeira conversa que tive com meus companheiros no dia seguinte. Parecia que todos os quatro de nós tinham recebido uma carta da guilda. Mas Dwalkie definitivamente designou um orfanato como seu beneficiário, então como isso aconteceu?
— …Em vez de tentar descobrir por conta própria, seria melhor visitar a Guilda e perguntar.
A pedido de Hikurod, todos visitamos a Guilda juntos. O departamento relevante confirmou que não foi um erro administrativo ou algo assim. Dwalkie atualizou seu testamento, nomeando os quatro de nós como beneficiários, apenas no mês passado.
— …Depois que lutamos com o Troll.
Tendo quase sido morto pelo Troll, a primeira coisa que Dwalkie fez ao voltar para a cidade foi atualizar seu testamento. Ele estava se preparando. O pior dos piores cenários, algo que eu nem mesmo havia considerado, aquele cara positivo e otimista de alguma forma previu.
Algum tempo depois, o equipamento do Dwalkie e a mochila, que haviam sido entregues à guilda, foram devolvidos a nós intactos. Também nos foi dado o direito de posse da casa que ele possuía enquanto estava vivo. Saímos do prédio como soldados derrotados.
— A minha dívida com ele… Não sei se serei capaz de pagá-la em minha vida.
— Dwalkie não teria querido que pagássemos de volta.
— Sim, ele certamente não queria. Então, vamos gastar o dinheiro que ele nos deixou onde quisermos. Se ele tivesse um desejo, seria esse.
Depois disso, fomos ao templo e pegamos a recompensa. O arcebispo parecia ocupado, então todos os negócios foram conduzidos através de Krovitz. Depois de dizer a todos os outros para irem ao bar primeiro, conversei com ele por um tempo. — Você pode prometer manter tudo o que eu disser agora em segredo?
— Você pode falar confortavelmente. Desde que não vá contra a vontade da deusa, juro que não revelarei as palavras do meu salvador a ninguém.
A parte sobre a vontade da deusa me incomodou um pouco, mas ainda assim peguei a espada longa feita de ark sem muita hesitação e mostrei para ele.
— …Essa é a espada do Matador de Dragões.
— Por alguma razão, quando tentamos usá-la, ela nos rejeita. Você sabe por quê? Se é uma maldição, quero removê-la.
— O poder dentro desse objeto não é uma maldição. — Krovitz não teve problemas para responder à minha pergunta, pois sabia muito sobre essa espada. Era uma longa história, mas o resumo era simples. O nome original dessa espada era Espada do Dragão. Regal Vagos matou o draconato guardião e fugiu com ela, dando-lhe o nome de Matador de Dragões. — Desde os tempos antigos, apenas draconatos foram capazes de empunhar essa espada. De geração em geração, os draconatos guardiões a herdavam e desfrutavam de uma vida quase imortal.
— Mas aquele homem não conseguiu usar a espada corretamente.
— Ah, isso é por causa da Maldição do Dragão.
O draconato guardião lançou uma maldição antes de morrer. Como resultado, Regal Vagos era tanto um dos draconatos quanto não era. Suas escamas de dragão, uma marca registrada dos draconatos, foram queimadas pelo fogo, e sua fonte de poder, seu coração, era mais ou menos como o de um humano agora. O ato de trair seu clã para obter a espada foi retribuído com mau karma, então o item não era mais utilizável.
— Eu sei que ele está procurando uma maneira de se livrar da maldição há muito tempo. No entanto, pelo que você disse, parece que não há uma maneira de superá-la completamente.
— Enfim, você está dizendo que não é a espada que é amaldiçoada, mas aquele cara.
— Sim, exatamente.
Depois disso, perguntei como deveríamos dispor dessa espada que não podíamos usar. A resposta de Krovitz foi simples. — Acho que seria prudente devolver a espada ao povo do dragão e receber uma recompensa bem merecida.
Sim, essa era a única maneira. Como a espada só poderia ser usada por alguém de uma raça de dragão, seria difícil vendê-la como mercadoria roubada. Decidi pensar mais sobre isso mais tarde. — Entendi. Obrigado pelo conselho.
— Não é nada. Você é um herói para nossa igreja. Se precisar da minha ajuda, por favor, visite-nos a qualquer momento.
— Ah, isso significa que poderei receber bênçãos de graça no futuro? — perguntei, só para garantir.
— Haha, isso é um pouco complicado… — Krovitz riu constrangido e traçou uma linha clara. Ele disse que faria se pudesse, mas aparentemente houve outra profecia naquela manhã. — A estrela do crepúsculo disse que tudo fluirá como deveria, então não devemos tentar ir contra isso interpretando mal sua vontade.
Por alguma razão, parecia que a deusa estava falando comigo: Já te dei uma relíquia sagrada para saldar nossa dívida, então nem pense em pedir algo mais.
— Ainda assim, posso sempre ouvir suas preocupações, então por favor, visite-nos sempre que for conveniente para você.
Depois do comentário bastante religioso de Krovitz, eu saí do templo e me dirigi à taverna.
— Ah, você está aqui? Venha sentar. — Os outros três já estavam bebendo. No entanto, o clima era bem diferente de quando normalmente terminávamos uma expedição. Não havia risos ou conversas animadas, apenas bebida. Naquele momento, percebi que, apesar de nossa equipe estar ganhando mais do que nunca, tínhamos perdido ainda mais.
“O assento na janela está vazio.”
Na mesa do bar onde cinco pessoas costumavam se reunir, havia uma cadeira vazia que nunca mais seria preenchida. No entanto, não mencionamos isso e voltamos nossa conversa para assuntos mais sérios.
— Vamos dividir a recompensa e o restante do dinheiro exatamente por quatro.
— Vamos fazer isso.
Até mesmo Hikurod, que inicialmente sugeriu doar uma parte para o orfanato, apenas acenou com a cabeça. Era algo esperado. A razão pela qual tal proposta surgiu em primeiro lugar foi para respeitar os desejos de Dwalkie. Mas se ele queria que usássemos a preciosa herança que ele deixou para nós mesmos, estávamos apenas seguindo seu último pedido.
“Teremos que nos encontrar novamente amanhã para distribuir o dinheiro do acordo.”
Todos, incluindo o anão, beberam quietamente em memória de Dwalkie, então eu também passei meu tempo assim.
— Ele não deveria ter morrido assim… — Hikurod, que vinha bebendo copo após copo, foi o primeiro a desmaiar, com a cabeça caindo sobre a mesa. Com isso, Rotmiller disse que o levaria para casa, deixando-me sozinho com a Missha.
— Bjorrrn, vamos para casa também…
Como sempre, nós dois caminhamos juntos enquanto nos dirigíamos para nossas pousadas. Missha cambaleava por ter bebido demais.
— Apoie-se em mim.
— Ah, obrigada.
Ainda estava ensolarado. Fizemos nosso caminho pelas ruas movimentadas cheirando a álcool. Como de costume, chegamos à minha pousada primeiro, e era hora de nos despedir. Mas nós dois apenas ficamos lá, nos encarando em frente à porta.
O ar estava estranhamente quente, provavelmente por causa do álcool. Sim, se as coisas estivessem normais, eu teria pensado isso, pois era mais fácil e mais conveniente para mim. Fingindo não notar, eu teria ignorado como um bárbaro.
Missha desviou o olhar primeiro. — Hum… E-eu vou embora agora. D-descansarrr…
— Missha Karlstein.
Ela se virou quando a segurei. Eu tinha feito uma promessa para ele.
— Você não sabe disfarçar. Por favor, pare de desviar os olhos e encare isso de frente.
Ele me disse para não desviar o olhar. Com o tempo precioso que ele poderia ter usado para revelar seus sentimentos a Missha, ele em vez disso me deixou com essas palavras. E eu concordei.
— Hmm?
Era a minha vez de agir. Com o pulso dela na minha mão, Missha me olhou com curiosidade. Eu respirei fundo e limpei a garganta. Então, perguntei diretamente: — Você gosta de mim como homem?
Não foi uma frase romântica, e nem era um clima tão romântico. Eu soltei a pergunta como o bárbaro que eu era, mas Missha não ficou com raiva. Ela nem riu e chamou a pergunta de estranha. Ela vacilou, depois desviou o olhar para o chão para evitar meus olhos. No entanto, após arrastar os pés na terra várias vezes, ela levantou a cabeça, olhou para mim e respondeu em voz baixa. — …Sim. Eu gosto de você. Como homem.
- N.T. É como os Rafdonianos chamam o nível de alguém.[↩]
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