Capítulo 151: Chefe Bárbaro (3/6)
『 Tradutor: MrRody 』
Tínhamos eu, um tanque, e Missha, uma lutadora de dano corpo a corpo do tipo frio. Agora precisávamos recrutar mais três membros para a equipe que se encaixassem nessa combinação.
“Um sacerdote, um mago e um arqueiro ou batedor.”
A primeira configuração que veio à mente foi esta. Você poderia dizer que era a composição básica de equipe em Dungeon and Stone. Uma vez que minha essência vampírica se foi, a presença de um sacerdote seria de grande ajuda para a equipe.
“Mas estou desistindo do sacerdote.”
Ou, melhor dizendo, seria enganoso dizer que estava desistindo. Eu até pedi a Krovitz que me apresentasse a um sacerdote, mas ele recusou categoricamente. Aparentemente, precisava haver pelo menos três aventureiros de quinto nível na equipe e a equipe tinha que ter um certo número de realizações primeiro.
“As condições básicas de recrutamento são mais rigorosas do que no jogo.”
Isso foi decepcionante, mas não um problema grave. Embora ter um sacerdote aumentasse muito a coesão da equipe, também tenho adiado deliberadamente por causa das desvantagens de acordos desfavoráveis.
“Estou começando a ter uma ideia de como formar a equipe.”
Naquela noite, descobri o chocante fato de que a Missha era racista. Depois de reunir meus pensamentos, me vesti, saí e fui para a taverna que estava querendo visitar.
Tling, ling.
Quando abri a porta, vi uma mulher da tribo do Urso Negro, que era robusta como uma rocha. Ela perguntou se eu estava sozinho. Quando respondi com o nome do Sr. Urso, a mulher franziu os lábios e apontou com o queixo para um lugar. O Sr. Urso, um aventureiro de quinto nível, estava levando bebidas e comida para alguns clientes com seu avental.
— Nem temos clientes, e ainda assim ele sempre convida os amigos.
Sentei-me em um assento vazio, tentando ignorar os resmungos atrás de mim. Depois que o Sr. Urso terminou de servir uma rodada, levantei silenciosamente a mão e o chamei.
— Oh, espere. Já vou lhe at… Bjorn Yandel?
— Vamos conversar por um minuto.
Com minhas palavras, o Sr. Urso mudou gentilmente o olhar e olhou de lado para o balcão. Eu não esperava que ele fosse assim, mas ele estava totalmente dominado pela esposa. Eu planejava apenas conversar um pouco, mas acabei pedindo dois petiscos e bebidas. Achei que isso deixaria as coisas menos tensas.
— …Ahem. — Logo depois, o Sr. Urso, que trouxe o pedido, sentou-se em frente a mim com uma expressão envergonhada. — Não é sempre assim — ele disse, inventando uma desculpa. — Você sabe disso, né? É só que a taverna está muito movimentada esses dias…
Estava bem tranquilo para uma taverna movimentada, mas não me incomodei em dizer isso. O que era tão constrangedor em ser um homem de família?
Logo, o Sr. Urso abriu a boca e mudou de assunto. — Então, já que você está aqui, isso significa que você deixou seu grupo original?
— …O grupo se desfez.
— Pela sua expressão, você deve ter perdido alguém. — Eu não confirmei nem neguei isso. No entanto, meu silêncio foi resposta suficiente. O Sr. Urso sorriu amargamente e tomou um copo inteiro. — É uma coisa maldita, isso é.
— Sim, realmente foi. — Eu também tomei o copo inteiro e pedi mais dois. Então finalmente começamos a conversar.
— Quantos você reuniu até agora?
— Apenas dois por enquanto.
— Deve ser você e a mulher-gato vermelha.
— Então, sua resposta?
— Tudo bem, vou me juntar a você.
Depois que o Sr. Urso concordou calmamente, ele começou a fazer perguntas: em qual andar estávamos mirando, como seria a distribuição do saque e como eu preencheria os dois lugares restantes. Mencionei brevemente a composição de equipe que estava pensando.
— Em primeiro lugar, tem que ter um mago, com certeza. E o lugar restante… nos deixa sem escolha a não ser encontrar um batedor.
Na verdade, também havia a opção de colocar Erwen na equipe na posição de arqueiro no lugar do Sr. Urso. No entanto, não estava claro o quão bem uma garota que acabara de começar as lições de exploração se sairia. Além disso, o Sr. Urso, que tinha uma invocação que podia servir como tanque, era capaz de compensar a ausência de um sacerdote em certa medida, então o escolhi em vez disso.
— Até encontrarmos um batedor, vamos contratá-lo. Planejamos distribuir o restante igualmente, exceto para o batedor.
— Entendi. — O Sr. Urso assentiu. — Se eu atuar como batedor, você pode aumentar minha parte? — ele perguntou sem rodeios.
— O quê?
— Exatamente como eu disse.
Que diabos esse velho estava falando? Ele acabou de dizer que era um batedor? Se sim, havia algo que eu não entendia de jeito nenhum. — Você não disse que ficou perdido no primeiro andar por dezenove horas quando nos encontramos?
— …Eu te disse a hora?
— Era por volta das 19:00 no primeiro dia, quando a Fenda se abriu.
O Sr. Urso estava vagando pela Caverna de Cristal até então, incapaz de encontrar o portal para o segundo andar. Não importa onde você acabe no labirinto, um batedor saberia com precisão a direção do portal no primeiro andar. Dezenove horas não faziam sentido quando considerava que o recorde do Rotmiller era de seis horas.
— Ah, isso… Você sabe que o caminho na Caverna de Cristal é um pouco complicado.
— Hã?
— Eu sei onde está o portal, mas sempre é difícil encontrá-lo. — O Sr. Urso explicou que apenas dava direções, e que seus outros colegas de equipe normalmente eram os responsáveis por encontrar o caminho.
Eu não sabia o que dizer a isso, então perguntei: — Para resumir, você está dizendo que é um batedor, mas ruim em direções?
— Ahem! Meus antigos colegas de trabalho disseram isso. É difícil admitir, honestamente.
O que era difícil de admitir? Até mesmo uma pessoa comum poderia encontrar o caminho para o portal do segundo andar em um dia, desde que tivesse uma bússola.
“Um batedor ruim com direções…”
Eu não sabia como isso era possível, mas não expressei esses pensamentos e encerrei a conversa. — Vou pensar sobre a distribuição do saque. Preciso ouvir também as opiniões daqueles que vão se juntar mais tarde.
— Isso é o suficiente para mim.
— Então nossa conversa acabou.
Tivemos nosso primeiro companheiro de equipe: Abman Urikfried, um arqueiro de quinto nível com uma invocação tanque, e um guia cuja aptidão para navegação era quase zero.
— Espero que trabalhemos bem juntos, Bjorn, filho de Yandel.
Nossos atributos podem ter aumentado muito, mas era só eu ou estávamos começando a ver o retorno do Time Meio-Lesado?
Em comemoração à formação da equipe, até brindamos por um tempo. Logo, a Sra. Urso nos lançou um olhar fulminante. — Querido, até quando você vai ficar brincando?
— Q-Querida? Não, isso não é brincadeira. — O Sr. Urso se levantou às pressas e foi até sua esposa, após o que conversaram em voz baixa. A princípio, parecia uma bronca.
— Oh meu Deus, você deveria ter dito isso antes. A pessoa que será o novo companheiro de equipe do meu marido! — Ela se aproximou de mim e me deu um sorriso amigável depois que a conversa deles acabou. — Prazer em conhecê-lo. As pessoas te chamam de Pequeno Balkan, certo? Ver como você é alto e forte me deixa um pouco aliviada.
— F-Fico feliz.
— Sim. Para ser honesta, eu não gostava muito dos antigos colegas de equipe dele. Como eles não mostraram o rosto aqui mesmo depois de trabalharem juntos por mais de meio ano?
— …Colegas de equipe antigos? — Eu tinha certeza de que esse homem estava jogando solo, não? Eu olhei discretamente para o Sr. Urso. Ele estava balançando a cabeça repetidamente, com o rosto pálido. Uma conversa passada me veio à mente.
— Você tem uma esposa, e mesmo assim entra sozinho no labirinto?
— O restaurante está no vermelho ultimamente. Acho que pelo menos devo ganhar algum dinheiro.
Era bom trabalhar duro, mas nunca suspeitei que ele estivesse trabalhando sozinho enquanto mentia para a esposa. Após a revelação de seu péssimo senso de direção, parecia que minha primeira impressão dele estava desmoronando. Eu pensava que ele seria um companheiro de equipe confiável e sábio, quase como um urso. Agora eu via que ele era apenas um homem vivendo o momento.
— De qualquer forma, considere a comida de hoje como minha cortesia. E embora meu marido possa ser falho, espero que você cuide bem dele no futuro.
Sem querer interferir nos assuntos familiares de outra pessoa e me meter em confusão, meio que fugi da taverna.
Quando cheguei à pousada, Erwen já tinha pedido uma bebida e estava sentada no saguão do primeiro andar me esperando. — Oh, Senhor. Você esteve bebendo? — Perguntei-me se ela veio para continuar sua história da última vez. Antes que eu tivesse tempo para dizer qualquer coisa, porém, Erwen pediu desculpas. — Me desculpe!
— Desculpe? O que quer dizer com isso?
— Eu não tinha ideia do que aconteceu com seu companheiro de equipe e eu…
— Como você sabe disso?
— Seu rosto parecia tão sombrio naquela noite, então perguntei ao seu outro companheiro de equipe.
Quando perguntei de quem ela estava falando, ela respondeu Hikurod. Parecia provável que ele tivesse contado a ela o que aconteceu sem desconfiança, porque ela disse a ele que era minha ex-companheira. Felizmente, parecia que ele deixou de fora a bênção e as partes do Matador de Dragões.
— Você deve ter passado por momentos difíceis. Eu sei… como é perder algo. — Erwen fungou e tocou minha mão. Foi muito constrangedor, como ser consolado por uma criança de três anos. Já era um pouco tarde, de qualquer forma. Nesse ponto, eu já tinha praticamente terminado de organizar meus pensamentos.
— …Vamos parar de falar sobre isso. De qualquer forma, é bom que você esteja aqui. Eu tinha algo para te dizer.
— O que é? Ah, eu ainda tenho algo para fazer…
— Algo para fazer?
— …Não é nada. Então, sobre o que você queria falar?
Decidi ser direto. — Estou começando uma nova equipe, você está interessada em se juntar? — Originalmente, não planejava incluir a Erwen. Claro, não foi por causa do pedido da Missha. Foi apenas que depois de muita reflexão, escolhi o Sr. Urso para ser nosso arqueiro, e não havia mais espaço. No entanto, a situação mudou agora que eu sabia que o Sr. Urso era um batedor. O lugar destinado ao verdadeiro batedor agora estava disponível.
“Ela está carente de poder de combate por enquanto, mas com trabalho suficiente, ela será capaz de se sair bem.”
O fato de estar recebendo lições como batedora de sua irmã era um grande bônus. Seria perfeito se ela guiasse o caminho com o Sr. Urso.
— Um… — Erwen só conseguiu dar uma resposta após um longo período de silêncio. — Estou realmente feliz por você ter feito a oferta, então não me entenda mal.
Então, era um não. — É por causa da sua irmã?
— Não. É por minha causa. Ainda tenho muito a aprender com minha irmã.
Sua resposta foi inesperada. Bem, no entanto, não é que eu não conseguisse entender de onde ela vinha. Não havia dúvida de que ficar com sua irmã agora a ajudaria a se desenvolver. Haviam se passado apenas alguns meses desde que ela começara a receber lições de aventura, e eu também não poderia ensiná-la sobre magia elemental dos espíritos.
— Entendo. Tudo bem.
— Uh… você não está bravo, está?
— Por que eu estaria? É uma ótima escolha. Você também se tornou uma aventureira agora.
— Ah, não recebo um elogio há muito tempo… — Erwen olhou para o espaço em branco por um minuto antes de limpar a garganta e voltar à realidade. Então ela falou com uma voz determinada. — Por favor, espere por mim apenas meio ano. Depois de meio ano, terei aprendido tudo o que posso aprender com minha irmã e me juntarei à sua equipe.
Bem, o pensamento era bom, mas… Agora isso parecia que eu estava contratando alguém para espionagem corporativa.
Boomp!
Por algum motivo, jurei que podia ouvir o mundo de sua irmã desmoronando.
Na manhã seguinte, assim que abri os olhos, segui para a terra sagrada sem nem mesmo me lavar. De qualquer forma, era uma avaliação razoável que não havia necessidade de lavar quando indo para um lugar cheio de bárbaros.
“Parece que voltei para minha cidade natal.”
Eu nem sequer era um verdadeiro bárbaro, mas havia algo reconfortante sobre os arbustos verdes aqui. Houve um tempo em que era desconfortável porque o chefe era assustador, mas pelo menos parecia que agora. Talvez seja por isso…
“Maldição.”
De repente, a bênção veio à mente e meu coração ficou pesado. Um instinto treinado por constante infortúnio sussurrou em meu ouvido. É dito que um segredo que mais de dez pessoas sabiam não poderia ser mantido para sempre.
“Mesmo que eu termine a sexta fase hoje, levará vários anos para alcançar a nona fase…”1
Ao contrário das outras raças, que haviam abandonado os velhos costumes, os bárbaros eram teimosamente obstinados. Se fosse conhecido que eu tinha sido confiado com uma bênção de uma deusa estelar em vez de um deus ancestral, super novato ou não, o chefe interviria e tentaria me expulsar.
“Vou pensar sobre isso depois…”
Caminhei pelos arbustos em direção ao centro da terra sagrada. Enquanto fazia isso, vi jovens guerreiros reunidos em um campo vazio, pequenos lutadores praticando artes marciais enquanto esperavam por suas cerimônias de passagem para a idade adulta. Isso era o que eu sempre via quando vinha aqui, mas…
“Aquele é o… Kharon?”
Vi um rosto familiar entre os jovens guerreiros: Kharon, filho de Tarson. Ele já foi um bárbaro bebê ignorante, mas aceitou o lado sombrio do mundo e se tornou um guerreiro de pleno direito. Agora ele estava na frente dos jovens bárbaros como um instrutor de treinamento.
— Todos juntos. Os humanos são…?
— Inimigos!
— Nossos corações…?
— Devem ser protegidos!
Era uma educação mecânica mais próxima de lavagem cerebral do que qualquer outra coisa, mas mesmo assim, suas chances de sobrevivência seriam muito maiores. Eu os olhei com um sorriso satisfeito até perceber uma coisa.
“Mas o que é isso?”
Kharon e vários dos bárbaros mais velhos que pareciam tê-lo seguido pareciam estranhos. Por algum motivo, cada um deles carregava três ou quatro mochilas. Pensei se era uma tendência de moda entre os bárbaros.
— Instrutor! E quanto a essas bolsas? — Um dos jovens guerreiros levantou a mão e perguntou. Aparentemente, eu não era o único que achava o visual estranho.
Kharon respondeu com um sorriso como se estivesse esperando alguém chamar atenção para isso. — Boa pergunta, jovem guerreiro! Este é Robert, este é John, este é Aiden… — Kharon chamou o nome de cada mochila à sua esquerda e direita, bem como à sua frente e atrás.
— Hahaha! Parecem nomes de pessoas! — o bárbaro bebê riu.
— Isso porque são todos nomes humanos. — Kharon já não estava rindo mais.
— …O-O que você quer dizer?
Kharon explicou detalhadamente como havia obtido as mochilas para os jovens bárbaros chocados, e continuou sua rotina de condicionamento mental.
— Repitam novamente. Os humanos são…?
— Inimigos!
— Nossos corações…?
— Devem ser protegidos!
— Bjorn, filho de Yandel é…?
— Um grande guerreiro!
Eu assisti, sem palavras. O que diabos eu tinha feito?
- N.T. Desde quando o Bjorn fez sua primeira Marca da Imortalidade, eu me perguntei se eram apenas seis ou nove níveis, já que tudo na novel parece envolver nove, mas ele mencionava o sexto nível desde sempre. Finalmente, me sinto aliviado por saber que são nove, mas o sexto parece ter um peso grande na construção de personagem dele.[↩]
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