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    『 Tradutor: MrRody 』


    A luz inundou meus arredores, e uma luz ainda mais branca brilhou além disso antes que minha visão retornasse.

    Olhei fixamente para o céu. Fazia muito tempo desde que estive em algum lugar tão brilhante. Bem, ainda era apenas um céu cinzento e sombrio.

    — Derek, você está indo para casa?

    — De jeito nenhum, depois de um mês daquilo? Vou direto para a taverna depois de me lavar.

    — Estou de volta!

    — Todos os aventureiros abaixo do rank sete, por favor, sigam por aqui!

    Dizer que meu entorno estava barulhento seria um eufemismo. Era natural que todos os aventureiros do labirinto se reunissem em um só lugar… mas mesmo assim. Eu não tinha ideia de que havia tantos aventureiros nesta cidade. Era como a Praça Gwanghwamun durante a Copa do Mundo.

    Clique, clique.

    Ajustei meu relógio para meio-dia.

    Quando você entra em um labirinto, apenas um dia passa na cidade do lado de fora. Não importa quantos dias você passe lá dentro, é meio-dia no dia seguinte quando você sai.

    “Quando estava jogando o jogo, pensei que era apenas algo que o designer do jogo fez para ajudar o jogador. Mas também está no mundo do jogo…?”

    Isso significava que mesmo depois de sair de um labirinto, você poderia imediatamente continuar uma missão na cidade. Então, eu pensei que era apenas uma conveniência para os jogadores.

    — Bjorn, filho de Yandell

    Quem era esse? A voz era familiar… Ao virar a cabeça na direção do som, encontrei os olhos de um bárbaro. Lembrei-me vividamente dele sendo o primeiro líder do nosso grupo.

    — Karak, segundo filho de Fanun.

    — É o terceiro filho.

    “Hein? Então, Ainar é a segunda?”

    De qualquer forma, era fácil para bárbaros altos se encontrarem nesta multidão.

    — Serum, quarto filho de Kenick! Você também voltou vivo!

    — Fico feliz que você também esteja bem, Karak, terceiro filho de Fanun!

    Eu só estava parado ali, mas os bárbaros começaram a se aproximar de mim.

    — Ha ha ha ha ha! O Lobo da Lâmina não foi grande coisa! Nada pode resistir ao meu machado por mais de um golpe!

    — Claro, você empunha seu machado valentemente, Parman, filho de Nerun!

    Era uma reunião de escola? Virou caos instantaneamente.

    Os bárbaros se cumprimentavam chamando-se pelos longos nomes e títulos incessantemente e elogiavam a valentia uns dos outros. Eram fascinantes. Como eles memorizavam esses longos nomes com cabeças duras como aquelas?

    — Bjorn! O que você está fazendo?! Vamos trocar as pedras de mana agora, você não vai?

    Limpei a garganta uma vez e respondi o mais alto que pude.

    — Oh, eu vou!

    — Você parece bastante cansado! Não há força em sua voz!

    — É verdade!

    Eu achava que minha atuação de bárbaro era boa, mas agora minha confiança estava diminuindo. Bárbaros de nascença eram diferentes.

    — Lá está!

    — O lugar onde os guerreiros provam sua bravura!

    Enquanto me movia junto com o grupo de bárbaros, consequentemente pude passar pelo processo que todos os aventureiros completavam. Não era nada especial – era apenas o processo de trocar pedras de mana por dinheiro no posto de controle.

    — São 24.476 pedras.

    — São 28.420 pedras.

    — São 41.498 pedras.

    Era como uma fila de caixa em um supermercado. Especialmente quando se tratava de rapidez.

    Os funcionários sentados na mesa fazendo seu trabalho eram super rápidos. Eles colocavam o saco de pedras de mana em cima de algo como se estivessem escaneando um código de barras, e quando um número aparecia, eles retiravam a quantia correspondente de dinheiro como uma máquina bem lubrificada. Enquanto eu observava isso curiosamente, os bárbaros ao meu redor gritavam e conversavam no topo de seus pulmões sem um pingo de vergonha.

    — Oh! Ganhar mais de quarenta mil pedras, incrível!

    — Karak, o terceiro filho de Fanun, é um guerreiro entre guerreiros!

    Ah… Eu não tinha certeza se era porque tinha vivido com uma elfa nos últimos dias, mas simplesmente não conseguia me acostumar com isso.

    Ainda precisava encontrar Erwen também… Por que esses idiotas tinham que aparecer em vez dela? Eu só estava ali parado.

    — Bjorn, filho de Yandel! É sua vez agora!

    Enquanto suspirava para mim mesmo, chegou minha vez. Caminhei até a mesa e coloquei meus sacos na frente do funcionário aparentemente sem alma.

    — Todos os três sacos são de pedras de mana?

    Os outros dois sacos pertenciam ao magrelo e ao samurai. Mas agora eles eram todos meus… desde cerca de quarenta minutos atrás.

    — Isso mesmo.

    Conforme eu assentia, o funcionário colocou os sacos na espécie de balança. Logo depois, ela mostrou a quantidade exata.

    — São 182.413 pedras.

    Um pão custava cerca de vinte pedras, então eram mais de nove mil porções de pão em sete dias.

    Era apenas ontem que eu estava chateado por derrotar um goblin e ganhar uma única fatia de pão.

    …Eu estava começando a ficar um pouco emocional.

    — Ele ganhou 180.000 pedras! Bjorn, filho de Yandel, ganhou 180.000 pedras!

    — Essa é a maior quantia já conseguida! Bjorn, filho de Yandel, é o maior guerreiro de todos os tempos!

    Mas esses bastardos nem me deram tempo para ficar emocionado.

    Rapidamente, peguei o dinheiro do oficial e saí do posto de controle. Mas assim que saí da multidão, os bárbaros notaram minha aparência e começaram a fazer um alvoroço.

    — Não são apenas as pedras! Ele até está segurando um martelo!

    — E ele até está usando sapatos! Estou com inveja!

    — Ele tem três sacolas!

    — Ele está olhando para um relógio! Ele sabe ler as horas?

    — Como isso é possível? O Bjorn, filho de Yandel, é um mago?

    Bem, não era como se eu não entendesse por que eles estavam reagindo daquela forma. Provavelmente pareceria mágica para eles. Eu era o primeiro bárbaro a entrar no labirinto nu e sair como um homem evoluído e civilizado!

    Droga, toda essa hype também estava me deixando animado.

    “Whoa, calma lá, Bjorn. Eu…”

    — Eu sou o maior guerreiro!

    — Ahh!

    Enquanto eu gritava, os bárbaros ficavam loucos. Então, eles me pegaram e começaram a me jogar para o alto. Surpreendentemente, foi melhor do que eu esperava.

    Bem, eu ia aproveitar isso.

    — Vocês não podem fazer tanto barulho aqui.

    — Desculpe! Eu peço desculpas!

    — Quero dizer, por favor, abaixem a voz…

    — Okay!

    Finalmente, a loucura diminuiu apenas depois que um funcionário do posto veio nos repreender. Então, recuperei minha compostura e sentei no chão como os bárbaros ao meu redor, esperando os bárbaros restantes terminarem no posto de controle.

    Foi então que senti olhos sobre mim e virei a cabeça para ver uma elfa me encarando através da multidão de aventureiros. Era Erwen.

    “Há quanto tempo ela estava observando? Espero que tenha sido depois que terminei de ser carregado pela multidão…”

    Sem se importar, Erwen sorriu quando nossos olhares se encontraram, como se estivesse feliz em me ver. No entanto, quando os elegantes elfos ao lado dela começaram a falar com ela, ela rapidamente desviou os olhos de mim. Curioso, ouvi a conversa deles, que se mostrou bastante revigorante. Ver Erwen conversando tranquilamente com elfos mais velhos do que ela era quase surreal.

    — Irmã! Acho que sei como lidar com os elementais agora! Entendi por que a Vovó Grinderin insistia que você precisa ser amiga deles primeiro.

    — Ah, é? Os espíritos de fogo têm um temperamento bastante curto, então logo você conseguirá ouvir suas vozes.

    “Hmm, então você faz parte desse mundo, huh? Eu só tenho bestas selvagens ao meu lado. Estou com inveja…”

    Observando Erwen com um desejo pelo que eu estava perdendo, nossos olhares se encontraram novamente. Aproveitei essa oportunidade para dizer algo silenciosamente.

    “Esta noite.”

    Erwen inclinou a cabeça, então sorriu e respondeu:

    “Okay!”

    Estava claro que essa conversa secreta estava deixando Erwen bastante animada. Mas eu não sabia se ela realmente entendia o que eu tinha dito. Será que ela respondeu ‘Okay’, ou eu só estava imaginando coisas?

    Ha… Eu teria que tentar falar com ela assim que saísse do posto de controle.

    Enquanto eu estava perdido em pensamentos…

    — Por que você está olhando para lá desse jeito? Conhece alguém?

    — N-Não! Irmã! Claro que não!

    Erwen acenou com as mãos dismissivamente em resposta à pergunta do outro elfo. Então, esperando uma oportunidade, ela olhou para mim e disse silenciosamente, “Me desculpa!”

    Eu pensei que estava lendo os lábios dela corretamente dessa vez. Também consegui entender o gesto de apontar secretamente para o outro elfo e balançar a cabeça que seguiu. Deve ter significado que ela não tinha escolha. Bem, era o mesmo aqui.

    — Bjorn, filho de Yandel! Por que você está olhando assim?! Você conhece aquela elfa?

    — Não conheço!

    — Bem, claro! Não há como o maior guerreiro de todos os tempos conhecer uma cara de samambaia tão vil!

    Eu queria fechar a boca do bastardo, mas não pude. Ao som da voz alta e retumbante, os elfos ao meu redor se viraram para nós e nos encararam.

    Entre eles estava Erwen. Mas enquanto seus olhos pareciam doloridos, ela balançou a cabeça como se entendesse.

    — Ha…

    Olhando para esses olhos tristes, tive uma realização.

    “O que estamos fazendo agora? Será que isso é Romeu e Julieta?”

    — Vamos!

    Logo depois, os bárbaros terminaram suas trocas e saíram. Falar com Erwen quando ela estava com os elfos parecia uma tarefa impossível, não importa quanto tempo eu esperasse, então os segui para fora. Irritantemente, havia mais pessoas reunidas do lado de fora.

    — Pai! Você está ferido? Senti sua falta!

    — Mano! Estou aqui!

    Hmm, sim, havia algo semelhante no jogo também. Simplificando, as pessoas reunidas aqui eram familiares ou conhecidos dos aventureiros.

    — Vamos! Eu vou abrir caminho!

    — Ohhh!

    Segui os bárbaros pela multidão, cada pessoa nela dominada pela alegria, desespero, tristeza ou afeto.

    Estudei seus rostos um por um. Era uma sensação estranha.

    — Limarion! Meu marido, onde está meu marido? Ele está…?

    — Sinto muito. Ele me pediu para te dar isso.

    —  Não… não. Não… Ahh!

    Eu joguei Dungeon and Stone inúmeras vezes, mas agora eu conseguia ver rostos e expressões que nunca tinha visto nos gráficos 2D da tela.


    Uma das razões pelas quais tive que ir com os bárbaros foi que, assim como no posto de controle, ainda havia mais procedimentos que os recém-chegados à cidade precisavam completar. No entanto, minhas expectativas sobre para onde estávamos indo foram surpreendentemente imprecisas.

    — Vamos beber! Vamos beber!

    — Ohhh!

    Assim que saíram do labirinto, os bárbaros foram direto para a taverna.

    “Vocês todos são menores de idade, seus idiotas. Ah, espera. Vocês já fizeram sua cerimônia de maioridade.”

    — Eu vou indo.

    — Por quê! Bjorn, filho de Yandel, o Maior Guerreiro!

    Uma modificação foi adicionada ao meu nome já longo. Eu dei uma desculpa de que tinha algum lugar para ir e deixei o grupo, repetindo para mim mesmo que a paciência era uma virtude.

    — Rezo para que a sorte na batalha esteja com você, Bjorn, filho de Yandel, o Maior Guerreiro!

    A realização já havia me atingido várias vezes, mas naquele momento, ela me atingiu novamente: eu realmente nunca poderia usar o bom senso para prever o que esses caras iam fazer em seguida.

    — Finalmente, um pouco de tranquilidade.

    Depois de estar com os selvagens por um curto período, senti como se estivesse ficando louco. Erwen teria sentido o mesmo quando esteve comigo?

    Da próxima vez, eu teria que suavizar o ato de bárbaro.

    Toff, Toff, toff…

    Depois de me separar do grupo, vaguei pela cidade sem parar. Eu tinha um destino em mente, mas agora, só queria andar para onde meus passos me levassem. Era pacífico.

    Era meia-noite quando vi essa cidade pela primeira vez, mas agora que era dia, as ruas estavam cheias de pessoas. Surpreendentemente, isso me dava uma sensação de segurança.

    Não havia monstros aqui. Ninguém poderia me machucar. Mesmo se eu adormecesse na beira da estrada, eu acordaria inteiro. Alguém até poderia me dar uma mãozinha.

    Havia leis, regras e lazer aqui. Claro, ainda era um mundo distante em outro universo, e eu sabia que, apesar de sua aparência, quase tudo, desde suas ideias, cultura e sistema social, seria incivilizado em comparação com o século XXI.

    Mas ainda era pacífico. Pelo menos comparado ao labirinto onde passei sete dias.

    Eu queria experimentar um pouco mais essa sensação de segurança, então continuei andando. Como os aventureiros acabaram de sair do labirinto, estar coberto de sangue não me destacava muito. Ninguém nem mesmo me olhava estranho. Mas, enquanto continuava andando pela rua, senti vontade de me lavar. Então, fui para a primeira estalagem que vi, peguei um quarto e me banhei.

    Foi interessante. Eu nunca tinha visto água de banho com mais sangue do que sujeira. Quando saí depois de tomar banho por cerca de uma hora, senti que as roupas que estava usando estavam muito sujas.

    “Droga, deveria ter comprado algumas roupas antes de tomar banho.”

    Tudo o que eu queria era dormir, mas saí novamente na rua e procurei uma loja de roupas.

    Mas por que estava fazendo isso? Ninguém estava me olhando estranho, mas ainda assim estava envergonhado por algum motivo. Meu torso nu e minhas calças manchadas de sangue e sujeira eram iguais às que estavam antes no labirinto. Bem, não, meu corpo pelo menos estava muito mais limpo, mas ainda assim…

    Eu me sentia como um selvagem novamente.

    “Por quê?”

    — Bem-vindo!

    Assim que entrei em uma loja que presumi ser uma loja de roupas, um funcionário gentil se aproximou de mim e sorriu, mesmo para um bárbaro aparentemente sem-teto. Eu nunca tinha visto um funcionário tão profissional, mesmo em Seul…

    — Uma camisa? Se você quiser fazer um pedido personalizado, por favor, visite o prédio ao lado… Oh, você está procurando algo para vestir agora? Não tenho certeza se há algo no seu tamanho, mas vou dar uma olhada.

    Com a ajuda do funcionário, consegui comprar uma camisa justa e calças de pano pretas. O total foi de 2.500 pedras.

    Não consegui dizer se fui enganado ou não. Nunca experimentei ou comprei roupas que não tivessem nenhuma função quando estava jogando o jogo.

    — Até a próxima!

    Agora que eu parecia mais com uma pessoa, voltei para a estalagem. Depois de observar aquele funcionário civil trocar minhas pedras de mana e também conversar com aquele funcionário da loja de roupas agora, senti que a cidade exalava uma vibe estranhamente moderna.

    Rafdonia.

    A maioria dos edifícios era feita de pedra e tinha muitos andares. Era difícil até mesmo encontrar um prédio com menos de três andares nesta rua, e até minha água de banho saía de uma torneira. Talvez viver nesta cidade fosse mais viável do que eu pensava.

    Logo após chegar à estalagem, deitei-me na cama. Enquanto eu relembrava os eventos dos últimos sete dias um por um, percebi que eu também era humano, não muito diferente de Hans.

    Quando caí neste mundo pela primeira vez, meu único objetivo era sobreviver. Mas agora?

    Finalmente deixei escapar as palavras que vinha engolindo há dias.

    — Eu quero voltar para casa.

    Eu queria voltar. Mesmo que não houvesse ninguém lá para me receber.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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