Capítulo 194: Bifron (4/5)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisor: SMCarvalho 』
Incluindo hoje, eu havia me encontrado com ela um total de quatro vezes: uma vez na Terra dos Mortos, uma vez nos esgotos, e uma vez por acaso na minha pousada após Noark ser selada. A esse ponto, estávamos claramente além do ponto de coincidência. Portanto, era hora de alterar minha abordagem em relação a essa mulher.
— …Você não vai?
— Não, mudei de ideia.
Como diz o ditado, conhecimento é poder. Eu poderia ter tentado evitar minha curiosidade até este ponto para não me envolver com essa mulher, mas já havíamos acabado aprendendo os nomes um do outro.
— …Não sou só ‘humana’. Amelia Rainwales.
Evitar não era mais uma opção.
“Preciso descobrir agora quem diabos é essa mulher.”
Se alguém ficasse rondando perto de sua casa, claro que você deveria descobrir que tipo de pessoa era. Se deveria ser reportada à polícia ou se era assustadora o suficiente para você abandonar sua casa e ir embora… Só depois de ter essa informação você poderia responder adequadamente.
— Jingkasar Feljain! — Depois de esperar um pouco, a porta do terraço se abriu abruptamente. A pessoa que entrou era um homem careca usando uma venda preta. Parecia que esse cara era o líder do grupo oriental. — Você se atreve a entrar em nosso território sem uma palavra? Tenho certeza de que veio prepar… espera, o que aconteceu com seu cabelo…? — O careca, que havia entrado com vigor, não terminou sua frase. Aparentemente, o corte de cabelo em formato de água-viva de Jingjing foi um choque para ele. — …Era uma peruca?
Jingjing não respondeu, apenas abaixou a cabeça. Um silêncio constrangedor caiu.
Parecia que havia muito ressentimento acumulado entre eles para que houvesse simpatia, no entanto. A confrontação recomeçou um momento depois. — V-Você acha que vou ter pena de você por causa disso? A partir de hoje, vou acabar com minha rivalidade miserável com você!
— Pft, puhahaha! Você acha que um perdedor como você, que nunca nem entrou no labirinto, pode me derrotar só porque tem mais números? Um aventureiro de sexto nível como eu? — Jingjing seguiu a declaração do careca com risadas exageradas e confiança.
Na realidade, ele nem era sexto nível. Quando o interroguei sobre isso mais cedo por ele ser tão fraco, Jingjing confessou que era na verdade sétimo nível.
“Não há como um cara assim ficar tão relaxado contra um grupo de dezenas. Ele está confiante porque eu estou aqui?”
Isso era meio engraçado, mas o careca estava sério. — Sim, eu sei que você costumava ser um aventureiro de sexto nível. Mas é por isso que trouxe alguém impressionante comigo. Abram caminho, pessoal!
Quando o careca disse isso, as dezenas de capangas atrás dele se afastaram e revelaram uma mulher: Amelia Rainwales, uma aventureira do oitavo andar de Noark.
— Bárbaro? Por que você está…? — Sua expressão irritada ao aparecer no meio do grupo de homens se transformou em uma carranca quando me avistou. Foi meio satisfatório.
“Você não sabe o quão surpreso fiquei ao também ver você.”
— Essa é a minha pergunta. Por que diabos você está aqui?
Amelia ignorou minha pergunta enquanto tentava organizar seus pensamentos, e o careca olhou de um lado para o outro entre nós e abriu cautelosamente a boca. — …Você conhece esse bárbaro? — Ele devia estar preocupado que ela parecesse me conhecer, já que ele tinha depositado toda sua fé nessa mulher.
— Quieto. — Quando Amelia murmurou secamente, o careca estremeceu e se calou. Cerca de três segundos se passaram. — Bjorn Yandel, entregue o homem ao seu lado. — Parecendo ter se organizado, Amelia de repente fez um pedido.
Claro, não havia como eu concordar com isso. — Esse cara é meu subordinado. — Bárbaros não abandonam seus subordinados. Pelo menos não se não houver motivo para isso.
— …Chefe! — Quando respondi imediatamente, sem pensar, Jingjing parecia emocionado.
Por outro lado, Amelia não parecia entender. — Subordinado? — Ela parecia não entender por que uma estrela em ascensão na indústria de aventuras estava aqui, agindo como líder de uma gangue.
— Eu tenho meus motivos — disse brevemente.
Amelia assentiu friamente. — Entendo. — Você pensaria que ela perguntaria quais eram esses motivos, mas esse era apenas o jeito dela. — Então vou levá-lo à força. — Quando as negociações falharam, Amelia imediatamente pegou uma adaga e assumiu uma postura ofensiva. Será que ela achava que era uma bárbara ou algo assim?
Eu rapidamente continuei. — Espere, vamos conversar primeiro.
— Conversar?
— Sim.
As coisas eram diferentes de quando nos encontramos na pousada. Eu não tinha companheiros para ajudar e Bifron era uma terra sem lei. Conversar era o melhor. Eu não tinha os atributos de personagem para parar uma aura ainda. E se seu corpo fosse fraco, sua mente estava fadada a sofrer.
— Interessante. Eu não pensei que você seria o primeiro a tentar conversar. Está planejando uma emboscada?
— Emboscada? Eu não faço nada covarde assim. — Eu não escondi que isso era insultante para mim. Claro, eu posso ter jogado minha maça nela no meio da conversa nos esgotos, mas dobrei a aposta. Minha memória daquela época havia sido apagada, pelo menos pelo que ela sabia.
— …Faça-me rir. — Ela não podia discutir comigo sobre isso, no entanto, e seguiu em frente sem um traço de frustração. Seu corpo ainda estava se preparando para uma emboscada. Ela finalmente estava me reconhecendo como um adversário digno?
— Primeiro, afaste os homens.
— Certo.
Um acordo foi feito e, quando dado um olhar, o careca levou os capangas para baixo. Em seguida, foi a vez de Jingjing. — Hum…
— Não se preocupe. Eu não vou te abandonar.
— Sim, chefe! — Ele parecia ansioso, mas ainda confiava em mim e desceu as escadas. Logo, éramos apenas nós dois no terraço. Assim, era hora de ter uma conversa franca.
— Amelia Rainwales. O que você está fazendo aqui?
— Por que eu deveria responder isso?
— É engraçado ver adultos se envolverem em uma briga de crianças.
— …Você não acabou de fazer vinte anos?
Vamos lá, detalhes não eram importantes aqui. Eu tinha certeza de que Jingjing e o careca eram mais velhos em termos de idade, mas nessa indústria, os fortes eram os que tinham senioridade.
— De qualquer forma, sua resposta?
Amelia pensou por um momento antes de abrir a boca. — Primeiro você. Por que diabos você está em Bifron?
— Fui preso por usar uma habilidade especial na cidade. Achei que acabaria com uma multa, mas me disseram para vir morar aqui por vinte dias. Hoje é o terceiro dia.
— E o subordinado?
— Ele tentou me assaltar, então eu bati nele em retribuição e tomei a gangue dele.
Amelia sorriu. — Você realmente faz o que quer, não é? — Seu tom não estava tingido de sarcasmo. Em vez disso, havia um toque de inveja.
— Sua vez. Por que você veio aqui? — Eu já havia feito a mesma pergunta várias vezes.
Finalmente, Amelia me deu um breve resumo de sua história. — Estou procurando um aventureiro que pode estar aqui. Em troca da ajuda deles, concordei em ajudá-los com algo.
— Entendo. — Agora a situação fazia sentido. Eu estava me perguntando por que ela faria um acordo com caras tão fracos.
“Ela provavelmente quer resolver isso discretamente. Uma comoção como a que eu causei inevitavelmente causaria alvoroço.”
Isso pode se resolver mais suavemente do que eu esperava.
— Estou te dizendo só por precaução, mas não estou aqui para quebrar minha promessa.
“Huh?”
Quando inclinei a cabeça, Amelia continuou oferecendo algo que quase parecia uma desculpa. — Eu… não pensei que te encontraria aqui.
Oh, aquilo… sua promessa de nunca vir me procurar novamente. Eu nunca imaginei que ela se importaria com isso em uma situação como esta, e antes que eu pensasse nisso. Ela tinha algum tipo de obsessão com promessas?
— Não se preocupe. Eu não pensei que você havia quebrado sua promessa.
— Entendo…
Agora que eu tinha uma noção da situação, fui direto ao ponto. — De qualquer forma, estou feliz. Se for esse o caso, não temos motivo para lutar.
— Você quer dizer que vai entregá-lo?
— Não, não há necessidade. Você não está precisando de subordinados? Eu vou te emprestar meus homens.
— Ouvi dizer que a Aliança Ocidental tem a menor autoridade aqui.
— Você é mais rápida do que eu pensava.
— Porque já se passaram mais de dez dias desde que cheguei aqui.
Eu assenti. — Faz sentido.
Como ela disse, a Aliança Ocidental era uma pequena elite, embora fossem fracos demais para serem chamados de elite. Mas, pelo menos, seriam melhores em rastrear alguém.
— Não se importe com o pequeno número. — Isso não era um problema. Na verdade, eu quase não conseguia entender por que ela não tinha pensado em algo tão simples. Não há subordinados suficientes? Por que se preocupar com algo assim? — Porque a partir de hoje, o setor oriental também é meu território.
Os subordinados só precisavam ser copiados e colados.
Eu tinha me perguntado se ela era do tipo inflexível considerando o quanto valorizava promessas, mas ela era surpreendentemente parecida comigo nesse sentido. Ou seja, Amelia também era uma fanática por eficiência. — Isso não é uma má ideia.
— Você quer dizer que concorda?
— Antes de chegarmos a isso, o que você ganha me ajudando?
— …Me faça um favor algum dia.
— Então eu recuso. Por algum motivo, tenho a sensação de que você vai me pedir algo que não poderei realizar.
Bem, isso não funcionou. Tudo bem, não importa. O favor não era o importante aqui. — Então considere isso uma caridade. É melhor do que desperdiçar minha energia lutando com você.
Acho que isso parecia plausível o bastante, já que só então ela concordou com o acordo. Eu desci para o primeiro andar.
— O-O que aconteceu com aquela mulher?
— Você esqueceu de adicionar ‘chefe’. — Eu dei um chute no estômago do careca, que estava em uma confrontação desconfortável com Jingjing. Era costume cortar seu oponente de imediato quando você estava assumindo uma promoção.
— Urgh! — Chutado bem no estômago, o careca caiu no chão na hora. — Seu bastardo!
Com isso como o gatilho, os caras do leste preenchendo todo o primeiro andar investiram contra mim. Espadas, martelos, lanças, espetos, os brutamontes me atacaram sem piedade com as armas em suas mãos. Não havia necessidade de detê-los.
— Q-Que diacho…
Embora eles mirassem na pele exposta, as armas ricochetearam sem nem deixar um arranhão. Isso era natural. Esses eram caras que haviam saído às dezenas para pegar um único Jingjing, e eles achavam que ataques assim funcionariam contra minha resistência física atual?
— Vocês terminaram?
— …Não.
— Behelaaah!
Não demorou muito. Depois de implantar o medo neles com 【Explosão Selvagem】 e destruir alguns caras como exemplo, a batalha acabou. Dezenas de homens nem sequer ousaram fugir da diferença esmagadora de poder.
Eu peguei o careca pelo colarinho e o levantei. — Qual é o seu nome?
— P-Philippe Lazere!
— A partir de agora, vou te chamar de Careca.
Ok, isso concluía as apresentações. Assim que estava prestes a passar para a próxima etapa, o careca perguntou em tom vazio — Q-Quem é você?
Corrigi o erro ali. — Chefe.
— O quê…?
— Eu sou seu chefe.
— Chefe…? — O olhar confuso do careca mudou para Jingjing, que estava se escondendo no canto. Finalmente, ele entendeu a situação.
“Sim, foi assim que também o derrotei.”
— Você chegou na hora certa — disse a Amelia quando a notei. — Me dê uma poção.
— …Poção?
— Meu subordinado está ferido. Preciso tratá-lo.
Amelia me olhou como se estivesse olhando para uma criatura estranha, mas então tirou uma garrafa de poção e me entregou.
Chhhhhh.
O careca gritou e se contorceu enquanto eu lhe dava a poção. Após um momento de espera, ele recuperou a consciência suando frio. Ele ainda parecia estar sonhando.
Chega de bastão, hora das cenouras. — Eu vou embora em dezessete dias.
— Desculpe?
— Estou apenas dizendo. — “Simplificando, considere isso apenas um azar que vocês terão que lidar até então. Depois disso, ordenei ao careca e a Jingjing que fossem reunir todos.” — Como é muita gente, a Praça Dimensional servirá. Cinco horas são suficientes?
— I-isso não é nem perto do suficiente…
— Sim, chefe! Isso é suficiente! — Jingjing interrompeu o careca à força. Isso que era a experiência para você ver. Responder ‘sim’ a qualquer coisa era a maior virtude de um subordinado, especialmente se seu chefe fosse um bárbaro.
— Ok então, vão logo.
Como o tempo estava se esgotando, meus subordinados rapidamente correram para cumprir suas missões. Foi uma visão bastante satisfatória.
“É por isso que todos são tão obcecados por poder?”
Sorri e voltei meu olhar para a Amelia, mantendo meu tom deliberadamente casual. — Agora, diga-me. Quem você está procurando?
Eu estava curioso desde antes. Afinal esta mulher era de Noark. Ela poderia estar procurando por alguém, não por vontade própria, mas por ordens de Noark.
“Alguém que a cidade subterrânea enviou para ela procurar em um momento como este…”
Isso poderia ser uma pista importante. Qualquer informação que os outros não soubessem sempre era útil. Mesmo se a informação fosse irrelevante para mim, eu poderia usá-la para parecer importante na Mesa Redonda. De qualquer forma, eu não tinha nada a perder.
Mas, apesar do que eu esperava, Amelia apenas respondeu com a descrição do indivíduo. — Parece uma pessoa idosa, mas pode estar disfarçada.
— Quer dizer que ele não pode ser identificado pela aparência? Então como você vai encontrá-lo?
— A tatuagem nas costas. Ouvi dizer que é impossível escondê-la com qualquer feitiço.
“Hmm, então temos que verificar as costas de cada pessoa?”
— Alguma outra característica útil?
— Não.
— Você nem sabe o nome dele?
— …É uma informação inútil, já que estarão usando um pseudônimo de qualquer maneira.
— Você nunca sabe. Vamos, fale.
Quando insisti, Amelia hesitou por um momento. Mas deve ter determinado que eu não saberia de qualquer maneira, porque logo respondeu com um nome. — Auril Gavis.
Tá-porra!?
— Auril Gavis?!
— …Você o conhece?
— Não, só fingi conhecer. — Improvisei uma resposta e coloquei uma expressão impassível.
Tum-tum-tum!
Mas, apesar da minha aparência calma, meu coração batia como louco. Isso era inevitável. Auril Gavis? Esse era o nome do autor da série de Livros Completos das Fendas, e o criador de Dungeon and Stone!

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