Capítulo 201: Benção (1/4)

『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisor: SMCarvalho 』

Um círculo mágico floresceu no chão do esgoto. Enquanto eu estava lá, absorvendo a luz que ele irradiava, o cheiro de sujeira desapareceu no ar.

— Você chegou.

Era o Templo do Dragão que eu havia visitado da última vez. Eu podia ver o Sr. Dragão na minha frente com seis membros da tribo dos draconatos atrás dele. Aqueles deviam ser os anciãos que ele mencionou anteriormente. Eles tinham olhos reptilianos que se dividiam verticalmente, mas não era difícil perceber que seus olhares não eram tão amigáveis.

Isso pedia um grito de batalha. — Behelaaah!

Eu não usei a 【Explosão Selvagem】, já que não vim para começar uma briga, mas isso foi o suficiente para atrair aggro. Os anciãos franziram a testa enquanto me observavam, aparentemente se perguntando o que diabos eu estava fazendo.

— Oh, desculpe. Eu só queria fazer isso.

Quando cocei a parte de trás da cabeça e pedi desculpas, o Sr. Dragão, o único aqui com experiência anterior em lidar comigo, começou nossa reunião com um olhar estranho nos olhos. — Você… não mudou.

Foi um elogio? Agora que meu grito de apresentação estava feito, fui direto ao ponto. — Então, o que eu preciso fazer agora?

A Bênção do Dragão poderia ser concedida a mim, um bárbaro? O Sr. Dragão disse que os anciãos decidiriam isso após se encontrarem comigo, mas não seria porque estavam curiosos sobre minha aparência. Que tipo de verificação eles queriam de mim?

— Não é nada — disse o Sr. Dragão. — Antes de tomar uma decisão final unânime, os anciãos farão perguntas ou pedidos.

— Eu entendo a parte das perguntas, mas o que você quer dizer com pedidos?

— Bem, eu também não sei ainda. Mas você deve saber que pode recusar se quiser.

“Claro. Então eles simplesmente votarão não. É por causa da Bênção do Dragão? Eles estão sendo ridiculamente rígidos.”

— O que acha? Vai fazer isso?

Resmunguei internamente, mas assenti, embora estivesse começando a pensar que estavam pedindo muito de alguém que estava devolvendo a Espada do Dragão… mas a Bênção do Dragão valia a pena.

— Ok, está decidido então. Não há razão para perder tempo, então devemos começar imediatamente?

— Certo.

Após receber meu consentimento, o Sr. Dragão olhou para os anciãos atrás dele para iniciar o processo de verificação. A primeira a avançar foi uma das duas únicas draconatos fêmeas presentes.

— Eu vou começar. — Devido à natureza da tribo dos draconatos, era inútil adivinhar sua idade com base na aparência, mas tive a sensação de que ela era a mais jovem deles pelo olhar e tom de voz. — Bjorn, filho de Yandel. Qual é o seu maior desejo?

Assim que ouvi essa pergunta, tive uma ideia do propósito desta audiência. Era verdadeiramente uma avaliação, no sentido mais estrito da palavra, para aprender que tipo de pessoa eu era antes de passar a arte secreta da Bênção do Dragão para alguém de outra raça.

Contemplando isso por um momento, dei minha resposta honesta. Seria retornar à Terra? Não, apesar de tudo, esse era apenas um objetivo secundário. — Sobreviver. — Minha prioridade sempre foi a sobrevivência, embora isso tenha mudado um pouco. A sobrevivência continuava sendo uma prioridade, mas agora também havia algo mais. — Se possível, com meus companheiros.

Mesmo enquanto respondia, senti uma estranha emoção crescer dentro de mim. Desde que cheguei a este mundo estranho, essa pode ter sido minha maior transformação. Então, como minha resposta foi recebida?

— …Entendo. — A mulher draconato me deu um olhar significativo e fez mais uma pergunta. — Se seu sacrifício pudesse salvar um companheiro, o que você escolheria fazer?

— Eu pensei que cada um faria uma pergunta.

— Você não precisa responder se não quiser — a mulher draconato disse em um tom que implicava que não se importava.

Eu apenas respondi honestamente de novo. — Eu ainda não sei. — Se você me perguntasse se eu faria a mesma escolha que o mago do Time Meio-Lesado, Riol Warb Dwalkie, esta seria a única resposta que eu poderia dar. Qualquer coisa que eu dissesse ou qualquer resolução que eu tomasse antes de enfrentar essa situação era insignificante. A morte sempre colocava os humanos à prova. — Mas quando chegar a hora, farei o que for necessário.

A mulher draconato me deu um olhar curioso. — …Então você poderia simplesmente ter respondido que salvaria seu companheiro.

— Eu não queria responder à pergunta dessa maneira — disse despreocupadamente.

“Isso também não seria justo com ele.”

A mulher draconato, que não tinha ideia do que eu tinha passado, me encarou por um momento antes de recuar. — Minhas perguntas terminam aqui. — Era difícil discernir se ela gostou ou não da minha resposta apenas pela expressão.

Antes que eu pudesse respirar, a próxima rodada começou. — Eu sou Geornavehanuteres. — Um homem de meia-idade com um corpo quase tão volumoso quanto o meu fez um pedido em vez de uma pergunta. — Lute comigo.

A proposta foi acompanhada por uma explosão subjacente de Medo Dracônico. Respondi sem hesitar. — Certo.

Como um guerreiro bárbaro, seria ridículo recusar essa oferta. Além disso, essa era uma boa oportunidade. Um ancião da tribo dos dragões seria pelo menos equivalente a um aventureiro do sétimo andar. Se eu pudesse lutar com ele sem correr o risco de morrer, não havia razão para não fazê-lo. Essa foi minha avaliação.

— Todos, parem — interrompeu o Sr. Dragão. — Concordamos em não fazer tais pedidos.

— O que é mais confiável do que trocar punhos? Não concorda, guerreiro bárbaro?

“Uh, eu ia usar uma maça…”

Pessoalmente, pensei que equipamentos também contavam como habilidade, mas decidi apenas apoiá-lo. — Claro.

— Hahaha! Eu gosto de você! — Acho que minha resposta o satisfez, já que o draconato musculoso explodiu em risadas. — No entanto, eu não pensei que ele concordaria com um pedido assim sem hesitar.

Os outros anciãos também pareceram achar minha resposta interessante. — Então, o que você vai fazer?

— Vou fazer uma pergunta antes de prosseguir — concedeu o draconato musculoso, óbvia decepção em seu tom. — Bárbaro, do que você mais tem medo?

A primeira coisa que veio à mente foi a morte. No entanto, dar a mesma resposta que dei para a primeira pergunta não era uma boa etiqueta de entrevista por muitas razões. Então respondi com um pouco mais de especificidade. — Lutar contra alguém mais forte do que eu.

— …O quê? — O draconato musculoso inclinou a cabeça como se tivesse me ouvido mal. Um momento depois, ele percebeu algo. — Você acha que sou mais fraco do que você? — ele rosnou.

Balancei a cabeça. — Não, eu não acho.

— Mas você acabou de…

— Você não pretendia me matar, certo?

— Não, mas…

Eu o interrompi abruptamente. — Eu devo lutar porque tenho medo. Cada vez mais a cada dia.

Eu sabia que isso poderia soar não tão bárbaro para alguns, mas, e daí? Esse era o verdadeiro espírito de um bárbaro.

Felizmente, parecia que eu havia conseguido transmitir corretamente o que queria dizer. — Preparar-se para aquele momento em vez de fugir porque tem medo… essa é de fato, uma resposta sólida. — O draconato musculoso sorriu. — Interessante. Todos os bárbaros são como você?

— De certa forma.

Foi de fato a Ainar quem me ensinou como os guerreiros viviam suas vidas, e o conselho que ela me deu na época me mostrou o caminho a seguir sempre que eu estava encurralado.

— Entendo. Minhas perguntas terminam aqui. — Logo, o draconato musculoso voltou para sua posição com um sorriso satisfeito no rosto. Uma coisa era certa: eu definitivamente tinha um voto.

A terceira rodada também foi uma pergunta, não um pedido, e uma pergunta bastante estranha. — Você, está apaixonado por alguém?

— …Não.

— Sua resposta foi um pouco tardia. Acho que há alguém em mente. — A draconato fêmea de aparência sonolenta voltou para sua posição sem mais perguntas.

A quarta vez começou assim. — Vou testar sua perspicácia. — Um draconato vovô de cabelos grisalhos me entregou um item. Eu pude ver para que servia assim que o vi. Era um quebra-cabeça de anéis. — Agora, separe eles.

“Huh, nunca pensei que isso seria uma das tarefas.”

— Para te dar uma pequena ajuda, há uma ordem e um método específicos que você deve usar para separá-los. — Quando peguei o quebra-cabeça de anéis dele, o draconato vovô sorriu e até me deu uma dica. Ele provavelmente pensou que eu nunca conseguiria resolver isso. Nossa, ele pensou que eu era um verdadeiro bárbaro ou algo assim? Eu costumava brincar com muitos quebra-cabeças de anéis no hospital quando era criança. — Vou te dar o tempo que precisar. Às vezes é possível chegar à verdade através da persistência.

Peguei o quebra-cabeça de anéis e verifiquei a configuração primeiro, olhando para cima, para baixo, para a esquerda e para a direita. Com tempo suficiente, não havia como eu não conseguir resolver isso.

Bem, isso deveria ser o caso.

— Haha, já se passaram cinco minutos.

“Droga. O que diabos é isso?”

— Já se passaram dez minutos. Está mais perto agora?

Admiti para mim mesmo que receber mais tempo provavelmente não levaria a uma resposta. E assim, só restava um método: 【Gigantificação】. Meu corpo se expandiu instantaneamente. Peguei os anéis com minhas mãos ampliadas e os puxei para o lado.

Crunch.

Finalmente consegui separar os sete anéis.

— O-O que você está fazendo!

— Eu separei.

— …I-Isso é-é um absurdo!

— Você nunca me disse para não quebrar — respondi com confiança. Isso porque eu já tinha percebido qual era o truque desse quebra-cabeça. Esse velho me disse no início que estava testando minha perspicácia, não minha inteligência. Ele também insinuou que a solução era algo que você só poderia chegar através da persistência. Isso significava que esse quebra-cabeça de anéis era impossível de resolver, para começar!

“Ele provavelmente me deu isso para ver como eu resolvo problemas que não têm solução.”

— C-Como isso?! Você não pode resolver assim…! — O draconato vovô caiu no chão atordoado e mexeu no quebra-cabeça que agora tinha algumas peças extras. Seus olhos pareciam muito tristes por algum motivo.

— Ahem.

— E-E isso não pode ser obtido em nenhum outro lugar…

— Quem é o próximo? — Fiz o meu melhor para ignorar o draconato vovô e me virei para os anciãos, que retomaram a interrogação.

A quinta pergunta foi sobre meu passado. — Quantas pessoas você matou até agora?

Lembrei-me de cada pessoa em minha mente e dei-lhes o número exato. Então o ancião perguntou por que eu as matei. A resposta não era complicada. Os métodos que usei para matá-los variavam, mas minha razão para fazê-lo era apenas uma. — Porque eles tentaram me matar.

— Entendo. — O ancião que fez a pergunta assentiu e recuou, encerrando a quinta rodada. Logo, a audiência de confirmação chegou à sua fase final. Eu não sabia se tinha corrido bem.

Bem, o velho que me deu o quebra-cabeça provavelmente é contra… O draconato musculoso provavelmente votará a favor. O resto? Bem, não tenho certeza.

— Então é minha vez agora. — Logo, um homem bonito que parecia estar em seus vinte e poucos anos deu um passo à frente e fez apenas uma pergunta. — Você só disse a verdade?

A maneira como ele perguntou fez parecer que ele podia discernir a verdade. Isso me deixou desconfortável, mas eu havia respondido a todas as perguntas com a verdade até agora. Além disso, achei que se tirasse uma nota baixa aqui, não seria tarde demais para começar as negociações no estilo-BC, abreviação de Bárbaro Coreano. — Eu disse.

— Então terminamos.

Isso foi o fim da audiência. O Sr. Dragão trocou olhares com o último homem e abriu a boca. — Parece que teremos que discutir mais entre nós, então você pode descansar um pouco.

— Vou ter que esperar muito?

— Bem, parece que terminaremos em uma hora.

Bem, nesse caso, guiado pela mulher draconato que fez a primeira pergunta, eu me dirigi ao interior do templo e cheguei a um quarto. Como mencionaram descansar um pouco, eu tinha certeza de que estava sendo guiado para um quarto de hóspedes.

— Você é o bárbaro que deveria vir hoje? — No entanto, o quarto tinha um ocupante anterior, uma criança draconato com a aparência de uma adolescente. Ela olhou para mim e riu. — Uau, você é super feio!

Que diabos? Quem era essa criança rude? Minha mente ficou em branco com o golpe repentino, mas eu ri calmamente como o adulto que sou. — Haha, parece que você não tem mãe.

— …Hã?

— Se você fosse bem educada, não diria mentiras tão absurdas! — Bjorn Yandel era viril, mas de forma alguma feio.