A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 202: Benção (2/4)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisor: SMCarvalho 』
“Antes de embarcar em uma jornada de vingança, cave duas sepulturas.” Estas eram as palavras de Confúcio.
Mas o livro que eu havia lido tinha apenas essas palavras escritas dentro, o significado pretendido não estava incluído. Então, o que Confúcio realmente queria dizer? Que era importante perdoar? Ou apenas quão auto-destrutivo e perigoso era escolher a vingança? Eu, do século XXI, não tinha como saber, então escolhi interpretar da maneira que mais ressoava comigo. Sim, Confúcio sabia que quando você ia chutar a bunda de alguém, tinha que estar preparado para ter sua bunda chutada também.
“Mas acho que ela não sabia disso.”
Eu encarei a criança que me desferiu um golpe pessoal no primeiro momento em que nos conhecemos. Ela estava atualmente olhando para o espaço, atordoada.
— Isso… o que isso significa? Eu não entendo… — Eu não usei nenhuma palavra difícil ali, então o que ela não entendia devia ser a situação em si, não o que eu havia dito. Bem, talvez não? — E-Eu tenho uma mãe! — a criança gritou, me encarando.
— Você tem? — respondi.
— Quero dizer, ela faleceu, mas… — A garotinha recuou enquanto falava. Para ser honesto, eu também fiquei um pouco surpreso. Eu não pensei que meu insulto seria tão preciso.
No entanto, isso não era um problema. — Claro. — Assenti como se já soubesse disso. Ela não tinha mãe? E daí? O mesmo acontecia com Bjorn Yandel, que cresceu sem mãe. Além disso, considerando a fisiologia da tribo dos dragões, essa criança era jovem apenas na aparência. Ela provavelmente era mais velha do que eu, o que significava que não havia razão para eu parar de puni-la por aquele ataque preventivo.
— M-Mas como… você sabia…?
— Tá na cara.
— Huh… na cara?
— Sim. Se você fosse bem criada, não diria essas mentiras.
Quando respondi como se isso fosse óbvio, a criança rangeu os dentes. Embora xingar os pais de alguém não fosse um insulto costumeiro neste mundo, não se podia evitar ser sensível a tópicos relacionados à família.
Uh, ou eu estava errado?
— Peça desculpas, bárbaro! Mentira? Eu não menti! — A criança, que havia se recuperado mentalmente em certa medida, soltou um grito furioso pelo fato de ter sido acusada de mentir.
Por algum motivo, uma parte do meu coração morreu assim que ouvi isso. Em pensar que ela negaria tão veementemente. Quer dizer que ela foi sincera quando me chamou de super feio. Bjorn Yandel teria ficado magoado com isso, mas isso também não era um problema. Um Bárbaro Coreano sempre devolvia um insulto em dez vezes. Esse era eu.
— Nem percebe que mentiu, né? — Eu dei à garota um olhar de simpatia. — Que triste, parece que você também não tem pai…
— Eu tenho! Eu tenho um pai! Seu bastardo esquisito! — A criança me interrompeu com um grito. Decidi parar de provocá-la aqui. Isso deveria ser o suficiente para transmitir que mexer com um bárbaro poderia levar a grandes problemas. Além disso, esta era a terra natal dos draconatos.
“Espere, mas por que a anciã está em silêncio?”
De repente, percebendo o silêncio atrás de mim, me virei e avistei a anciã draconato me observando com um sorriso. — Incrível.
“Hã?”
— Nunca vi alguém deixar a Senhorita Penitaseauros tão irritada.
Isso me disse que ela era uma criança excessivamente emocional. Mesmo neste momento, ela estava bufando e me encarando, exceto que eu estava focado em outra coisa.
“Senhorita?”
A anciã havia adicionado um honorífico ao nome. Isso significava que o status dessa criança dentro da tribo dos draconatos era notável.
— Espere, essa é a xamã?
A xamã draconato servia a um papel semelhante ao do único xamã bárbaro. Simplificando, a Bênção só poderia ser concedida por ela.
— Oh, você não sabia?
“Como eu deveria saber? Caralho!”
Quando lentamente me virei de volta, a criança estava me encarando ainda mais agressivamente. — O quê? Quer se desculpar agora? — Havia um sorriso evidente em seus lábios.
Depois de pensar por um tempo, decidi manter minha posição. — Criança, por que eu deveria me desculpar?
— …Você não quer receber a Bênção?
Isso era verdade, mas mesmo uma xamã estava abaixo do Sr. Dragão, o chefe. Se ele desse o aval, essa criança não teria escolha a não ser me conceder a Bênção.
— Isso é para o ancião draconato decidir.
A criança sorriu com essas palavras. — Oh, você quer dizer meu pai?
Congelei no meio do riso. Ela era filha do Sr. Dragão? A xamã da tribo e filha do antigo ancião draconato… De fato, ela não poderia ter um status mais elevado, mas a opção de pedir desculpas já havia sido apagada da minha mente. Isso não era algo que um bárbaro faria. Mais do que tudo, se eu pedisse desculpas, estaria admitindo que era super feio.
— …O que você está olhando?
— Nada? Eu não estou olhando para nada?
Após a revelação chocante da identidade da criança, ela e eu nos envolvemos em uma batalha psicológica em silêncio constrangedor. Depois de um tempo, a anciã arranjou uma trégua em nosso nome. — Isso parece ser o suficiente.
Não, seria mais preciso chamar de uma bronca.
— Bjorn Yandel, suas observações à xamã anteriormente foram muito rudes. O lugar onde você está é o templo em que nosso espírito reside. Mesmo que você seja um bárbaro, precisa mostrar respeito. — A anciã apontou meus erros de forma calma e lógica, depois direcionou seu olhar para a criança, que estava rindo para si mesma. — O mesmo vale para você, senhorita.
— …Eu também?
— Bjorn Yandel é o convidado do ancião draconato e o salvador da nossa tribo. Foi desrespeitoso criticar sua aparência durante seu primeiro encontro.
— Mas eu não menti!
— Há momentos em que se deve permanecer em silêncio. Mesmo que o que digam seja a verdade.
A criança abaixou a cabeça desanimada. No entanto, eu não obtive qualquer satisfação disso.
“O que é isso? Um insulto indireto?”
— Fique em silêncio, mesmo que o que você queira dizer seja verdade? — Isso significava que ela concordava que eu era super feio, mas apenas achava que era errado dizer isso em voz alta.
— Preciso comparecer à reunião, então… — Logo, a anciã me deixou para trás com meu orgulho ferido.
Era estranho continuar de pé, então apenas me joguei no chão. Um silêncio sufocante caiu rapidamente.
Foi a criança quem finalmente quebrou. — Me diga…
— O quê?
— Ouvi dizer que você é um aventureiro. Alguma história interessante?
— …Por que eu deveria te contar?
Em resposta à minha pergunta, a criança me lançou um olhar irritado. — As palavras têm poder. E eu posso sentir a natureza desse poder.
— Eu não entendo.
— Ugh, eu preciso me acostumar com seu comprimento de onda para que eu possa conceder a Bênção mais tarde ou não. Provavelmente é por isso que meu pai te mandou para cá mais cedo.
Esta foi a primeira vez que ouvi falar de palavras tendo comprimentos de onda, mas havia outra coisa que chamou minha atenção mais. — Você fala como se uma decisão já tivesse sido tomada.
— Se estivessem te rejeitando, você não teria sido trazido para este quarto em primeiro lugar.
— Então o que eles estão discutindo lá?
— Eu não sei. Acho que pensaram que pareceriam fracos se não fizessem algo.
De alguma forma, pensei que isso poderia ser o caso.
— De qualquer forma, então diga algo. Você tem que continuar falando para eu ler seus comprimentos de onda. Assim, o processo será menos perigoso para o seu corpo. — Não consegui me acostumar com essa atitude lógica porque diferia da minha primeira impressão dela, mas obedientemente segui o jogo. — Algo em particular que você está curiosa?
— Por que você se tornou um aventureiro.
— Você diz coisas estranhas. Nascemos guerreiros. Se não lutarmos, morremos.
— Você quer dizer que não teve escolha por causa dos impostos?
Bem, claro, para colocar de outra forma… — Nosso status não é tão grande quanto o seu.
— Oh, entendo…
A tribo dos dragões não pagava impostos. Isso porque haviam contribuído grandemente para a guerra milhares de anos atrás. As outras raças, por outro lado, lutavam para pagar seus impostos todos os dias.
— Ouvi dizer que você pode pedir dinheiro emprestado com base em sua raça. Isso não acontece com os bárbaros?
Sorri amargamente com a genuína curiosidade por trás da pergunta dela. — Sim, não é o mesmo para nós.
Os anões ganhavam um corte de impostos quando se tornavam ferreiros. Os terians e elfos tinham segurança financeira porque ajudavam nos trabalhos agrícolas e pecuários na Árvore Gnomo. O palácio distribuía empréstimos sem juros para aventureiros até o segundo ano no comércio para que não fossem condenados à morte por não pagarem seus impostos. Mas os bárbaros? Bem, eles tinham armas incríveis, para começar.
“Quando eu me tornar chefe da tribo, a primeira coisa que farei é arrecadar doações e consertar tudo.”
Objetivamente, os bárbaros eram os mais atrasados. Melhorias eram necessárias em muitas áreas. E acho que essa vibração não tão boa apareceu na minha expressão porque a criança mudou de assunto.
— …Chega disso, agora me conte sobre aquilo.
— O quê?
— Ouvi dizer que você lutou contra o Tio… não, o Matador de Dragões?
Ah, isso. Esse era meu único ponto de contato com a criança, então dramatizei um pouco o que aconteceu naquela época e contei a ela sobre isso. Não fiz muitas mudanças, apenas removi as partes que poderiam me colocar em uma situação difícil, como o método para conseguimos a essência do Ogro, coisas que poderiam fazer ela suspeitar que eu era um espírito maligno, etc. Ainda era uma história interessante sem tudo isso.
— Riol Warb Dwalkie… Esse é um nome que acho que vou lembrar por muito tempo.
Como todos que ouviram essa história, a criança se concentrou mais na parte sobre o Dwalkie. Esse tipo de reação me fazia sentir orgulhoso porque parecia que ele finalmente estava sendo reconhecido por outras pessoas.
— A espada… Então foi assim que você a conseguiu. Você realmente é ridículo. De qualquer forma, e depois? O que aconteceu depois disso?
Quando a história sobre o Matador de Dragões terminou, eu naturalmente trouxe à tona a parte sobre encontrar um novo membro para o grupo. Nesse ponto, ouvi algumas notícias interessantes.
— Você sabia? Minha irmã poderia ter se juntado ao seu grupo.
Parecia que ela estava falando sobre o contrato de companheiro de equipe de dois anos que o Sr. Dragão havia proposto. — Que tipo de pessoa é sua irmã?
— Ela é gentil. Mas está tão ocupada que não a vejo com frequência.
“Não, estou perguntando o quão forte ela é, não sobre a personalidade dela.”
Eu sempre tive um pouco de curiosidade sobre coisas assim, então comecei a fazer mais perguntas, mas acabei não conseguindo. A porta se abriu bem a tempo. — Ouvi dizer que vocês brigaram, mas parecem estar se dando bem. — O Sr. Dragão entrou e sorriu ao nos ver conversando. Graças a isso, aprendi uma coisa: a anciã não contou a ele o que eu disse a ela antes. Se ele tivesse ouvido sobre toda aquela coisa de ‘ser bem criada’, não teria sido capaz de sorrir para mim assim.
— Então, a decisão foi tomada?
— Sim.
“Nossa, você poderia ter começado com isso.”
— Qual é?
— Decidimos atender ao seu pedido.
— Entendo. — Assenti e olhei para a criança. Ela pode ter acertado em cheio antes, a decisão já havia sido tomada, mas eles realizaram uma reunião de uma hora puramente por orgulho.
“É por isso que eles fizeram aquelas perguntas estranhas?”
Suspeitas razoáveis me preencheram, mas antes que eu pudesse examiná-las, o Sr. Dragão falou suavemente. — No entanto, há uma condição.
— Condição?
— Foi confirmado através da Igreja de Reatlas que você recebeu uma bênção. Um dia, você provavelmente será reunido com Regal Vagos, o Matador de Dragões.
— Certo, vá direto ao ponto.
— Se você puder matá-lo quando chegar a hora, traga-me o coração dele.
— …Coração? Por que você precisa disso? — Como esta era uma condição importante, decidi perguntar primeiro a razão por trás dela.
A resposta veio da criança. — É por minha causa. Quando tudo aconteceu naquela época, fui eu quem amaldiçoou o Tio.
— Maldição…
Aquela maldição, que fez com que o draconato Regal Vagos não fosse mais membro da tribo dos draconatos, foi a razão pela qual seu uso da Fala de Dragão foi restringido e ele não pôde nem usar corretamente a Espada do Dragão que roubou traindo seu próprio povo.
— Espere, a maldição não foi deixada pelo ancião draconato anterior?
— Essa é a história que foi contada ao público. Mas, na verdade, foi minha filha quem colocou essa maldição.
— …Entendo. — Eu senti que estava ouvindo a história secreta da tribo dos dragões, mas isso não era importante no momento. — Então, o que o coração tem a ver com a maldição?
— Como pagamento por colocar a maldição, fui congelada no tempo. Não consigo sair deste templo pelo resto da minha vida.
— Quer dizer que você poderá voltar ao normal se tiver o coração dele?
A criança não respondeu à minha pergunta. — Pelo menos, é isso que acreditamos — disse o Sr. Dragão, sua voz suave e triste.
De repente, tive um pensamento. Talvez por isso ele tenha proposto me fornecer um companheiro de equipe por dois anos, para que ela pudesse me seguir e, quando o Matador de Dragões aparecesse, matá-lo e trazer o coração para sua outra filha.
“Então, quantos anos ela tem?”
A princípio, achei que ela era alguns anos mais velha do que eu, mas agora que sabia o que sabia, não achava isso, já que o ex-ancião draconato havia morrido há mais de trinta anos.
“Bem, suas palavras e ações ainda não correspondem à sua idade real… mas se ela só viveu em um templo, isso faz sentido.”
— Então, o que você vai fazer?
— Tudo bem. Se eu matar o Matador de Dragões, farei questão de tirar seu coração e trazê-lo para você.
— Então está feito.
Essa não era uma condição particularmente difícil, então pulei mais negociações e aceitei a oferta. Agora era hora de receber o pagamento antecipado da recompensa. — Então, quando será possível receber a Bênção?
— Você pode recebê-la hoje à noite, se quiser — a criança disse em resposta à minha pergunta. — Mas devo perguntar isso antes. Que tipo de Bênção você quer receber? Preciso saber disso para me preparar.
— Quais são as Bênçãos? — perguntei apenas para confirmar, imaginando que poderia haver uma diferença do jogo.
— Você não sabe? Achei que tinha pedido porque já sabia.
— Eu só conheço uma com certeza.
— Mesmo? Então acho que vou ter que explicar o resto. — A criança parecia irritada, mas ainda assim explicou cada uma em detalhes. Com base no que ela estava dizendo, parecia que não havia diferenças significativas em relação ao jogo.
— A primeira é a Bênção do Dragão da Terra.
Quando você recebia essa benção, qualquer atributo adicional que obtivesse de uma essência aumentava em vinte por cento. A Bênção do Dragão da Terra tinha boa compatibilidade comigo, já que os atributos básicos eram importantes para mim. Embora, na verdade, não houvesse opções aqui com má compatibilidade.
— A segunda é a Bênção do Dragão do Vulcão.
Se a primeira era boa para atributos, esta era um tipo de Bênção que aumentava o desempenho de todas as habilidades. Pelo que me lembrava, era cerca de trinta por cento. Se eu escolhesse essa, meu tamanho na 【Gigantificação】 aumentaria ainda mais e o desempenho da 【Pele de Ferro】 e do 【Swing】 também melhorariam significativamente.
— Por último, há a Bênção do Dragão do Mar.
Ao contrário das outras Bênçãos, esta era a única em que um atributo específico aumentava. O efeito da Bênção era +100 de Poder da Alma. Tendo em mente que o Poder da Alma aumentava em dez cada vez que você subia de nível até o nível cinco, você podia ter uma noção de quão alto era esse número. Se eu escolhesse essa, o tempo de duração da 【Gigantificação】 aumentaria várias vezes de uma só vez. Isso significava que eu nunca ficaria sem MP até absorver algumas essências de núcleo1 a mais.
— Ok, esse é o fim da explicação. Então, qual você vai escolher?
Qual das três eu escolheria? A criança até me ofereceu mais tempo para pensar, mas recusei firmemente. — Vou ficar com essa. — Eu já tinha algo em mente.
- Core Essences; As essências chaves para a ‘construção de personagem’ do Bjorn; Como a Essência do Orc Herói, que é imprescindível para ele.[↩]
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