Capítulo 206: Instante (2/3)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisor: SMCarvalho 』
— Já faz algum tempo, Senhorita Rainwales.
Ao receber uma ligação da cidade através da bola de cristal, Amelia se viu inclinando a cabeça. Aquela não era a voz familiar do senhor do castelo. — …O alquimista?
— Haha, é uma honra que você reconheça minha voz.
— …Como você consegue usar essa rede de comunicação?
— Eu pedi ao senhor. Tenho um favor a pedir e queria perguntar pessoalmente. Não é melhor para ambos? Assim também podemos ouvir a voz um do outro.
— Entendi. — Agora ela compreendia. O alquimista era mais importante em Noark do que o próprio senhor do castelo. Se ele pedisse algo, o senhor tinha que ouvir. Amelia apressou-se a ir direto ao ponto. — Então, qual é o favor que você quer pedir?
— Oh, não é nada grande. Mas além disso, como você está?
— …Você sabe que essa não é uma boa pergunta para se fazer a alguém como eu.
— Ainda não se livrou disso?
Amelia manteve a boca fechada e evitou responder. Conhecendo-a desde jovem, ele era uma das poucas pessoas que conhecia seu passado.
— Srta. Rainwales, eu tenho minhas suposições sobre o motivo pelo qual você aceitou essa missão. Mas você devia deixar isso para trás. Sua irmã não gostaria que você buscasse vingança…
— Chega. — Amelia o interrompeu friamente. — Pare de falar sobre isso e vá direto ao ponto. — Aqueles que ficaram para trás tinham seu próprio trabalho a fazer. Ela não queria que ninguém interferisse nisso, nem mesmo esse velho.
— Tudo bem. Então vou direto ao assunto.
Depois disso, o alquimista recitou alguns itens que ele precisava e Amelia os escreveu em um pedaço de papel para não esquecer. A maioria deles eram ingredientes alquímicos como reagentes mágicos, nada especial, mas coisas difíceis de encontrar com a cidade em lockdown.
— Quanto tempo vai levar para conseguir tudo isso?
— Alguns dias são suficientes.
— É mesmo? Então você pode me mandar apenas o pó da flor do sono um pouco antes?
— Posso enviar isso agora mesmo.
— Oh, você tem?
— Você já sabe que sim. — O pó da flor do sono tinha os mesmos efeitos de uma pílula para dormir. Embora não fosse tão forte, ela costumava usá-lo porque tinha a capacidade de contornar a tolerância ao veneno, não para o inimigo, mas para si mesma. — Vou colocá-lo no subespaço assim que essa ligação acabar.
— Haha, então acho que o assunto de hoje já está resolvido? — O velho riu, mas sua voz parecia um tanto melancólica.
Quando estava prestes a encerrar a transmissão, Amelia parou com o surgir de uma pergunta em sua cabeça. — Mas… para que você precisa do pó da flor do sono?
Amelia se sentiu estranha ao fazer essa pergunta. Era uma pergunta que ela normalmente não faria. Raramente fazia perguntas aos outros primeiro, especialmente por simples curiosidade. No entanto… Algo estava diferente hoje. Ela sentia que estava perdendo algo importante.
— Não há fórmulas alquímicas que exijam o pó da flor do sono — ela disse.
— Oh, isso? — Logo a voz do velho veio através da bola de cristal. — O Matador de Dragões, Regal Vagos. Vou usá-lo para tratá-lo. Oh, não no remédio em si, mas porque será mais conveniente colocá-lo para dormir primeiro.
— Você descobriu uma maneira de devolver a memória dele?
— Não, mas vou tratar seu corpo danificado primeiro. Como você sabe, precisamos de todo o poder de fogo que pudermos conseguir.
— Entendi. — Amelia involuntariamente soltou um suspiro de alívio. Enquanto suas memórias não voltassem, não importava se ele se recuperasse ou não para ela.
— Haha, mas uma vez que seu corpo se recupere, planejo restaurar suas memórias também.
Amelia ficou tensa.
— É só que o método para fazer isso é tão intenso que será demais para seu corpo nesse estado. E como o tamanho da amostra é tão pequeno, a taxa de sucesso é de apenas metade no momento.
Uma taxa de sucesso de cinquenta por cento, uma possibilidade grande demais para deixar ao acaso. No entanto, isso não era um grande problema. Tudo ficaria bem enquanto seu corpo não se recuperasse.
— Entendi.
Depois disso, Amelia cortou a transmissão. Conforme prometido, ela colocou o pó da flor do sono no subespaço bidirecional… após aplicar um veneno que destruía tecido vivo por cima.
A segunda vinha havia se rompido. Estava quieto há um tempo, o que me deixou tranquilo.
“O que diabos aquele desgraçado está tramando?”
O desconforto começou a surgir. Eu não estava pronto para enfrentá-lo ainda. Embora tivesse crescido em muitas áreas, era apenas ao ponto de ter passado de um aventureiro do quarto andar para um aventureiro do quinto andar. É difícil pensar que resta apenas uma vinha agora…
“O sexto andar. preciso chegar ao sexto andar o mais rápido possível.”
No sexto andar, havia uma chance de eu conseguir absorver uma essência específica, minha segunda essência principal após a 【Gigantificação】. Se eu pudesse de alguma forma derrotar aquilo…
— Senhor!
— Huh?
— No que você está pensando tão profundamente?
O som da voz da Erwen me tirou dos pensamentos. Será que foi porque a recente onda de paz durou tanto tempo? Não era como se a última vinha tivesse se rompido, mas imaginações ansiosas continuavam surgindo e bagunçando minha mente.
— Desculpe. Sobre o que estávamos falando?
— Não estávamos… Eu estava perguntando o que deveríamos pedir.
— Oh, certo. — Lendo o cardápio, pedi um lanche adequado e uma cerveja.
— Mas este lugar não mudou nada — Erwen disse enquanto observava o garçom sair após anotar nosso pedido. Eu não precisava perguntar para saber exatamente do que ela estava falando. — Embora tenhamos mudado tanto.
A taverna se chamava Fidenpus, a mesma onde Erwen e eu tomamos nossa primeira bebida de retorno após completar nossa primeira missão. Por isso, não podíamos evitar essa estranha sensação de nostalgia. O bárbaro que tinha tido um inferno no primeiro andar porque não tinha uma companheira noturna agora era um aventureiro bastante conhecido na cidade. Mas eu não era o único que havia ganhado notoriedade, Erwen também havia crescido tremendamente ao longo do seu primeiro ano. Era só olhar para seu equipamento para comprovar.
— É a primeira vez que tomamos uma bebida juntos desde alguns meses atrás, certo?
— Ah, quando você pagou seus impostos pelo primeiro ano?
Para referência, isso foi logo após eu me mudar. Como estava tentando decidir onde nos encontrar hoje, escolhi este lugar por esse motivo. Missha obviamente não gostaria se eu a convidasse para casa. Como nosso lar agora era um espaço compartilhado por três pessoas, não podia simplesmente fazer o que quisesse.
— Aconteceu algo durante essa expedição?
— …Sim, bem. O de sempre.
Assim que as bebidas e os pratos chegaram, começamos a conversar seriamente. O principal tópico de conversa era o que estava acontecendo na vida um do outro. Agora que eu tinha menos encontros com a garota que costumava vir todos os dias, não tínhamos nada para falar além disso.
— Como está o clima no seu clã? Estou curioso. Alguma novidade?
— Não tenho certeza. Mesmo que haja, eles não nos contam nada…
Depois de servir como mercenárias para o clã de um conhecido, Erwen e sua irmã retomaram a exploração do labirinto com outros membros do clã. Elas também estavam ativas no quinto andar, mas como nosso time só caçava no Desfiladeiro do Fogo Infernal, ainda não nos encontramos no labirinto.
— De qualquer forma, estou frustrada além da conta. Eu mencionei isso antes, certo? Há alguém que continua flertando com minha irmã. Agora ele até está dando em cima de mim.
— Parece irritante.
— Sim, e não é como se eu pudesse enfiar uma flecha na testa dele, já que ele é de nível executivo… Acho que só tenho que ser paciente. Até conseguir tudo o que preciso e sair.
Quanto mais conversávamos, mais eu percebia o quanto ela havia mudado. Já fazia um pouco mais de um ano desde que ela se tornou uma aventureira, e, diferente daquela época, ela não era mais inocente. De certa forma, isso fazia sentido. Um ano no labirinto era tempo suficiente para ver todos os tipos de coisas.
— De qualquer forma, você disse que tinha algo para me contar? — Imaginando que o momento era oportuno, trouxe à tona o motivo principal pelo qual nos encontrávamos hoje.
— Oh, isso… — Após uma pausa, Erwen abriu os lábios. — Você se lembra? Quando eu disse que ainda tinha muito a aprender com minha irmã…
— Lembro. — Ela me disse que absorveria tudo como uma esponja por meio ano e depois se juntaria ao meu grupo. Bem, já tinha se passado mais de meio ano desde então, mas eu nunca toquei no assunto. Não só não havia vagas em nosso time… — Como você não disse nada desde então, pensei que tinha mudado de ideia.
Eu pensava que aquela conversa estava praticamente encerrada. Mas não era o caso?
Erwen negou veementemente. — O-O que você está falando? De jeito nenhum. Fomos os primeiros acompanhantes noturnos um do outro!
Tecnicamente, meu primeiro acompanhante noturno foi Hans A, e o dela foi Harts Young ou qualquer que fosse o nome dele.
— Então, o que você quer dizer?
— Eu… acho que vai demorar mais um pouco.
— O que você quer dizer?
— V-Vocês são todos de quinto nível, certo? No momento, não há espaço para eu me encaixar… Para ser honesta, quase parece que não há esperança. B-Bem, vocês até m-moram juntos agora…
— O que você está dizendo? Pare de resmungar e fale claramente.
Com minhas palavras, Erwen engoliu o resto de sua bebida. — Me arrependo. Naquela época… por que eu não aceitei sua oferta? Achei que poderia fechar a lacuna rapidamente, mas só está ficando maior…
Essas palavras eram mais um lamento do que uma afirmação, mas acho que sabia o que ela estava tentando dizer. Ela queria se juntar ao nosso grupo, mas não queria me pedir para remover alguém. Também não era como se seus atributos fossem melhores do que os dos membros atuais. Hmm, ainda assim, parecia que ela não tinha mudado de ideia.
— De qualquer forma. Então, o que eu quero dizer é…
— Basta. — Parei ela ali. Primeiro, havia um mal-entendido que precisava ser esclarecido. — Eu não tinha a intenção de colocá-la no meu time desde o início.
— …Como? — Erwen ficou momentaneamente parada. Levou um tempo para que seus olhos, que estavam olhando fixamente para o espaço, se focassem o suficiente para ela me lançar um olhar perplexo. — O-O que você quer dizer? Você nunca mencionou nada disso naquela época. Eu pensei que fosse garantido… — Os olhos da Erwen saltavam ao redor, incapazes de se fixar em um lugar, quase como se sua mente estivesse entrando em curto-circuito.
Opa, isso não era o que eu queria dizer. Cortei antes que o mal-entendido pudesse crescer ainda mais. — Erwen, vou formar um clã.
— C-Clã?!
— Não agora, claro… vai levar mais alguns meses. Mas se isso ainda estiver bom para você, quero que você…
— Sim! Eu quero me juntar! — A resposta veio antes mesmo de eu terminar de falar.
— Não, primeiro eu deveria explicar em mais detalhes…
— Está tudo bem! Vou me juntar de qualquer forma!
— …Se você diz. De qualquer forma, isso é um segredo. Ainda não contei a ninguém do meu grupo.
— Ah, então sou a primeira pessoa a quem você está pedindo…?
Inclinei minha cabeça. — Sim, claro que é você. — Eu nem havia contado que estava formando um clã, então como poderia ter perguntado? Considerando nosso relacionamento, eu não precisava nem pedir para a Missha e a Ainar. Como membro da Torre Mágica, a Raven provavelmente recusaria. E sobre o Sr. Urso, eu não tinha certeza.
“Ele parece ter um histórico ruim com clãs.”
Enquanto pensava nisso, Erwen soltou uma risada estranha. — Hehe, hehehe!
Minha reunião com a Erwen, que começou no início da noite, durou mais do que o esperado. Originalmente, meu plano era apenas ouvir o motivo pelo qual ela pediu para me ver, ouvir algumas novidades e nos separarmos.
— O que? O mestre do clã é careca?
— Sim, estou te dizendo. Você não tem ideia de como foi difícil segurar o riso quando a peruca dele caiu durante a caçada.
A conversa com a Erwen foi mais divertida do que de costume. Será que era porque eu estava bebendo pela primeira vez em um tempo? Eu não sabia por que algo tão trivial era tão engraçado para mim.
“Oh, as outras vão estar esperando por mim em casa…”
O pensamento ocorreu algumas vezes, mas sempre que isso acontecia, Erwen trazia uma história engraçada e eu não conseguia encontrar o momento certo para sair. Ainda assim, era hora de voltar agora.
— Um, deveríamos…
— Oh, certo!
— Huh?
— Mencionei que absorvi uma nova essência desta vez?
O que? Ela conseguiu uma nova essência? Eu não podia simplesmente ignorar isso.
— É uma habilidade muito única. Também combina comigo.
— Pare de enrolar e me conte. O que você conseguiu? — Endireitei minhas costas e me concentrei no que a Erwen estava dizendo.
Para começar, era de quinto nível. Como era uma essência recomendada por sua irmã veterana, era muito compatível para uma elfa arqueira como ela.
“Ela não vai ter que apagar essa depois.”
Já planejando mapear uma rota de cultivo para a Erwen assim que voltasse, fiz todo tipo de pergunta sobre sua nova essência.
— Uau, Senhor, sabia que seus olhos acabaram de ficar realmente brilhantes?
Disso eu já sabia. Independentemente do que acontecesse, eu costumava ser um jogador que amava este jogo mais do que qualquer um.
— É uma essência que as pessoas dizem ser super única. Claro que estou curioso para saber como funciona na vida real.
— Ainda assim, estou sem palavras sobre como explicar isso. Não é como se eu pudesse mostrar para você…
Hmm, isso era verdade. Estava prestes a concordar quando…
— Um, na verdade, sobre isso… — Erwen parou e me olhou. Uma tonalidade vermelha persistia em seu rosto, provavelmente porque estava um pouco bêbada. — Você quer ver minha habilidade especial lá em cima rapidinho?
“…O que eu deveria fazer?”
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