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    Tradutor: MrRody 』 『 Revisor: SMCarvalho 』


    No momento em que o corpo do marquês prospectivo se inclinou para Bjorn Yandel, um homem assistindo à situação de longe sorriu.

    “Os rumores eram verdadeiros.”

    Nem ‘rufião’ era uma palavra forte o suficiente para descrever esse cara. Em pensar que ele tentaria uma manobra dessas na frente do Primeiro Ministro…

    “Não, talvez ele acredite que o Primeiro Ministro e os outros nobres não o culparão.”

    Hmm, era uma suposição compreensível quando se pensava nisso com mais cuidado. Havia claramente uma diferença entre um nobre nato, que em breve seria marquês, e um aventureiro bárbaro que só agora estava recebendo o título de baronete. Devido à natureza exclusiva da sociedade aristocrática, até mesmo o bullying mais descarado era comum e implicitamente tolerado. Era um tipo de ritual de iniciação.

    “Bom, eu preciso admitir que ele é ousado.”

    O marquês prospectivo não era um cavaleiro. Ele havia absorvido algumas essências apenas para parecer mais intimidador. Escolher uma luta corpo a corpo contra o aventureiro conhecido por ter derrotado o Coletor de Cadáveres…

    “Ah, pensando bem, ele está ferido, certo?”

    Tardiamente, o homem se lembrou de que Bjorn Yandel ainda sofria dos efeitos colaterais da batalha anterior. Aparentemente, o veneno havia infiltrado até mesmo seu cérebro. Diziam que, no recente banquete em sua homenagem, ele havia suado apenas para caminhar. Essa era a provável razão pela qual o marquês se sentia confortável tentando algo assim.

    “…Isso vai só arruinar meu humor.”

    Com o possível futuro que veio à mente, o homem franziu a testa. Malícia escondida atrás do esplendor da nobreza, um herói sofrendo humilhação na frente de todos… isso não era algo que ele queria ver em sua primeira saída em muito tempo.

    — Hã?

    O homem inclinou a cabeça quando algo completamente inesperado aconteceu. O corpo do bárbaro não se mexeu, apesar da manobra suja do marquês prospectivo.

    “Ele já se recuperou um pouco? Isso é bom.”

    Assim que estava pensando nisso, os músculos dos ombros do bárbaro, que não podiam ser escondidos pelas roupas de algodão, se contraíram.

    — Aaagh! — No mesmo momento, o marquês prospectivo foi lançado para trás. Até a música parou e o silêncio caiu. Seu cérebro lutava para processar o que havia acabado de acontecer.

    “…Ele acabou de empurrar aquele maldito marquês?”

    Aquele bárbaro nunca teria feito algo assim se tivesse lembrado das consequências. Por algum motivo, a vergonha alheia do homem aumentou e ele se sentiu um tanto tonto. Ficou feliz que a condição do bárbaro tenha melhorado o suficiente para que ele não estivesse sujeito a manipulações baixas, mas…

    “Você deveria ter fingido que não percebeu.”

    Se fosse ele, teria dito: — Haha, minhas pernas cederam? Preciso malhar mais — e pegaria o marquês mais tarde. Era menos arriscado assim. Bem, pode-se dizer que ele agiu como um típico bárbaro.

    “Se fosse realmente ele, não teria feito algo assim.”

    Então ele era realmente um bárbaro nativo, como se suspeitava? O homem ficou desapontado, mas manteve os olhos na situação. Ainda assim, nunca se sabia. Esse cara pode se tornar um grande negócio, mesmo que não fosse ele. Afinal, Bjorn Yandel era suspeito de ser um jogador devido à sua ascensão meteórica.

    “Vamos observar por enquanto.”

    Ele se concentrou novamente na situação com esses pensamentos em mente.

    — Bjorn, filho de Yandel. — O Primeiro Ministro chamou o nome do bárbaro em um tom preocupado. Ele já sabia sobre a manobra do marquês prospectivo, é claro, e também como o bárbaro havia reagido a isso.

    “Então, como você vai sair dessa?”

    A expectativa do homem não desapareceu enquanto ele esperava que o bárbaro abrisse a boca. Não demorou muito.

    Logo, o bárbaro gritou: — E-Eu não fiz nada de errado! — como se tudo isso fosse injusto. Foi um protesto que carecia de qualquer defesa lógica, como uma criança fazendo birra. — É verdade! Eu estava apenas parado aqui quando ele me usou para rolar para a frente!

    Ele foi tão longe a ponto de colocar a responsabilidade abertamente no marquês. O homem se viu ficando desapontado.

    — Marquês! Conte pra ele! Diga a ele que você só queria fazer cambalhotas para a frente!

    Ele se lembrou das pessoas que haviam conhecido Bjorn Yandel comentando na comunidade que ele não poderia ser um jogador. Só então ele finalmente entendeu o que todos queriam dizer.

    “Isso supostamente é um homem moderno…?”

    Os olhos do homem se apagaram enquanto ele olhava para o bárbaro.


    A cerimônia de nomeação acabou. Para ser honesto, eu não me lembrava muito de como foi. Foi entediante. O Primeiro Ministro usou toda a retórica do mundo para discursar e, com as palavras: — Eu confiro este título em nome do rei — eu me tornei um nobre oficial deste país. E então o banquete começou.

    “Maldição.”

    Foi diferente da festa de apreciação. Naquela época, muitos nobres haviam se aproximado de mim para fazer amizade ou por pura curiosidade. Mas não havia ninguém ao meu redor agora, incluindo o Barão Martoin. Até o conde, que havia tentado perseguir um casamento arranjado, apenas me olhou de longe. O tratamento que eu estava recebendo era completamente diferente do tratamento do marquês e do visconde, que estavam cercados por muitas pessoas.

    Bem, não é que eu não entendesse. Eu havia me tornado devidamente alvo do marquês depois do que havia acontecido.

    “Ha… tudo por causa de um estranho.”

    Agora que as coisas chegaram a esse ponto, eu rasguei o pedaço de carne que estava segurando na mão e me lembrei do que aconteceu mais cedo.

    Bjorn, filho de Yandel.

    Como eu deveria navegar em uma situação em que até o Primeiro Ministro estava me olhando com desaprovação nos olhos? A solução que decidi foi esta, uma coisa que sempre me ajudou muito em momentos de dificuldade: Modo Bárbaro Sem Cérebro.

    E-Eu não fiz nada de errado!

    Todos já sabiam que a culpa era do marquês, de qualquer maneira. Eu apenas decidi ser descarado. Manobras políticas não combinavam com um bárbaro em primeiro lugar.

    É verdade! Eu estava apenas parado aqui quando ele me usou para rolar para a frente!

    Como esperado, o Primeiro Ministro não pôde dizer nada em resposta a isso. — … Rolar para a frente?

    Os caras que passavam o dia inteiro segurando canetas e sentados em mesas eram assim. Não importa o quão inteligentes e perspicazes fossem, eram obrigados a não ter experiência nenhuma com conversas desse tipo.

    Marquês! Conte pra ele! Diga a ele que você só queria fazer cambalhotas para a frente!

    Até os nobres que interpretaram minhas ações como um desafio mudaram de ideia quando o Modo Bárbaro Sem Cérebro continuou. Eles perceberam que bárbaros eram literalmente uma raça diferente deles.

    …Fale, Kariot Kudou. Isso é verdade?

    O Primeiro Ministro encarou o marquês, seus olhos frios, e o marquês respondeu assustado: — C-Claro que não, Primeiro Ministro! Aquele bárbaro ousou me empurrar sem saber o seu lugar…

    Parem.

    Cortando o marquês perplexo, o Primeiro Ministro estampou um sorriso caloroso sem dizer uma palavra. Era uma ameaça velada para não transformar isso em uma grande cena.

    Sim… foi isso… certo.

    No final, o marquês não teve escolha a não ser admitir que queria rolar para a frente, porque a resposta do Primeiro Ministro indicava que ele estava do meu lado. Qualquer nobre seria capaz de dizer.

    “Esse Primeiro Ministro também me deixa inquieto.”

    De qualquer forma, tanto faz. A cerimônia de nomeação continuou como se nada tivesse acontecido, e terminou com a essência que eu havia escolhido dois dias atrás sendo entregue a mim em uma caixa luxuosa. Cortando para agora.

    “Devo apenas ir para casa?”

    Sentado sozinho em uma mesa redonda comendo carne, o desejo de voltar para casa começou a ferver dentro de mim.

    “Hmm, só mais um prato.”

    Decisão tomada, pedi ao atendente colocado na minha mesa para me trazer outro prato cheio de carne.

    “Hmm?”

    Um tempo depois, me virei ao sentir uma presença, mas o que vi foi um homem em vez do prato de carne que eu estava esperando. — Haha, prazer em conhecê-lo, Baronete Yandel.

    Este foi o primeiro nobre a se aproximar de mim após horas de maus-tratos. Assim que nossos olhos se encontraram, minha intuição bárbara falou comigo. Algo estava errado.

    — Sou Hans da Casa do Barão Ifreia.

    “Este homem é perigoso.”

    Hans Ifreia. Em suma, Hans I.

    — …Você é mais reservado do que eu pensava. — Como o mais jovem da família do barão, ele não tinha um título, mas sua presença ainda era sufocante. Um Hans aristocrático? Esse era um tipo de Hans que eu nunca tinha visto antes!

    — Sou Bjorn, filho de Yandel. — Meu plano era me apresentar brevemente e sair, alegando estar ocupado.

    Mas, então, o prato de carne que eu pedi anteriormente chegou. — Huff, huff. Aqui está, Baronete Yandel. — Considerando meu apetite, o atendente me trouxe montanhas de carne em três pratos diferentes.

    — …Obrigado. — As palavras de gratidão saíram da minha boca distraidamente. Mas o que era isso?

    — Esta… é a primeira vez… — O atendente olhou para mim, claramente emocionado. — Ninguém nunca me disse isso desde que comecei este trabalho…

    Oh, esses malditos aristocráticos. O atendente pediu para eu solicitar o que eu quisesse sem hesitação e ficou atrás de mim esperando.

    “Eu só queria ir embora.”

    Por algum motivo, senti que isso magoaria seus sentimentos, então peguei um pedaço de carne com uma mão.

    — Parece que você ainda está comendo. Se não se importar, posso me juntar a você?

    Se eu fosse um nobre comum, teria prontamente concedido esse pedido ou enrolado para rejeitá-lo, mas eu era um bárbaro da cidade.

    — Seria meio estranho. — Eu disse diretamente que estava desconfortável.

    Os olhos de Hans I se estreitaram. — Hmm, você é diferente do que ouvi. — Seu tom e a expressão em seus olhos são um tanto peculiares.

    — Diferente? — perguntei.

    — Oh, por favor, me perdoe. Só pensei que você não ficaria desconfortável com algo assim.

    Quem diabos era esse bastardo? Como o mais jovem membro da família de um barão e alguém sem título, ele estava estranhamente relaxado. Além disso, seu nome era Hans.

    “…Por que ele veio até mim?”

    Parecia que eu deveria sondá-lo. Depois de um momento de reflexão, falei casualmente. — Você deveria pegar um prato. É estranho comer sozinho.

    — Aha, foi isso que você quis dizer. — Com minhas palavras, Hans I pediu a comida que queria ao atendente. Foi assim que nosso tempo a sós começou.

    — Prazer em conhecê-lo. Estava entediado sentado aqui sozinho. — Estendi a mão que estava segurando a comida sem limpá-la. Hans I hesitou por um momento antes de pegá-la. Ah, aquela expressão de nojo…

    “Ha, isso o torna ainda mais suspeito.”

    Que razão ele teria para ficar nesta cadeira, a ponto de apertar minha mão engordurada? Abri minha boca para descobrir, grande o suficiente para que não fosse estranho se os pedaços de carne que eu estava mastigando pousassem no rosto dele. — Então! Hans Ifreia? Eu gostei de você! Vamos ser amigos!

    Hans não respondeu.

    — O que houve, você não quer ser amigo?

    Com a minha pergunta, ele riu desajeitadamente enquanto removia pedaços de carne do rosto um por um. — Não, claro que não…

    — Haha, fico feliz!

    Logo, a refeição que ele pediu chegou, comemos e conversamos juntos. ‘Parabéns pelo título’. ‘O tempo está bom hoje’. A maior parte foi conversa fiada assim, e em algum momento, Hans I parou de tocar no prato. Isso porque os pedaços de carne que voavam da minha boca acabavam nele.

    — Por que você não está comendo?

    — …Meu estômago não está bem.

    — Hmm, é estranho comer sozinho. — Isso significava: ‘chegue logo ao motivo real pelo qual está aqui ou saia’. Então, como esse cara reagiria? A resposta foi muito simples.

    — Se você está desconfortável, eu irei embora. — Hans I se levantou de sua cadeira sem hesitação. — Tenha uma boa refeição. — Ele imediatamente deixou a mesa.

    “O que foi isso?”

    Ele realmente queria ser amigavel? O fato de ele simplesmente ter ido embora me deixou mais inquieto.


    No início da noite, o sol estava lentamente começando a se pôr. Depois de despachar Hans I, eu meio que fugi do palácio e entrei na carruagem em direção a casa. Isso porque eu havia conhecido um Hans, e não tinha ideia de que tipo de problema eu poderia acabar me metendo enquanto passava tempo em um lugar repleto de nobreza.

    “Antes de mais nada, vamos começar com a essência.”

    Assim que saí do palácio, cumprimentei Keplow, que voltou a me proteger, e abri o tubo de ensaio.

    “Pensando bem, essa é a primeira vez que absorvo uma sem quebrar o frasco.”

    Golem Cadáver, Orc Herói, Mantícora, cada situação era diferente, mas no final, eu tive que quebrar o frasco para absorve-las. Bem, não era como se pudessem ser reutilizados de qualquer maneira.

    Whoop.

    Colocando o frasco no nariz e respirando fundo, a essência fluiu para dentro do meu corpo como fumaça.

    【A Essência do Bayon está se infiltrando na sua alma.】

    Havia uma razão para eu ter acabado escolhendo esse cara. Na verdade, agora seria mais vantajoso tomar a essência de Vol-Herchan para me preparar para as auras e aumentar meu poder de combate, mas… havia uma diferença vasta em quão difícil era adquirir cada uma.

    “Agora que eu tenho isso, posso apenas pegar os pontos de experiência da Terra da Imortalidade e pular isso.”

    Vol-Herchan viajava em grupos e era fácil de encontrar, enquanto Bayons eram difíceis de encontrar e sua área era muito complicada. Minha escolha desta vez foi feita pensando no futuro.

    “A única diferença entre eles são as características da essência, não há diferença significativa em termos de atributos.”

    Além disso, considerando o efeito da próxima Marca da Alma, essa escolha fazia mais sentido.

    【Seu Poder da Alma aumentou em +100】

    【Sua Regeneração da Alma aumentou em +30】

    【Sua Força aumentou em +25】

    Uma sensação de plenitude surgiu das profundezas do meu peito, uma nova sensação de vitalidade entregue por atributos físicos menores e mais raros. Depois de desfrutar do resplendor por um minuto, abri os olhos. Keplow sorriu e ofereceu palavras de parabéns.

    “Está tarde hoje, então terei que esperar até amanhã para ir ao campo de treinamento.”

    Decepcionado por não poder usar minha habilidade recém-adquirida imediatamente, fechei os olhos novamente. Passou um bom tempo.

    Creak.

    De repente, a carruagem parou no meio da rua. Uma roda caiu?

    Assim que estava pensando nisso, Keplow, que era um cavaleiro nascido humano com uma aptidão para mana que meu eu bárbaro não possuía, gritou: — Posso sentir mana abaixo de nós! Você tem que sair…

    Houve uma grande explosão e chamas nos cercaram por todos os lados.

    CRASH!

    A carruagem se despedaçou em um instante.

    Beeeeeeep!

    Através do zumbido nos meus ouvidos, pude ouvir os cavaleiros gritando.

    — Assassino! O assassino está aqui!

    “Maldição.”

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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