Capítulo 257: Clã (1/5)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisor: SMCarvalho 』
Após o retorno do exército real, as pessoas da cidade souberam que o exército de fato existia, e que a razão de não estarem na Praça Dimensional era porque haviam viajado para o subsolo em uma missão furtiva.
“O que aconteceu?”
Ninguém sabia como as coisas haviam se desenrolado, e assim, a especulação correu solta. Teorias da conspiração floresceram, desde aquelas debatendo se eles haviam vencido ou perdido, até uma que afirmava que o palácio estava apenas fingindo lutar contra a cidade subterrânea. Novas hipóteses surgiam a cada dia alimentadas pelas fofocas.
Alguns dias depois, o palácio colocou cartazes por toda a cidade. Resumidamente, seu conteúdo era o seguinte: nosso incrível exército venceu e até conquistou Noark. Então, parem de se preocupar. Não consegui dizer o quanto disso era verdade, mas assumindo que os cartazes estavam de alguma forma baseados na verdade, e compensando por alguns buracos na história…
“Tenho certeza. Não houve batalha.”
Foi difícil encontrar evidências de uma batalha nos cavaleiros retornando ao palácio.
“Aqueles bastardos de Noark provavelmente escaparam.”
Mas para onde? O mundo estava bloqueado em todos os lados por muralhas. A ideia de que poderiam estar escondidos na superfície também não fazia sentido. Se esse número de pessoas viesse da superfície, obviamente haveria evidências.
“Então isso significa que eles ainda estão no subsolo…”
— Bjorn! Pare de enrolar e venha mover estas coisas!
“Sim, eu deveria me concentrar na mudança. Continuar me preocupando com isso não me dará uma resposta. É mais sábio esperar a abertura da Távola Redonda, já que o Palhaço é um membro.”
E assim, encerrei aquele pensamento e movi meu corpo.
— Oh, poderia colocar a cama ali?
Eu estava atualmente em um orfanato afiliado à Igreja de Reatlas, carregando coisas como um ajudante. Era hora de começar a acumular conquistas. Então, ocasionalmente, quando surgia uma comissão que pudesse ser feita para a igreja, eu ia lá com quem estivesse disponível para completá-la.
— Ainar! Você achou que eu não notaria que estava dando uma pausa sorrateira?!
— E-Eu não estou dando uma pausa, estou brincando com as crianças!
— Waaah! Ela quebrou minha boneca! Assassina de bonecas!
— Isso… eu estava tentando ensinar onde estão os pontos fracos e acidentalmente…!
Havia um pouco de caos hoje, como de costume, mas depois de uma hora ou duas, a mudança estava completa. E assim, a comissão de hoje chegou ao fim. Depois, tivemos uma refeição simples em um restaurante perto da igreja, onde aprendi um fato estranho com a Missha.
— Você sabia? O orfanato em que fomos hoje é aquele orfanato.
— Aquele orfanato?
— Você sabe. O lugar onde Dwalkie passou uma pequena parte de sua infância. O prédio antigo que está programado para ser demolido amanhã é aquele lugar.
— …Entendo.
— De qualquer forma, só estava dizendo! Estou indo agora! Ah, e vou chegar tarde hoje, então vocês dois cuidem do jantar prrr conta própria.
Depois de comer, nos dispersamos imediatamente. Missha foi embora depois de nos informar que tinha um compromisso com um de seus antigos companheiros de equipe, e Ainar foi para a terra sagrada.
— Hehe, agora somos só nós dois.
— Tenho que passar em um lugar, então vá para casa primeiro.
— …Ah?
Mandando embora Erwen, que não tinha nada para fazer, fui sozinho para a guilda. Os cavaleiros que costumavam me seguir todos os dias não estavam mais em seus postos porque todos haviam partido no final do mês passado. Aparentemente, seu superior os havia convocado.
“Na época, não pensei muito sobre isso, mas deviam ter sido chamados para a incursão contra Noark.”
Se todos em Noark escaparam em segurança e estão em algum lugar no subsolo, os cavaleiros podem voltar, mas decidi não apostar nisso. Ainda assim, tendo passado um mês juntos, um dos cavaleiros tirou um momento para me oferecer um aviso antes de partir.
— Por favor, cuide-se. Se mais assassinos aparecerem, os superiores determinaram que é mais provável que seja obra de um grande clã do que de Noark.
Parecia que até o Veado, que havia designado guardas para mim, achava que a tentativa de assassinato era obra de um grande clã, e não de Noark. Eu podia entender por quê… já havia passado um mês desde que o Palhaço afirmou que o assassino estava chegando em breve.
— Então não deveriam me proteger ainda mais? Afinal, isso significa que os grandes clãs estarão mirando o palácio.
— …Você não precisa se preocupar com isso.
Além disso, com base nas nuances que pude captar na minha conversa com o cavaleiro, parecia que o palácio havia concluído todas as preparações necessárias para impedir os grandes clãs sem problemas, mesmo que tentassem manipular a opinião pública. Por isso, eles não precisavam mais me proteger.
“Bem, parte de mim se sentia mais confortável sem eles por perto, de qualquer forma.”
Como estava perdido em pensamentos durante a caminhada, cheguei à Guilda dos Aventureiros antes de perceber. Não havia necessidade de pegar uma senha como da última vez. Não havia muitos aventureiros em primeiro lugar agora, e…
— Baronete Bjorn Yandel, sua identidade foi verificada. Vamos guiá-lo até o escritório do gerente da filial.
“Sim, eu deveria pelo menos aproveitar os benefícios de ter um título assim.”
— Não o gerente da filial. Quero o chefe do distrito.
O funcionário perguntou se eu tinha marcado um horário, mas eu simplesmente ignorei essa preocupação trivial com o poder de um nobre.
— Vocês são rebeldes? — Um bárbaro com quem palavras não funcionavam misturado a um nobre que não tinha intenção de ouvir ninguém: também conhecido como Modo Nobre Bárbaro.
— …Vamos guiá-lo diretamente para lá.
Quando chegamos ao quarto andar, o funcionário bateu para anunciar minha presença e, em pouco tempo, um suspiro alto foi ouvido de dentro. Quando a porta se abriu, entrei imediatamente e sentei-me no sofá. Então, colocando os pés na mesa, falei arrogantemente. — Saudações.
O homem não respondeu.
— Vá em frente.
Assim que as palavras saíram da minha boca, o chefe do distrito, que estava trabalhando em sua mesa, levantou-se e me cumprimentou. — Baronete… Yandel… você está aqui…
“Você já deveria estar acostumado com essas coisas agora.”
— Ok, sente-se.
Quando lhe dei permissão para se sentar, só então o chefe do distrito se sentou à minha frente. Já havia acontecido várias vezes, mas ainda era emocionante todas as vezes. Era assim que o verdadeiro poder parecia?
— …Que assunto você tem comigo hoje? — O sétimo chefe de distrito da Guilda dos Aventureiros, Niall Urbans, que tinha um relacionamento ruim comigo desde nosso primeiro encontro, agora falava comigo em um tom educado. Claro, nossa conversa não começou assim. No começo, ele tentou usar uma linguagem ligeiramente respeitosa para nos colocar no mesmo nível, mas quando fiquei bravo com ele e perguntei se ele estava me insultando, um nobre, ele acabou adotando esse tom.
— Vim verificar se há algum aventureiro que respondeu ao meu anúncio de recrutamento.
— Isso é algo que o gerente da filial poderia resolver para você…
O que esse cara estava dizendo? Eu vim especificamente à sede da guilda no Sétimo Distrito por causa dele. — Retrucando… a um nobre?
— …Vou verificar isso imediatamente.
— Já que pode haver um erro como da última vez, faça pessoalmente. Não peça para outra pessoa fazer.
— Certo…
O chefe do distrito foi fazer o que eu havia instruído e eu comi os lanches dispostos na mesa enquanto esperava. Não sabia há quanto tempo estava sentado ali quando o chefe do distrito finalmente voltou segurando alguns papéis.
— Aqui estão. — Quando arranquei os papéis das mãos dele sem sequer agradecer e comecei a ler, descobri que nada havia mudado desde minha última visita dois dias atrás.
— Mais um candidato, mas ele nem é tão bom assim.
— Desculpe.
— Não há nada pelo qual você precise se desculpar. — Mostrando uma rara generosidade como superior, li o documento novamente. O número de pessoas que haviam respondido ao anúncio de recrutamento que coloquei há alguns dias era exatamente trinta e um. Era menos do que eu esperava. Isso porque menos aventureiros queriam entrar no labirinto hoje em dia.
“Ainda assim, como os clãs estão tão desmembrados, pensei que mais se inscreveriam.”
Deixei minhas decepções de lado e coloquei o papel na mesa. Não havia aventureiros naquela folha que eu estivesse interessado em levar para a fase de entrevista. Também não consegui encontrar a classe especial que estava procurando. Imaginei que tudo o que podíamos fazer era esperar indefinidamente.
— Hum, mas…
— Não desperdice meu tempo e fale.
— Há uma classe específica que você está procurando?
— Na verdade, não, só preciso de alguém que seja capaz. Por que pergunta?
— Porque encontrei um nome famoso entre os candidatos. — O chefe do distrito começou a elogiar como esse aventureiro era habilidoso, leal e promissor. Parecia que esse cara queria encontrar um companheiro para mim logo para que eu parasse de vir aqui.
— Chega! — Joguei o papel no chão e saí furioso do escritório. — Você só faz o que eu mandar!
Não importava o quão bom fosse o currículo, colocar um Hans na minha equipe? Esse cara estava fora de si?
Quase duas semanas se passaram desde que o incêndio ocorreu. Eu poderia classificar o que estive fazendo nesse tempo em algumas categorias: acumular conquistas no templo, passar pela terra sagrada para lutar com o chefe, percorrer Kommelby para ter uma noção dos preços e depois ir à guilda a cada três dias para aliviar o estresse atormentando o chefe do distrito. Embora minha agenda fosse bastante produtiva, não resultou em nenhum resultado imediato. O valor da moeda provavelmente continuaria a subir por um tempo, então eu não estava fazendo nenhum movimento financeiro.1
“E parece que levará mais dois a três meses antes de eu ter conquistas suficientes para conseguir um sacerdote…”
O mesmo vale para recrutar um companheiro. Não havia sinal da classe especial de aventureiro necessária para o sexto andar aparecendo em breve, e as outras três vagas que eu precisava preencher para chegar a dez pessoas ainda estavam vazias.
“Será que não teremos escolha a não ser subir com apenas seis pessoas no final?”
A ideia era desanimadora. Normalmente, quando um clã era dividido em duas ou mais equipes, o grupo se encontrava no quinto andar. Isso porque quando o número de pessoas viajando juntas excedia cinco, o quarto andar acabava levando consideravelmente mais tempo, uma perda dolorosa para os aventureiros que tratavam o tempo como dinheiro.
“Mas ainda há muitas coisas sobre a ideia de subir em grupos de três que me deixam inquieto. Será muito mais seguro nos encontrarmos no segundo andar.”
Claro, era um pouco cedo demais para se preocupar com isso. Se nosso retorno ao labirinto acabasse sendo adiado por mais alguns meses, tudo isso seria inútil. O que era importante era quando a situação se estabilizaria novamente.
“Há uma chance de que eu possa descobrir isso hoje.”
Era dia 15, o dia da abertura dos Caça-Fantasmas. Esta manhã, fui para a terra sagrada em preparação para minha viagem à comunidade. Isso porque eu não poderia simplesmente entrar como de costume desta vez.
“GM.”
Até o GM suspeitava que eu fosse um espírito maligno agora. Era altamente provável que o GM fizesse um movimento hoje, porque era isso que eu faria se fosse ele.
Doze horas passadas no fórum eram doze segundos na vida real. Sempre pensei nisso, mas esse breve momento era uma grande fraqueza para os usuários da comunidade, porque você estava totalmente desconectado da realidade. Como nem ser esfaqueado no pescoço com uma faca o acordaria, se alguém aproveitasse adequadamente esses doze segundos, poderia dizer se você era um jogador ou não.
“Mas não entrar seria pior.”
Decidi entrar na comunidade de qualquer maneira, concluindo que, após o recente encontro entre Noark e o palácio, a quantidade de informações que eu conseguiria neste mês seria enorme. Além disso, o braço direito do GM, SoulQueen, também havia entrado na Távola Redonda como um novo recruta no mês passado. Se o Leão estivesse ausente durante esta reunião, seria possível que conectassem a mim e ao Leão no futuro.
“…Isso pode ser desconfiança demais, mesmo para mim.”
De qualquer forma, o ponto era o seguinte: na vida, era sempre melhor prevenir do que remediar. Não sabia ao certo se o GM tentaria verificar durante aqueles doze segundos, mas não havia razão para não estar preparado.
— Bjorn, você me chamou?
— Ah, tenho um favor a pedir.
— Favor?
— Pode tentar colocar isso no seu rosto?
Quando cheguei à terra sagrada, chamei Kharon e entreguei-lhe a Máscara Dourada, o item oculto que obtive na Cidadela Sangrenta.2
— O que é isso? Gosto que seja brilhante, mas…
— É um item mágico que transforma seu rosto por trinta dias.
— Hã? Mas por que você está me dando isso?
— Porque você é a pessoa cuja constituição é mais parecida com a minha.
Pedi a Kharon que bebesse na cidade até meia-noite de amanhã enquanto usava meu rosto.
— Esse não é um pedido difícil, mas por quê?
— Eu tenho um lugar para ir esta noite que é um segredo dos meus companheiros.
— …Parece que aquela terian não é muito compreensiva com você.
Hã? Por que ele estava trazendo ela à tona aqui? Fiquei confuso sobre o que ele estava falando, mas logo percebi o que ele estava insinuando.
— É instinto de guerreiro querer descendentes. É por isso que você veio à terra sagrada hoje?
Refleti sobre isso por um momento antes de assentir. Agora que pensava sobre isso, parecia uma maneira muito melhor de manter meu segredo do que a desculpa que eu havia preparado.
— De qualquer forma, não se preocupe! Vou fazer o meu melhor para que, mesmo que aquela terian apareça, ela não suspeite de nada!
Na verdade, ele seria definitivamente descoberto se ela aparecesse, por isso eu havia dito para passar a noite toda bebendo. — Confio em você. Afinal, você é o guerreiro mais sábio aqui depois de mim.
— V-Você também pensa assim, hein?! Estou lisonjeado!
Depois de informá-lo sobre as precauções que ele deveria tomar e seu itinerário para a noite, entreguei a Kharon, que havia se transformado em mim, meu equipamento e o mandei para a cidade.
【Você usou Máscara Dourada.】
【Sua aparência mudará por 30 dias.】
Também coloquei a máscara e a tirei para adotar a aparência de Kharon. Isso porque meu rosto se destacava na terra sagrada. Se houvesse relatos de testemunhas de que eu estava em dois lugares ao mesmo tempo, não haveria sentido em todo o esforço que fiz hoje.
“Também devo voltar para a cidade.”
Como seria possível para os amigos de Kharon na terra sagrada descobrir quem eu era, coloquei rapidamente o equipamento de Kharon e saí dos arbustos para voltar à cidade. Então, encontrei um quarto em uma pousada qualquer e me tranquei lá.
【Sua alma ressoou e está sendo atraída para um mundo diferente.】
“Ufa, só espero que ele não faça nada estranho enquanto usa meu rosto…”
- Lei da Oferta e Demanda; Existe um excesso de produtos e uma falta de pessoas interessadas, então quem for comprar vai pagar menos pelo produto, afinal, se ainda for caro, o cliente pode simplesmente ir pra um dos vários concorrentes vendendo as mesmas coisas.[↩]
- MrRody: Me pergunto quantos de vocês ainda lembram desta máscara e quantos estão completamente perdidos quanto a mesma.[↩]
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