Capítulo 269: Ilha Farune (3/4)

『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisor: SMCarvalho 』

Havia uma mulher encarando um ponto específico. No fim de sua linha de visão estava o corpo de um homem, Guardweaver Drous, um pedaço de lixo que tentou evitar o karma e viver uma segunda vida sob um novo nome.

Ou pelo menos, ela deveria estar encarando.

— Amelia, por que você está tão abatida?

Amelia mordeu o lábio involuntariamente. Isso não era tão terapêutico quanto ela pensou que seria.

— Porque os companheiros dele fugiram? Vamos lá, não se preocupe tanto. Os outros dois foram procurá-los, certo? Eles vão pegá-los logo. — Mesmo seu companheiro imaturo, que reclamou durante toda a jornada, agora estava pisando em ovos ao redor dela, mas Amelia não tinha presença de espírito para se importar.

— Esta é minha responsabilidade. Não há razão para todos vocês se envolverem. Então, vão!

A imagem desse cara se sacrificando por seus companheiros continuava a pairar em sua mente. A princípio, era ridículo. O que diabos esse cara estava dizendo depois de traí-los assim? E para pessoas que não faziam ideia de que tipo de pessoa ele era?

Seus molares se apertaram. Se ele era capaz disso o tempo todo, por que não fez isso por eles?

— Ainda assim, recuperamos nossas coisas, certo? Mesmo que esses caras escapem vivos, nossa missão é um sucesso.

Só então Amelia clareou a mente e mudou seu olhar para a joia em sua mão, um artefato deixado pelo Grande Sábio Gabrielius, e um tesouro protegido pelos lordes do castelo de Noark por gerações. Pensando bem, ela também estava incerta sobre essa coisa. Para ser precisa, ela continuava pensando sobre o que Drous disse enquanto ela tomava dele.

— Amelia, isso não vai mudar nada.

Como ele podia dizer isso quando sabia o que esse objeto significava para ela?

Amelia usou um pouco do veneno em sua posse para dissolver o corpo do homem. Depois, ela colocou a joia que estava segurando no subespaço. Todos os líderes de Noark tinham saído para o mundo exterior e não era possível se comunicar com eles, de qualquer forma. Ela seria a responsável por guardá-la por um tempo. Não havia pressa, então ela planejava voltar e encontrar uma maneira de usar a joia mais tarde.

“Finalmente, eu à tenho.”

Independentemente de qualquer incerteza, seu sonho de longa data estava se aproximando da realização. Com esse pensamento em mente, Amelia afastou sua inquietação.

— Mas, Amelia. — Carmilla, a invocadora da equipe e também a mulher que possuía seu meio de transporte no sexto andar, se agarrou ao braço de Amelia. Seus olhos estavam cheios de curiosidade. — Isso é realmente isso?

Não era que Amelia não pudesse entender como ela se sentia. Esse item era falado como uma lenda dentro de Noark, e de certa forma, era considerado mais fictício do que a Pedra da Ressurreição. Foi por isso que Amelia não queria confirmar nada.

— Eu não sei.

Claro, ela sabia que as histórias sobre esse item não eram simplesmente inventadas e que o item que ela acabara de colocar no subespaço era inconfundivelmente genuíno. Mas ver algo era cobiçar. Seria tolice dizer a verdade a Carmilla e convidar problemas.

— Ah, não seja assim. Você também sabia quem era aquele homem. Tenho certeza de que sabe se essa coisa é real ou não.

Amelia mais uma vez a calou. — De novo, eu não sei. E se isso realmente é aquele item ou não, não é da nossa conta. Nossa missão era apenas recuperar o que ele tinha e voltar para a cidade.

Quando ela estava prestes a se virar, Carmilla sorriu. — A julgar por essa reação, acho que é realmente aquilo? Uau, eu não pensei que realmente existisse.

As palavras poderiam soar como um comentário leve para alguns, mas tendo visto todos os tipos de coisas feias em sua vida, Amelia instintivamente alcançou sua adaga. E naquele momento…

Shaa!

…o calor começou a irradiar de suas costas.

— Sinto muito, Lady Rainwales.

Tinha sido um erro apenas estar atenta a Carmilla. Quando ela voltou a si, a espada do guerreiro havia penetrado seu estômago. Mas, e daí? No tempo que levou para refletir sobre seu erro, Amelia tomou uma decisão.

— Bom trabalho, Senhor!

A lâmina estava enterrada sob suas costelas.

— Quando você vai começar a me chamar de Irmão?

Seus órgãos foram danificados, mas não era um ferimento instantaneamente fatal.

— Tanto faz, somos apenas meio-irmãos!

Amelia rapidamente puxou sua adaga e a empurrou para frente. Seu alvo era Carmilla, a mulher que ela fantasiou matar várias vezes.

Swip!

Infelizmente, seu alcance era um pouco curto. Claro, isso realmente não importava. Ela havia aprendido um truque enquanto lutava contra aquele bárbaro no passado.

Whooom!

Assim que uma aura foi imbuída na ponta da lâmina, ela poderia compensar a lacuna.

Shin!

— Aaaagh!

A ponta da adaga perfurou o olho de Carmilla.

— Pena. — Se tivesse ido um pouco mais fundo, poderia ter perfurado seu cérebro.

Pluck!

Antes que pudesse sentir decepção, a lâmina em seu estômago foi puxada. O recuo a fez cambalear, mas não havia tempo para descansar.

— Merda!

A espada do guerreiro imediatamente mirou em seus pontos vitais. Julgando o ataque difícil de evitar, Amelia levantou o braço. Isso porque seu braço não era vital.

Shaa!

A espada longa afiada cortou seu braço. Ela conseguiu preservar sua vida, mas sofreu uma grande perda. Isso também não era um grande problema. Se seu corpo principal estivesse danificado, ela teria que lutar usando clones.

Huff.

Amelia usou a 【Auto-Replicação】 do Doppelganger, criou um clone bem atrás do guerreiro e imediatamente mirou um chute em sua cabeça, um combo com o qual a maioria dos inimigos nem conseguia reagir.

— C-Cuidado atrás de você!

O pé do clone entrou em contato com seu oponente e um som de explosão ecoou.

Bang!

Mas o som não veio de seu alvo, a cabeça.

— Ugh! — Seu pé havia pousado no ombro do guerreiro. O aviso oportuno permitiu que o guerreiro torcesse o corpo para fora do caminho.

Shing!

O preço de seu ataque falho foi a espada do guerreiro afundando em seu estômago novamente, embora a interferência do clone tenha feito a espada não penetrar muito fundo.

“Eu posso acabar morrendo se as coisas continuarem assim.”

Isso era perigoso.

— O que você está fazendo?! Pegue o braço, rápido! — No momento em que o pensamento surgiu na mente de Amelia, o guerreiro rolou no chão e pegou seu braço decepado. Ele estava usando uma pulseira de subespaço. Frustrada, Amelia usou seu clone para rapidamente perseguir o guerreiro.

— Vamos, Yongyong!

Ela estava três passos muito longe.

— Kwaaaa! — O guerreiro subiu no Drake que Carmilla convocou antes que o clone pudesse alcançá-lo.

Whoom! Whoom!

O Drake subiu aos céus em um instante. Ela podia ouvir a conversa que os dois estavam tendo sob o som alto do bater de asas.

— …Amelia Rainwales. Ela é uma mulher aterrorizante. Nunca pensei que ela pudesse ser tão ameaçadora mesmo em um estado como aquele.

— Tanto faz, apenas me dê uma poção!

— Primeiro, precisamos conversar. E agora? Não conseguimos nem matá-la direito.

— Ugh, de que isso importa!? Ela vai morrer de qualquer maneira…

Essa foi a extensão da conversa que ela conseguiu captar com sua audição avançada, porque eles tinham desaparecido completamente no céu.

— Droga. — Amelia soltou um palavrão pela primeira vez em muito tempo, mas isso não mudou nada. Agir era a única maneira de se salvar da ruína.

Tap.

Amelia usou seu clone intacto para carregar seu corpo principal e rapidamente deixou a área, julgando que se aqueles caras decidissem voltar e fazer uma confirmação de morte, isso seria realmente o fim dela.

Tap, tap.

Amelia continuou se movendo, sem saber exatamente para onde estava indo. Um tempo depois, ela foi lançada ao chão depois que seu MP se esgotou e a 【Auto-Replicação】 chegou ao fim.

Tap.

Ela congelou ao som de uma presença próxima. Se fosse um de seus camaradas, ela viveria, mas se não fosse, ela morreria. Era uma situação de vida ou morte.

— …Ainarrr? É você, Ainarrr?

Surpreendentemente, ambas as previsões de Amelia estavam erradas. — Você.

— H-Hã?

— Você é companheira de Bjorn Yandel. — Ela levantou a cabeça, e um olhar para os lados do crânio da mulher confirmou suas suspeitas.

Ploft!

Era uma gata.

— Ahhh, quem é essa mulher!? — Missha estava confusa. Fazia sentido. Qualquer um estaria se uma mulher com um braço decepado e um buraco no estômago desabasse na sua frente. — U-Uh… essa é uma das aventureiras que estavam lutando? P-Poção. Sim, poção primeiro…

A mulher era desconhecida, mas Missha abriu sua mochila expansível encharcada de água de qualquer maneira e puxou uma poção. Seja essa mulher era boa ou má… não. Não havia nenhuma informação de que havia alguma pessoa boa aqui para começar.

— Você é companheira de Bjorn Yandel.

Mas as últimas palavras da mulher antes de desmaiar removeram qualquer hesitação que Missha pudesse ter sentido. Sim, ela poderia estar familiarizada com Bjorn. Missha decidiu tratá-la antes de qualquer outra coisa.

Pong!

Removendo o lacre da poção, Missha apressadamente derramou-a no ferimento da mulher.

Glug, glug.

Ela não ouviu o chiado característico de uma poção fervendo na pele de alguém. A poção apenas escorreu pelo ferimento como água fria.

— Hã? Eu comprei isso em uma loja autorizada!

Era desconcertante, mas tendo tido o infortúnio de comprar poções falsificadas no passado, Missha tirou outra poção de sua bolsa. A mesma coisa aconteceu novamente.

“…Hã, por que isso não está funcionando?”

Será que essa também era falsa? Missha então derramou um pouco da poção em um corte que ela tinha recebido ao cair na água.

Chhh!

Vendo que coçava como louco, a poção estava funcionando. Então por que não estava funcionando nesta mulher? Ela não tinha como saber, mas Missha não desistiu. Ela tinha aprendido com Bjorn que o jeito bárbaro era mastigar com as gengivas quando não tinha mais dentes.

“Faz tempo que não uso essas…”

Missha tirou ervas e ataduras. Esses eram suprimentos de primeiros socorros que ela mantinha para usar na remota chance de ficar sem poções.

— Isso vai arder um pouco… Oh, você não pode me ouvir, né.

Lavando o ferimento com um antisséptico primeiro, Missha aplicou as ervas e o enfaixou. Depois, colocou um cobertor no chão e deitou a mulher em cima. Isso encerrou seus primeiros socorros. Já que tinha feito tudo o que podia, o resto dependia da mulher.

— Pelo menos ela está respirando bem… — Depois de observar por um momento, Missha confirmou que a respiração da mulher havia estabilizado e se agachou ao lado do cobertor. Então soltou um suspiro. — Ugh, não posso simplesmente deixá-la aqui…

Se ela estivesse apenas inconsciente, Missha a carregaria, mas como seu estado era tão grave, isso era impossível.

— Bjorrrn estará esperando…

Missha resmungou, mas não podia deixar a mulher assim. Ela passou cerca de dez minutos emburrada.

Squeak, squeak, squeeeak!

Missha virou a cabeça para um som desagradável. — Ugh, o que está acontecendo agora?

Monstros estavam rastejando para a costa.

O som de carne colidindo com carne ecoava periodicamente. Eu simplesmente não conseguia manter meu corpo parado, então ficava mexendo incessantemente com minhas mãos.

“Duas horas.”

Já fazia tanto tempo desde que eu havia chegado ao centro da ilha. Não importava o quão rápido eu tivesse chegado, algum dos meus companheiros deveria ter aparecido há muito tempo.

“Por que ninguém está vindo?”

Mesmo que eu tentasse ter fé, possibilidades sombrias continuavam enchendo minha mente. Missha, Raven, Sr. Urso, Ainar e Erwen… Eles estavam realmente bem? Se eu soubesse que isso aconteceria, teria procurado na costa, não vindo para o centro.

— Você pretende ficar aqui? — a sacerdotisa perguntou cautelosamente enquanto eu vibrava de ansiedade. Para mim, ela parecia uma maldita membro de culto naquele momento.

“Você me disse para ter fé mais cedo.”

— Você é uma sacerdotisa. Por que está tão pronta para desistir? — resmunguei, mas sabia no fundo que, mesmo levando em consideração sua classe, a reação dela não era descabida.

Squeak, squeak, squeeeak!

Como para validar isso, monstros marinhos que só apareciam depois que o evento começava também começaram a aparecer aqui. Eles haviam caminhado todo o caminho desde a costa, a um ritmo menos da metade da velocidade de caminhada de uma pessoa normal.

“Em pouco tempo, este lugar estará cheio de caras mais fortes. A costa já estará infestada deles.”

Mesmo assim, ninguém chegou.

— Ersina.

— Sim, vá em frente.

— Estamos nos movendo. Esperar realmente não combina com minha personalidade.

— Parece que sua fé não vacilou.

O que ela estava dizendo? Ela foi quem me disse que tudo o que podíamos fazer era ter fé.

— Se você tivesse nascido humano, poderia ter sido uma grande figura religiosa.

Uma figura religiosa, minha bunda. Isso parecia estranho de ouvir como um orgulhoso ateu moderno, mas o tom dela estava mais próximo da admiração do que do sarcasmo, então não discuti com ela.

— Chega de bobagem. Levante-se.

— Ok.

Puxei a sacerdotisa para colocá-la de pé e me preparei para partir. Assim que estava prestes a ir, nosso primeiro visitante em duas horas chegou.

Infelizmente, não era um dos meus companheiros. Seu corpo magro estava coberto de ferimentos leves, provavelmente de uma batalha árdua que ocorreu há pouco tempo. Um arco longo estava pendurado em seu ombro. Até seu cabelo verde estava coberto de sujeira.

— …Lorde Yandel. — Amigo ou inimigo? Não era difícil descobrir, considerando a pergunta que saiu de sua boca no segundo em que nos avistou. — Vocês dois… O que fizeram com Lady Rainwales?

Isso é muita coincidência.

“Veja, eu na verdade também tinha uma pergunta para você.”

Ignorando o toque repentino em meus ouvidos, perguntei: — Ei, por que você está usando o anel de subespaço de Raven?

“É melhor ter uma boa resposta, ou então você está morto.”