Capítulo 276: Vórtice (2/6)

『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisor: SMCarvalho 』

A linha entre a vida e a morte às vezes era desenhada lentamente, e outras vezes era desenhada em um instante. Na indústria dos aventureiros, geralmente era o último caso. Afinal, a maioria dos ferimentos poderia ser tratada com poções ou poder divino. A menos que você sofresse um ferimento que levasse à morte instantânea ou toda a sua equipe fosse dizimada, normalmente você sobreviveria.

— Ahh, por favor, acorde.

No entanto, havia casos como este, em que poções e poder divino não funcionavam, como com o mago Riol Warb Dwalkie do Time Meio-Lesado. À medida que ele se aproximava da morte, aquele homem deu seu testamento para aqueles que estava deixando para trás, causando uma grande sensação de perda em Missha e seus companheiros. Claro, havia uma diferença distinta entre aquela época e agora.

— Olá? Mulher cujo nome eu nem sei? Prrr favor…

Essa era uma estranha, não uma camarada preciosa. Além disso, sua morte nem era certa como a de Dwalkie havia sido. Havia uma chance de que ela pudesse superar isso e sobreviver. Na encruzilhada entre a vida e a morte, só cabia a essa mulher de cabelos ruivos, e a Missha, decidir para qual lado ela iria.

— Nyah! Apenas acorde de uma vez! — Missha gritou e balançou sua espada com força para extravasar um pouco de sua frustração. No final daquela espada estavam alguns dos monstros que estavam subindo do mar.

Slash!

Inimigos continuavam a aparecer, não importava o quanto ela cortasse, apunhalasse e os enfrentasse novamente. Missha estava no limite. A menos que ela saísse daqui agora, talvez nunca visse Bjorn novamente. Mas seria impossível para ela carregar essa mulher com ela. Seu ferimento havia cicatrizado até certo ponto agora e sua respiração havia se estabilizado, mas em uma situação em que estavam cercadas por monstros de todos os lados, como ela poderia carregar alguém?

Shing!

Ela só poderia trazê-la junto se a mulher recobrasse os sentidos e fosse capaz de segui-la, não importa quão lentamente.

— Eu também estou no meu limite, sabia?! — Missha gritou novamente, esperando que seu estímulo pudesse alcançar o subconsciente da mulher.

— Você… — A mulher, que estava deitada lá como um cadáver, finalmente abriu os olhos.

— V-Você está acordada! — Missha disse, encantada. — Como você está se sentindo? Consegue se moverrr?

A mulher apenas murmurou para si mesma, como se estivesse tentando juntar as peças em sua mente. — Então, você me protegeu todo esse tempo…

— Sim! Mas eu não posso continuar fazendo isso prrr muito tempo. Ok? Precisamos ir para algum lugar seguro. Você consegue fazer isso?

Houve uma pausa muito breve. Então — Não consigo me mover.

— O quê?

— Mas posso cuidar desses monstros. Preciso que você tire algo da minha bolsa para mim. — Sua voz estava calma, tanto que não parecia vir da boca de uma pessoa morrendo.

Com isso, Missha parou de afastar os monstros e correu para abrir a bolsa expansível no cinto da mulher. Então, ela tirou o item que a mulher mencionou. — Um pergaminho? Que tipo de pergaminho é esse?

— Destruição do Mal.

Missha ficou genuinamente surpresa. Era um pergaminho imbuído com poder divino e não apenas magia comum? Pergaminhos como esses nem eram mais produzidos. Como essa mulher conseguiu algo tão precioso? Muitas perguntas preencheram sua cabeça, mas elas não importavam.

— Ahhh, por que você não me contou sobre isso antes de desmaiarrr?! — Missha rapidamente rasgou o pergaminho, e uma barreira translúcida imbuída com a energia do divino imediatamente obstruiu os monstros. Foi sua primeira pausa genuína em muito tempo. — Ah, agora posso respirar. — Agora que ela tinha um momento para se recuperar, Missha rapidamente se aproximou da mulher e fez uma das perguntas que estavam em sua mente desde antes. — Ei, qual é o seu relacionamento com Bjorrrn?

— Aquele bárbaro e eu…

— …Sim, você e aquele bárrrbaro… O quê? Não. Você não pode dormir ainda, ok? Ah! Termine sua frase primeiro! — Missha foi sacudir o ombro da mulher e parou quando percebeu no meio do caminho que ela estava ferida. Então, suspirando, se jogou no chão. Agora que seu corpo podia descansar, as preocupações sobre seus companheiros desaparecidos voltaram à sua mente novamente. — …Todos estão bem, certo?

Nesse momento, um vento forte soprou do mar, uma brisa fria que carregava consigo o cheiro do oceano e era úmida o suficiente para parecer pegajosa.

Shwaaa.

Por alguma razão, Missha se sentiu estranhamente ansiosa hoje.

Era um choque de armas com o propósito expresso de matar a outra parte. Ferimentos eram comuns em tais batalhas, mesmo que todos estivessem em sua plena forma e não cometessem erros. Por isso, os aventureiros eram frequentemente supersticiosos. Eles também sabiam disso. Ferimentos durante a batalha eram inevitáveis, e a gravidade desses ferimentos às vezes dependia da sorte.

— Sr. Yandel, Sr. Urikfried está…!

Isso foi o que aconteceu com o Sr. Urikfried hoje. A garra do Drake quebrou a espada de Patzran enquanto ele lutava na linha de frente, e aquela lâmina quebrada voou e se incrustou no corpo do Sr. Urso sem que ele cometesse nenhum erro. Se ele fosse mais ágil, poderia ter sido possível para ele desviar, mas a maioria das pessoas não interpretaria o que aconteceu como um erro. Seria mais preciso dizer que ele teve azar.

— Sangrando…! O sangramento não para!

Algumas pessoas sobrevivem a uma queda de dez andares por sorte, mas outras perdem suas vidas apenas escorregando. Dungeon and Stone era um jogo que aderiu fielmente ao lado irracional da realidade, o que era algo muito atraente para mim até eu acordar neste corpo.

— Sacerdotisa! Por favor, tratamento…

De qualquer forma, o problema era onde a lâmina acertou. Embora tenha passado longe do coração, o fragmento afiado não parou apenas em cortar seus pulmões e acabou perfurando um deles. Ferimentos perfurantes causavam mais sangramento, e um de seus órgãos internos estava ferido.

A sacerdotisa usou seu poder divino restante para curá-lo, mas foi inútil.

Essa era a habilidade ativa do monstro de quinto nível, Drake. Aquela maldita invocadora deve ter lançado isso no Sr. Urso no momento em que viu seu ferimento.

— O que você está olhando, bárbaro?

“Droga.”

Bang!

Eu queria correr e verificar o Sr. Urso naquele momento, mas não tinha esse luxo. O mesmo valia para os outros.

— Vou cuidar do Sr. Abman. Todos, concentrem-se na luta!

Percebendo que não havia nada que pudessem fazer pelo Sr. Urso, que estava oscilando entre a vida e a morte, não tiveram escolha a não ser confiá-lo a Erwen e continuar lutando. Mas a situação não parecia boa.

A ausência do mago Hans J era uma sentença de morte por si só, mas enquanto Patzran se esforçava para preencher essa lacuna, ele perdeu sua arma. Aquele golpe de má sorte foi então agravado por mais má sorte e um fragmento daquela espada apunhalou o Sr. Urso, reduzindo ainda mais o número de combatentes do nosso lado.

— Seu nome é Nebarce, certo?

— Sim…

— Aqui está seu arco de volta. Vá lá e lute.

— …Está bem?

— Tenho certeza de que você também não quer morrer aqui. — Erwen tomou a difícil decisão de dar a Nebarce uma arma, mas isso não mudou nada.

— Vamos, Yongyong! Só mais um pouco!

Mesmo à primeira vista, uma luta contra um Drake claramente fortalecido e uma invocadora que se entupiu de essências suplementares para atuar como suporte de longo alcance era difícil. Naquele ponto, lutar contra um monstro de quarto nível não teria sido melhor, e ‘merda de cachorro’ não era uma expressão forte o suficiente para descrever nosso estado atual. Erwen estava sem MP e Força da Alma, e o poder divino da sacerdotisa estava sendo consumido mais rápido do que ela conseguia recuperá-lo. Até Patzran, que estava encarregado da vanguarda, havia perdido sua espada. A adição de um arqueiro não poderia mudar drasticamente o rumo da batalha.

“Vai ser difícil pedir apoio àqueles caras.”

Era um sentimento agridoce, mas eu tinha que admitir agora. As coisas haviam mudado, e minha estratégia precisava ser revisada novamente. Originalmente, eu pretendia jogar o mais seguro possível e travar uma batalha longa, confirmando as essências do meu oponente uma por uma.

“Não há tempo.”

O Sr. Urso não duraria tanto tempo. Eu tinha que terminar essa batalha o mais rápido possível para garantir que a Oferenda do Dragão fosse retirada.

“E para fazer isso… Eu precisaria fazer os sacrifícios necessários.”

Isso exigiria um pouco de determinação. O que você poderia sacrificar e o que poderia ganhar? Eu já havia feito os cálculos. E quanto ao meu oponente?

— Você ficou nervoso agora que seu camarada foi atingido, bárbaro!

O que esse cara, que ria como se já tivesse vencido, poderia sacrificar para me deter?

“Acho que vou descobrir em breve.”

Eu dei um salto para frente com um rugido. — Behelaaah!

Eu não senti a usual onda de energia envolvendo meu corpo. Isso era natural, já que eu não tinha mais MP para usar a 【Explosão Selvagem】. No entanto, a proteção dos meus deuses ancestrais ainda estaria comigo, pois eles favoreciam guerreiros que corriam com selvageria no coração.

Whip!

“Hm, ou não.”

Assim que a distância entre nós se estreitou, o cara avançou com sua espada. Isso já havia acontecido várias vezes ao longo desta batalha. Sempre que esse cara tentava me apunhalar, eu levantava meu escudo para bloquear. Isso me forçava a desperdiçar minha vez enquanto lhe dava a oportunidade de enfiar uma lâmina no meu antebraço ou coxa antes de recuar para a segurança. Esse tinha sido o padrão de ataque dele até um tempo atrás.

“Sim, eu não vou parar você.”

Quando ele avançou com a espada, desta vez eu balancei minha maça em vez de levantar meu escudo. Isso significava que era a vez dele fazer uma escolha. O que ele faria?

O espadachim ficou confuso com a súbita mudança no ritmo da batalha e deu um passo para trás antes de retirar a espada. Por que não podíamos trocar golpes como homens?

“Eu sabia que ele faria isso.”

Eu esperava que isso acontecesse, então assim que ele ampliou a distância entre nós, dei um impulso no chão e alterei minha trajetória, virando-me para o Drake e sua invocadora.

“Salto.”

Usei meu MP, que havia recuperado apenas o suficiente para um movimento, e usei 【Salto】.

Boom!

Uma nuvem de poeira se espalhou pela zona de pouso. Como eu não estava no modo 【Gigantificação】, o Knockback não se aplicava. Mas isso não era importante.

— Grk? — O Drake percebeu minha aparição do outro lado, perto da floresta, e abriu a boca.

Seu hálito fede, desgraçado.

Smack!

Assim que nossos olhos se encontraram, bati no focinho dele com minha maça.

— Gweeek! — Sua cabeça virou bruscamente, mas um golpe como aquele não faria muito contra um monstro de grande porte. Mas, e daí? Meu alvo real era aquela mulher irritada em cima dele.

— Ugh, honestamente! Você não pode parar esse cara sozinho!?

Eu dei outro impulso no chão, saltando como uma mola. Mas bem nesse momento, uma lâmina se enfiou nas minhas costas.

Stab.

Era claramente aquele desgraçado de antes. Cara, ele já chegou aqui?

— Por que demorou tanto?! — a invocadora gritou, mesmo enquanto observava o espadachim me deter com uma espada atravessando meu pulmão.

Eu não pude deixar de questionar suas ações. — Por que…

“Você acha que eu não posso me mover ou algo assim? Não é como se tivesse um buraco no meu pescoço.”

Swip.

Dei um passo à frente com a espada ainda dentro de mim. Então, bati com a maça que segurava.

Whooom!

O alvo era a cabeça daquela invocadora chorona.

Swip!

A espada nas minhas costas foi retirada, o que me fez estremecer, mas meu braço não parou de se mover. Mas bem naquele momento, ele me apunhalou novamente.

Whooosh. Swip!

Desta vez, a lâmina se enfiou no cotovelo do braço que segurava a maça. A junta foi estilhaçada, não apenas a pele, e meu aperto na maça afrouxou.

“Desgraçado, mostrando sua experiência em combate, hein? Bem, acho que o mesmo vale para mim. Explosão de Carne.”

Eu decidi sacrificar o braço que já estava inútil.

Pop!

Ele havia percebido que eu tinha 【Fluido Ácido】 enquanto lutava comigo, mas parecia que ele nunca esperou que meu corpo explodisse.

Chhhhhh!

— Ahhh! — Coberto pelo meu sangue e carne, o cara gemeu de dor e deu um passo para trás. Essa era a coisa boa sobre a essência do Golem Cadavér. Como era uma essência rara, ninguém sabia sobre ela. O fato de usar HP em vez de MP também foi útil neste caso particular.

Clunk.

Foi então que a maça na minha mão rolou para o chão. Tudo bem. Embora não fosse tão boa quanto a maça, minha mão era uma excelente arma.

Smack!

Então bati na invocadora com meu escudo e ela caiu do assento e no chão com um grito. Eu pude ver que um dos braços dela estava dobrado em um ângulo estranho. Isso foi um pouco decepcionante. Se eu tivesse acertado a cabeça dela, poderia tê-la matado com um golpe. O Drake teve que se mover bem quando eu estava prestes a acertá-la, fazendo com que eu não conseguisse quebrar o crânio delicado dela.

“Só preciso acertá-la mais uma vez.”

Canalizando o espírito de um bárbaro que caiu sete vezes e riu oito, fui pular das costas do Drake. Mas o que foi isso?

Voom!

Meu corpo em queda foi subitamente lançado para cima. O Drake me jogou para cima com a parte de trás do pescoço. A invocadora rapidamente saiu de vista, mas nem tudo era uma má notícia.

Shaa!

Patzran aproveitou o movimento chamativo do Drake e enfiou sua espada quebrada no peito dele.

— Keeek!

A espada perfurou em algum lugar perto do coração? O Drake lutou violentamente antes de desaparecer em um flash de luz. Sua invocação finalmente foi cancelada. E agora que o efeito de status no Sr. Urikfried também foi encerrado, seria possível curá-lo com poder divino. Meu primeiro desejo havia sido realizado.

Bang!

Com esse pensamento em mente, eu rapidamente me levantei do chão. E foi quando…

Ssshing!

Uma espada afiada foi colocada contra meu pescoço. — Seu monstro.

Apesar de não me importar com o elogio, eu não tinha energia para bloquear ou evitar a espada dele. No entanto, havia um lado positivo. Esse cara não podia me matar agora.

— Todos parem! A menos que queiram vê-lo morrer! — o desgraçado gritou para meus companheiros.

Meus camaradas apontaram suas próprias armas para o pescoço da invocadora inconsciente. — Não, você solta essa espada. A menos que queira ver essa mulher morrer. — Semelhante a uma troca de reféns, um silêncio tenso se instalou.

Thump.

Nesse momento, duas mulheres emergiram da floresta.

— B-Bjorrrn…?! O que diabos está acontecendo?! — Uma delas era Missha, por quem eu estava procurando desesperadamente.

— Você parece estar em apuros, bárbaro. — A outra era Amelia Rainwales.

Como essas duas estavam juntas? O que havia acontecido? Muitas perguntas surgiram na minha cabeça, mas me concentrei apenas em uma coisa. A aparição delas era um ponto positivo.

— Amelia Rainwales, então você estava viva — o homem disse para Amelia, ainda com a espada apontada para meu pescoço. — Isso é ótimo. Nos ajude.

— O fato de você poder me dizer isso depois do que fez deve significar que você tem algum motivo para eu ajudar?

— Claro. Escondemos aquele item em algum lugar nesta ilha. Se morrermos assim, ele será perdido para sempre. Você realmente quer isso?

Amelia franziu a testa com essas palavras. Tendo encontrado essa mulher várias vezes, eu sabia o que isso significava assim que vi.

“Maldição.”

Essa era a expressão que ela fazia quando estava pensando em algo, e qualquer conclusão a que chegasse provavelmente decidiria nosso destino. Olhei para Amelia, incapaz de falar.

— Belverson Erfner. Você já ouviu falar das duas melhores maneiras de irritar alguém?

— …O quê? — O espadachim soltou um som confuso com aquela pergunta totalmente aleatória.

De qualquer forma, Amelia continuou. — A primeira é parar de falar no meio de uma frase. Infelizmente, não consegui ouvir a segunda. Mas se eu tivesse que arriscar um palpite…

— …Sim? — o espadachim perguntou, curioso demais para não morder a isca. O mesmo valeu para mim. Será que essa mulher sabia a resposta?

A antecipação aumentou no silêncio desconfortável. Amelia continuou sem pestanejar. — É… apunhalá-los nas costas no meio de um discurso.

“Ah.”

Hush.

No momento em que Amelia terminou de falar, senti uma presença atrás de mim. Era óbvio o que, ou quem, era.

O espadachim percebeu tardiamente o que estava acontecendo e me empurrou para longe antes de se virar.

Mas já era tarde demais.

Bam!

A duplicata de Amelia apareceu atrás dele e acertou um golpe na têmpora do espadachim.

Ploft.

O espadachim caiu no chão, os olhos já perdendo o foco. — Por quê…? — ele murmurou. — Aquele item… para você…

— Sim, é algo que busquei minha vida inteira.

— Então por que…?

Amelia se aproximou de nós num instante, pressionou a cabeça do espadachim com o pé e disse: — Não importa se você o escondeu ou não. Eu posso simplesmente descobrir onde ele está com sua irmã. Não há como aquela vadia aguentar tortura.

Ela era uma mulher muito sensata.