Capítulo 28: Fenda (2/3)
『 Tradutor: MrRody 』
Daria Whitember di Tersia.
Uma aventureira com cinco anos de experiência, atualmente estava vagando pelo primeiro andar da caverna de cristal. Ela tinha sua irmã mais nova, a quem ainda via como uma criança, com ela.
— Erwen, você usou um espírito de novo.
— Ah, é muito difícil só com a adaga…
— Eu te disse. Você precisa ser capaz de se proteger sem um arco ou um espírito.
— Não, eu sei disso, mas…
— Pare. Se você continuar praticando, vai melhorar.
Tersia estava levando Erwen pelo primeiro andar e treinando-a impiedosamente. Era tudo pelo bem de sua irmã mais nova, e sua irmã não era ignorante desse fato.
Mas conforme o treinamento se arrastava, ficava claro que ela estava ficando cansada.
— S-Sr. Bárbaro disse que é melhor se especializar no que você é bom…
—…O quê?
— Confiar em sua equipe e fazer o melhor para cumprir seu papel. Isso… Isso é a chave para ser um aventureiro…
Tersia, que estava ouvindo impassível, ficou sem palavras. A declaração em si era… razoável. Não seria ótimo se o mundo fosse assim tão bom?
— Erwen, membros de equipe são apenas membros de equipe. Não atribua muito valor a eles.
Tersia tinha feito parte de muitas equipes. Desde o grupo de aventura no sexto andar do qual ela fazia parte até pouco tempo atrás, até a equipe de caça que só caçava monstros especialmente lucrativos, até a equipe de speedrunning que visava abrir portais.
Depois de trabalhar com muitas pessoas diferentes, ela tinha experimentado muitas coisas diferentes. Entre elas estavam coisas que ela não queria contar para Erwen.
Membros de equipe não podiam ser confiáveis a menos que fossem parentes de sangue.
— Tudo bem…
Erwen não retrucou após perceber o olhar endurecido no rosto de Tersia.
O tempo passou e logo foi o quarto dia. Erwen tinha percorrido o primeiro andar no sentido horário e agora conseguia derrotar qualquer monstro que encontrasse apenas com sua adaga. No processo, ela naturalmente subiu de nível.
— Um, Tersia? Eu subi de nível. Não podemos ir para o segundo andar agora? O Sr. Bárbaro deve estar ganhando muito dinheiro lá em cima agora…
Tersia riu de quão fofa sua irmã era. Qual era o problema de pegar alguns monstros a mais no segundo andar?
— Erwen, a Fenda vai abrir em breve.
A Fenda: um lugar que nem mesmo aventureiros de nível médio que estavam no ramo há vários anos conseguiam entrar sem a quantidade certa de sorte.
Erwen inclinou a cabeça. — Como você sabe disso?
— Porque a última Fenda no primeiro andar abriu há oito meses.
Tersia explicou gentilmente passo a passo como se estivesse falando com uma criança pequena. Hoje era o quarto dia delas no labirinto, então ela usou estatísticas para explicar por que acreditava que a Fenda teria que abrir nos próximos três dias.
— Entendi… O Sr. Bárbaro não mencionou isso.
“Bem, é claro.” pensou Tersia.
Erwen tinha estado cantando os louvores do bárbaro continuamente há um mês, mas ele ainda era apenas um novato. Avançar de forma imprudente para o próximo andar e passar por todos os tipos de provações e erros no processo era a epítome da ineficiência para um aventureiro experiente.
— Erwen, não seja impaciente e confie em mim. Dentro de um ano, haverá uma grande diferença entre você e aquele bárbaro em termos de nível.
Às vezes, o caminho mais lento era o mais rápido.
— Mm… então quando esse momento chegar, eu posso ajudá-lo!
— Sim, você pode fazer isso. — Tersia permitiu, balançando a cabeça. Ela não estava certa se o bárbaro ainda estaria vivo ou não até então, e mesmo que estivesse, Tersia arranjaria uma maneira de dissuadir sua irmã quando o momento chegasse.
Ela queria preservar a inocência de sua irmã o máximo possível.
Assim que estava pensando nisso, o labirinto começou a tremer como se houvesse um terremoto. Isso era um fenômeno que ocorria sempre que uma Fenda se abria.
— Erwen!
Tersia pegou a mão da Erwen e correu pelo túnel a toda velocidade. Logo depois, encontrou um portal que vibrava de forma instavel.
Era uma Fenda.
Deviam haver milhares de portais assim por todo o primeiro andar agora, e cada minuto era agora uma corrida crítica contra o tempo.
Ruuuum…!
Tersia e Erwen se lançaram no portal. Mas naquele momento…
Ruuuuum…!
…o portal desapareceu.
Thud.
Tersia, que havia pulado no ar e caído no chão, clicou a língua em desapontamento.
— …Um passo tarde demais.
Se não tivessem tentado entrar ao mesmo tempo e ela tivesse empurrado sua irmã antes dela, elas poderiam ter conseguido com sucesso. Mas…
— …Haverá outra oportunidade mais tarde.
Não tinha jeito. Afinal, e se sua irmã mais nova tivesse acabado entrando na Fenda sozinha e morrido lá dentro?
— Erwen, vamos para o segundo andar.
Novamente, às vezes, o caminho mais lento era o mais rápido.
A Lei da Troca Equivalente. Eu realmente gostava dessa teoria. Mas, infelizmente, o mundo não funcionava assim.
Basta considerar a vez em que nos deparamos com aquela vadia psicopata. Nós mal sobrevivemos e não ganhamos nada com a experiência.
Não, na verdade, fomos expulsos da Terra dos Mortos e acabamos perdendo tempo.
Mas desta vez era diferente. Desta vez eu tinha feito a escolha, então colheria as recompensas apropriadas.
Mm, provavelmente.
Boom.
Eu olhei para a mulher e o homem humano que eram nossos dois últimos membros do grupo, mantendo minha guarda levantada. O homem, que havia aterrissado com um estrondo pesado, não parecia ser nada especial, mas…
A mulher era diferente.
Toc.
Como se desafiando as leis da gravidade, a mulher desceu lentamente ao chão e pousou suavemente. Nem mesmo o anão falador conseguia esconder sua surpresa ao ver a cena, com a boca aberta.
Eu estava na mesma situação.
— Não esperava ver uma maga aqui.
Mago – a melhor classe que você poderia escolher em Dungeon and Stone e a única classe digna desse título. Magos eram tratados com respeito onde quer que fossem apenas por seu status como magos.
— Bjorn, os magos são tão impressionantes assim? Aquela bibliotecária também era uma maga!
Diante da pergunta de Ainar, a maga franzia o cenho como se estivesse descontente. Antes que pudéssemos cair nas graças da Maga, no entanto, eu abri minha boca.
— A bibliotecária é uma maga de nível nove.
— Isso é diferente?
Era diferente. Muito diferente.
Enquanto os bibliotecários eram trabalhadores de classe alta que trabalhavam em guildas, instituições públicas ou salas de trabalho, essa mulher era uma verdadeira maga. O fato de ela ter entrado no labirinto era prova disso. Magos eram um recurso importante em Rafdonia, então se não provassem ser capazes, não lhes era permitido entrar no labirinto de jeito nenhum.
— Entendi!
Depois de terminar de nivelar com Ainar e explicar a situação o mais claramente possível, a maga se juntou calmamente à conversa.
— Sim, isso mesmo. Você é bem informado para um bárbaro.
Vendo o sorriso convencido em seus lábios, eu pude imediatamente dizer que tipo de pessoa ela era.
— Olá. Meu nome é Arua Raven, uma maga de nível seis. E este é o portador profissional que eu contratei… Qual era o seu nome mesmo?
— É Tarzine, Lady Raven.
Então eles eram uma dupla. Isso não era tão ruim. Ela parecia ter uma tendência a desprezar os outros, mas não era tão ruim comparada a outros magos. No jogo, havia canalhas muito piores do que ela.
— Posso pedir uma introdução de todos vocês também?
— Hikurod Murad. Será uma aventura curta, mas espero que façamos um bom trabalho juntos, Senhorita Raven.
— Quão experiente você é, Sr. Murad?
— Sou aventureiro há três anos.
Um aventureiro de terceiro ano… Não era de se admirar que seu equipamento parecesse tão de alta qualidade.
— Bjorn, filho de Yandel. — Depois de fornecer essa breve introdução, decidi simplesmente fazer a pergunta que estava em minha mente. — Não vejo por que alguém como você está no primeiro andar. Por que você entrou na Fenda?
A maioria dos aventureiros que estavam ativos no primeiro andar eram aqueles que nem mesmo tinham equipamento adequado. E assim, eu esperava que limpar a Fenda fosse um trabalho difícil. Mas com um veterano de terceiro ano e uma maga de nível seis?
Eu não podia simplesmente aceitar essa sorte. Desconsiderar isso como uma coincidência feliz seria uma decisão estúpida também.
— Não posso entrar em detalhes, mas ouvi dizer que a Fenda abriria durante este ciclo.
— Eu também ouvi.
Isso é o que as pessoas querem dizer com ‘gatekeeping’? Raven e o anão permaneceram calados sobre como exatamente chegaram aqui.
É claro que isso não importava para mim. Agora eu tinha uma ideia de como eles tinham inferido quando a Fenda abriria.
— Ainar, segunda filha de Fenelin.
Assim que as apresentações de todos terminaram, Raven assumiu o controle da conversa.
— O saque será dividido de acordo com o número de pessoas, menos o Sr. Tarzine aqui. Em troca, vocês todos seguirão o meu comando?
— Não tenho objeções. Seguir as ordens de um mago é a coisa mais lógica a se fazer em um labirinto.
— Obrigada por dizer isso.
Quando o anão expressou seu consentimento, o olhar de Raven se voltou para nós dois. Eu não precisei pensar por muito tempo. Com uma maga no grupo, não seria bom se destacar. Afinal, os magos foram os primeiros a notar a existência dos espíritos malignos e persuadir a família real a declará-los alvos de extermínio.
Maldição…
Limpar a Fenda já não era mais meu objetivo principal.
— Também concordo.
“Apenas seja educado.” Ela pode ter me elogiado antes por ser um bárbaro bem informado, mas isso poderia se transformar em suspeita a qualquer momento.
— Eu recuso.
“Hã?”
Todos os olhos se voltaram para Ainar em sua declaração obstinada.
— Eu não sei o que há de tão grandioso em um mago. Eu quero que Bjorn nos lidere.
“Mas até eu já concordei! O que você está fazendo?!”
Eu queria fechar a boca dela agora mesmo, mas se fizesse isso, só pareceria mais suspeito.
— Bjorn… é esse bárbaro, certo? — perguntou a maga lentamente.
— Isso mesmo. Bjorn não é um bárbaro comum!
— O que você quer dizer com ‘não é um bárbaro comum’?
— Bjorn é um guerreiro mais sábio do que qualquer outro. Ele lê livros na biblioteca por seis horas todos os dias.
— Hmm, isso é definitivamente incomum.
— Não é incomum, é ótimo! Nunca vi um bárbaro tão inteligente quanto Bjorn!
“Maldição… Por favor, pare…”
Todos me olharam estranho graças aos elogios de Ainar, mas a situação felizmente foi passada como apenas um pequeno contratempo. Eles pareciam ignorar isso como ingenuidade de um bárbaro.
Pelo menos por enquanto.
— Ainda assim, é uma maioria, então não tem o que fazer. Hahaha! — riu o anão.
— Pera, é por voto da maioria? O que você quer dizer com ‘não tem o que fazer’?! — Ainar exigiu.
— Um…
Sentindo a atmosfera ficar tensa novamente, eu acalmei Ainar. Eu não sabia o que a estava deixando tão irritada, mas ela estava bufando e claramente insatisfeita.
— Mas Bjorn, você é melhor do que aquela maga!
Será que as palavras ‘para um bárbaro’ a ofenderam?
Eu não estava certo, mas fiquei feliz por tê-la feito jurar um juramento antecipadamente. Caso contrário, nosso uso do fenômeno da instabilidade dimensional e o fato de que eu era o único que tinha aberto a Fenda poderiam ter sido revelados.
— É uma bênção ter uma esposa que o considera tão bem. Eu invejo você, bárbaro! Hahaha!
— E-Esposa! Eu não sou uma esposa!
— Hahaha. Não há necessidade de ficar envergonhada!
— Gahhh! E-Eu não estou envergonhada!
De qualquer forma, graças ao anão tagarela, a raiva de Ainar foi direcionada para outro lugar. Aliviado, eu aproveitei o tempo para estudar o rosto de Raven. Apesar dos meus medos, ela não parecia particularmente interessada em mim.
— Hmm, uma barreira que impede você de sair. Interessante. Parece separar as dimensões, mas como podemos ver o outro lado com nossos olhos nus?
Devo atribuir a maneira como ela estava agindo à paixão de um mago pelo conhecimento? Enquanto a observava murmurando consigo mesma enquanto anotava algo em seu caderno, notei que ela parecia estar curiosa sobre as qualidades da barreira que nos impedia de deixar o mapa. Esperava que essa intensa curiosidade não acabasse se fixando em mim enquanto estivéssemos trabalhando juntos.
— Por que não paramos toda essa conversa fiada e começamos a nos mover? Tenho muita pesquisa a fazer para recuperar a amostra que preciso.
Com as palavras de Raven, o anão virou a cabeça. — Começar a se mover? Ainda só conhecemos os nomes uns dos outros.
Eu sentia o mesmo. Todo grupo deveria saber quais eram as habilidades uns dos outros e o que cada membro era capaz de fazer. Não importava quão rapidamente o grupo fosse formado, fornecer aos seus companheiros de equipe uma ideia básica de quem você era era fundamental.
No entanto, Raven considerou isso não essencial.
— Isso é necessário? Todos os monstros da Cidadela Sangrenta são de nível sete ou inferior.
Sua voz estava cheia de total confiança. O anão parecia ligeiramente desconfortável com isso, mas não disse nada.
…Até que ela acrescentou mais uma coisa.
— Ah, esqueci de mencionar. Eu vou ficar com o saque do guardião. Eu preciso dele para minha pesquisa independente.
Que egoísta…
Não é de se admirar que ela tenha parecido tão normal para uma maga.
“Mas que merda.”
Como esperado, as coisas estavam prestes a ficar ruins novamente.
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