Capítulo 285: Causa e Efeito (1/4)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisor: SMCarvalho 』
O mar estava enfurecido com ondas violentas.
— Bjorn? Bjorn ainda não chegou?
— Não. Ele deveria aparecer aqui em breve…
Arua Raven manteve os olhos no horizonte, o transmissor de coordenadas firmemente agarrado em sua mão. Assim como todos no barco agora, uma inquietação desconhecida começava a preenchê-la. Bjorn Yandel, seu líder, estava enfrentando um monstro de terceiro nível sozinho para ganhar tempo para que eles pudessem escapar.
— Algo deve terrr dado errado. Temos que salvá-lo!
— Não! Você não ouviu o que ele disse? Ele disse para não se aproximar de lá de jeito nenhum.
— Esse cara sempre diz coisas assim e depois faz o que querrr! Eu não me importo. Também vou fazer o que eu quiser a partir de agora!
— Mas como você vai descer lá? O Sr. Yandel está lutando debaixo do mar!
— Mas… — Missha interrompeu.
Diante disso, Raven mordeu o lábio e tentou ser mais paciente, em vez de se deixar levar pela emoção e elevar a voz. — Apenas espere. O Sr. Yandel com certeza voltará inteiro.
— Desculpe por gritar.
— Tudo bem. Eu sinto o mesmo.
— O mesmo?
Raven respondeu à pergunta da Missha após uma pausa. — …Somos companheiras.
— Ah, certo… sim.
Houve um silêncio constrangedor depois disso. Todo esse tempo, todos no barco mantiveram os olhos fixos no ponto de onde haviam começado sua jornada. Cerca de cinco minutos depois, o navio ancorado começou a balançar violentamente.
— A-A água está baixando! — O nível elevado do mar estava diminuindo enquanto falavam.
— O-Q-Que? Mas Bjorn ainda não está aqui. Será que ele… falhou?
— Acho que não! Se o Storm Gush estivesse vivo, haveria outra tempestade!
— Oh, então…
— Sim! O Sr. Yandel derrotou o Storm Gush! — Raven gritou, incapaz de esconder sua alegria.
Missha estava na mesma situação. — Ahh, seu bárrrbaro bastardo! Você disse que ia apenas segurar! O que diabos você estava fazendo lá embaixo?! — Em nítido contraste com o conteúdo de seu desabafo, a expressão de Missha estava repleta de alívio brilhante.
— Sr. Patzran! Vire o barco, rapidamente!
— É p-pra já!
Raven apressadamente virou o barco e dirigiu-se para a ilha.
Flash!
Então, como se um raio tivesse atingido debaixo do mar, uma luz branca brilhou na superfície da água antes de desaparecer.
— O q-que foi isso agora?
— V-Você acha que algo deu errado lá embaixo…?
A sacerdotisa e todos os outros voltaram seus olhos para Raven, mas ser uma maga não significava saber tudo. — E-Eu também não sei…
Esse era o labirinto. Havia mais coisas que você não sabia do que coisas que sabia. Essa também era a primeira vez dela vendo um Storm Gush.
Com o tempo, o nível da água diminuiu e a ilha começou a reaparecer, começando do centro e do ponto mais alto. No entanto, a pessoa que eles procuravam não estava em lugar algum.
— O-Onde diabos eles foram parar? E esses são os equipamentos deles?
Tudo o que restava no centro da ilha eram os equipamentos que Bjorn e a mulher chamada Amelia estavam usando.
— Há uma estaca aqui. A corda ainda está presa, então parece que o Senhor estava aqui há pouco tempo…
— Parece que eles tentaram não ser arrastados pela correnteza. Mas onde…?
— Mas espere, os equipamentos…? O que há com os equipamentos? Não haveria razão para eles tirarem…
Nada disso fazia sentido.
— …Vamos procurar na área primeiro. Se foram arrastados pela água, não podem ter ido longe. — A cabeça de Raven estava tão confusa quanto, mas ela deu instruções o mais calmamente possível. Bjorn não disse a ela que ela tinha que agir como líder quando ele não estivesse lá?
— Aqui! Há mais equipamentos aqui! Este é o colar que Bjorn usa!
— As r-roupas íntimas dele também estão aqui!
Depois disso, o grupo se separou e começou a procurar. Todo o tempo, o nível do mar continuava a baixar e a ilha voltou ao seu estado original.
— Por quê… por que não conseguimos encontrá-los em lugar nenhum?
Mesmo depois de procurarem por toda a ilha, Bjorn não estava em lugar algum. O que diabos havia acontecido aqui?
— Será que Yandel…
Eles não sabiam de nada com certeza agora, mas quando Raven falou, sua voz era firme. — Sr. Urikfried, não diga bobagens. Ele está definitivamente vivo.
Ser otimista mesmo quando não havia evidências para apoiar isso… sim, aquele bárbaro disse que era o que um líder devia fazer.
— Primeiro, está claro pelas evidências circunstanciais que eles mataram o Storm Gush. Eles também tiveram a ideia de cravar uma estaca no chão para evitar serem arrastados. Não sei por que tiraram todos os seus equipamentos, mas é possível que tenham sido levados para uma ilha próxima. Vamos procurar ao redor.
Depois disso, Raven subiu no barco do Patzran e procurou em todas as ilhas próximas. No processo, eles lançaram várias teorias e até tiveram discussões ocasionais, mas ninguém perdeu a esperança. O tempo avançou e, no final, eles chegaram ao dia do fechamento do labirinto sem encontrar Bjorn.
— …Nos encontraremos na cidade.
Shaaaaaa!
A luz do labirinto anunciou seu retorno. Chegando à cidade, Raven procurou na Praça Dimensional por um bárbaro. Nenhum era imediatamente visível. Pensando que ele poderia ter vagado para outro lugar antes que ela pudesse avistá-lo, Raven até foi ao posto de controle, mas era mais do mesmo.
— Bjorn? Ele estava na praça? O pessoal aqui disse que ninguém com a descrição dele passou por aqui.
— Não consegui encontrá-lo na praça. — Raven continuou esperando no posto de controle com seus companheiros, que chegaram lá antes dela. Mesmo depois de todos os outros aventureiros passarem pelo posto de controle, deixando a praça vazia, Bjorn não apareceu, embora eles devessem ter se reunido ali, não importando onde ele tivesse acabado no labirinto. Contanto que ele estivesse vivo, pelo menos.
— Hum… está chegando perto do horário de fechar.
Mesmo com a equipe insinuando que eles deveriam sair, Bjorn não apareceu. Isso só podia significar uma coisa, mas ninguém conseguia dizer em voz alta.
Um pesado silêncio caiu, e sua única companheira guerreira, Ainar, foi quem o quebrou. — Então, Bjorn está morto — disse ela, sem rodeios.
Era hora de encarar a realidade.
O senso comum dizia que até montanhas e rios mudariam em dez anos, mas esse não era o caso aqui, pelo menos. Embora tenha passado tempo suficiente para montanhas e rios mudarem duas vezes, esta cidade não havia mudado muito, assim como a rua em frente ao posto de controle onde eu estava agora.
— Pai! Aqui! Aqui!
— Ramirion, estou feliz que você voltou em segurança novamente. Vamos para casa. Eu preparei todos os seus favoritos.
Os conhecidos e familiares dos aventureiros preenchiam o posto de controle. Até os edifícios ao redor não haviam mudado muito. As únicas pequenas diferenças que pude encontrar foram as placas penduradas nos primeiros andares dos prédios.
“Então, isso era originalmente um bar, não uma loja de conveniência.”
Enquanto eu estava ocupado sendo levemente fascinado pelas diferenças entre o passado e o presente e procurando por mais, uma mulher veio até mim. Era Amelia.
— Ah, você está aqui.
— Eu te fiz esperar. Houve algum problema durante a inspeção?
— Eu só entreguei minha identidade e troquei as pedras de mana como você me disse para fazer.
— Sério? Que alívio. Então, vamos.
— Para onde vamos primeiro?
— Primeiro, uma loja de roupas.
Depois de me encontrar com a Amelia, fomos a uma loja próxima para comprar roupas e encontramos uma pousada no Distrito Sete, o lugar onde eu geralmente vivia.
— Venha para o meu quarto depois de tomar banho. Vamos discutir algumas coisas.
Primeiro, fui ao banheiro e me esfreguei até ficar limpo, então vesti minhas roupas novas e fui para o quarto da Amelia. Felizmente, ela também tinha terminado de se lavar e a porta abriu rapidamente.
— O que você queria falar? — perguntei enquanto me sentava na cama.
Amelia sacudiu a água do cabelo e se sentou à mesa em frente a mim. — Primeiro, tenho uma coisa para te perguntar.
— Manda ver.
— Você está… pensando em voltar?
Eu me perguntava o que ela quis dizer com isso, mas a resposta a isso não era óbvia? — Claro. Eu vou voltar, não importa o que aconteça.
— Hmm, entendi.
— Você realmente achou que eu gostaria de ficar?
— Achei que era possível. Você deve estar lentamente aceitando o fato de que está no passado agora.
— O que isso tem a ver com alguma coisa?
— Isto é vinte anos atrás. Você pode não ter percebido isso, mas se aproveitar essa diferença de tempo, você poderia levar uma vida muito mais confortável do que antes.
— Entendi.
— Isso não é uma situação de ‘entendi’. Bárbaro, você pode não perceber, mas a oportunidade que você tem agora…
Interrompi Amelia antes que ela pudesse continuar. — Já basta. — Eu entendi o que ela quis dizer, mas não estava particularmente interessado. Não há uma mina de bitcoin aqui. Ficar aqui só significaria que meus equipamentos, meu status de nobreza conquistado com tanto esforço e meus companheiros diligentemente cultivados estavam todos perdidos. Era uma perda total. Para mim, não havia razão para ficar. — Se houver uma maneira de voltar, eu vou imediatamente. Então, não puxe esse assunto de novo. Se não fosse por você, eu não teria sido sugado para cá em primeiro lugar.
— …Desculpe por isso.
Sim, essa desculpa foi um pouco tardia. — Deixe pra lá. Então é por isso que você pediu para me ver?
— Não, a principal coisa que eu queria discutir era outra. Se você fosse ficar aqui, eu não ia te contar.
Não é à toa que ela continuava me sondando. — Pare de rodeios e vá direto ao ponto.
— Quero que você me ajude enquanto estiver aqui no passado.
Huh, ela nunca respondeu propriamente a nenhuma das minhas perguntas na ilha, mas agora queria minha ajuda? Ela achava que eu era um idiota? — E o que eu ganho com isso?
— Vou te ajudar a voltar em troca.
— Você nem sabe como, então como vai me ajudar?
— Há um método que vale a pena tentar.
— Me conte. — Se ela dissesse que eu tinha que dar minha resposta primeiro antes que ela me contasse o que era, eu sairia imediatamente.
Mas Amelia prontamente me contou o método ao qual ela se referia. — Usar o Fragmento da Pedra dos Registros mais uma vez.
Eu não entendi imediatamente. — O Fragmento da Pedra dos Registros? Isso desapareceu quando… — pausei no meio da pergunta. — Ah… Não estava realmente desaparecido, já que estavamos vinte anos no passado.
— Sim, o que eu usei se foi, mas ainda há um aqui. Neste ponto da história, estaria em posse do senhor de Noark.
De repente, os Tesouros Gênese vieram à mente. Assim como a pedra ainda estava aqui, as chaves roubadas para o andar final também ainda existiam no presente.
“O que acontece se eu levá-los de volta comigo? Isso significaria que haveria uma maneira de limpar o nível final?”
Entretive a ideia por um segundo, mas foi rapidamente descartada. Não apenas eu já tinha mais do que suficiente em minha mente me preocupando em voltar ao meu tempo original, mas também não seria possível trazê-los de volta comigo em primeiro lugar. Considerando que nossa incursão no passado me deixou a mim e a Amelia na Ilha Farune nus, era provável que a mesma coisa acontecesse na volta. Seria impossível levar um item daqui para o presente.12
Ah, meus pensamentos estavam vagando. Quando voltei a prestar atenção, Amelia havia parado de falar e estava me encarando. Puxa, um bárbaro não pode ter dificuldade em se concentrar?
— Ahem, estou ouvindo. Continue.
— Direi o resto depois de ouvir sua resposta.
“Ha, é assim que você quer jogar?”
Meu primeiro pensamento foi que ela estava sendo mesquinha, mas isso não mudava minha resposta. Não apenas fazia sentido usar o Fragmento da Pedra dos Registros para voltar, mas se ela não me ajudasse, seria difícil conseguir sozinho. Para conseguir aquele item, a ajuda de Amelia, que era de Noark, era essencial, já que eu não sabia onde o senhor do castelo a guardava.
— Certo, então diga. Como posso te ajudar?
Uma vez dado o meu consentimento, a expressão da Amelia mudou. Estranhamente, ela não parecia feliz. Em vez disso, parecia um tanto descontente.
— Há algum problema?
— …Não. Não há como aquele bastardo estar certo.
— Aquele bastardo? — perguntei, mas Amelia ficou em silêncio.
Depois de se acalmar, ela lentamente abriu os lábios. Foi uma história bastante longa, e quando terminou, eu finalmente entendi a mulher chamada Amelia Rainwales… e o passado que ela estava tão desesperada para mudar.
No dia seguinte a essa longa história, Amelia fez o check-out da pousada.
— Talvez eu não possa vir por um tempo, pois estarei ocupada. Não posso te impedir de fazer nada, mas tente evitar causar uma cena o máximo possível.
Aparentemente, um batedor estava operando nas sombras que oferecia uma mão amiga a pessoas que se tornavam criminosas e tentava recrutá-las para se juntarem a Noark. Ela planejava fazer contato com eles. Isso porque, para que ambos alcançássemos nossos objetivos, entrar em Noark era crucial.
“Cara, eu nunca pensei que iria até Noark.”
De qualquer forma, o período de tempo que Amelia disse que estaria ocupada era de cerca de três semanas. Ela disse que passaria de vez em quando para me manter atualizado sobre seu progresso, então eu poderia ouvir sobre qualquer mudança no plano então.
“O que eu devo fazer agora?”
Uma vez que fiquei sozinho no quarto, senti-me inquieto. Talvez fosse minha curiosidade de gamer falando. Afinal, eu estava vinte anos no passado.
“Devo dar uma olhada por aí?”
No momento em que o pensamento surgiu, vesti minhas roupas e saí da pousada. Embora Amelia repetidamente tenha me dito para não atrair atenção, honestamente, como eu poderia apenas sentar e aceitar isso? O que era o pior que poderia acontecer?
- SMCarvalho: Na verdade… não é tão impossível assim, mas isso vai depender de como o autor vai explicar a viagem no tempo da obra dele. será que vai ser um De volta para o futuro, ou algo tipo Vingadores. considerando os eventos.[↩]
- MrRody: Pra quem ñ entendeu o comentário do Revisor; Basicamente ele se questiona se o Bjorn vai poder alterar a linha do tempo, ou se uma única linha temporal existe e tudo o que o Bjorn fizer já está ‘escrito’.[↩]
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