A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 304: Rainwales (2/4)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: SMCarvalho – Demisidi 』
Depois que pulei e xinguei como se ela tivesse acabado de dizer minha palavra de gatilho, um breve silêncio constrangedor se seguiu. No entanto, não durou muito.
— Você… acabou de dizer ‘porra’ para mim? — Amelia perguntou, quase como para confirmar, e eu rapidamente comecei a controlar os danos.
Claro, não pedi desculpas cegamente. Essa questão era importante para mim. — Ahem-hem, meu nome é Hansu. Não Hans.
— E daí?
— Quero que você tome cuidado com a pronúncia. Sabe. Isso é uma questão muito sensível para mim… — Mesmo enquanto dizia isso, me preocupava que esse incidente diminuísse ainda mais a boa vontade dela em relação a mim, mas Amelia foi surpreendentemente generosa e compreensiva.
— …Tudo bem. Vou tomar cuidado a partir de agora. — Parecia que ela reconhecia que havia cruzado uma linha, mesmo sem saber por que eu estava reagindo assim a algo como a pronúncia.
Ok, então isso resolvia esse problema. Como ela começou a conversa, decidi fazer uma pergunta que também estava na minha mente. — Hum, Amelia?
— Fale.
— O que você quis dizer antes? Que o palácio poderia ter mantido silêncio deliberadamente sobre o fato de eu ser um espírito maligno. — Esta era uma pergunta que fui forçado a segurar antes de me revelar, embora estivesse morrendo de vontade de perguntar.
— Ainda é apenas uma possibilidade. — Amelia ofereceu um aviso e me deu sua lógica para isso. — Para começar, se o palácio descobrisse que você era um espírito maligno, sua identidade teria sido exposta há muito tempo.
Hmm, isso era verdade. Se eles usassem um Item Numerado como o que Amelia usou hoje, não haveria nada que eu pudesse fazer. — Entendi isso, mas como isso se transforma em eles deliberadamente manterem silêncio? Nesse caso, não faria mais sentido supor que o fato de não terem dito nada significa que o palácio confia completamente em mim?
— Esse poderia ser o caso. Mas você era o herói mais famoso da cidade na época. Achei que havia a possibilidade do palácio simplesmente sentir que não podia tocar em você.
“Uh, ainda não entendi. Não importa o quão famoso eu seja, ainda sou um peixinho pequeno do ponto de vista do palácio.”
— Explique.
— Hmm, acho que você não é do tipo que é bom em política.
“Por favor, pare com a análise de Hansu Lee.”
Quando eu a encarei sem responder, Amelia sorriu e continuou. — Pense nisso. Há um herói que sacrificou sua vida para salvar seus camaradas e lutou uma batalha sangrenta para trazer de volta milhares de aventureiros da morte certa, e então se descobre que esse herói é na verdade um espírito maligno? Que tipo de problemas você acha que surgiriam disso?
— Uh… confusão?
— Sim, haverá confusão. Porque o palácio, junto com as três seitas religiosas da cidade, descreveu os espíritos malignos como seres malignos e os designou como alvos de extermínio.
Só então eu entendi por que essa mulher pensava que o palácio poderia ter mantido silêncio sobre minha identidade, apesar de tê-la descoberto.
— Porque espíritos malignos devem sempre ser malignos…
— Felizmente, você é rápido.
Eu era diferente dos outros espíritos malignos. Eu ajudei a elevar meus compatriotas bárbaros, apesar da influência fraca da nossa raça, e até fui à frente de uma grande batalha, arriscando minha vida. Foi por isso que o palácio teve que ser cauteloso. No momento em que me executassem por ser um espírito maligno, os cidadãos começariam a pensar: ‘Mas ele salvou milhares de pessoas? E mesmo assim está sendo morto por ser um espírito maligno?’
— Claro, mesmo que revelem que você é um espírito maligno e te coloquem no cadafalso, não haverá tumultos ou algo assim. Como sempre, as coisas ficarão barulhentas por um tempo antes de se acalmarem novamente. Mas…
— O palácio não quer deixar nem o menor precedente sugerindo que espíritos malignos podem ser úteis.
— Novamente, isso é tudo especulação — Amelia concluiu, mas sua ‘especulação’ me deixou muito desconfortável. Seu raciocínio não era absurdo. Tinha uma base. E o problema era que essa base soava plausível para mim.
“Huh, e se isso for realmente verdade? Vou precisar criar uma identidade totalmente nova e viver escondido assim que voltar?”
Com todo tipo de pensamentos embaralhando minha mente, perguntei — Amelia, está dormindo?
— Não. E de agora em diante, me chame de Emily, mesmo que estejamos sozinhos. Também vou te chamar pelo seu pseudônimo.
— Uh, de repente?
— Podemos cometer outro erro na frente de outras pessoas. — Ela provavelmente estava se referindo ao tempo em que espancamos a gangue de Beck. — Então seria bom criar o hábito para evitar fazer isso novamente. Se tudo correr conforme o planejado, logo entraremos em contato com o lorde do castelo.
Com isso, limpei todos os outros pensamentos da minha mente.
“Sim, não importa o quanto eu pense na minha situação toda com o palácio… não conseguiria encontrar uma solução adequada nesta era de qualquer maneira. Devo me concentrar em nosso trabalho aqui primeiro.”
Na manhã seguinte, um visitante veio à pousada onde estávamos hospedados.
Toc, toc.
— Eu sou Rick Omanus. Vocês são Emily e Bjon, filho de Thor?
Surpreendentemente, ele era um cavaleiro. Não um aventureiro que apenas usava uma espada como arma e vestia uma armadura de placas, mas um cavaleiro de verdade, sob o comando do lorde do castelo.
“Acho que também há uma ordem de cavaleiros aqui.”
Agora que pensei nisso, provavelmente foi por isso que Amelia conseguiu usar uma aura. Teria sido difícil adquirir a maestria necessária para atingir um despertar natural sozinha em uma idade tão jovem. Eu tinha certeza de que ela aprendeu com alguém.
— Qual é o seu negócio conosco?
— O lorde do castelo valoriza suas capacidades e decidiu fornecer apoio a vocês.
A escolha arrogante de palavras dele me lembrou de algumas pessoas de alto escalão em Rafdonia. Acho que ele simplesmente não conseguia imaginar que diríamos não. Bem, não que fôssemos fazer isso.
— Que tipo de apoio você está falando? — Amelia perguntou, fingindo ignorância.
Rick Omanus estendeu um pedaço de papel em vez de responder. — Os detalhes estão todos escritos aqui, então me deem sua resposta depois de lerem.
O contrato listava que tipo de apoio poderíamos obter do castelo e, inversamente, o que teríamos que dar em troca por aceitar a oferta de recrutamento. As condições por si só não eram ruins. Membros da equipe recebiam apoio, direito de subir para Rafdonia como recompensa por conquistas e muitas oportunidades de receber benefícios com o selo de aprovação do lorde do castelo. Em troca, tínhamos que seguir suas ordens em caso de emergências.
— Isso é recrutamento, não apoio, eu entendo.
— Eu disse. O lorde do castelo valoriza suas capacidades.
— Preciso de tempo para pensar.
— Vou esperar aqui fora. Mas espero que não demorem muito.
Era isso que esperávamos, mas como responder muito rapidamente poderia despertar suspeitas, arrastamos nossa ‘deliberação’ por um longo tempo.
Quando abrimos a porta novamente, perguntei — …Você ficou nessa posição o tempo todo?
— Naturalmente, estou em serviço oficial.
Ainda assim, não pensei que ele faria isso por mais de duas horas. — Aqui, leve.
Depois, entregamos ao cavaleiro o contrato assinado e ele nos disse para visitar o castelo a qualquer momento, pois tudo já estava arranjado. Acho que ele realmente não pensava que recusaríamos.
— Mas uma assinatura significa alguma coisa?
— É uma mera formalidade. Afinal, se vocês o desafiarem, viver uma vida normal nesta cidade se torna impossível.
Tentando intimidar o novato, hein? Sempre havia a opção de se mudar para a parte leste da cidade e formar equipe com Orcules.
— Então nos vemos mais tarde. — O cavaleiro, tendo terminado seu negócio, saiu sem olhar para trás. Era nossa vez de começar o dia.
— Emily, qual é o seu plano agora? Chamamos a atenção dele, mas não o suficiente para ele querer nos encontrar pessoalmente.
— Isso não é um problema. Só temos que continuar chamando a atenção dele no futuro.
— Bem, isso é verdade.
Não para me gabar, mas eu era muito bom em chamar a atenção. Com este meu corpo bárbaro, eu me envolvia em todo tipo de situação, mesmo ficando parado.
— Agora, vamos sair.
Depois disso, empacotamos todo o nosso equipamento e nos dirigimos ao castelo. Da última vez que estivemos aqui, apenas cuidamos de assuntos administrativos na parte externa, mas desta vez conseguimos entrar nas muralhas internas, o que exigia permissão.
— Srta. Emily e Sr. Máscara de Ferro. Recebi uma mensagem de Sir Omanus de que vocês viriam. Meu nome é Mel. A partir de agora, meu trabalho é ajudar os dois sempre que visitarem as muralhas internas. — O administrador que nos cumprimentou com um sorriso brilhante nos deu as boas-vindas à família e explicou brevemente a estrutura das muralhas internas, junto com seu layout. Nada do que foi dito me interessou muito porque já havia ouvido tudo de Amelia. — Como é o seu primeiro dia, o registro virá primeiro. Ah, quais são seus planos para o futuro, se posso perguntar? A maioria das pessoas acaba em seus grupos originais…
— Não temos intenção de nos juntar a um grupo já estabelecido.
— Entendo. Então vou guiá-los pelo processo de criar um novo grupo em seu nome.
Seguimos ele até o Centro Administrativo do Labirinto nas muralhas internas, que era acessível apenas a aventureiros que trabalhavam diretamente sob o lorde do castelo. Nos registramos como uma equipe de duas pessoas chamada Máscara de Ferro. Mais do que Emily e Bjon, aparentemente apelidos como esse eram memoráveis.
— O que você fará com as três vagas disponíveis para companheiros adicionais? Se você me disser os papéis que deseja…
— Pare.
— Desculpe?
— Até encontrarmos alguém que gostemos, trabalharemos como uma dupla. Então, não quero que você permita nenhuma inscrição de membros.
— Sim, farei como você deseja.
Amelia terminou de ajustar as configurações da nossa equipe como a local que era e depois confirmou uma informação com a equipe de gerenciamento do labirinto. — Quantos pastores podemos escolher?
Um pastor era uma criança em uma posição como a de Jencia, alguém que entrava no labirinto em uma idade jovem e assumia todo tipo de tarefas perigosas.
— Atualmente, há treze disponíveis.
— E se incluir aqueles que também já estão associados?
— Cento e setenta e três.
— Quero ver todos.
Amelia leu cuidadosamente as informações fornecidas pela equipe, tomando cuidado para não perder um único detalhe. Então ela encontrou os nomes que procurava. — Quero levar essas duas crianças.
— Se você está falando sobre as irmãs Rainwales, elas já estão associadas a uma equipe, então isso será impossível…
— Você pode pelo menos contatar a equipe à qual pertencem. Diga que serão generosamente compensados se forem entregues.
— …Tudo bem.
Isso terminou nossos negócios oficiais de hoje. Antes de voltarmos para nossa pousada, Amelia me levou a um lugar localizado nas muralhas internas. Esse lugar era uma taverna.
— Uma taverna? Existe um lugar como este no castelo?
— É um dos benefícios disponíveis para aqueles que obtiveram acesso às muralhas internas.
— Mas por que você…?
Nunca tinha visto Amelia beber um gole de álcool antes, então não conseguia entender por que ela me traria aqui até ver a placa da taverna: Rainwales. Não poderia ser coincidência que o nome da taverna fosse o mesmo do sobrenome de Amelia.
— Não vai entrar?
— A-ah. Uh…
O interior era relativamente limpo e não havia muitas pessoas dentro, provavelmente porque era de dia. Sentamos-nos em um canto, pedimos bebidas e aperitivos e ficamos quietos, sem dizer uma palavra um ao outro.
“Então, por que você me trouxe aqui? É claramente um local histórico…”
— Está curioso?
Pensei por um momento antes de assentir.
— Não será uma história muito interessante.
— A vida não pode ser feita só de coisas interessantes. — Joguei a bebida pela garganta de uma vez. Ugh, era forte. E tinha um gosto horrível. Afinal, acho que Noark era uma cidade de homens de verdade.
— …seu esquisito.
— Hã?
— Não disse nada. — Amelia então também engoliu sua bebida.
“Oh, o que deu nela? Virando tudo de uma vez? Isso é muito difícil de falar sóbrio?”
No momento em que Amelia pousou o copo vazio na mesa, ouvi um estrondo.
Caramba, isso me assustou.
Virei a cabeça rapidamente na direção do som e ouvi o grito profundo de um homem vindo da cozinha. — Suas cadelas ingratas! — A voz do homem estava cheia de raiva, e logo depois, o som de algo quebrando foi ouvido, junto com um grito feminino distinto.
Smack! Smack!
Mesmo um cego poderia dizer que violência estava ocorrendo naquela cozinha, mas os poucos clientes dentro da taverna pareciam acostumados com isso.
— O dono está indo atrás da filha dele de novo.
— Hehe, sinto pena dessas crianças. Ter que chamar um homem assim de pai.
“O quê, dono? Filha? Então a pessoa que está sendo espancada ali é…?”
Whip.
No momento em que percebi, virei rapidamente a cabeça para verificar Amelia. A mão que ela tinha envolta em torno do copo estava tremendo, e ela parecia pequena e lamentável demais para eu ignorar como um sinal de raiva envelhecida.
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