Capítulo 310: Távola Redonda (4/5)

『 Tradutor: MrRody Revisor: SMCarvalho 』

A Bruxa da Terra estava viva. Eu tinha vários motivos para reciclar essa informação. Entre eles, o principal era que essa era uma forma de prejudicar Auril Gavis, que estava ansioso pelas informações que eu iria fornecer.

— Ha… — Ele parecia estar realmente sem palavras, apenas soltando um gemido, com um olhar incrédulo nos olhos. A visão aqueceu meu coração instantaneamente. Bem, esse não era o único motivo pelo qual joguei essa informação.

Isso nos leva ao segundo ponto: essa informação era bastante útil. Minha fonte? Eu mesmo. Fiquei muito surpreso quando ouvi isso pela primeira vez. Arriscando ser dramático, senti meu coração cair quando ele me contou, embora eu não tenha deixado isso transparecer, ao contrário desses caras. Simplificando, era a melhor informação para me fazer parecer impressionante.

Flick.

Estudei lentamente as reações de todos. Eram uniformes. A princípio, seus rostos pareciam dizer: Hã? O que ele está falando? Depois processaram o que eu estava dizendo e todos se voltaram para o mesmo ponto—o centro da Távola Redonda onde a joia estava situada, o lugar onde a verdade estava armazenada. Logo, a joia brilhou em verde.

— Está verde.

— Então isso deve ser verdade…

— Pelo menos, é o que este homem acredita.

Ao ver o espanto deles, dei uma risadinha. Sim, isso deve ser suficiente para provar minhas credenciais.

“Então, você nunca contou isso para eles, hein?”

Esse era meu terceiro motivo. Ao fazer essa pergunta, pude discernir quanta informação Auril havia oferecido a seus membros. Se Auril estivesse compartilhando esse tipo de informação de alta qualidade com eles o tempo todo, a luz não teria ficado verde.

“Bem, eu esperava que esse fosse o caso quando percebi que eles nem sabiam seu nome.”

Havia também um quarto motivo: compartilhar essa informação com os membros. Afinal, não havia menção de que a Bruxa da Terra estava viva no jogo. Interpretei isso como o velho escondendo intencionalmente essa informação por algum motivo.

“Sim, segredos são melhores quando expostos.”

Eu praticamente derramei veneno sobre esse grupo. Embora eu não soubesse os efeitos colaterais desse veneno, quão letal era, ou se passaria apenas com uma leve picada, julgando pelas expressões azedas deles, parecia que eu havia conseguido. Eu havia descoberto um segredo que Auril estava tentando esconder dos quatro veteranos nesta reunião. Isso definitivamente desencadearia uma reação em cadeia que não favorecia Auril.

— Em pensar que a Bruxa da Terra estava viva… Vou começar a pesquisar isso a partir de agora. — O Erudito Caído, que assumia a forma de uma criança, ponderou sobre essa novidade com um brilho estudioso nos olhos.

— Tenho certeza de que o palácio sabia disso, mas manteve escondido. Talvez isso possa servir como um ponto fraco em sua armadura. — O rosto do chefe da Orcules estava brilhando com determinação, como se eu tivesse acabado de lhe entregar uma arma poderosa.

— Se a bruxa realmente está viva… onde ela está agora? — A mulher ecoou a mesma pergunta que eu fiz a Auril.

“Oh, você até parece inteligente.”

— Qual é o seu nome?

A mulher de vestido extravagante franziu a testa para minha pergunta. — …Ravi — ela disse suavemente.

Ravi. Eu não podia ter certeza se esse era seu primeiro ou último nome. Na verdade, eu não podia ter certeza se era seu nome real. Bem, eu investigaria isso mais tarde.

— Mas por que está perguntando isso? — ela se perguntou em voz alta.

Isso era óbvio. Ela era a única aqui cujo nome eu não sabia. Claro, não poderia dizer algo tão entediante assim.

— Porque você faz perguntas tolas. Há uma razão para eu responder à sua pergunta?

Seria estranho para mim falar respeitosamente com essas pessoas quando eu nem usava honoríficos com o Mestre, então eu a tratei como inferior. Mas isso a irritou um pouco? Ravi mordeu o lábio e me encarou. Minha experiência como Leão me dizia que esse era o momento perfeito para oferecer uma cenoura.

— No entanto, se você disser algo interessante, eu posso me sentir inclinado a lhe dar a resposta que busca.

Minha arrogância a fez pausar antes de ela assentir em aparente compreensão. Então ela fechou os olhos por um momento e me olhou. — Você também quer que provemos nosso valor. Tudo bem. — Havia um fogo competitivo naquele olhar dela.

Eu esperava essa reação. Afinal, esses elites tinham sido todos reunidos pelo Mestre. Seus egos não seriam comuns, e fazia sentido ficar frustrado ao ouvir algo assim de um homem misterioso que você estava conhecendo pela primeira vez. Os outros membros também pareciam ligeiramente animados com meu desafio.

“Ok, acho que isso deve ser isca suficiente… Huh?”

Sentindo olhos sobre mim, virei naquela direção para ver Auril me encarando. O olhar em seus olhos parecia perguntar: ‘Quem diabos esse bastardo pensa que é?’

Começando comigo, a reunião prosseguiu no sentido horário.

— Acho agora que é minha vez? — A segunda pessoa a falar foi Auril, que estava à minha esquerda, então fiquei atento. Informação que metade desses veteranos experientes deveria desconhecer? O que ele disse aqui teria que ser útil. — Então, permita-me. — Auril então transmitiu seu conhecimento ao grupo. — Sra. Ravi, a Bruxa da Terra está onde vão todas as esperanças.

“Oh, você é esperto, velho. Eu ia usar isso na minha próxima vez. Bem, provavelmente é porque ele sabia que eu ia, então ele disse primeiro.”

Auril teria percebido agora que me impedir de reciclar informações era sua única maneira de ver quais cartas eu realmente tinha.

Shaaaaaa.

Naturalmente, a luz verde se acendeu. Os membros murmuraram para si mesmos, como era costume neste ponto.

— Onde vão todas as esperanças…

— Isso deve significar o labirinto, certo?

— Você pode interpretar assim, mas também pode estar se referindo ao exterior das muralhas do castelo.

“Então esses caras também não conseguiram identificar um lugar.”

— Calma, calma. Podemos conversar mais depois, por enquanto, vamos continuar. — Auril instigou a conversa e a reunião retomou.

A próxima pessoa a falar foi o homem de meia-idade, Kagureas. Amelia também nunca tinha ouvido o nome. Talvez fosse um pseudônimo.

— Haha, nunca fiz nada assim, então não sei o que dizer.

— Fale livremente. Alguém como você certamente tem pelo menos uma peça de informação. Algo importante que outras pessoas não sabem.

— Sim, mas… — O homem musculoso parecia ponderar se valia a pena compartilhar a informação que tinha aqui antes de soltar um suspiro. — Devo levar isso a sério já que o Mestre está aqui. Aqui vou eu.

— Vá em frente.

— Há um portal no porão do palácio.

Quando a luz verde se acendeu, perguntas surgiram dos lábios de todos, exceto de Auril.

— Um portal? Está conectado ao labirinto?

Embora ele não tivesse motivo para responder, já que sua vez já havia passado, Kagureas deu de ombros e até forneceu uma resposta. — Eu soube disso por acaso, então não posso ter certeza, mas não acho que o portal esteja conectado ao labirinto.

— Isso… é muito interessante.

— Então, para onde o portal leva…? — O Erudito Caído murmurou, parecendo mais um velho do que uma criança.

Em uníssono, os quatro homens e mulheres naturalmente desviaram seus olhares para Auril Gavis e para mim. Todos mantiveram suas bocas fechadas, mas a fome em seus olhos era clara como o dia: ‘Vocês dois sabem, certo?’

Essa fome por respostas era uma visão que eu havia encontrado inúmeras vezes enquanto vivia como Leão.

— …Haha. — Auril simplesmente riu.

Eu apenas permaneci em silêncio, como se não fosse afetado pelo que estava acontecendo. Isso era algo que havia sido incutido em mim repetidas vezes através da experiência, e sempre me levava a metade do caminho para onde eu queria ir.

Claro, mesmo na Segunda Forma, minhas engrenagens estavam girando freneticamente enquanto eu tentava organizar meus pensamentos.

“Um segredo relacionado ao palácio, hein? Talvez ele esteja do lado do palácio.”

Kagureas… que tipo de homem era ele? O fato de eu não saber quase nada sobre esse cara, ao contrário do chefe da Orcules e do Erudito Caído, me fazia ficar ainda mais interessado nele.

No entanto, parecia que alguém não queria deixar esse silêncio inútil se arrastar. — Então é minha vez. — Com isso, Erudito Caído deixou sua bomba sem demora. — Aquilo que mantém a mana do labirinto circulando é vitalidade.

Assim que ouvi isso, um ponto de interrogação se formou na minha cabeça. Mas parecia que eu não era o único que não entendia.

— …Senhor Ruingenes, você poderia explicar em termos mais simples? Ao contrário de você, sabemos pouco sobre magia.

— Mais simples? Tudo bem. — Erudito Caído forneceu uma explicação adicional a pedido de Kagureas. — Ao contrário do que se acredita comumente, o labirinto não é sustentado por mana. Para que a mana continue a circular por ele como faz agora, é necessário um recurso diferente. — Para mim, tudo isso parecia uma língua alienígena.

No entanto, parecia que a mulher chamada Ravi sabia uma ou duas coisas sobre magia. — E você está dizendo que esse recurso é vitalidade — ela disse, aparentando entender, e Erudito Caído assentiu.

— Mas e daí? — Kagureas perguntou, parecendo irritado. — Não acho que alguém aqui esteja tão curioso sobre como o labirinto funciona.

Na verdade, eu me sentia da mesma forma. Onde deveríamos usar essa informação?

— Tsk, que irritante. — Quando Erudito Caído estalou a língua, Kagureas se calou. Ver um homem musculoso pisando em ovos ao redor de uma criança não era uma visão tão estranha quanto se poderia pensar. Embora parecesse uma criança, Erudito Caído emitia a aura de alguém que não deveria ser provocado.

— Então posso explicar em vez disso? — Ravi disse.

— Faça o que quiser — disse o Erudito Caído, aparentemente emburrado.

— Vitalidade como o recurso necessário para criar pedras de mana significa que o labirinto é sustentado por força vital. Se eu entendi corretamente… isso muda tudo.

— O que você quer dizer?

— Isso significa que a humanidade não foi revivida e esta cidade não foi sustentada pela descoberta do labirinto. O labirinto foi sustentado pela existência desta cidade e de seu povo.

A parte de trás da minha cabeça formigou.

“Espere, espere… Isso é verdade? Se o que ela disse está correto…”

— …Então os aventureiros que morrem dentro do labirinto essencialmente servem como combustível para ele. O que o palácio deve estar ciente. — Pensando na mesma linha que eu, o chefe da Orcules verbalizou a mesma conclusão que eu acabara de chegar.

— Bem, foi assim que entendi. — Ravi deu de ombros e olhou para o Erudito Caído.

— Não há dúvida de que a vitalidade é o recurso que mantém a circulação do labirinto. E suspeitas sobre o palácio são lógicas e podem ser derivadas desse fato.

— E-Eu entendo…

— Agora, isso é suficiente? Acho que isso é tão valioso quanto uma declaração vaga de que existe um portal não identificado sob o palácio.

Kagureas riu timidamente do comentário afiado do Erudito Caído. — Haha, não fique bravo. Pessoas como eu não entendem as coisas a menos que tudo seja explicado para elas.

“…Esse cara é um bárbaro?”

Eu senti uma estranha sensação de déjà vu com seu modo de falar, mas determinar sua raça a partir disso seria um salto muito grande. Havia muitos aventureiros que falavam como ele.

— Agora é a vez da Sra. Ravi. — Todos os olhos se voltaram para a mulher com as palavras de Auril.

Eu também tinha algumas esperanças nela. Não apenas as duas informações anteriores eram extremamente interessantes, mas essa mulher havia enfrentado meu desafio de frente. Mesmo que não fosse para me colocar no meu lugar, eu tinha certeza de que ela queria provar que estávamos todos no mesmo nível.

— Acho que é minha vez. — Ela abriu a boca e então compartilhou uma informação completamente inesperada. — O antigo draconato ancião está morto. Vocês todos podem não saber disso, mas aconteceu há mais de dez anos.

Eu fiquei pasmo. Eu estava me perguntando que incrível informação ela iria revelar com aquela expressão determinada no rosto, mas era só isso? Eu quase queria rir, mas a luz na joia estava verde. Auril definitivamente já saberia disso, então isso significava que os outros três estavam ouvindo isso pela primeira vez.

— …Entendo. Não é de admirar que a tribo dos dragões tenha estado quieta recentemente.

— Então essa é a situação.

— É uma pena que ele, que viveu na era do Rei Imortal, tenha morrido.

O trio absorveu essa informação como se estivessem ouvindo uma verdade dura. A princípio, isso parecia estranho para mim, mas fazia sentido quando pensei sobre isso. Pelo que eu lembrava, foi só depois que o Matador de Dragões, Regal Vagos, matou o antigo draconato ancião que o novo draconato ancião foi eleito.

“Então isso ocorreu mais ou menos nessa época, certo?”

Como eu não tinha estudado a história exata, não podia lembrar o ano exato, mas parecia ser o caso.

“Mas eu não percebi que o segredo era tão bem guardado que até esses caras não sabiam sobre isso.”

Eu franzi os lábios em decepção, mas acho que ela não percebeu.

— O que você acha? Foi interessante?

— Eu não sei. — Eu realmente não entendia por que eles estavam reagindo à morte do chefe da tribo dos dragões assim em primeiro lugar. Eu não podia acreditar que ela estava agindo tão pomposa por algo assim. Não foram as informações compartilhadas antes dela claramente muito mais úteis? Então eu apenas dei minha opinião honesta. — Não acho que seja particularmente valioso.

— …Você está dizendo que está vetando. — Ravi me encarou como se eu tivesse ferido seu orgulho. Também notei um toque de suspeita em sua expressão. Ela provavelmente estava se perguntando se eu estava fingindo para intencionalmente rebaixá-la.

“Se você vai agir com arrogância, traga-me algo mais interessante.”

Pelo bem da qualidade da informação, era necessário abalar o espírito dela um pouco.

“É hora de trazer a Terceira Forma?”

Toquei meus dedos no braço da cadeira distraidamente e disse — Não é minha vez ainda, mas vou dizer isso agora.

— O que você…

“Como você ousa falar quando o Leão está falando?”

Havia uma chance de eu conseguir passar para a próxima rodada de graça, então sem deixar espaço para interrupção, continuei de uma vez só. — Quem matou o antigo draconato ancião é um draconato chamado Regal Vagos.

— …Hã? — A mulher parou no meio da objeção. Depois de uma breve pausa, a joia ficou verde.

Shaaaaaa.

O silêncio era muito familiar para mim. Quando caiu, olhei para Ravi e falei como se estivesse gentilmente explicando algo a um inseto rastejando no chão. — O que você acha, essa explicação foi suficiente?