A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 313: Herança (2/4)
『 Tradutor: MrRody Revisor: SMCarvalho 』
Seu corpo congelou como se tivesse acabado de encarar seu predador natural. Seu coração batia como se estivesse com defeito. Apesar de querer morrer todos os dias, Missha de repente ansiava pela vida.
Quase como se pudesse ler sua mente, o sorriso de Baekho ficou maior. — Você sabe que Bjorn Yandel era um jogador, certo?
— Eu não sei. Não tenho ideia do que você está…
Embora Missha tenha negado imediatamente, Baekho nem sequer a ouviu até o fim. — Ah, então você realmente sabia? — Ele não parecia estar apenas sondando-a, parecia já ter certeza. Missha olhou nos olhos de Baekho, tentando avaliar suas motivações ocultas.
Brr.
Sem nem perceber, ela prendeu a respiração. Olhos tão vazios que eram praticamente sem fundo se voltaram para ela. Parecia que ele podia ver através dela.
Vendo que Missha não conseguia dizer uma palavra, o homem abriu a boca. — Bjorn Yandel. Como ele morreu?
Seu tom era calmo e não pedia nada mais dela além de verificar os fatos, mas Missha detectou uma estranha corrente de raiva sob a superfície. Ela não fazia ideia do porquê. Poderia ser que ele e Bjorn fossem próximos? Não, isso não fazia sentido. Então por que ele estava descontando sua raiva nela?
— Ouvi dizer na cidade que ele morreu enquanto dava tempo para vocês escaparem… — Naquele momento, o ar na cozinha ficou pesado. — Vocês mataram ele? — A sensação opressiva era tão intensa que ficou difícil para ela respirar. Ao mesmo tempo, a raiva que se infiltrava na voz de Baekho ficou mais clara. — Faz sentido, já que você sabia que ele era um espírito maligno. Vocês o esfaquearam pelas costas para roubar sua fortuna? Ouvi dizer que ele até deixou sua propriedade em seus nomes. Isso é motivo mais que suficiente para matá-lo.
— Que tipo de absurdo…
— Como isso é absurdo? Vocês nem nos veem como pessoas de verdade. — Seu tom era zombeteiro, mas cínico.
Com essas palavras, Missha percebeu que esse homem teve uma experiência semelhante no passado. Seria por isso? De repente, parecia que uma lâmina estava se cravando em seu coração, não apenas por medo do homem à sua frente. Poderia ser que Bjorn pensasse a mesma coisa quando a olhava? Ele estava ansioso e magoado, temendo que ela o olhasse com desprezo se sua identidade fosse revelada? Ele estava construindo uma parede sozinho para se proteger?
Em seus momentos finais, quais foram os pensamentos que passaram pela sua cabeça?
Só de pensar nisso seus pulmões se apertavam. Até ele teria ficado ansioso e com medo. Provavelmente foi por isso que ele não deixou nenhuma palavra para eles em seu testamento. Embora ele sempre sorrisse na frente deles, uma profunda solidão estava por trás desse sorriso.
— Responda-me. Vocês fizeram isso?
No entanto, uma coisa era certa: apesar de tudo, ele os valorizava mais do que qualquer um. Foi por isso que Missha olhou nos olhos do homem sem vacilar. — De jeito nenhum faríamos isso. — Embora soubesse que esse homem nunca a ouviria de verdade, ela disse: — Não vê-lo como uma pessoa… Bjorn…? Como isso seria possível?
Ela, pelo menos, nunca poderia vê-lo como algo a menos. Ela lamentava o fato de não ter dito isso a ele mais cedo. Então Bjorn não teria ficado ansioso ao redor dela. Missha fechou os olhos, não mais com medo desse homem estranho. Ela esperou as ondas de emoções que a invadiam.
— Ele tinha uma boa companheira, então — disse Baekho. — Diferente de mim.
Contrariando sua personalidade tirânica anterior, sua voz agora soava estranhamente triste. Missha abriu os olhos novamente. Um momento depois, a pressão que pressionava sua pele até o ponto de dor desapareceu sem deixar rastro.
— É Missha Karlstein, certo?
— S-Sim…? — Missha respondeu confusa com a mudança drástica de atitude.
Baekho sorriu. — E se eu te dissesse que há uma maneira de trazer Bjorn Yandel de volta dos mortos? — E desta vez, quando ele sorriu, seus olhos também se enrugaram.
Duas semanas se passaram desde que nos juntamos ao clã de Felic Barker.
Whoosh.
Eu me sentei em frente a uma fogueira ardente no Deserto de Pedra do segundo andar. Atrás de mim, quatro homens e mulheres estavam ocupados preparando o acampamento. Ah, só para referência, eles estavam fazendo isso sob minhas ordens. Se todo o trabalho fosse deixado para o pastor, como de costume, porque eles não se incomodavam em ajudar, demoraria muito mais.
— Ugh, por que temos que fazer isso?
— Fica quieto, ele vai te ouvir de lá.
“Eu já ouvi, idiota.”
Eu sorri e olhei para as quatro pessoas que preparavam o acampamento. Quando fiz isso, fiz contato visual com o monte de músculos.
Para provar minhas qualificações a Felic Barker para poder entrar em seu clã, minha primeira batalha sangrenta para subir de posição, não, o que eles chamavam de duelo, foi contra esse cara. Ele era um aventureiro de sexto nível pelos padrões do mundo exterior. Depois de levar uma pancada na cabeça nos primeiros três segundos de nossa luta sem habilidades, ele escapou por pouco com vida graças a poções. Seu nome era…
— Dumbo.
— …É Durbon, não Dumbo.
“Ah, certo.”
Eu posso ter cometido um erro, mas a visão de seu rosto arrogante me irritou um pouco. Durbon tinha que ser um pseudônimo, de qualquer maneira. Não via como isso importava.
— Ainda não caiu em si, caiu? — Levantei-me do meu lugar e me dirigi a Dumbo. Então, como se a memória de ser espancado finalmente tivesse voltado para ele, ele começou a tremer.
“Caramba, se você vai acabar assim só de eu ficar na sua frente, por que está se fazendo de durão?”
— Dumbo. — Coloquei minha mão em seu ombro e falei com toda minha autoridade como terceiro líder da equipe do Clã Barker. — Eu pareço uma piada para você? — Meu aperto se intensificou. — Seu nome agora é Dumbo. É mais fácil de pronunciar. Entendeu?
Silêncio.
— Responda.
— …Claro.
“Tsc, deveria ter dito isso desde o início.”
Eu dei um tapinha no ombro de Dumbo e o elogiei por aceitar a mudança de nome, depois o mandei terminar de preparar nosso acampamento. Eu, por outro lado, voltei para a fogueira e tirei um pouco de carne seca.
Nhec.
Tendo lutado em três duelos separados no meu primeiro dia como membro do clã, tornei-me um dos três líderes da equipe com a aprovação do chefe do clã. Como Noark era uma facção de homens de verdade, a autoridade do líder da equipe era absoluta, especialmente dentro do labirinto.
“Ufa, é este o gosto do poder?”
Enquanto eu brincava enquanto todos trabalhavam, um dos fracos veio me avisar que as preparações estavam completas. — Por favor, descanse. Nós faremos a vigília…
“O nome desse cara magricela é… Qual era mesmo?”
De qualquer forma, ele era nosso guia de equipe… não um batedor, e suas habilidades de navegação eram um pouco inferiores às de Rotmiller. Mas talvez porque ele estivesse saqueando por tanto tempo, ele conhecia todos os bons lugares para saquear.
— Não estou cansado agora. Mais tarde. Aquela garota está na primeira vigília, certo? Se eu estiver cansado, deixarei para ela e vou dormir. Vocês descansem primeiro.
— Ah, certo… — Quando eu dei permissão para dormir, Magricela transmitiu a notícia aos amigos e entrou no saco de dormir.
— Posso sentar?
— Claro.
Uma mulher de cabelo ruivo se sentou na cadeira à minha frente. Embora ela exalasse um ar maduro apesar da idade, a jovem era a pastora de nossa equipe, a irmã mais velha de Amelia.
— Qual era o seu nome mesmo?
— Laura Rainwales. — Laura respondeu obedientemente, seu tom seco implicando que ela estava cautelosa comigo, o recém-nomeado líder da equipe. O que parecia estranho.
“Elas são tão parecidas… como podem dar impressões tão diferentes?”
Suas características faciais gerais eram semelhantes, mas a irmã tinha um ar muito mais gentil, mesmo sabendo que ela uma vez matou um famoso aventureiro para salvar sua irmã mais nova aos doze anos, e mesmo falando em um tom rígido.
— Há algum problema?
— Não, só achei que você deve também estar tendo dificuldades.
— Ah… — Os lábios de Laura se entreabriram um pouco de surpresa. Eu imaginei que ela nunca pensou que alguém que atormentava seus subordinados tanto quanto eu diria algo assim.
— Sua irmã é uma pastora também, certo?
— Sim, ela está trabalhando sob o Líder de Equipe Martis.
— Você não está preocupada?
Laura se fechou em resposta à minha pergunta e me olhou. Ela parecia desconfiada das minhas intenções, mas parecia que decidiu que não era sábio ignorar uma pergunta do novo líder da equipe. — Não estou preocupada. Eu acredito que o Líder de Equipe Martis cuidará bem da minha irmã mais nova, então estou despreocupada. — Laura me deu uma resposta falsa.
“Eita, isso me faz sentir como uma cobra ou algo assim.”
— Pode me dizer a verdade… está tudo bem. Vocês são irmãs. É normal estar preocupada.
Quando insisti, Laura não pôde deixar de confessar alguns de seus sentimentos. — Estou preocupada, mas não acredito que o Líder de Equipe Martis intimidará minha irmã maliciosamente ou a enviará para a morte.
— Sua justificativa?
— …Por causa do meu valor.
— Hmm? Explique isso em mais detalhes. Afinal, eu sou o líder desta equipe. Eu deveria saber da situação.
Laura pareceu ponderar se deveria ou não me contar isso antes de abrir a boca. — Eu posso ser uma pastora, mas depois de muitos anos de expedições, fiquei forte o suficiente para fazer minha parte.
Isso era um fato estabelecido. Embora de baixo nível, também ouvi dizer que ela tinha quatro essências. Mas Laura ainda era uma pastora. Embora fosse bem tratada pela equipe, por mais que trabalhasse, ela não era diferente de uma escrava para o clã e não podia nem reivindicar sua parte do saque.
— Em troca de abrir mão da sua parte, você pediu para ele cuidar bem da sua irmã.
— Só porque eu ganhei não significa que eu posso ter. Para ser honesta, quando meu pai tentou vender minha irmã como pastora, fui eu que a trouxe para cá.
— Seu motivo?
— Pelo menos neste clã… ela não terá que passar pelas coisas que a maioria dos outros passam.
— Você é gentil.
Laura não respondeu a isso, e um breve silêncio se seguiu. Não foi particularmente constrangedor. Eu fiquei sentado ali, quieto, olhando para o fogo para organizar meus pensamentos, e quando fiquei cansado o suficiente, levantei-me do meu lugar.
— Vou dormir agora.
— Claro.
— Isso deve ter sido cerca de uma hora da sua vigília. Depois de mais uma hora, troque de turno.
— Perdão? Mas meu turno é…
— Se você fizer um turno duplo, como vai lutar amanhã? Você acabou de dizer que pode carregar o peso de uma pessoa. Então, depois de uma hora, passe para a próxima pessoa e vá dormir. Se eles discutirem, diga que eu ordenei.
Depois disso, fui direto para o meu saco de dormir. Laura parecia inquieta e tentou dizer algo, mas quando ouviu meus roncos, ela ficou em silêncio.
“Laura Rainwales, hein?”
Eu tive um pensamento em mente até cair no sono.
“Como posso salvar essa garota?”
Depois do nosso primeiro dia de acampamento no Deserto de Pedra, retomamos nossa jornada apressadamente na manhã seguinte. No segundo dia, conseguimos chegar ao Caminho dos Peregrinos no terceiro andar. Passando pela Encosta do Crepúsculo1 na rota do Deserto de Pedra, continuamos viajando até o ponto de encontro do clã, Campo de Junco Espinhento2. Este era um terreno de caça que se estendia desde a Floresta da Bruxa, que ficava no centro do terceiro andar, até partes do campo oeste.
Quando chegamos lá no quarto dia, o resto das equipes já havia chegado. Depois de reconhecer brevemente Amelia com um contato visual, me dirigi ao líder do clã.
— Algum problema no caminho?
— Nenhum. Todos são habilidosos.
— Haha, eles podem não ser tão bons em lutar quanto você, mas cada um pode fazer sua parte.
Esse bastardo tinha dificuldade em distinguir palavras vazias de elogios reais? Eu sorri e sentei na cadeira vazia ao lado dele.
— Agora, seria melhor nos movermos imediatamente, já que todos estamos aqui, mas como alguns de nossos amigos estão aqui pela primeira vez, vou explicar como isso funciona novamente.
O Líder do Clã Felic Barker nos deu um breve resumo de nossos planos, mas não havia nenhuma estratégia real para falar. O único plano era nos separarmos e saquear pessoas, usando esta floresta de juncos como nossa base.
— Vou dizer isso com antecedência, mas se encontrarem um inimigo que pareça dar o menor problema, entrem em contato com as outras equipes através do seu guia. Eles vão largar tudo e correr para ajudar imediatamente. — O líder do clã terminou a reunião tão rápido quanto um raio e perguntou se havia alguma dúvida final, ao que imediatamente levantei a mão.
— Mas isso não é um método muito ineficiente?
— …Ineficiente? — O líder do clã olhou para mim como se eu fosse uma criatura estranha. Imaginei que essa palavra soasse fora de lugar saindo da boca de um bárbaro, mas isso era um pouco injusto. Que outra raça valorizava a eficiência tanto quanto os bárbaros? — Se você deseja dizer algo, diga.
Assim que a permissão foi concedida, eu abri a boca confiante. — O primeiro problema é usar os pastores. Por que fazer isso?
— Como eu disse antes, plantar um aliado por dentro é uma grande vantagem em uma emboscada. Também pode reduzir a necessidade de usar consumíveis.
— O que você está dizendo? Não estou falando sobre isso.
— Hã? — O líder do clã perguntou, estreitando os olhos.
Falei devagar, como se estivesse tentando explicar algo para alguém particularmente obtuso. — Se você fizer isso, só matará os aventureiros que são gentis o suficiente para deixar os pastores entrarem em seus grupos. E esses aventureiros gentis geralmente são pobres.
— …O que diabos você está tentando dizer?
— Devemos caçar aqueles que saqueiam, assim como nós. Então podemos pegar todos os equipamentos que eles saquearam!
Quando expliquei meu plano com sinceridade, um silêncio momentâneo caiu. Então, antes que eu percebesse, risadas irromperam.
— Hahaha!
— Por que está rindo?
— Ah, desculpe se isso te ofendeu. Eu vivi em Noark por mais de dez anos, mas nunca ouvi uma ideia dessas antes.
— Então, sua resposta?
— Superficialmente, sua ideia tem mérito, mas sua sugestão falha em levar em conta um fator chave. Não somos oniscientes. Como podemos identificar saqueadores?
“Haha, eu sabia que você diria isso.”
Sorri. — Ok, escute. Eu tenho um jeito.
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