A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 315: Herança (4/4)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: SMCarvalho – Demisidi 』
— Vamos, vamos, todos, bebam! Eu estou pagando, então nem pensem em ficar de fora! Hahaha!
O tempo passou e, assim que o labirinto fechou, Amelia e eu nos juntamos à festa pós-expedição. O local era a taverna administrada pelo pai adotivo das irmãs Rainwales.
— Haha! Máscara de Ferro! Você se lembra do que aquele cara disse enquanto suas entranhas estavam se espalhando? ‘A-Ajude-me!’ Uh… você não acha engraçado…?
— Não tem graça nenhuma.
— E-Eu entendo…?
Lancei a Dumbo, que estava fingindo ser amigável de tão empolgado, um olhar gélido antes de me levantar do meu assento. Então me dirigi a Felic Barker.
— Ei, Máscara de Ferro!
— Barker.
— Haha, eu te disse para me chamar de Fel.
— Não, assim é mais fácil.
— Uma bebida?
— Claro.
Quando me sentei ao lado dele para beber, o cara começou a falar sem parar. A maioria das conversas eram elogios dirigidos a mim, já que a estratégia do Bárbaro Fashion funcionou tão bem quanto eu esperava. Não, na verdade, superou as expectativas. Segundo ele, os ‘guerreiros’ que receberam meu treinamento e foram divididos entre cada equipe tinham índices de sucesso ainda maiores do que os meus. Bem, isso não podia ser evitado, já que eu estava constantemente cobrindo meu rosto com um capacete, conforme meu apelido. Pessoas que mostravam seus rostos eram naturalmente menos suspeitas.
— Isso é um golpe de mestre! Por algum motivo, confiaram em você mais do que nos pastores crianças!
— Então não precisarão mais de pastores agora?
— Hmm, não sei. Acho que ainda é cedo para decidir. Também não sei por quanto tempo essa estratégia vai funcionar para nós. — Embora eu tenha lançado isso casualmente, só para garantir, o chefe do clã não mostrou intenção de deixar as irmãs irem. Ele pode não parecer, mas tem um bom julgamento. — Além disso, não sei sobre os outros, mas acho que as irmãs Rainwales são muito talentosas. Depois de alguns anos, se tornarão grandes adições ao clã.
“Então, você não vai deixá-las ir tão facilmente, né? Ugh, e também não é como se eu pudesse cortar sua garganta aqui.”
Apenas tomei minha bebida em silêncio. Para ser honesto, Felic Barker era o maior obstáculo para nosso plano. Bem, para ser mais preciso, o problema era uma das essências em sua posse, a rara essência de quarto nível, Mercador do Mar. Era um monstro neutro que você tinha uma probabilidade extremamente baixa de encontrar enquanto navegava pelo oceano no sexto andar. Na maioria dos casos, ele nunca atacava primeiro e, quando encontrado, se você jogasse uma certa quantidade de pedras de mana no oceano em que nadava, ele devolvia algo chamado pedra azul, um material de alta qualidade usado para equipamentos. Claro, sendo um monstro, também era possível caçá-lo, e se você tivesse a sorte de obter sua essência, adquiria uma habilidade ativa única chamada 【Contrato Prejudicial】.
A única pessoa atualmente vinculada pelo contrato é a irmã.
Era esse 【Contrato Prejudicial】 que era o problema. Esse homem havia criado um contrato hediondo, e tínhamos que libertar Laura dele primeiro para salvá-la.
“Ha… como essa essência preciosa acabou nas mãos de um cara assim?”
O pensamento me irritou, então perguntei diretamente a Felic. — Como você obteve a essência de um Mercador do Mar? Ouvi dizer que é uma essência muito rara.
— Oh, isso? Por que está perguntando de repente?
— Sempre tive curiosidade. Só não pude perguntar antes porque não éramos próximos.
— Hahaha! Então estamos próximos agora? — Quando dei de ombros para evitar responder, o cara interpretou o gesto da maneira que quis e começou a explicar. — Foi quando eu ainda estava ativo em um clã na superfície. Eu era jovem naquela época também…
Sem toda a informação extra e desnecessária, sua história poderia ser resumida da seguinte maneira: enquanto estava em uma missão com seu clã, um Mercador do Mar deixou cair uma essência, e esse cara era tão louco por dinheiro que roubou o tubo de ensaio contendo-a.
— Eu estava planejando leiloá-la para ganhar um bom dinheiro assim que algum tempo passasse e as coisas se acalmassem. Achei que poderia viver o resto da minha vida sem me preocupar com dinheiro!
Mas, apesar de suas grandes esperanças, o crime de Felic foi descoberto em pouco tempo. E então ele fugiu para Noark. No processo, ele aparentemente acabou não conseguindo vender a essência no tubo de ensaio e a absorveu ele mesmo.
— Bjon. — Havíamos acabado de chegar a esse ponto da história quando Amelia veio até mim.
— Ah, Emily…
— Estou pensando em ir embora agora.
— Sério? Então vou sair agora.
Quando me despedi dele e me levantei, Felic me lançou um sorriso malicioso. — Keke, aproveite!
Ao ver aquele sorriso, pensei, “mal posso esperar pelo dia em que vou esmagar a cabeça desse cara”.
Tap.
Arua Raven fechou o livro que estava lendo a noite toda. Então, ela se espreguiçou e se levantou do lugar. Quando fez isso, os itens que havia empurrado para um canto do laboratório chamaram sua atenção. Eram os pertences de Bjorn Yandel.
— Eu deveria… me livrar disso logo…
Raven soltou um longo suspiro. O tempo era realmente uma senhora cruel. Ela havia vasculhado vários livros, convencida de que deveria haver algum grande segredo, mas não descobriu nada. À medida que os dias passavam, Raven estava cada vez menos capaz de ignorar a realidade.
Talvez fosse esse o tipo de pessoa que ela era. As emoções eram temporárias. Não importava o quanto ficasse com raiva ou triste, com o tempo, ela inevitavelmente começava a pensar logicamente novamente. Bjorn Yandel estava morto, e agora era hora de vender esses itens e dividir o que restava de acordo com o testamento dele. Em vez de vasculhar livros até tarde da noite, era isso que ela deveria fazer.
Mas quanto mais pensava dessa maneira, mais uma inexplicável sensação de vergonha se apoderava dela. Por isso, ela estava lendo até agora. A morte de Bjorn Yandel havia mudado os mundos de Missha e Erwen. As duas nunca mais voltariam ao que eram antes. Mas ela?
Arf…
Não muito tempo atrás, ela começou a comer todas as refeições novamente, preocupada que seu corpo se desgastasse nesse ritmo. Ela não estava mais tão desesperada em vasculhar livros para resolver o mistério, e às vezes se via pensando que isso não faria diferença de qualquer maneira. E não era só isso, ela até tomava chá e conseguia forçar um sorriso quando os veteranos da escola iniciavam conversas com ela. Raven sabia que, se o tempo continuasse passando assim, eventualmente, ela voltaria à sua vida cotidiana. Ela era como um fósforo, podia queimar intensamente, mas não por muito tempo.
“Não é como se… eu também não me importasse com ele…”
Ela também gostava de Bjorn. Talvez não o visse como um interesse romântico, mas sentia a maior quantidade de afeição humana possível por ele. Ela havia aprendido muito com ele, e estar perto dele era divertido. Provavelmente ele foi a primeira pessoa a ter tanto impacto emocional sobre ela desde aquela mulher. Mas assim como fez naquela época, estava se recuperando da perda dele, e isso a fazia sentir culpa.
— …Deveria apenas passar por isso agora. Posso vender outra hora — disse Raven, quase como se estivesse tentando se convencer. Então começou a organizar oficialmente os pertences de Bjorn Yandel.
Ela avaliou os equipamentos e anotou os preços de mercado, depois examinou os itens no subespaço. Enquanto fazia isso, algo chamou sua atenção.
— Huh? Isso deve ser…
A Máscara Dourada era um item que poderia ser obtido na Fenda do primeiro andar, a Cidadela Sangrenta, mas o método para fazer isso havia sido apagado da cópia de O Livro Completo das Fendas em sua posse.
— Como o Sr. Yandel…?
Quando ela viu Yandel derrotar o Vampiro com as Lágrimas de uma Deusa naquela época, teorizou que ele tinha sua própria cópia de O Livro Completo das Fendas. Mas quando ele fez um juramento de guerreiro e afirmou que foi coincidência, ela deixou de lado suas suspeitas.
— …Será que tudo isso foi uma mentira?
Talvez ele tivesse realmente possuído O Livro Completo das Fendas ou o tivesse lido uma vez. Só que, ao pensar nisso, ela se lembrou de seu mestre suspeitando que ele fosse um espírito maligno.
“Ah, que pensamento ridículo…?”
Raven riu e continuou organizando a mochila. — O que… é isso? — Raven descobriu um dispositivo mágico de origem desconhecida. Pelos símbolos nele, parecia tanto gravar conversas quanto permitir o uso de Voz Secreta.
Click.
Raven pressionou o sulco na parte inferior. Então vozes começaram a fluir.
— O que há para pensar? Eles são NPCs, de qualquer maneira.
— Mas eles são camaradas que estiveram com…
— Que piada. Você acha que esses caras vão pensar assim quando descobrirem sua identidade?
Nenhuma dessas vozes era de Bjorn Yandel. Então, quem eram as duas pessoas nessa conversa? A resposta veio rapidamente.
— A pessoa que seus camaradas consideravam amiga era o verdadeiro Hans. E como você sabe, o verdadeiro Hans não está mais neste mundo.
— Mas… eu os considero meus verdadeiros companheiros.
Era uma conversa entre Hans Chrisen e o anão de Noark que encontraram na Floresta do Doppelganger. Este deve ter sido o ponto fraco de que o anão estava falando. Nunca pensei que Bjorn ainda tivesse isso. De qualquer forma, se quisessem vendê-lo, provavelmente teriam que redefini-lo.
Shaaaaaa.
Raven canalizou mana no dispositivo para descobrir como seus circuitos de mana estavam estruturados. Para alguém que se especializava em dispositivos mágicos, essa era uma tarefa fácil.
“Então, você precisa pressionar duas vezes e depois pressionar e segurar uma vez.”
Embora tivesse aprendido como redefini-lo como queria, Raven não retirou sua mana e continuou explorando a estrutura do circuito. Era incomum, então queria dar uma olhada mais de perto. Ela foi além e começou a ler a mana residual.
“O que, o número máximo de vezes que uma gravação pode ser reproduzida é fixo? Usaram um núcleo barato ou algo assim?”
A mão de Raven então estremeceu. — Huh? — Este dispositivo mágico só podia reproduzir uma gravação até cem vezes e, quando esse limite era excedido, era redefinido automaticamente.
“Só restam duas reproduções?”
O número de vezes que foi ouvido era um pouco estranho, estranho demais para ser considerado um simples erro. Então, ela canalizou mais mana para dar uma olhada mais de perto. Então verificou o histórico de reprodução.
— O quê…? — Exceto pelas duas primeiras reproduções, o resto era de depois que eles deixaram a Floresta do Doppelganger. Simplificando, isso significava que a pessoa que o reproduziu as outras noventa e seis vezes foi Bjorn Yandel. — Por que o Sr. Yandel ouviu essa conversa tantas vezes…?
Ela não tinha ideia, mas Raven instintivamente sentiu que algo estava errado.
Toc, toc.
Alguém bateu na porta do seu laboratório. Raven parou o que estava fazendo por um momento e abriu a porta. Uma pessoa completamente inesperada estava diante dela. — Srta. Missha…?
— Sim… posso entrar…?
— Ah, sim! Claro. Entre! Espere um minuto, preciso arrumar a sala…
— Não precisa se esforçar tanto.
— Certo… mas o que a traz aqui de repente? — Raven estava confusa com a visita repentina.
— Há algo que preciso te contar…
Ela de repente teve uma sensação sombria.
— Bebendo de novo?
— Ah, não havia mais nada para fazer, então…
Quando Amelia voltou para a pousada, ela olhou para mim enquanto pendurava o casaco no cabide. Nossa, por que ela estava me julgando? Será que ela sabia como era entediante ficar aqui sozinho?
— Você conseguiu nossa parte do saque sem problemas?
Amelia riu da minha pergunta. — O quê, acha que não consigo calcular algo assim direito?
— Não é isso, mas você nunca sabe. Eles poderiam ter pregado uma peça em você…
— Não se preocupe. Certifiquei-me de que recebemos nossa parte. Bem, não que importe.
— Isso é verdade.
Nosso objetivo não era dinheiro. Embora fosse difícil dizer que era uma busca totalmente sem sentido, só se tornaria significativa quando salvássemos Laura e encontrássemos uma maneira de voltar ao nosso mundo original.
— Então, o que você vai fazer a seguir? Pelo que conversei com ele, parece que rescindir o contrato e tirá-la disso antes do incidente em alguns meses será difícil.
— Nada muda por enquanto. Continuaremos tentando. Pelo menos até uma ideia melhor surgir.
— Certo…
Já fazia cerca de duas semanas desde que voltamos para Noark. Desde que saímos do labirinto, continuamos a discutir entre nós sobre como poderíamos salvar Laura. Mas mesmo depois de vários dias de conversas, ainda não tínhamos conseguido chegar a uma resposta adequada.
“Ugh, sinto que poderia ter uma ideia, mas…”
Quanto mais sufocante nossa situação se tornava, mais eu esperava pela meia-noite do dia 15. Eu esperava que, ao me encontrar com Auril Gavis novamente e obter informações dos outros membros, talvez pudesse encontrar uma boa ideia.
— É hoje?
— Em duas horas, para ser exato.
Amelia assentiu à minha resposta e foi se lavar, e quando voltou, apenas conversamos por tédio. Logo, a hora chegou, e faltavam cerca de dez segundos para a meia-noite. Fechei os olhos e me concentrei no som do ponteiro dos segundos.
Tick, tack, tick…
Logo, ouvi o décimo tique.
— …O que…?
Abri imediatamente os olhos.
Tick, tack, tick…
O tique do ponteiro dos segundos continuava a pontuar o silêncio.
— …Você já voltou? — Amelia perguntou, mas eu apenas olhei fixamente para o relógio.
Tick, tack, tick…
O que… por que não consigo ir?
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