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    Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: SMCarvalho – Demisidi 』


    Antes de entrar na Távola Redonda, imaginei inúmeros cenários. Isso por causa do intervalo de dois anos e meio. Era claro que os outros membros estariam curiosos sobre minha ausência.

    “É possível que alguns tenham chegado à conclusão correta de que eu sou Bjorn Yandel, graças ao fato de meu desaparecimento coincidir com o mesmo período.”

    Claro, eu não estava muito preocupado com essa parte. Apenas Amelia e Erwen sabiam que eu estava de volta. Só mostrar meu rosto na Távola Redonda já resolveria essa suspeita. O problema viria depois que a notícia da minha sobrevivência se espalhasse.

    “Bem, também há maneiras de contornar isso.”

    Minha preocupação imediata era outra: como eu explicaria minha ausência de dois anos e meio? Por isso, fiz várias simulações e considerei diferentes hipóteses antes de chegar a uma conclusão.

    — Leão…

    — …Você realmente estava vivo.

    Mesmo que essas pessoas me olhassem com surpresa e dúvida, não havia razão real para eu explicar.

    — Não vai sair do meio?

    — Ah… Sim…! — Quando falei, o Palhaço se afastou rapidamente da porta e recuou em direção à parede, assim como SoulQueen. Claro, ela estava em um estado melhor do que o Palhaço, que estava completamente fora de si.

    — …Você parece o mesmo, Leão. — Mesmo enquanto ela abria caminho para mim, observava-me com interesse nos olhos. Seu tom relaxado me incomodava, mas não demonstrei. Apenas a ignorei, passei por ela e sentei-me à mesa indiferentemente.

    Tap.

    Depois disso, houve um silêncio que só poderia ser descrito como bizarro. Os membros me encaravam intensamente e também olhavam uns para os outros. Era óbvio o que estavam pensando. Provavelmente queriam que alguém tivesse coragem de perguntar tudo em nome do grupo.

    “Faz tempo, hein.”

    Foi porque eu estava tristemente escondido em casa esses dias? Um sentimento viciante de liberdade tomou conta de mim. Mais alguns segundos de silêncio se passaram.

    Boom!

    As portas que conectavam à Távola Redonda se fecharam com um estrondo. Isso significava que já eram 3:10h e ninguém mais poderia entrar. Em outras palavras, isso também significava que poderíamos começar a reunião agora.

    — Vocês vão continuar de pé? — Disse ao Palhaço e a SoulQueen. — Sentem-se.

    “Tenho muito a ouvir de vocês. E também muito a dizer.”

    — Pshehe, fiz papel de bobo. — O Palhaço, que estava parado em transe contra a parede, voltou a si e sentou-se. Ele me olhou com olhos que traíam sua alegria. — Nós sinceramente damos boas-vindas ao seu retorno, Leão.

    “O que esse idiota está dizendo? Ele esqueceu o que eu disse da última vez sobre não agir amigável? Bem, acho que isso pode acontecer em dois anos e meio.”

    Quando o ignorei sem responder, o Palhaço riu como se soubesse que eu faria isso.

    O próximo a falar foi o Veado. Mostrando seu lado macho, ele se levantou da cadeira e me confrontou de frente. — Você não mostrou sua cara por mais de dois anos. Por que veio agora? — Claro, minha resposta já estava decidida. — E aí? Vai dizer que não vai responder? — A voz do Veado subiu uma oitava quando viu que eu exercia meu direito de permanecer em silêncio. Tenho certeza de que os caras do palácio soavam assim quando interrogavam alguém. Que pena. Só porque eu estive ausente por dois anos e meio, ele esqueceu seu lugar.

    — Que grosseria — disse o mais friamente possível, lentamente elevando o meu nível de intenção assassina.

    Whooom!

    Já que fazia muito tempo, decidi que era necessário disciplinar esses caras pelo menos uma vez.

    — …Ugh. — Exposto à minha intenção assassina, o Veado cerrou os punhos de dor. Isso deveria ter sido suficiente para preparar um ouvinte cortês, mas eu não estava satisfeito e continuei a aumentar a pressão. Enquanto o fazia, as veias no pescoço do Veado começaram a saltar. O Veado era mais resistente que o Palhaço, que uma vez se contorceu no chão por causa disso, mas, no fim, não era muito diferente.

    — Nunca me subestime novamente. — Quando liberei toda a extensão da minha intenção assassina, o Veado lentamente se curvou como se algo pesado pressionasse seus ombros. Enquanto olhava para mim, tenso, fiz questão de parecer satisfeito. — Isso mesmo, assim mesmo.

    Logo, o Veado estava de joelhos e me olhando de baixo para cima. Julgando pelo modo como seus braços tremiam na mesa enquanto lutava para sustentar seu peso, ele parecia estar no limite. Mas eu estava no mesmo barco.

    “Ugh, minha cabeça.”

    No momento em que minha cabeça latejou, a intenção assassina que pesava no salão desapareceu.

    …Gasp!

    O Veado respirou fundo assim que seus pulmões descongelaram.

    Ao ver isso, o Palhaço zombou. — …Pshehe, humano tolo. Esqueceu o que fazer se quiser perguntar algo ao Sr. Leão? Traga algo interessante! Interessante! — Mesmo dizendo isso, o Palhaço olhou para mim de soslaio como se perguntasse: ‘Certo?’, claramente esperando um elogio.

    Naturalmente, o ignorei novamente.

    — Leão. — Depois de um instante, Lua Crescente, um homem que eu acreditava ser um elfo e que desejava a Pedra da Ressurreição mais do que qualquer coisa, quebrou o silêncio. — Não me importa o que você tem feito todo esse tempo. — Engolindo a ansiedade e as perguntas que devem ter fervilhado em sua cabeça por mais de dois anos, ele disse: — Obrigado por voltar.

    Era exatamente a reação que eu esperava, mas ao ouvir isso, me senti um pouco mal. Esse cara deve ter estado super ansioso enquanto eu estava fora.

    “Devo lhe dar uma pista desta vez?”

    Enquanto eu pensava nisso, SoulQueen falou em um tom alegre, tentando quebrar a tensão. — Hmm, então acho que está tudo resolvido agora? Vamos começar? Acho que vamos ter muito a dizer uns aos outros na reunião de hoje.

    Assim começou a reunião. O processo de decidir a ordem foi rápido.

    — Então a Srta. Raposa é a primeira, certo?

    — …Acho que sim.

    A ordem era no sentido horário, como sempre, mas tinha que terminar comigo.

    — Por que me sentei aqui…?

    Esse tinha sido nosso acordo tácito no passado. Ouvir as informações trazidas pelos outros primeiro, avaliá-las e depois repassar informações de valor equivalente, era assim que a Távola Redonda geralmente funcionava para mim.

    — …Como não preparei nada especial hoje, vou dizer o que planejava mencionar originalmente. — A Raposa foi a primeira a transmitir suas informações. Logo de cara, as coisas foram bastante interessantes. — O Matador de Dragões, que ficou inativo após sequestrar um sumo sacerdote há três anos, reapareceu pela primeira vez no Continente Negro. Segundo relatos de testemunhas, ele parecia muito mais forte e parece que lidou com a Maldição do Dragão em certa medida.

    Eram notícias sobre o Matador de Dragões, de quem eu havia esquecido por um tempo.

    “Então ele se livrou da Maldição do Dragão, hein?”

    Embora fosse uma notícia infeliz, decidi não me fixar muito nisso. Ser capaz de usar a Fala de Dragão não mudava nada. Eu também não era mais o mesmo de antes.

    Shaaaaaa!

    A joia da Távola Redonda emitiu uma luz verde, anunciando o fim bem-sucedido da primeira rodada.

    — Pshehe, você é esperta, Srta. Raposa — o Palhaço riu.

    — …O que quer dizer?

    — Isso não pode ser o que você originalmente pretendia dizer aqui, já que é algo que podemos usar para inferir sua identidade. Julgando pela reação do Sr. Veado, parece que nem o palácio recebeu essa informação ainda. Então isso deve significar que você o encontrou pessoalmente.

    — Não responderei a perguntas pessoais.

    — Bem, tudo bem. Posso simplesmente perguntar para aquele filho de uma salamandra com quem ele se encontrou no labirinto mais tarde.

    A Raposa pressionou os lábios diante do comportamento grosseiro do Palhaço, e o bastão naturalmente passou para a próxima pessoa.

    — Então é… minha vez. — Desta vez era o Veado. Antes de compartilhar sua informação, ele fez contato visual comigo e depois desviou o olhar de maneira constrangedora. Parecia que os efeitos da intenção assassina ainda estavam fortes. Talvez ele estivesse orgulhoso demais para demonstrar, porém, fazia o máximo para parecer indiferente. — O palácio em breve emitirá uma ordem de recrutamento para nobres titulados.

    Enquanto falava, o Veado olhou para o Palhaço, como se quisesse ver como Noark reagiria a isso.

    — Pshehe, você acha que isso vai me assustar? Só estou ouvindo que vocês estão encurralados. — O Palhaço apenas zombou, como de costume, e o Veado não reagiu à tentativa de provocação, encerrando sua vez.

    Quando a luz verde se apagou, o Lua Crescente abriu a boca ao lado dele. — Agora é minha vez. — Eu estava ansioso para ouvir o que ele diria, já que ele era o mais entusiasmado em trazer informações desde que se fixou na Pedra da Ressurreição. Não esperava que eu aparecesse hoje, então fez uma ressalva de antemão. Parecia preocupado que eu pudesse ficar decepcionado e parar de vir novamente. — Infelizmente, não consegui preparar nada especial. Isso está relacionado à Espírito de Sangue. — Surpreendentemente, saiu de sua boca uma informação bastante interessante. — Algumas semanas atrás, a Espírito de Sangue pegou a maior parte do financiamento de apoio financeiro concedido aos elfos pelo palácio para si mesma, alegando que precisava do dinheiro. Ela não divulgou o motivo.

    Esse incidente era praticamente um escândalo dentro da tribo. A SoulQueen, que ouvia atentamente, expressou suas dúvidas. — Mas ela realmente pode pegar uma quantia dessas sem divulgar o motivo? Mesmo sendo a Espírito de Sangue? Um fundo de apoio do palácio certamente não seria pequeno.

    — É definitivamente sem precedentes. Mas os anciões não tiveram escolha, pois ela ameaçou vender o Arco Sagrado se não dessem o dinheiro.

    — …Vender o Arco Sagrado?

    — É vergonhoso, mas sim. Como ela disse que o dinheiro era vital, não tivemos escolha senão confiar que há alguma justificativa que não pode ser revelada.

    Com a explicação do Lua Crescente, os outros membros não puderam esconder seu desconforto. — Pshehe, o que essa mulher selvagem está planejando?1

    — Só consigo imaginar um motivo para uma mulher como ela precisar de uma quantia tão grande.

    — Não sei, mas parece que haverá mais derramamento de sangue.

    Eu me sentia muito desconfortável por algum motivo. Se esses caras estavam reagindo assim, qual era a imagem pública da Erwen?

    “Não, antes disso… Ela me disse para não me preocupar porque tinha muito dinheiro, mas era tudo roubado de sua tribo?”

    Eu estava atônito. Eu me perguntava como ela tinha capital para comprar uma mansão em uma noite, mas pensar que isso era o que aconteceu.

    “O que acontecerá se os elfos descobrirem? Se fosse comigo, eu ficaria devastado.”

    Enquanto pensava nisso, o Goblin falou cautelosamente. — E-Então… posso ir agora?

    “Ah, agora é a vez dele. Ele era o paladino de Reatlas, certo?”

    Como eu sabia com certeza a identidade dele, assim como a do Palhaço, estava um pouco curioso sobre que informação ele revelaria.

    — A Igreja decidiu enviar todas as forças, exceto a Primeira Ordem de Paladinos, para o exército real.

    O quê, guerra de novo? Mesmo que eu estivesse decepcionado, acabei rindo.

    “A Igreja? Acho que ele não tem mais intenção de esconder isso. Ou, sua identidade foi revelada nos últimos dois anos.”

    Mesmo enquanto eu me perguntava que tipo de conversas foram trocadas na Távola Redonda enquanto eu estava fora, mantive meus ouvidos abertos. Assim que uma breve conversa sobre como as ações da Igreja afetariam a guerra terminou, chegou a hora de a próxima pessoa falar.

    — Pshehe. — Desta vez, foi ninguém menos que o Palhaço. — Por que todos estão falando sobre coisas tão chatas quando o Sr. Leão voltou depois de todo esse tempo? — O Palhaço inclinou a cabeça exageradamente antes de seu olhar se aguçar e ele compartilhar sua informação. — Baekho Lee tem a Pedra da Ressurreição.

    “…Hã?”

    O efeito dominó da informação casualmente compartilhada pelo Palhaço foi enorme, e o que reagiu de maneira mais violenta foi o Lua Crescente. O Lua Crescente, que sempre carregava ódio nos olhos sempre que olhava para o Palhaço, não conseguiu esconder o desequilíbrio e murmurou: — Baekho Lee… o homem que o palácio ordenou secretamente que fosse morto? Tem a Pedra da Ressurreição? — O Lua Crescente parecia surpreso ao ouvir sobre a Pedra da Ressurreição, mas eu era diferente.

    “Por que Baekho está sendo mencionado aqui…?”

    Não só esse era um nome que eu não esperava ouvir aqui, mas desde quando ele ficou tão famoso? Dois anos atrás, apenas um pequeno número de pessoas conhecia seu nome. E como ele conseguiu a Pedra da Ressurreição? Isso era algo que você nunca poderia obter sem sorte, mesmo que soubesse o método para adquiri-la. Infelizmente, não tive muito tempo para processar essa bomba.

    — E então? Se está relacionado a Baekho, também achei que você poderia se interessar. — Assim que a luz verde se acendeu,o Palhaço sutilmente pediu minha opinião.

    Depois de pensar por um momento, respondi. Era de maior valor do que as informações que ouvi até agora. Eu estava mais curioso sobre isso do que sobre qualquer coisa relacionada à guerra, mas seria suspeito parecer muito surpreso. — Certamente não é ruim. — Expressei meus sentimentos sobre o assunto apenas o suficiente, sem exagerar. Afinal, você precisava dar avaliações assim de vez em quando para que as pessoas trouxessem informações semelhantes no futuro.

    “Devo perguntar a Erwen se ela sabe algo sobre Baekho quando eu voltar.”

    Fiz uma anotação mental e então olhei diretamente para frente.

    — Palhaço, o que você acabou de dizer é verdade?

    — Não dá para perceber?

    — D-Dê mais detalhes, mesmo que sejam poucos…

    — Pshehe, não quero.

    O Lua Crescente, que se tornou um mendigo num instante, estava sendo zombado pelo Palhaço. Era uma pena, mas não havia nada que eu pudesse fazer sobre isso. Esta também era a primeira vez que eu ouvia que Baekho tinha a Pedra da Ressurreição.

    “Hmm, isso torna inconveniente usar a Pedra da Ressurreição como minha informação nesta rodada… O que devo trazer à tona na minha vez?”

    Enquanto me sentava tranquilamente e observava a situação para decidir qual informação revelar a seguir, SoulQueen bateu palmas e atraiu a atenção de todos. — Agora é minha vez? — Dos vários membros à mesa, ela olhou diretamente para mim e falou num tom intrigado. — Não há registro do Leão acessando Caça-Fantasmas nos últimos dois anos e seis meses. Onde diabos você esteve esse tempo todo?

    Haha…

    No dia 15, todos os membros da comunidade eram convocados à força para este mundo espiritual. Bem, você podia sair assim que entrava, claro, mas…

    — O que quer dizer com nenhum registro de acesso?

    — É exatamente como eu disse. Não há registro de acesso dele, de forma alguma.

    O fato de meus registros de login terem desaparecido completamente era estranho de várias maneiras. Ela provavelmente confirmou isso através do GM.

    — Foi por isso que pensei que você deveria estar morto…

    Além de simplesmente supor que eu estava morto, essa mulher teria certeza de que eu era Bjorn Yandel, porque eu tinha sido a única morte famosa durante esse tempo.

    Mas ele percebeu algum tipo de contradição na declaração de SoulQueen? — M-Morto? — Goblin perguntou. — Mas pensei que você estava esperando por ele o tempo todo?

    — Não, a pessoa por quem eu estava esperando era o Mestre. Aquele que criou esta Távola Redonda. Tenho visitado regularmente para ver se ele retornou.

    — Ah… — Goblin, agora convencido, voltou-se para mim, assim como todos os outros. Era claro o que eles queriam.

    Shaaaaaa!

    Como a joia da Távola Redonda estava brilhando verde, era verdade que eu não havia acessado a comunidade por dois anos e meio. Eles devem ter esperado por uma explicação dos meus próprios lábios.

    — Ah, você vai evitar responder? Verdade, isso não deve ser informação interessante para você…

    Eu a interrompi e disse: — Que ousada.

    — Oh? Há algum motivo para eu ficar nervosa?

    Enquanto encontrava meus olhos, sua expressão estava completamente relaxada. O olhar em seus olhos parecia dizer que mesmo se eu a atingisse com a mesma intenção assassina que paralisou o Veado, ela tinha uma maneira de lidar com isso.

    — Engraçado.

    — Oh, então vai nos contar? O que aconteceu com você, quero dizer.

    Olhei para a joia que já havia perdido o brilho antes de responder. — Agora é minha vez.

    — Você está ignorando minha pergunta?

    — De Forma Alguma. — Eu não estava ignorando a pergunta dela. Para ser mais exato, essa era a punição dela por isso. — O Engenheiro Mágico, Yurven Havellion. — Para manter a autoridade de Leão no futuro, eu precisava ensinar uma lição adequada, mesmo que a subjugação não fosse feita com intenção assassina. — Este é o nome do GM.

    Aqueles que ousam se rebelar serão punidos.

    1. SMCarvalho: Meia noite eu te conto.[]
    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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