Capítulo 369: Estrela Negra (2/5)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Elteriel 』
Minhas preocupações sobre o GM não duraram muito. Não era como se me preocupar fosse me ajudar a descobrir alguma coisa, certo? Em vez de perder meu tempo com algo inútil, fazia mais sentido fazer o que eu podia agora, por exemplo, navegar na internet.
Click, click.
Ao contrário dos tempos modernos, navegar na web não era simplesmente um passatempo divertido aqui. Era uma oportunidade valiosa para reunir e agregar informações para sobreviver no próximo mês.
— …Hehe, hehehe.
“Ugh, por que essas coisas são tão engraçadas? Está ferindo meu orgulho.”
Click, click.
Enquanto meu mouse voava de um lado para o outro, rolando pelas postagens, as horas passavam rapidamente.
“Já está na hora?”
Era hora de entrar na Távola Redonda.
Um homem branco sentado dentro de uma biblioteca antiquada entrelaçou os dedos, perdido em pensamentos.
— Em pensar que esse homem estava trabalhando com Baekho Lee.
Não era que ele não tivesse considerado essa possibilidade, mas definitivamente não era uma situação ideal. Baekho, que só poderia ser descrito como fora de controle, já era estressante o suficiente sozinho, mas isso só adicionava mais ao problema.
— ….De onde exatamente esse cara veio?
Elfnunna entrou na comunidade há cerca de três anos. O Leão apareceu na Távola Redonda por volta da mesma época.
“Ele entrou, fingindo ser um novato.”
Por que o homem entrou na comunidade? Seu poder de combate provavelmente não era inferior ao de Baekho, e julgando pela informação superior a que ele tinha acesso, parecia que ele também havia estabelecido sua própria facção.
“…Sentinelas da Távola Redonda.”
Na época, o GM havia concluído provisoriamente que o objetivo desse homem era simplesmente entrar na sala de chat secreta. O usuário apelidado de 0720 era um espírito maligno de outro reino que havia se infiltrado secretamente na comunidade. Ele também era o gênio que criou o clube chamado Sentinelas da Távola Redonda e o encheu de grandes nomes como o próprio Coletor de Cadáveres. O GM concluiu que o Leão devia ter algo a ver com aquele homem.
“Ele parecia não conhecê-lo, entretanto.”
Ele achava que o Leão teria algum tipo de reação ao ver aquela senha da sala de chat, mas na realidade? Ele não teve reação até o final da conversa. E quando o GM finalmente mencionou isso, não fez diferença. O homem parecia incapaz de sequer arriscar um palpite sobre por que ele estava mencionando isso.
“Bem, isso pode ter sido outro ato… Mas se eles realmente não estão conectados, ele se juntou à comunidade apenas para poder contatar Baekho mais facilmente? Hmm, esse pode ser o caso.”
O homem revisou e reconsiderou várias possibilidades.
— Desculpe. Houve um problema no quadro de avisos, então não pude vir imediatamente quando recebi sua mensagem. — Uma mulher branca apareceu no estúdio, o apelido SoulQueen acima de sua cabeça. — Então, por que você queria me ver?
A mulher sentou-se no sofá à sua frente, e o homem deu um breve resumo do que acabara de acontecer. — Leão. Eu me encontrei com ele.
— …Entendo. Como foi?
— Ele me ameaçou. Para cancelar o ban sobre Baekho Lee.
— Então… o que você vai fazer?
— Felizmente, ele disse que me daria três meses. Pretendo tomar uma decisão nesse período.
— Mas… você realmente acha que ele tem esse tipo de poder? — ela perguntou cautelosamente.
Isso era algo que o GM também vinha debatendo e se preocupando. Ele não sabia nada sobre o homem, exceto pelo fato de que ele era um jogador da Coreia.
Grrrp.
O homem inconscientemente fechou os punhos.
“Malditos coreanos.”
Era ridiculamente injusto. O GM havia encontrado apenas alguns coreanos desde que criou esta comunidade. Isso porque havia muito poucos que jogavam este jogo – em termos de números, sua proporção de jogadores era significativamente menor do que na maioria dos países ocidentais. Mas quando você olhava para o desempenho deles? Embora ele tivesse entrado no jogo muito depois do GM, Baekho Lee se tornou uma força a ser reconhecida. E então houve a nova adição de Elfnunna.
“Sem mencionar que as chances de Elfnunna ser coreano são muito altas.”
A esse ponto, ele estava até começando a se perguntar se eles nasceram com genes especiais ou algo assim.
“De qualquer forma, eu não consegui perguntar por que ele escolheu um apelido relacionado a Elfnuna. Bem, acho que ele não teria respondido, de qualquer maneira.”
O GM acreditava que quem quer que tenha terminado a versão original do jogo antes de vir para este mundo provavelmente era Elfnuna. Enquanto todos os outros tomaram o caminho mais fácil e aproveitaram as versões modificadas, essa pessoa continuou a lutar pela original.1
— Mestre? — chamou a mulher.
— Ah, eu estava pensando em outra coisa. — O homem voltou ao presente e deu suas ordens. — É como você disse, SoulQueen. Ainda não temos nenhuma informação sobre ele. Então, quero que você investigue mais ativamente. Provoque-o o mínimo possível.
Às instruções do homem, a mulher parou por um momento. Ela geralmente lidava com as coisas com confiança, mas naquele momento sua voz estava cheia de relutância. — …Vou tentar.
Colocando minha máscara como de costume, atravessei o corredor silencioso e cheguei à sala que abrigava a Távola Redonda. Todos já estavam dentro quando eu entrei.
— …Você está aqui! Eu estava preocupado, pshehe! — O Palhaço, que aparentemente estava ansioso que eu poderia pular a Távola Redonda este mês, levantou-se e me acolheu.
Quando meus olhos encontraram os da Rainha, ela olhou para o lado de forma desconfortável. Bem, considerando o que aconteceu da última vez, e já que minha reunião com o GM mais cedo já teria chegado aos ouvidos dela agora, eu entendi. Quando me sentei, notei que a Raposa estava do meu outro lado. Ela me reconheceu com um olhar assim que nossos olhos se encontraram.
— Tsk. — Senti uma decepção constante quando olhei para ela. Se eu não tivesse sido transportado subitamente para o passado, eu poderia ter usado a situação em que ela estava para descobrir sua identidade.
— Hum… — Enquanto eu estava ocupado tentando conter meu desagrado, a Raposa falou cautelosamente. — Eu fiz algo errado…? — No início, me perguntei sobre o que ela estava falando, mas logo percebi.
“Ah, é porque eu cliquei a língua.”
Assim como se você jogasse pedras aleatoriamente, às vezes matava um sapo por acidente, parecia que a Raposa e os outros estavam se esforçando para descobrir por que eu estava bravo com ela. Não fiz nenhum esforço para esclarecer esse mal-entendido.
— Hm. — Foi uma resposta ambígua que nem confirmou nem negou nada. A Raposa engoliu em seco. Ela parecia pensar que tinha cometido algum tipo de erro sem perceber.
“Bem, isso me faz sentir um pouco mal… Vamos apenas mudar de assunto.”
— Então, vamos começar.
Bem a tempo, a entrada aberta chegou ao fim e a porta da Távola Redonda se fechou, então os outros pararam de se preocupar com o suposto erro da Raposa e se concentraram no presente.
— Já estou ansioso para ver quão interessante a discussão será desta vez, pshehe.
— Então, acho que estamos começando por ali?
Com a pergunta do Lua Crescente, todos os olhos se voltaram para o Veado, que estava à minha esquerda. Esta era uma regra não dita da Távola Redonda. A rodada tinha que começar pela minha esquerda para que eu fosse o último. Esses caras revelavam suas informações primeiro, e meu trabalho era ouvi-las, julgá-las e, então, revelar informações correspondentes.
“Ufa, eu realmente estabeleci uma boa posição para mim.”
— …Eu vou começar. — O Veado deu o pontapé inicial apresentando calmamente as informações que havia preparado. — O projeto de lei de Incorporação Nacional dos Espíritos Malignos foi levantado em uma assembleia real novamente pela primeira vez em 150 anos. Claro, a moção foi imediatamente removida da agenda devido à oposição esmagadora. — Foi uma informação curta e difícil de entender, a menos que você tivesse trabalhado em um cargo público.
“O que isso significa?”
Eu não tinha ideia. Claro, isso não era um problema. Sempre que eu enfrentava uma falta de conhecimento, havia sempre um cara que tomava a iniciativa de me ajudar.
— Projeto de lei de Incorporação Nacional…? — O Goblin perguntou, com a voz baixa.
SoulQueen interveio para explicar. — A proposta é não condenar os espíritos malignos como inimigos, mas sim abraçá-los e aceitá-los como súditos. Foi proposta uma vez há 150 anos, mas foi rejeitada por várias razões.
— Eu… entendo… Mas é muito surpreendente ouvir algo assim do palácio…
— Pshehe, parece que estão com falta de mão-de-obra…
— Eu não sei. No mínimo, isso prova que você não sabe nada sobre a mão-de-obra do palácio.
— …Por que você está sempre arranjando briga comigo?
— Oh meu Deus, tão consciente de si mesmo. Eu só falei a verdade.
Quando a SoulQueen riu descontraidamente, o Palhaço se calou. Ele era estranhamente fraco contra ela. Era porque ela já lhe dera algumas broncas verbais?
“Esse bastardo é a personificação de um covarde…”
De qualquer forma, a informação de Veado recebeu um sinal verde na primeira tentativa, marcando um começo promissor para a reunião, e imediatamente passamos para a próxima pessoa.
Dessa vez, foi o Goblin. — Ahem, alguns dias atrás, a Igreja de Reatlas recebeu uma profecia.
— Você… não terminou, terminou?
— Haha, claro que não. Enfim, quando investiguei, o conteúdo era bastante estranho.
— Por que você não para de enrolar e vai direto ao ponto? Isso só te faz parecer ridículo, pshehe.
Diante da acusação do Palhaço, o Goblin o olhou como se perguntasse por que ele sempre o atormentava antes de finalmente chegar ao ponto. — ‘O sangue do rei carrega uma estrela negra, então ajude aquele que se tornará seu mestre’. Essa foi a profecia.
Reatlas era a Deusa das Estrelas. Sendo uma profecia de um deus que governava o destino e o futuro das almas, havia muito espaço para interpretação.
— Uma estrela negra, hein? Isso poderia se referir a traição?
— Acho que poderia ser interpretado como o rei tendo comunicação secreta com Noark.
— Mas… ajudar aquele que se tornará seu dono?
— Talvez signifique que a rainha está grávida. E a criança é negra, pshehe!
— …Você sempre tem que ser tão ofensivo?
— Por quê? O que há de errado em ser negro? Eu fui racista? — Palhaço gargalhou como se tivesse contado uma piada hilária, mas as reações das pessoas ao redor eram frias.
“Esse filho da puta claramente nunca teve amigos. É por isso que ele estava jogando Dungeon and Stone… Maldição.”
Parei esse fluxo de pensamentos ali porque senti que poderia arruinar minha autoestima. Bem a tempo, a conversa sobre a profecia se encerrou. A maioria das profecias era assim – por mais esforço que você colocasse na interpretação, no final, só descobria o que realmente significavam mais tarde.
— Agora é minha vez. — O terceiro turno foi do Lua Crescente. Ele costumava nos trazer informações épicas sobre os Tesouros Gênese, mas recentemente não havia nada desse tipo. Infelizmente, hoje não foi diferente.
“Nossa, ele sempre tenta passar sua vez com informações sobre a guerra. Bem, acho que ainda serão úteis algum dia.”
Como eu não estava liderando um clã, era difícil tirar muito proveito dessa informação. Nesse sentido, próximo.
— O palácio começou a repassar a tecnologia de fabricação de navios militares para a população civil. Parece que foi inevitável, já que precisavam de ajuda para reparar os navios militares danificados em tempo hábil. Existe a chance de vermos grandes clãs viajando em navios militares em breve. — A informação da Raposa era semelhante à do Lua Crescente. Estava alinhada com seus interesses e ela explicou suas implicações de forma lógica, mas era só isso.
“Esta rodada foi medíocre, embora talvez seja porque é a primeira.”
Se havia algo de interesse, era a informação sobre a profecia e a moção levantada nas reuniões do palácio.
“Aceitar espíritos malignos, hein? Isso vai realmente acontecer?”
Mesmo enquanto eu entretinha o pensamento, não tinha grandes expectativas. O Veado disse por si mesmo: foi mencionado apenas uma vez e rapidamente desapareceu da agenda graças à oposição.
— Pshehe, então é minha vez.
Agora estávamos na metade da rodada, significando que era a vez do Palhaço. Infelizmente, sua informação também não foi útil para mim. Pelo contrário, tornou minha vida mais difícil.
— O Guardião do Farol está morto. — Começando com algo que todos aqui sabiam, Palhaço procedeu a me dedurar para a Távola Redonda. — O público acha que foi obra da Espírito de Sangue, mas na realidade, isso está completamente errado. Não foi a Espírito de Sangue, mas um homem estranho que aquela mulher selvagem trouxe consigo.
— …Homem estranho?
— Sim, a princípio pensei que ela estava apenas arrastando ele como um substituto para Bjorn Yandel quando vi que ele tinha a Gigantificação do Orc Herói.
— Riehen Schuitz. O palácio também está de olho nele.
— Pshehe, era esse o nome dele? Enfim, quero informações sobre esse homem na próxima Távola Redonda, então entrarei em mais detalhes. Não sei de onde esse cara veio, mas ele é um monstro descomunal que mesmo nós quatro juntos não conseguimos matar. Pshehe.
— …Alguém assim existe?
— Espera, a Feiticeira Dourada não mencionou nada disso em seu relatório. Você tem certeza?
— Se não, a luz verde teria acendido?
Os membros da Távola Redonda ficaram espantados e expressaram um profundo interesse nas palavras do Palhaço.
“Ugh, o que devo fazer sobre esses bastardos agora que todos querem me investigar?”
Suspirei internamente.
“O que… por que essa mulher está me olhando?”
Senti olhos em mim, e quando olhei discretamente na direção de onde os sentia, vi que a SoulQueen estava com o olhar fixo em mim. Por alguma razão, ela estava murmurando algo para si mesma em um volume que só eu, a pessoa ao lado dela, podia ouvir.
— Gigantificação… juntou-se há três anos… a Espírito de Sangue…
Ela percebeu algo? Não, provavelmente ela estava na fase final de resolver um quebra-cabeça onde você coloca as últimas peças no lugar, a solução quase ao seu alcance. Mas parecia que ela não era a única que estava percebendo que algo estava errado aqui.
Começou com o Goblin. — Espera, e se não for um substituto, mas realmente ele? Gigantificação não é uma habilidade comum. Você disse que ele até tinha a essência de um Ogro…
Raposa assentiu. — Mesmo alguém como a Espírito de Sangue não iria tão longe a ponto de contratar um substituto e chamá-lo pelo mesmo nome que ela o chamou…
O Palhaço riu das suspeitas deles. — Pshehe, do que vocês estão falando? Bjorn Yandel está morto.
— E se ele estiver vivo? E ficou mais forte sem que ninguém soubesse? Então faria sentido que a Feiticeira Dourada omitisse isso em seu relatório — disse o Veado, quase para si mesmo.
— Isso faz sentido. Afinal, ele foi exposto como um espírito maligno não muito tempo após seu desaparecimento. É possível que ele tenha fingido sua própria morte por essa razão — teorizou o Lua Crescente.
— Se Bjorn Yandel realmente está vivo… — a Rainha olhou para mim. — Esse período coincide com o período durante o qual o Sr. Leão desapareceu.
Naquele momento, todos os olhos se voltaram para mim. Você é Bjorn Yandel? Eles queriam perguntar, mas tendo tido más experiências comigo no passado, não conseguiam se forçar a abrir a boca e me questionar abertamente.
Bem, eu tinha considerado a possibilidade disso acontecer. Agora que estava acontecendo, não me sentia particularmente encurralado. Isso porque tudo o que eu precisava era de um bom álibi, certo?
— Isso de novo? — Coloquei minha mão na joia da Távola Redonda e disse — Como parece que todos estão curiosos sobre mim, vou antes da SoulQueen desta vez. — Meu tom era zombeteiro, como se achasse as suspeitas deles engraçadas. — Eu entrei nessa comunidade… há vinte e dois anos atrás.
A luz verde acendeu.
- Demisidi: Sabe de nada inocente.[↩]
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.