Capítulo 379: Atlante (2/4)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Elteriel 』
Uma vez que Amelia se juntou a nós, terminamos a colheita. Isso porque um desses caras caiu no mar mais cedo. Jogar dinheiro no oceano dava azar.
— Navegador, navegue o navio.
— Para onde vamos…?
— Para a Ilha Fione.
Quando a batalha naval terminou, levei o navio de volta à Ilha do Tesouro, pois achei que navegar para a próxima ilha sem manutenção seria quase impossível. Na verdade, até chegar a Fione já foi um grande desafio.
“O navio está em pior estado do que eu pensei.”
Enquanto remávamos para substituir o dispositivo de propulsão de mana destruído, a água começou a encher o fundo do barco. Parecia que não era apenas o sistema de motor que estava quebrado, então tivemos que retirar a água constantemente até chegarmos à Ilha do Tesouro.
— …Finalmente podemos descansar.
— Ainda acho que foi uma experiência divertida.
“Hein, divertido? Essa garota tem um gosto estranho.”
Bem, além de não ser divertido, não foi tão ruim assim. Erwen estava retirando água conosco no início, antes de perceber que poderia usar um espírito da água para fazer a água fluir para fora sozinha. Não precisaremos passar por tentativa e erro na próxima vez que nos depararmos com essa situação.
“Sim, são essas experiências que se acumulam para fazer alguém se tornar um explorador veterano.”
De qualquer forma, depois que voltamos à ilha, re-invocamos o navio e depois nos movemos para o interior da mesma para convocar todos os navios destruídos de uma vez. Desta vez, fiz uma verificação adequada das suas condições. Não havia um único navio em boas condições.
— …Emily, o que você acha que valerá mais a pena: reparar esses ou vendê-los?
— Bem… — Amelia era bem versada em comprar e vender coisas, mas desistiu de avaliar esses. Isso mostrava o quão difícil era saber o preço de mercado. — Ainda assim, de qualquer forma, vai render algum dinheiro. Um navio como este é muito caro, mesmo que você só pegue os materiais brutos e os venda.
— Isso é verdade, mas… Ei, Navegador!
— Sim, senhor!
— Conserte o navio.
Em vez de perguntar se o navio podia ser reparado, ordenei que o consertasse. O marinheiro inclinou a cabeça.
“Haha, ainda não recuperou o juízo?”
— Você não consegue fazer isso? — Perguntei secamente.
O homem estremeceu, depois balançou a cabeça e gritou — Vou tentar… Não, eu consigo fazer! — A resposta exalava determinação. Parecia que ele estava sob a impressão de que seguiria os passos de seus companheiros uma vez que se tornasse inútil para mim.
— Bom, se precisar de alguma coisa, me avise.
— …Obrigado! — o navegador respondeu e correu em direção ao navio para começar a estudá-lo cuidadosamente. Ele parecia estar tentando descobrir como consertá-lo.
“Então deixarei o navio com ele…”
— Mago.
— …Estou ouvindo.
— Quero tomar posse do navio. Você pode lançar um feitiço assim?
— Posso.
“Oh, você pode?”
Eu tinha esperanças, considerando que ele estava por aí com um bando de piratas, mas não pensei que ele realmente poderia. Eu tinha certeza de que era um feitiço muito raro.
— Bom, então prepare-se para usá-lo.
— Tudo bem…
— Uau, qual é o problema com seu tom… você não quer fazer isso?
— Não! Eu quero fazer isso!
“Deveria ter dito isso desde o início.”
Agora que eu tinha convencido o mago, prossegui para tomar posse do navio. Começando pelo navio principal, que havia perdido seu dono após a morte do capitão, em seguida voltei minha atenção para os dois homens que possuíam cada um dos outros.
— Este navio não é transferível — explicou um dos homens.
— O quê? Por que não?
— Como você pode ver, o dano é muito grave… — Era o navio que tinha sofrido o dano da Lança de Trovão com um aumento de cento e cinquenta por cento. — Mais importante, o círculo mágico central está danificado. Com esse tipo de dano…
— O círculo mágico está quebrado? Mas a convocação e a re-convocação funcionaram bem.
— Para ser honesto, estou me perguntando como essa função ainda funciona.
— Então isso é uma pena sobre este navio. — Como o especialista disse que não, não tive escolha a não ser desistir de um dos navios. Precisaria de materiais para repará-lo, de qualquer forma.
O navegador estava estudando o navio do capitão, que estava afundado na parte traseira, com uma expressão de desamparo quando correu ao som da nossa conversa. — Hum… então posso tirar as tábuas desse aqui?
— Vá em frente.
— E também preciso de mão de obra…
— Vou emprestar todos os três aqui.
— Obrigado! — Depois de receber mão de obra mais do que suficiente, o primeiro companheiro se concentrou em reparar o navio com o apoio do mago para orientá-lo.
Ploft.
Derramamos todo o saque que enfiamos desordenadamente no subespaço no chão e começamos a organizá-lo.
— Isso… é incrível.
Teríamos que vender na cidade para descobrir o valor exato, mas, mesmo à primeira vista, o equipamento era de alta qualidade. Isso fazia sentido, já que esses caras eram ativos no sexto andar.
“De qualquer forma, acho que isso deve ser suficiente para pagar todas as nossas dívidas e ainda comprar outra mansão… Está… Está tudo bem em ganhar dinheiro tão facilmente?”
Meus dias de caçar goblins e desenterrar pedras de mana que valiam um único pão de pedra pareciam quase surreais agora. Uma emoção indescritível pairava nas bordas da minha consciência.
— Senhor… Então não precisamos vender a casa?
— Claro que não! Também vamos trocar as camas por outras melhores.
— C-Camas?
Camas eram importantes. Elas podiam mudar sua qualidade de vida.
— Então também posso trocar minha arma? Há algo que eu estava de olho. — Vendo uma oportunidade, Amelia também se intrometeu com o que queria comprar.
— …Claro.
— Então aquele trabalho árduo valeu a pena.
— Mas… quanto custa?
Quando perguntei, Amelia olhou para Erwen antes de se inclinar para sussurrar no meu ouvido. O valor era o dobro do que eu esperava. Minha respiração involuntariamente parou, mas não voltei atrás na minha palavra.
— Ok, compre.
“Não é um desperdício investir em seus companheiros…”
— Haha, então vou esquecer que você me deixou pra trás no navio.
Além disso, eu já tinha falhado algumas vezes com ela.
Levou dois dias para completar os reparos do navio. Eu não sabia se isso era considerado rápido ou lento, mas o navio em si foi reparado à perfeição. Não só havia um mago para ajudar no projeto, como também descobri que o navegador já tinha trabalhado em um estaleiro.
“Um navegador com algumas habilidades de manutenção…”
Ele parecia ser um talento bastante decente.
— Ei, qual é o seu nome?
— V-Você está falando comigo?
— Com quem mais?
— Sou Auyen Rockrobe.
“Ok, pelo menos não é Hans.”
Isso já era suficiente para passar na triagem. — Esse é um bom nome. Bom trabalho, Nguyen.
— É Auyen…
— Ah, era?
Depois de elogiar os esforços do marinheiro por consertar com sucesso o navio, o colocamos na água na costa.
— O que está fazendo? Não vai embarcar?
— …Eu vou. — O navegador subiu no navio como se estivesse sendo levado diretamente para o inferno.
O próximo era o mago. — Você também embarca.
— …Tudo bem.
Assim que o mago também embarcou, os dois homens restantes me olharam com expressões incertas. Estes eram os que sobreviveram e foram trazidos para esta ilha porque possuíam dois dos navios e, portanto, controlavam sua convocação. Se eu os tivesse matado no navio principal antes, os outros dois navios no subespaço deles teriam aparecido no meio do oceano. Como precisávamos de mão de obra para os reparos, eu apenas tirei o equipamento deles e os deixei em paz.
— Vamos embarcar…
— Sim, eu também… — Quando olhei para eles, os homens suspiraram como se não tivessem escolha e começaram a caminhar em direção ao navio.
Eu os impedi com meu ombro. — Pare aí. Vocês não podem vir conosco. — Eles não tinham talento suficiente para receber minha bênção.
Tap.
Os homens me olharam de maneira estranha. — Então, vamos ficar aqui…? — Pareciam estar se perguntando se deviam estar felizes com isso ou não.
Ainda assim, um cara pegou o jeito bem rápido. — …Por favor, leve-nos com você. Seremos úteis em algum lugar.
“Hmm, talvez alguém com essa inteligência pudesse acabar sendo útil?”
O pensamento veio à mente, mas não mudou minha decisão. — Não, vocês podem descansar agora.
— Maldição…!
“‘Maldição’? Que comum.”
Provavelmente essa foi a expressão que mais usei desde que fui lançado neste mundo.
Crunch, splat!
Depois de me certificar de esmagar ambas as cabeças igualmente, joguei os corpos na praia. Os monstros marinhos sentiriam o cheiro do sangue e os limpariam.
“Agora, vamos?”
Splash, splash.
Caminhando pelo mar, que rapidamente ficou ensanguentado, subi a escada de corda presa ao lado do navio e embarquei. Todos os outros já estavam no convés.
— …Eek! — Tendo visto seus camaradas chegando ao fim da utilidade e sendo descartados como um par de sapatos velhos, o navegador tremia quando seus olhos encontraram os meus.
“Que covarde. Bem, pode ser bom para ele ter uma quantidade saudável de estresse.”
Fui até o navegador e bati em seu ombro. Tirando o mapa dos mares orientais, apontei para um ponto específico com meu dedo indicador. — Planejo ir aqui agora…
— Isso é possível, claro! — A resposta veio imediatamente antes de eu terminar de falar. Como capitão, fiquei bastante satisfeito com essa atitude proativa dele.
“Mm-hmm, um subordinado deve ter tanto entusiasmo assim. Terei que corrigir seu hábito de me interromper, no entanto.”
Step, step.
Assim que o marinheiro assumiu o leme, caminhei em direção ao convés e fiquei em frente à proa. Então, soltei um grito alto de — Zarpar!
Sempre quis fazer isso.
Um navegador era como uma cama, especificamente sentido de que ambos mudam sua qualidade de vida.
— Não precisamos parar em nenhuma ilha pelo caminho?
— Sim! Apenas navegadores inexperientes precisam procurar ilhas para descobrir onde estão! — Mesmo enquanto concordava entusiasticamente com tudo o que eu dizia, o marinheiro não esquecia de fazer sua própria propaganda.
— Ainda assim, quero que paremos nessas ilhas.
— Então remapearei a rota!
— Oh, você é bem útil.
— Obrigado pelo elogio! Vou gravá-lo nos meus ossos! Para sempre! — O marinheiro então refez a rota de acordo com as ordens do capitão e começou a navegar o navio nessa direção.
Acho que isso desagradou alguém, porém. — Tsc. — O mago que foi capturado junto com o companheiro estalou a língua.
“O que, porque você é diferente dele? Você tem que apelar para o complexo de superioridade do mago.”
Shaaaaaa!
O navio cortava rapidamente as águas abertas, enfrentando o vento. Erwen e eu montamos cadeiras dobráveis e guarda-sóis no convés e aproveitamos um descanso relaxante.
“Sim, isso é velejar.”
O navio anterior não tinha espaço para isso, e eu tinha que ajudar a Amelia constantemente a verificar se estávamos indo na direção certa. Pensar que as coisas seriam tão mais fáceis com um único marinheiro.
— Emily, por que você não vem descansar?
— …Estou bem.
— Por quê?
— …Porque sim.
Também chamei a Amelia, mas ela voltou para o seu lugar, não me dando uma resposta adequada. Para referência, o lugar dela era ao lado do marinheiro. Observei-a por um momento para ver por que ela estava agindo assim e percebi que ela estava estudando como o navio funcionava.
— Espere, por que você virou o leme assim agora?
— Ah, porque as velas estavam dobrando ligeiramente. Isso é chamado de vento angulado, e é melhor virar o leme ligeiramente em casos como este.
Não só estava observando, mas Amelia também fazia várias perguntas ao marinheiro e se engajava em uma conversa ativa.
“Então ela também pode fazer esse tipo de cara, hein?”
Observando Amelia absorver cada palavra dele, com uma expressão mais séria do que nunca, eu ri.
“Não é à toa que ela parecia um pouco desapontada quando eu disse que deixaria o resto da navegação para ele.”
Parecia que ela gostava de pilotar o navio. Bem, ela nunca admitiria isso se eu perguntasse. Provavelmente diria apenas que estava aprendendo como funcionava só por precaução.
De qualquer forma, o tempo voou depois disso. Foram dias muito pacíficos. Viajando com ventos favoráveis nos impulsionando, sempre que chegávamos a um de nossos destinos, descíamos do navio e matávamos monstros. Depois nos movíamos para a próxima ilha. Amelia estudava diligentemente navegação enquanto estávamos em movimento, e Erwen e eu passávamos o tempo pescando. Enquanto procurávamos algo para fazer entediados, acabamos encontrando algumas varas de pescar. Como diz o ditado, você deve tentar de tudo pelo menos uma vez.
“Nunca se sabe, pode chegar um momento em que o navio ficará sem comida e teremos que ser autossuficientes.”
— Oh! O primeiro peixe grande em um bom tempo! — Surpreendentemente, pendurar uma vara de pescar em um navio em movimento realmente te dá alguma coisa.
— Uau… você é incrível, senhor.
A maioria dos peixes eram peixes comuns, mais parecidos com monstros sem classificação, semelhantes ao Morto-Vivo que você podia caçar na Cidadela Sangrenta. Eles não deixavam pedras de mana quando derrotados, e os corpos também não desapareciam.
— É um Monstro Caranguejo!
Também havia vezes em que um monstro mordia a isca, e foi por isso que eu não conseguia parar de pescar.
【Você derrotou um Monstro Caranguejo. EXP +4】
Monstros que só apareciam no oceano eram mais difíceis de encontrar do que de caçar. Além de um passatempo, a pesca trazia benefícios práticos. De qualquer forma, essa rotina continuou por um bom tempo. À medida que nos dirigíamos para o leste, deixamos as águas iniciais.
Eu podia ouvir a conversa da Amelia com o navegador. — Você sabe por que a bússola para de funcionar aqui?
— Não sei. Há um ditado que diz que o Grande Mar tem um deus do mar que fica zangado com os aventureiros que se aproximam dele, mas isso provavelmente é apenas uma lenda.
“Hmm, seria esse o deus do mar chamado Leviatã? Também preciso caçá-lo um dia…”
— De qualquer forma, não é fácil encontrar a direção a partir deste ponto, então as habilidades do navegador se tornam especialmente importantes. É aqui que navegadores iniciantes mais lutam com suas próprias limitações.
— Então, qual é o método que você usa?
— As estrelas, o sol, a temperatura, o clima, tudo isso se torna informação. Claro, a coisa mais importante é a experiência.
— Interessante. Pode me contar com mais detalhes?
— Haha, claro. Ah, acabamos de pegar o vento. Gostaria de segurar o leme?
— …Posso?
— Claro. Se algo der errado, eu ajudo.
— Se você diz…
“Quando foi que Amelia se aproximou tanto do marinheiro? Ela não vai pedir para ficar com ele depois, vai? Nah, Amelia nunca faria isso.”
Eu ri e tirei um cochilo. Quando acordei novamente, o vento já havia parado. Esta era a Zona Sem Vento, uma das áreas especiais do Grande Mar.
— A solução mais fácil é usar o dispositivo de propulsão de mana aqui.
Sem precisar remar, atravessamos a Zona Sem Vento com as pedras de mana que havíamos coletado até agora. Ah, para referência, o sistema de propulsão que Erwen destruiu foi substituído, não reparado. Os outros navios também tinham hélices. Nós as arrancamos e movemos para cá. Como este era um navio de grande porte, aparentemente você precisava de três hélices pequenas para produzir a mesma potência.
— O vento está soprando!
Depois de cruzar a Zona Sem Vento em dois dias, apareceram águas com recifes aqui e ali. Estas eram águas do extremo leste, onde terras rochosas e vulcânicas representavam noventa e nove por cento das ilhas. Escaneando o mar, que tinha suas próprias características únicas aqui, eu sorri.
“De alguma forma, encontramos um navegador para nos trazer até aqui.”
Era hora de explorar a Ilha Subterrânea, Atlante.
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